A SEGURIDADE SOCIAL NO BRASIL

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Transcrição:

capítulo 1 A SEGURIDADE SOCIAL NO BRASIL Leia a lei: 1. EVOLUÇÃO HISTÓRICA E COMPOSIÇÃO No Brasil, a seguridade social é um sistema instituído pela Constituição Federal de 1988 para a proteção do povo brasileiro (e estrangeiros em determinadas hip teses) contra riscos sociais que podem gerar a miséria e a intranquilidade social, sendo uma conquista do Estado Social de Direito, que deverá intervir para realizar direitos fundamentais de 2ª dimensão. Eventos como o desemprego, a prisão, a velhice, a infância, a doença, a maternidade, a invalidez ou mesmo a morte poderão impedir temporária ou de initivamente que as pessoas laborem para angariar recursos inanceiros visando a atender às suas necessidades básicas e de seus dependentes, sendo dever do Estado Social de Direito intervir quando se izer necessário na garantia de direitos sociais. De efeito, tituir no Brasil o sistema da seguridade social, que signi ica segurança social, englobando as ações na área da previdência social, da assistência social e da saúde pública, estando prevista no Capítulo II, do Título VIII, nos artigos 194 a 204, que contará com um orçamento especí ico na lei orçamentária anual. Amado-Col Resumos p Conc-v15-Dir Previdenciario_4ed_14 x 21.indd 15 17/11/2015 12:08:43

16 vol. 15 DIREITO PREVIDENCIÁRIO Frederico Amado Deveras, dentro da seguridade social coexistem dois subsistemas: de um lado o subsistema contributivo, formado pela previdência social, que pressupõe o pagamento (real ou presumido) de contribuições previdenciárias dos segurados para a sua cobertura previdenciária e dos seus dependentes. Do outro, o subsistema não contributivo, integrado pela saúde pública e pela assistência social, pois ambas são custeadas pelos tributos em geral (especialmente as contribuições destinadas ao custeio da seguridade social) e disponíveis a todas as pessoas que delas necessitarem, inexistindo a exigência de pagamento de contribuições especí icas dos usuários para o gozo dessas atividades públicas. A previdência social é contributiva, razão pela qual apenas terão direito aos bene ícios e serviços previdenciários os segurados (aqueles que contribuem ao regime pagando as contribuições previdenciárias) e os seus dependentes. Já a saúde pública e a assistência, pois para o pagamento dos seus bene ícios e prestação de serviços não haverá o pagamento de contribuições especí icas por parte das pessoas destinatárias. Saúde Pública Assistência Social 2. DEFINIÇÃO E NATUREZA JURÍDICA A seguridade social no Brasil consiste no conjunto integrado de ações que visam a assegurar os direitos fundamentais à saúde, à assistência e à previdência social, de iniciativa do Poder Público e de toda a sociedade, nos termos do artigo 194, da Constituição Federal. Assim, não apenas o Estado atua no âmbito da seguridade social, pois é auxiliado pelas pessoas naturais e jurídicas de direito privado, a exemplo daqueles que fazem doações aos carentes e das entidades Amado-Col Resumos p Conc-v15-Dir Previdenciario_4ed_14 x 21.indd 16 17/11/2015 12:08:44

Cap. 1 A SEGURIDADE SOCIAL NO BRASIL 17 gratuitamente. Atualmente, ostenta simultaneamente a natureza jurídica de di-, vez que tem natureza prestacional positiva (direito social) e possui caráter universal (natureza coletiva). 3. COMPETÊNCIA LEGISLATIVA Em regra, caberá privativamente à União legislar sobre seguridade social, na forma do artigo 22, inciso XXIII, da Constituição Federal: Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre: [...] XXIII seguridade social. Contudo, será competência concorrente entre as entidades políticas legislar sobre previdência social, proteção e defesa da saúde, dos 24, incisos XII, XIV e XV, da Lei Maior: Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre: [...] XII previdência social, proteção e defesa da saúde; [...] XIV proteção e integração social das pessoas portadoras de XV proteção à infância e à juventude. Note-se que os municípios também entrarão na repartição dessas competências, pois aos mesmos caberá legislar sobre assuntos de interesse local, assim como suplementar a legislação estadual e federal no que couber, nos moldes do artigo 30, incisos I e II, da Constituição Federal. Há uma aparente antinomia de dispositivos constitucionais, pois a seguridade social foi tema legiferante reservado à União pelo artigo 22, inciso XXIII, enquanto a previdência social, a saúde e temas assistenciais (todos inclusos na seguridade social) foram repartidos entre todas as pessoas políticas. Amado-Col Resumos p Conc-v15-Dir Previdenciario_4ed_14 x 21.indd 17 17/11/2015 12:08:44

18 vol. 15 DIREITO PREVIDENCIÁRIO Frederico Amado Essa aparente antinomia é solucionada da seguinte maneira: ape- que concerne ao regime de previdência dos servidores públicos - -los, observadas as normas gerais editadas pela União e as já postas pela pr pria Constituição. Outrossim, os estados, o Distrito Federal e os municípios tam- plementar dos seus servidores públicos, a teor do artigo 40, 14, da Constituição Federal. No que concerne à saúde e à assistência social, a competência acaba sendo concorrente, cabendo à União editar normas gerais a serem complementadas pelos demais entes políticos, conforme as suas peculiaridades regionais e locais. 4. PRINCÍPIOS INFORMADORES A maioria dos princípios informadores da seguridade social encontra-se arrolada no artigo 194, da Constituição Federal, sendo tratados como objetivos do sistema pelo constituinte, destacando-se que a sua interpretação e grau de aplicação variará dentro da seguridade social, a depender do campo de incidência, se no subsistema contributivo (previdência social) ou no subsistema não contributivo (assistência social e saúde pública). Princípios da seguridade social urbanas e rurais Amado-Col Resumos p Conc-v15-Dir Previdenciario_4ed_14 x 21.indd 18 17/11/2015 12:08:44

Cap. 1 A SEGURIDADE SOCIAL NO BRASIL 19 4.1. Universalidade da cobertura e do atendimento A seguridade social deverá atender a todos os necessitados, especialmente através da assistência social e da saúde pública, que são gratuitas, pois independem do pagamento de contribuições diretas dos usuários (subsistema não contributivo da seguridade social). Ao revés, a previdência terá a sua universalidade limitada por sua necessária contributividade, vez que o gozo das prestações previdenciárias apenas será devido aos segurados (em regra, aqueles que exercem atividade laborativa remunerada) e aos seus dependentes, pois no Brasil o sistema previdenciário é contributivo direto. Logo, a universalidade previdenciária é mitigada, haja vista limitar-se aos bene iciários do seguro, não atingindo toda a população. Este princípio busca conferir a maior abrangência possível às ações da seguridade social no Brasil, de modo a englobar não apenas os nacionais, mas também os estrangeiros residentes, ou até mesmo os não residentes, a depender da situação concreta, a exemplo das ações indispensáveis de saúde, revelando a sua natureza de direito fundamental de efetivação coletiva. Deveras, a vertente subjetiva deste princípio determina que a seguridade social alcance o maior número possível de pessoas que necessitem de cobertura, ao passo que a objetiva compele o legislador e o administrador a adotarem as medidas possíveis para cobrir o maior número de riscos sociais. Cuida-se de corolário do Princípio da Isonomia no sistema de seguridade social, que objetiva o tratamento isonômico entre povos urbanos e rurais na concessão das prestações da seguridade social. Enquanto os bene ícios são obrigações de pagar quantia certa, os serviços são obrigações de fazer prestados no âmbito do sistema securitário. Com efeito, não é mais possível a discriminação negativa em desfavor das populações rurais como ocorreu no passado, pois agora os bene ícios e serviços da seguridade social deverão tratar isonomicamente os povos urbanos e rurais. Amado-Col Resumos p Conc-v15-Dir Previdenciario_4ed_14 x 21.indd 19 17/11/2015 12:08:44

20 vol. 15 DIREITO PREVIDENCIÁRIO Frederico Amado A seletividade deverá lastrear a escolha feita pelo legislador dos bene ícios e serviços integrantes da seguridade social, bem como os requisitos para a sua concessão, conforme as necessidades sociais e a disponibilidade de recursos orçamentários, funcionando como limitadora da universalidade da seguridade social. Deveras, como não há possibilidade inanceira de se cobrir todos os eventos desejados, deverão ser selecionados para a cobertura os riscos sociais mais relevantes, visando à melhor otimização administrativa dos recursos, conforme o interesse público. Demais disso, como base no Princípio da Seletividade, o legislador ainda irá escolher as pessoas destinatárias das prestações da seguridade social, consoante o interesse público, sempre observando as necessidades sociais. Por seu turno, a distributividade coloca a seguridade social como sistema realizador da justiça social, consectário do Princípio da Isonomia, sendo instrumento de desconcentração de riquezas, pois devem ser agraciados com as prestações da seguridade social especialmente os mais necessitados. Assim, como exemplo, apenas farão jus ao bene ício do amparo assistencial os idosos e os de icientes ísicos que demonstrem estar em condição de miserabilidade, não sendo uma prestação devida aos demais que não se encontrem em situação de penúria. Por este princípio, decorrente da segurança jurídica, não será possível a redução do valor nominal de bene ício da seguridade social, vedando-se o retrocesso securitário. Atenção Esta disposição é atualmente regulamentada pelo artigo 41-A, da Lei 8.213 91, que garante a manutenção do valor real dos bene ícios Amado-Col Resumos p Conc-v15-Dir Previdenciario_4ed_14 x 21.indd 20 17/11/2015 12:08:44

Cap. 1 A SEGURIDADE SOCIAL NO BRASIL 21 pagos pelo INSS através da incidência anual de correção monetária pelo INPC, na mesma data de reajuste do salário mínimo. Ou seja, os bene ícios da saúde pública e da assistência social são apenas protegidos por uma irredutibilidade nominal, ao passo que os bene ícios pagos pela previdência social gozam de uma irredutibilidade material, pois precisam ser reajustados anualmente pelo índice legal. IRREDUTIBILIDADE PELO VALOR NOMINAL IRREDUTIBILIDADE PELO VALOR REAL a e b i a e assis n ia s ia Pre i n ia s ia POSIÇÃO DO STJ - - - O custeio da seguridade social deverá ser o mais amplo possível, mas precisa ser isonômico, devendo contribuir de maneira mais acentuada para o sistema aqueles que dispuserem de mais recursos inanceiros, bem como os que mais provocarem a cobertura da seguridade social. Além de ser corolário do Princípio da Isonomia, é possível concluir que esta norma principiol gica também decorre do Princípio da Capacidade Contributiva, pois a exigência do pagamento das contribuições para a seguridade social deverá ser proporcional à riqueza manifestada pelos contribuintes desses tributos. De seu turno, as empresas que desenvolvam atividade de risco contribuirão mais, pois haverá uma maior probabilidade de concessão de bene ícios acidentários; já as pequenas e micro empresas terão uma contribuição simpli icada e de menor vulto. As contribuições para a seguridade social a serem pagas pelas empresas também poderão ser progressivas em suas alíquotas e bases de Amado-Col Resumos p Conc-v15-Dir Previdenciario_4ed_14 x 21.indd 21 17/11/2015 12:08:44