CÂMARA LEGISLATIVA DO DISTRITO FEDERAL GABINETE DO DEPUTADO RODRIGO DELMASSO REQUERIMENTO N.º 04/2015. (Do Sr. Deputado RODRIGO DELMASSO)



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Transcrição:

REQUERIMENTO N.º 04/2015 (Do Sr. Deputado RODRIGO DELMASSO) Requer à Comissão de Desenvolvimento Econômico Sustentável, Ciência, Tecnologia, Meio Ambiente e Turismo CDESCTMAT o encaminhamento de solicitação de informações ao Instituto do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos do Distrito Federal Brasília Ambiental IBRAM. Excelentíssimo Senhor Presidente da CDESCTMAT: Requeiro, nos termos dos dispositivos do Regimento Interno desta Casa Legislativa, que sejam solicitadas à Presidente do Instituto do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos do Distrito Federal Brasília Ambiental IBRAM, as informações, abaixo delineadas, acerca da regularização fundiária do Parque Ecológico Ezechias Heringer, localizado na Região Administrativa do Guará: Preliminarmente, cumpre consignar que a demanda ora formulada possui pertinência temática com essa Comissão, haja vista os preceitos estabelecidos no art. 69-B, h e j, do Regimento Interno desta Câmara Legislativa do Distrito Federal. Feita essa breve consideração, cabe explicitar as indagações a serem enviadas ao IBRAM: 1 quais as medidas adotadas e em andamento com o objetivo de definir as poligonais das áreas do Parque Ecológico Ezechias Heringer;

2 quais os procedimentos realizados e a executar a fim de serem realocados, indenizados ou compensados os chacareiros residentes no reportado Parque; 3 qual a situação atual de cada chacareiro residente no Parque Ecológico Ezechias Heringer. JUSTIFICAÇÃO O Parque Ecológico Ezechias Heringer foi criado pela Lei n.º 1.826, de 13 de janeiro de 1998, que expressamente estabeleceu, em seu art. 3º, os objetivos daquela Unidade Ecológica, quais sejam: Art. 3º São objetivos do Parque Ecológico Ezechias Heringer: I garantir a preservação dos ecossistemas remanescentes, com recursos bióticos e abióticos; II promover a recuperação das áreas degradadas com espécies vegetais nativas da região; III proporcionar à população condições para a realização de atividades culturais, educativas e de lazer em contato harmônico com o meio natural; IV disciplinar a ocupação da área; V incentivar a pesquisa para possibilitar o repovoamento da área com a fauna do cerrado. Salutar mencionar que o Parque em apreço, também conhecido como Parque do Guará, recebeu o nome em homenagem ao pesquisador que identificou diversas espécies de orquídeas em todo o território do Distrito Federal. A susodita Unidade Ecológica é de suma relevância para o Distrito Federal, haja vista a grande diversidade da flora, da fauna, além da passagem do Córrego do Guará que ela abriga. De acordo com matéria publicada no sítio oficial do IBRAM (www.ibram.df.gov.br), abaixo transcrita, no Parque existem 51 espécies arbóreas, 72 espécies de orquídeas e 59 espécies de arbustos e ervas, incluindo espécies raras e quase extintas. Dentro da área da unidade de conservação passa um trecho do Córrego do Guará, a mata ciliar de ambas as margens e áreas adjacentes. A mata de

galeria encontra-se interrompida em diversos trechos, mas ainda compõe, em conjunto com as árvores exóticas plantadas na região, um maciço arbóreo. A mata é importante pela sua diversidade florística e pela sua ação como corredor ecológico para fauna entre duas unidades de conservação vizinhas ao Parque: a Reserva Ecológica do Guará e o Santuário de Vida Silvestre do Riacho Fundo. No Parque encontram-se 51 espécies arbóreas, 72 espécies de orquídeas e 59 espécies de arbustos e ervas, incluindo espécies raras e quase extintas. Além da importância ecológica do Parque, é imperioso registrar que esse tipo de unidade proporciona à população valiosa área de lazer com integração com a natureza. É sabido que em áreas urbanizadas os problemas ambientais afloram de forma grandiosa, demandando ações do Poder Público que minimizem os efeitos negativos da intensa urbanização. A disponibilização dentro do perímetro urbano de áreas verdes, como os parques, para o lazer e a contemplação contribuem, sobremaneira, para a boa qualidade das relações dos cidadãos com o meio ambiente. A despeito de serem reconhecidas as vantagens ambientais e sociais do Parque em epígrafe para o Distrito Federal, as suas poligonais e a sua regularização ainda não foram concluídas. A regularização da aludida Unidade de Conservação deve ser realizada com zelo, de maneira que sejam preservados os recursos naturais e respeitados os ditames legais acerca da matéria, para que a população possa usufruir, na plenitude, de todos os benefícios advindos do Parque. Diante disso, cumpre destacar que residem, há mais de quatro décadas, na área do Parque Ecológico Ezechias Heringer chacareiros que construíram suas vidas e criaram suas famílias naquela localidade. Em vista desse contexto, não remanescem dúvidas de que a regularização do Parque abarca aspectos ambientais e sociais de vasta repercussão no Distrito Federal, que exigem do Estado ações efetivas no deslinde da questão. A Lei Complementar n.º 827, de 22 de julho de 2010, que instituiu o Sistema Distrital de Unidades de Conservação da Natureza SDUC, definiu os critérios

e normas para a criação, implantação, alteração e gestão das unidades de conservação no território do Distrito Federal. Não é despiciendo trazer à baila o inserto no art. 37 da sobredita Lei Complementar, visto que esse dispositivo trata das populações residentes nas unidades de conservação: Art. 37. As populações residentes em unidades de conservação, nas quais sua permanência não seja permitida, serão indenizadas ou compensadas pelas benfeitorias existentes, e devidamente realocadas pelo Poder Público em local e condições acordados entre as partes. 1º O Poder Público, por meio do órgão competente, priorizará o reassentamento das populações tradicionais a serem realocadas. 2º Até que seja possível efetuar o reassentamento de que trata o caput, serão estabelecidas normas e ações específicas destinadas a compatibilizar a presença das populações residentes com os objetivos da unidade, sem prejuízo dos modos de vida, das fontes de subsistência e dos locais de moradia destas populações, assegurando-se a sua participação na elaboração das referidas normas e ações. 3º Na hipótese prevista no 2º, as normas sobre as condições e o prazo de permanência serão estabelecidas em regulamento específico. Ante o conteúdo do supracitado art. 37 da Lei Complementar n.º 827/2010, afigura-se que o Poder Público na condução dos procedimentos relacionados à definição das poligonais e da regularização do Parque Ecológico Ezechias Heringer deverá definir as indenizações ou compensações decorrentes das benfeitorias realizadas pelos chacareiros e, ainda, realoca-los, sob pena de macular o processo por vício de legalidade, inviabilizando, por conseguinte, toda a regularização do Parque em tela, que, como alhures ventilado, representa importante unidade de conservação do Distrito Federal. Dessa forma e em face do dever de o Estado proteger o meio ambiente e preservar a fauna, flora e o cerrado, conforme art. 16, IV e V, da Lei Orgânica do Distrito Federal, reputa-se imprescindível ao sucesso da regularização do Parque Ecológico Ezechias Heringer o controle efetivo dos atos adotados na condução desse mister. Por todo o perfilhado e com esteio no art. 60, XVI, da Lei Orgânica do Distrito Federal, rogo o auxílio dessa Presidência no sentido de ser aprovada a presente

Proposição, a fim de garantir que o Parque Ecológico Ezechias Heringer seja regularizado em total harmonia com a legislação de regência. Sala das Comissões, em RODRIGO DELMASSO Deputado Distrital