Lianas no Neotrópico parte 1

Documentos relacionados
Lianas no Neotrópico parte 3

Trepadeiras e Lianas da Usina São José, Mata Atlântica, Pernambuco - Brazil. 2 Mandevilla scabra APOCYNACEAE. 5 Adenocalymma comosum BIGNONIACEAE

Lianas no Neotrópico parte 4

Lianas no Neotrópico parte 7

Lianas no Neotrópico parte 5

Lianas no Neotrópico parte 6

AULA 8 CAPÍTULO 8 CÂMBIO VASCULAR

Plano de Ensino. Qualificação/link para o Currículo Lattes:

Lianas no Neotrópico parte 2

Plano de Ensino JULIANA ROSA DO PARÁ MARQUES DE OLIVEIRA. Carga Horária DPV Histologia e Anatomia Semestral:60H

Estrutura e Desenvolvimento da Raiz e Caule

CAULE ANATOMIA INTERNA

Morfologia Vegetal. Dra. MARIANA ESTEVES MANSANARES Departamento de Biologia Setor de Botânica Sistemática Universidade Federal de Lavras (UFLA)

Profa. Patrícia C. Lobo Faria

Sistema Vascular. Gregório C eccantini. BIB 140 Forma e Função em plantas vasculares. USP Universidade de São Paulo

MORFOLOGIA E ANATOMIA DO CAULE

MORFOLOGIA E ANATOMIA DO CAULE

Carolina Lopes Bastos. Decifrando raízes e caules de lianas de Sapindaceae: diversidade macroscópica e conexões vasculares

A COLEÇÃO DE FRUTOS (CARPOTECA) DO HERBÁRIO HUPG

Morfologia Vegetal. Aula 1

LEVANTAMENTO FLORÍSTICO E FITOSSOCIOLÓGICO DE UM REMANESCENTE DE MATA CILIAR NA REGIÃO NORTE DO ESTADO DO PARANÁ, BRASIL (dados preliminares)

ARTIGO Plantas trepadeiras do Horto Botânico Irmão Teodoro Luis, sul do Rio Grande do Sul, Brasil

Morfologia Vegetal. O corpo da planta

Sistema Vascular. Xilema. Atividade do Procâmbio ou Câmbio Vascular

Anatomia das plantas com sementes

Plants of the Restinga of Jaconé-Saquarema Region

Sistema Vascular. Gregório Ceccantini. BIB 140 Forma e Função em plantas vasculares. USP Universidade de São Paulo

ESTRUTURA DA COMUNIDADE DE TREPADEIRAS DE DOIS FRAGMENTOS DE FLORESTA ESTACIONAL SEMIDECIDUAL EM DIFERENTES ESTÁDIOS DE CONSERVAÇÃO

Profª. M.Sc.: Josiane Silva Araújo

Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas IFAM Campus Itacoatiara Morfologia Vegetal

COMPOSIÇÃO FLORÍSTICA DA COMUNIDADE DE LIANAS LENHOSAS EM DUAS FORMAÇÕES FLORESTAIS DO ESTADO DE SÃO PAULO RENATA GIASSI UDULUTSCH

LEVANTAMENTO DAS ESPÉCIES DE PLANTAS AMEAÇADAS DO CERRADO

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE BIOCIÊNCIAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM BIOLOGIA VEGETAL

Parque da Cidade Dom Nivaldo Monte, Rio Grande do Norte - BRASIL FLORA DO PARQUE DA CIDADE NATAL

TRABALHO DE CAMPO DE BIOGEOGRAFIA

M. E. Mansanares. Morfologia Vegetal. Raiz e Caule

MERISTEMAS E DESENVOLVIMENTO. Prof. Dra. Eny Floh Prof. Dra. Veronica Angyalossy

Biologia Professor Leandro Gurgel de Medeiros

Estrutura Anatômica de Órgãos Vegetativos (Raiz e Caule) Profª. M.Sc. Josiane Araújo

A palavra angiosperma vem do grego angeios, que significa 'bolsa', e sperma, 'semente'. Essas plantas representam o grupo mais variado em número de

Aula 12 - Grandes grupos de Angiospermas e suas relações filogenéticas

Espécies vegetais com potencial antimicrobiano em área de cerrado em Prudente de Morais (MG)

Capítulo 4. Trepadeiras do cerrado paulista Veridiana de Lara Weiser Fernando Roberto Martins book.indb 59 12/11/ :11:38

plants/ipimovies.html

CÉLULAS E TECIDOS VEGETAIS. Profa. Ana Paula Biologia III

Universidade de São Paulo. Cairo Faleiros de Figueiredo

Relatório de Atividades. Estágio no Royal Botanical Garden of Edinburgh RBGE e Visita ao Kew Gardens Londres/Inglaterra

RAIZ MORFOLOGIA & ANATOMIA

Priscila Bezerra de Souza

AULA 10 CAPÍTULO 10 RAIZ

ORGANOLOGIA VEGETAL RAIZ. É um órgão das plantas superiores; Quase sempre subterrâneo; Desempenha várias funções: Diferenciação do caule:

Acta Scientiarum. Biological Sciences ISSN: Universidade Estadual de Maringá Brasil

Tecidos Vasculares. TECIDOS CONDUTORES - Introdução. Xilema primário. Procambio. Floema primário. Tecidos vasculares. Xilema.

Plantas da Serra da Pedra Branca 1

DIVERSIDADE FLORÍSTICA E CHAVE DE IDENTIFICAÇÃO DE TREPADEI- RAS EM UMA FLORESTA ESTACIONAL SEMIDECIDUAL EM PARNAMIRIM RN, BRASIL 1

Taxonomia Vegetal. Iane Barroncas Gomes Engenheira Florestal Mestre em Ciências de Florestas Tropicais Professora Assistente CESIT-UEA

GOIÂNIA, / / 2015 PROFESSOR: DISCIPLINA: SÉRIE: 2º. ALUNO(a):

Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas IFAM Campus Itacoatiara Biodiversidade Vegetal

Sistema vascular e câmbio vascular em raízes, caules e folhas Floema, xilema, câmbio vascular e sistema vascular.

As Espermatófitas. Narjara Lopes de Abreu. Curso de Extensão: Instrumentação em Ciências Biológicas

LIANAS EM UM FRAGMENTO FLORESTAL URBANO EM RIO BRANCO, ACRE, BRASIL

MERISTEMAS E DESENVOLVIMENTO. Forma e função nas plantas vasculares : BIB 140


COMPOSIÇÃO DA VEGETAÇÃO HERBÁCEO- ARBUSTIVA DA RESTINGA DA VILA BARRA DO UNA, PERUÍBE, SP.

Botânica Geral. Iane Barroncas Gomes Engenheira Florestal Professora Assistente CESIT-UEA

ANEXO I. Vegetação. Localidade ESA Aphelandra prismatica Acanthaceae N N N UEC Mendoncia Acanthaceae SI SI SI Ilha de Guarujá ESA

Raiz. Disponível em: < Acesso em: 23 abr

Relações hídricas das plantas T6

Morfologia Vegetal de Angiospermas

Venação VENAÇÃO. Trinervadas. Pinadas. Plinervadas ou suprabasais. Paralelinérvia. Palmadas. Laterais primárias. Perfis da nervura central

RAIZ ANATOMIA INTERNA

Taxonomia Vegetal. Iane Barroncas Gomes Engenheira Florestal Mestre em Ciências de Florestas Tropicais Professora Assistente CESIT-UEA

Alocação da turma Segunda Terça Quarta Quinta Sexta Sábado

FLORÍSTICA DE TREPADEIRAS EM FLORESTA SEMIDECIDUAL E EM MATA CILIAR NO VALE DO RIO ARAGUARI, MG

TRANSPORTE II: Floema. Carregamento e transporte, abordagem fonte-dreno

Iheringia Série Botânica

AULA 6 CAPÍTULO 6 FLOEMA

CAULE. Introdução. Figura 1 Sistema monopodial

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Instituto de Biologia Curso de Bacharelado em Ciências Biológicas. Trabalho Acadêmico

2) Tecidos vegetais. Epiderme das folhas I) Cutícula: Camada de cera (lipídio) presente na superfície das células epidérmicas de algumas folhas

Renato Vinícius Oliveira Castro

Capítulo 1. Nomenclatura das plantas de hábito trepador Berta Lucia Pereira Villagra e Sergio Romaniuc Neto book.indb 1 12/11/ :10:03

ANGIOSPERMAS TREPADEIRAS, EPÍFITAS E PARASITAS DA MATA DO BURAQUINHO, JOÃO PESSOA, PARAÍBA

LISLAINE CARDOSO DE OLIVEIRA

ORGANOLOGIA VEGETAL VEGETATIVOS: Raízes, caules e folhas. REPRODUTIVOS: Flores, sementes e frutos.

Aula prática 10 Diversidade das Gimnospermas

Florística de lianas em um fragmento de floresta estacional semidecidual, Parque Estadual de Vassununga, Santa Rita do Passa Quatro, SP, Brasil

CERNE ISSN: Universidade Federal de Lavras Brasil

Floema Tipos celulares 1

Morfologia Vegetal. Aula I

MANEJO DE CIPÓS PARA A REDUÇÃO DO IMPACTO DA EXPLORAÇÃO MADEIREIRA NA AMAZÔNIA ORIENTAL

Lianas de uma floresta estacional semidecidual, Município de Paulo de Faria, Norte do Estado de São Paulo, Brasil 1

UNIVERSIDADE FEDERAL DO VALE DO SÃO FRANCISCO PROGRAMA DE DISCIPLINA

TECIDOS VASCULARES. XILEMA ou LENHO. O principal tecido condutor de água, está também envolvido no transporte de nutrientes.

Vegetação de Restinga

Características gerais da Madeira Prof. Dr. Umberto Klock.

Composição, diversidade e distribuição geográfica de plantas vasculares de uma Floresta Ombrófila Densa Atlântica do Sudeste do Brasil

TECIDO: é o conjunto de células morfologicamente idênticas que desempenham a mesma função.

COMO A TECNOLOGIA DE SEMENTES PODE CONTRIBUIR PARA O SUCESSO NA RESTAURAÇÃO DAS RESTINGAS

Lianas da Estação Ecológica do Noroeste Paulista, São José do Rio Preto/Mirassol, SP, Brasil 1

Transcrição:

Lianas no Neotrópico parte 1 Dr. Pedro Acevedo R. Museum of Natural History Smithsonian Institution Washington, DC 2018

Esboço Definições Características gerais Aspectos econômicos Lianas no mundo Lianas no Neotrópico

As trepadeiras (lianas e cipós) são bem comums em áreas de alta luminosidade tal como na beira de rios

na beira de estradas, às vezes se tornando invasivas

No interior da floresta, as trepadeiras podem ocupar as áreas altas da floresta

Description des Plantes de Lámerique por Charles Plumier, 1693 lier = ligar Primiero uso do termo liana na literatura científica

No começo foi um termo geral que incluia tanto trepadeiras lenhosas quanto herbáceas

Termos utilizados Cipó Trepadeiras Apoiantes Volúvel Ascendente Escandente Bejuco Enredadera Soga Escandente Sarmentosa Rampante (espanhol) (portugues)

Termos utilizados Cipó Trepadeiras Apoiantes Volúvel Ascendente Escandente Termos em vermelho denotam mecanismos de escalada, não sendo sinônimos do hábito escalador

Terminologia para o hábito trepador ao longo do tempo Séculos XVII-XIX 1693 Plumier liane 1788 Linné scandente 1807 Humboldt- liane 1865 Darwin climbing plant 1892 Schenck lianen 1893 Haberlandt - lianen Séculos XX-XXI 1936-39 Richards climbers 1952 Richards climbers & lianes (woody climbers) 1959 Angely liana = trepadeira lenhosa 1960 Obaton lianes ligneuses 1978 Croat lianas & herbaceous vines 1980 Little & Jones liana= woody climber or vine 1984-86 Gentry lianas & climbers 1984 Putz liana (woody vine) No presente liana (woody vine)

Definições Lianas, bejucos, cipós, trepadeiras (definição abrangente): Plantas com caules flexíveis, ascendentes, que precisam de apoio externo para permanecer eretas.

Definições Lianas, bejucos, cipós, trepadeiras (definição rigorosa): Plantas terrestres com caules flexíveis, ascendentes, que precisam de apoio externo para permanecer eretas.

Definições Liana- origem francesa, Lier, ligare= ligar = trepadeira lenhosa Cipó (bejuco) = trepadeira herbácea ou lenhosa Samentoso = ramos (da uva) alongados, delgados e flexíveis e nodosos de onde saem as folhas Escandente- do latim scandens = escalar

Definições Volúvel (enredadera) = planta de caules elongados, que se enroscam para subir em árvores Lianóide = semelhante a uma liana, mas não necessariamente terrestre, i.e., epífitas e parasitas (e.g. Araceae, Ericaceae, Marcgraviaceae)

Definições propostas Lianas = trepadeiras lenhosas com mecanismos ativos para escalada Cipó (vine) = lenhosa ou herbácea com mecanismos ativos para escalada (termo geral) Trepadeiras (climber) = qualquer tipo de planta escaladora (termo mais geral) Escandentes = apoiantes sem mecanismos ativos para escalada

Características gerais CAULES alongados, flexíveis, resistentes abundância de parênquimas no sistema axial e radial

Celtis Piper Cortes de caules mostrando abundância de tecido parenquimático Gurania Dichapetalum

N. Tamaio N. Tamaio Raios largos e altos Mikania hirsutissima (Asteraceae) Davilla lacunosa (Dilleniaceae)

Parênquima não lignificado Cissus sulcicaulis (Vitaceae) Angyalossy et al. 2011

Características gerais CAULES alongados, flexíveis, resistentes abundância de parênquimas no sistema axial e radial resultando em: crescimento rápido flexibilidade regeneração vegetativa

Cissus sp Caules que foram cortados, rebrotam reestabelecendo a conexão com o solo

Características Gerais CAULES alongados, flexíveis, resistentes abundância de parênquimas no sistema axial e radial sistema vascular extremamente eficiente

Características Gerais sistema vascular extremamente eficiente Presença de vasos no xilema Vasos de grande diâmetro (fluxo da água aumenta proporcionalmente 4 em relação ao diâmetro)

Capilaridade Lei de capilares ideais de Hagen-Poiseuille Kh = di ⁴ 128n Condução hidráulica K é proporcional à soma dos lúmens, cada qual elevado à quarta potência n= viscosidade dinâmica do fluido.

Características Gerais sistema vascular extremamente eficiente Placas de perfurações nos elementos de vaso predominantemente simples (e.g. Dilleniáceas: árvores e arbustos têm perfurações escalariformes, enquanto nas lianas as perfurações são simples)

Árvores vs lianas Machaerium (Fabaceae) Angyalossy et al. 2011

Características Gerais sistema vascular extremamente eficiente dimorfismo de vaso no xilema (vasos largos associados a vasos estreitos, conferindo eficiência e segurança na condução hídrica)

N. Tamaio Dimorfismo de vasos Serjania caracasana (Sapindaceae) Eficiência e segurança na condução de água Amphilophium crucigerum (Bignoniaceae)

Caules simples Thinouia Byttneria Omphalea Hiraea Lophostigma Congea

Características Gerais Variações cambiais: Termo proposto por Carlquist (1989 ) em oposição a crescimento secundário anômalo Podem ser derivadas da atividade diferencial de um único câmbio Derivada de múltiplos câmbios

Evolução das variações cambiais Angyalossy et al. 2005

Avicennia spp. (Acanthaceae) Frequentes em lianas Porém, não exclusivas do hábito

Variações cambiais derivadas de um único câmbio Caules assimétricos (não cilíndricos) Floema interxilemático Elementos axiais em segmentos Xilema interrompido por cunhas de floema

Caules assimétricos Encontrados em Apocynaceae, Bignoniaceae, Celastraceae s.l., Fabaceae, Lamiacaeae, Malpighiaceae, Malvaceae, Marcgraviaceae, Menispermaceae, Moraceae, Passifloraceae, Polygonaceae, Rubiaceae, Sapindaceae, Verbenaceae, Vitaceae. Schnella filipes (Fabaceae)

Coccoloba Caules assimétricos Senegalia Schnella Passiflora

Caules assimétricos Schnella Cissus

Floema interxilemático/incluso Encontrado em Acanthaceae, Loganiaceae, Malpighiaceae, Nyctaginaceae, Thymelaeaceae Strychnos sp.

Strychnos Lophostoma Dicella Pisonia Floema incluso

Elementos axiais em segmentos Encontrado em Aristolochiaceae, Asteraceae, Begoniaceae, Cucurbitaceae, Dilleniaceae, Piperaceae, Menispermaceae, Ranunculaceae, Vitaceae, Aristolochia sp

Cissus Gurania Cissampelos Hanburia

Xilema interrompido Cunhas de floema Encontrado em Apocynaceae, Asteraceae, Bignoniaceae, Boraginaceae, Celastraceae, Euphorbiaceae, Fabaceae, Malpighiaceae, Passifloraceae, Rubiaceae, Sapindaceae, Trigoniaceae M.R. Pace Fridericia triplinervia

Bignonia Dolicandra Callichlamis Fridericia Adenocalymma BIGNONIACEAE

Mascagnia Niedenzuella Diplopterys Heteropterys MALPIGHIACEAE

Perymeniopsis Passiflora Trigonia Paullinia

Schnella kunthiana Tontelea fulginea Tournefortia Combretum

Variações cambiais derivadas de múltiplos câmbios Câmbios sucessivos Estrutura caulinar em cabo (caule composto) Xilema dividido Xilema disperso Cilindros vasculares externos (neo-formações)

Caballé Câmbios sucessivos Encontrado em Amaranthaceae, Celastraceae, Convolvulaceae, Dilleniaceae, Gnetaceae, Icacinaceae, Fabaceae, Menispermaceae, Polygalaceae, Polygonaceae Doliocarpus (Dilleniaceae)

Não exclusivo de lianas Beta vulgaris (Amaranthaceae)

Anéis concêntricos de xilema/floema continuos Pedersenia Pinzona Gnetum Bredemeyera

Anéis concêntricos de xilema/floema descontinuos Moutabea Agdestis Dicranostyles Maripa

Anéis não concêntricos de xilema/floema Securidaca Anomospermum Abuta

Machaerium Rhynchosia Anéis concêntricos de xilema/floema Caules achatados

Turbina corymbosa Anéis concêntricos de xilema/floema Caules lobados

Caules compostos Paullinia pinnata Serjania caracasana

Paullinia e Serjania Caules compostos se desenvolvem a partir do corpo primário

Serjania paleata Xilema dividido

Xilema disperso Malpighiodes Mendoncia Alicia Passiflora

Neoformações Thinouia Serjania Chiococca Dalechampia Gurania

Características Gerais Raízes: profundas e eficientes, armazenamento Alstromeriaceae, Basellaceae, Convolvulaceae, Cucurbitaceae, Dioscoreaceae, Fabaceae, Malpighiaceae, Polygonaceae, Smilacaceae, Vitaceae

Raízes para armazenamento Ipomoea Cissus Stigmaphyllon

Características Gerais Mecanismos da escalada

Características Gerais Mecanismos da escalada volúvel: ramos com movimento de circunutação (dextro ou levo); monopodial (e.g., Convolvulaceae); simpodial (e.g., Omphalea); contendo fibras gelatinosas contráteis

Familias volúveis Gnetaceae Aristolochiaceae* Dioscoreaceae* Menispermaceae Amaranthaceae Dilleniaceae Phytolaccaceae Combretaceae Connaraceae Euphorbiaceae Fabaceae Malpighiaceae* Malvaceae Acanthaceae Apocynaceae* Boraginaceae Convolvulaceae* Rubiaceae Plantaginaceae Solanaceae Verbenaceae Asteraceae Stigmaphyllon (Malpighiaceae) * Predominantemente volúveis

Monopodiais Simpodiais Dicranostyles Abuta

Pleurisanthes

Características Gerais Mecanismos da escalada volúvel gavinhas (zarcillos): derivadas de vários órgãos: folhas (Asteraceae: Mutisia), folíolos (Bignoniaceae), gemas (axilares e.g., Cucurbitaceae; opostos às folhas e.g., Vitaceae), inflorescência (e.g., Sapindaceae), bainha foliar (e.g., Smilacaceae)

Famílias com gavinhas Gouania sp. Asteraceae foliar Bignoniaceae foliar Cucurbitaceae gema Fabaceae gema, foliar Loganiaceae gema Polemoniaceae foliar Polygonaceae infl Passifloraceae gema Rhamnaceae gema Sapindaceae infl Smilacaceae bainha Vitaceae gema

Mutisia spinosa Foliar

Folíolos Bignoniaceae Entada polystachya (Fabaceae)

Entada polystachya (com estruturas transicionais)

Gemas Schnella Ampelocissus

Inflorescências Paullinia pinnata Antigonon leptopus

Smilax Bainha foliar

Características Gerais Caules Raízes Mecanismos da escalada volúvel gavinhas raízes aéreas (grampiformes)

Famílias com raízes grampiformes Araceae Begoniaceae Cactaceae Cyclanthaceae Gesneriaceae Marcgraviaceae Melastomataceae Orchidaceae Piperaceae Polypodiaceae Rubiaceae Schlegeliaceae Solanaceae Piper sp

Raízes grampiformes Schlegelia sp Columnea sp

Raízes grampiformes Piper Vanilla

Características Gerais Mecanismos da escalada volúvel gavinhas raízes aéreas (grampiformes) ramos preensores

Famílias com ramos preensores Celastraceae Connaraceae Fabaceae Menispermaceae Polygalaceae Thymelaeaceae Hippocratea volubilis

Dalbergia monetaria

Características Gerais Caules Raízes Mecanismos da escalada volúvel gavinhas raízes aéreas (grampiformes) ramos preensores folhas preensoras

Famílias com folhas preensoras Asteraceae Bignoniaceae Caprifoliaceae Plantaginaceae Ranunculaceae Solanaceae Tropaeolaceae Hidalgoa ternata

Folhas preensoras @ M. Pace Perianthomega vellozoi Clematis sp

Características Gerais Caules Raízes Mecanismos da escalada volúvel gavinhas raízes aéreas (grampiformes) ramos preensores folhas preensoras escandentes (acúleos, espinhos, ganchos, superficie escabrosa)

Famílias escandentes Acanthaceae Adoxaceae Amaranthaceae Annonaceae Apocynaceae Asteraceae* Bignoniaceae Boraginaceae Cactaceae Calophyllaceae Campanulaceae Cannabaceae Capparaceae Caricaceae Celastraceae Clusiaceae Combretaceae Coriariaceae Cyperaceae Dilleniaceae Ericaceae Euphorbiaceae Fabaceae Lamiaceae Melastomataceae Monimiaceae Nyctaginaceae Poaceae* Polygalaceae Rubiaceae Verbenaceae Violaceae Perymeniopsis ovalifolium * Predominantemente escandentes

Desmoncus sp. Escandentes

Escandentes Annona mammifera Celtis iguanaea

Ganchos Arecaceae Fabaceae Hernandiaceae Rubiaceae* Thymelaeaceae Desmoncus sp.

Uncaria guianensis Ganchos

Senegalia altiscandens Ganchos

Acúleos Rubus sp Arecaceae, Dioscoreaceae, Fabaceae, Loganiaceae, Malvaceae, Polygalaceae, Rosaceae, Rutaceae, Sapindaceae, Solanaceae, Vitaceae

Mecanismos de escalada em trepadeiras neotropicais 4 11 % das familias 11 23 51 Preeensores raíz voluvel gavinhas escandente

Schnitzer Lacunas nos estudos das lianas se deve a dificuldade de coleta

Ao contrário das árvores que crescem eretas, as lianas crescem espalhadas na floresta dificultando o estudo delas

Os primeiros diagramas de florestas tropicais não incluem lianas Richards, 1952

Os diagramas tropicais modernos da floresta incluem lianas - Villagra e Neto, 2015

1850-59 1860-69 1870-79 1880-89 1890-99 1900-09 1910-19 1920-29 1930-39 1940-49 1950-59 1960-69 1970-79 1980-89 1990-99 2000-09 # publicacçoes Estudos com lianas 140 120 100 80 60 40 totalidade florística 20 0

1991 2015 2003 2004

2015 2017

Ecología, distribuição e abundância de lianas

Densidade de trepadeiras > 2.5 cm diam. en 0.1 ha Hemisfério norte América do Norte 5 Europa 2 Hemisfério sul _ Bosque Valdiviano (Chile) 30 _ Ilhas neotropicais 18 _ Neotrópico continental 70 _ Austrália 70 _ África continental 106 _ Madagascar 122

Schnitzer & Bongers 2002

Schnitzer, S.A. 2005. A mechanistic explanation for global patterns of liana abundance and distribution. The American Naturalist 166: 262-276. a abundância e área basal de lianas diminui conforme a precipitação aumenta capaz de adquirir água en áreas profundas do solo abundantes em áreas perturbadas (clareiras, capoeiras, orla da mata) abundância diminui em zonas temperadas (embolismo, drenagem dos vasos)

Crescimento das lianas vs. árvores Schnider, 2005

Aspectos econômicos Usos de lianas numerosos produtos químicos, farmacéuticos, timbós. produtos de consumo (vinho, frutas e.g., Passiflora, Cucurbitaceae; estimulantes (Paullinia) fibras, materiais de construção (Aráceas, ratán, etc.)

Aspectos econômicos Efeitos perniciosos das Lianas Parasitas estruturais Deformam e retardam o crescimento das árvores Plantas ruderais mais indesejáveis (rápido crescimento, sufocam os cultivos)

Distribuição taxonômica Samambaias com sementes (extintos) Progimnospermas (extintos) Pteridófitas (samambaias e licófitas) Gimnospermas (Gnetum) Angiospermas Magnoliídeas Eudicotiledôneas * Monocotiledôneas*

Registros mais antigos das trepadeiras Burnham, 2009. 1175 registros de espécies do Paleozóico ao Quaternário 50% samambaias com sementes no Paleozoico (350-250 MY) ca. 50% Angiospermas (Mesozoico (Cretáceo superior) + Cenozoico (80-2 MY)

Krings, et al. 2003

Lianas e trepadeiras no Neotrópico Famílias: 227/119 Gêneros: 5000?/977 Espécies: 90,000-125,000?/10,960 Dados de Antonelli & Sanmartín 2011 Flora total lianas

APG-IV Ordens onde ocorrem lianas

APG-IV 71% * * Ordens onde ocorrem lianas

Trepadeiras no neotrópico (10,600 spp/ 984 gen) Apocynaceae 1.336 98 Asteraceae 850 98 Fabaceae 850 64 Malpighiaceae 600 33 Sapindaceae 500 5 Convolvulaceae 475 20 Passifloraceae 483 4 Araceae 420 7 Bignoniaceae 390 21 Cucurbitaceae 362 55 Dioscoreaceae 300 1 Rubiaceae 281 39 Euphorbiaceae 197 12 Aristolochiaceae 195 1 Menispermaceae 193 17 Marcgraviaceae 160 7 Ericaceae 118 16

Gêneros mais diversos Passiflora 475 spp Mikania 333 spp Dioscorea 300 spp Ipomoea 268 spp Serjania 250 spp Philodendron 228 spp Paullinia 218 spp Matelea 210 spp Aristolochia 195 spp Heteropterys 131 spp Mandevilla 119 spp Pentacalia 113 spp Smilax 112 spp Solanum 111 spp Stigmaphyllon 99 spp Bomarea 95 spp Anthurium 95 spp

Passiflora 475 spp

Mikania 333 spp

Dioscorea 300 spp

Ipomoea 268 spp

Serjania 250 spp

Philodendron 228 spp

Paullinia 219 spp

http://botany.si.edu/lianas/index.html