ESPAÇAMENTOS DE PLANTIO NO RENDIMENTO DE ÓLEO ESSENCIAL E CRESCIMENTO DE MANJERICÃO

Documentos relacionados
DENSIDADE DE PLANTAS E ALTURA DE CORTE INFLUENCIANDO A PRODUÇÃO DE MANJERICÃO EM VASOS

CRESCIMENTO DE MANJERICÃO EM DIFERENTES POPULAÇÕES DE PLANTAS

Adubação foliar no desenvolvimento e produção de óleo essencial de manjericão

17 EFEITO DA APLICAÇÃO DE MICRONUTRIENTES NA

Acúmulo e exportação de nutrientes em cenoura

16 EFEITO DA APLICAÇÃO DO FERTILIZANTE FARTURE

INFLUÊNCIA DA COBERTURA MORTA NA PRODUÇÃO DA ALFACE VERÔNICA RESUMO

Respostas produtivas de rúcula em função do espaçamento e tipo de muda produzida em bandejas contendo duas ou quatro plântulas por célula

18 PRODUTIVIDADE DA SOJA EM FUNÇÃO DA

15 AVALIAÇÃO DOS PRODUTOS SEED E CROP+ EM

13 AVALIAÇÃO DE PROGRAMAS DE NUTRIÇÃO VIA

DESENVOLVIMENTO DE MUDAS DE TOMATE EM SUBSTRATO CONTENDO TORTA DE MAMONA

Produção de Mudas de Melancia em Bandejas sob Diferentes Substratos.

Causas de GL IVE TMG PGER IVE TMG PGER

Crescimento do manjericão sob efeitos de diferentes doses de cama de aviário

BOLETIM TÉCNICO nº 19/2017

Anais do Seminário de Bolsistas de Pós-Graduação da Embrapa Amazônia Ocidental

11 EFEITO DA APLICAÇÃO DE FONTES DE POTÁSSIO NO

BOLETIM TÉCNICO SAFRA 2014/15

APLICAÇÃO DE SULFATO DE AMÔNIO COMO FONTE DE NITROGÊNIO NA CULTURA DA ALFACE

Palavras Chaves: Comprimento radicular, pendimethalin, 2,4-D

Rendimento das cultivares de cenoura Alvorada e Nantes Forto cultivadas sob diferentes espaçamentos

ADENSAMENTO DE MAMONEIRA EM CONDIÇÕES DE SEQUEIRO EM MISSÃO VELHA, CE

CARACTERÍSTICAS AGRONÔMICAS DE VARIEDADES E HÍBRIDOS DE SORGO FORRAGEIRO NO OESTE DA BAHIA

Influência da época, do horário de colheita e da secagem de folhas no teor e rendimento de óleo essencial de capim citronela.

EFEITOS DA FERTILIZAÇÃO COM NITROGÊNIO E POTÁSSIO FOLIAR NO DESENVOLVIMENTO DO FEIJOEIRO NO MUNICÍPIO DE INCONFIDENTES- MG.

ADUBAÇÃO NPK DO ALGODOEIRO ADENSADO DE SAFRINHA NO CERRADO DE GOIÁS *1 INTRODUÇÃO

Tipos de Bandejas e Número de Sementes por Célula Sobre o Desenvolvimento e Produtividade de Rúcula.

Enriquecimento de substrato com adubação NPK para produção de mudas de tomate

EFEITO DE ADUBAÇÃO NITROGENADA EM MILHO SAFRINHA CULTIVADO EM ESPAÇAMENTO REDUZIDO, EM DOURADOS, MS

ATRIBUTOS QUÍMICOS DO SOLO E RENDIMENTO DE GRÃOS DE MILHO SOB DO CULTIVO CONSORCIADO COM ADUBOS VERDES. Reges HEINRICHS. Godofredo César VITTI

AVALIAÇÃO DO ARRANJO DE PLANTAS DE GIRASSOL

APLICAÇÃO DE DOSES DE MOLIBDÊNIO EM MUDAS DE REPOLHO (Brassica oleracea L. var. capitata)

Doses de potássio na produção de sementes de alface.

PRODUÇÃO DE FORRAGEM DA Moringa oleifera Lam. CULTIVADA EM DIFERENTES ESPAÇAMENTOS

CARACTERÍSTICAS BIOMÉTRICAS DE VARIEDADES DE MILHO PARA SILAGEM EM SISTEMA DE PRODUÇÃO ORGÂNICA NO SUL DE MG

AVALIAÇÃO DA PRODUTIVIDADE DE MILHOS HÍBRIDOS CONSORCIADOS COM Brachiaria brizantha cv. MARANDÚ

CRESCIMENTO DA MELANCIA EM DIFERENTES ESPAÇAMENTOS NOS CARACTERES COMPRIMENTO DA PLANTA E DIÂMETRO DO CAULE

Desempenho agronômico de cultivares comerciais de coentro em cultivo solteiro sob condições de temperatura elevada.

Comportamento de genótipos de cebola no Submédio do vale São Francisco.

CULTIVO DE MANJERICAO VERDE EM FIBRA DE COCO FERTIIRRIGADO EM SOLUÇÃO NUTRITIVA

Rendimento e qualidade do melão em diferentes espaçamentos de plantio.

Vegetal, Via de Acesso Prof. Paulo Donato Castellane s/n, , Jaboticabal-SP. RESUMO

¹Universidade Federal do Ceará - Depto. de Fitotecnia - C.P. 6012, CEP , Fortaleza-CE.

RESUMO. ABSTRACT Effect of lettuce seedlings type arranged in differents plants density on lettuce crop

Avaliação de Doses e Fontes de Nitrogênio e Enxofre em Cobertura na Cultura do Milho em Plantio Direto

Arranjo espacial de plantas em diferentes cultivares de milho

COMPRIMENTO DE PLANTA E AREA FOLIAR NO CRECIMENTO DA MELANCIA EM DIFERENTES ESPAÇAMENTO

Palavras-chave: Composto Orgânico. Agricultura Orgânica. Olericultura. Biometria.

Influência do Tempo de Hidrodestilação na Extração do Óleo Essencial de Capim Citronela, Capim Limão, Cipó Mil Momens e Eucalipto.

TEOR DE ÓLEO E RENDIMENTO DE MAMONA BRS NORDESTINA EM SISTEMA DE OTIMIZAÇÃO DA PRODUÇÃO

Avaliação da Geração S 2 do Acesso NSL 6421 de Manjericão.

AVALIAÇÃO DA RESISTÊNCIA À PENETRAÇÃO EM SOLO COM MULCHING DE DIFERENTES CORES E LARGURAS

Avaliação da produtividade de genótipos de melão nas condições do Submédio do Vale do São Francisco

PERÍODO CRÍTICO DE COMPETIÇÃO DAS PLANTAS DANINHAS NA BRS ENERGIA EM DUAS DENSIDADES DE PLANTIO

Desenvolvimento e Produção de Sementes de Feijão Adzuki em Função da Adubação Química

Enriquecimento de substrato com adubação NPK para produção de mudas de alface

VIABILIDADE TÉCNICA E ECONÔMICA DO CULTIVO DO TOMATEIRO IRRIGADO *

BOLETIM TÉCNICO SAFRA 2014/15

Qualidade de mudas de melão produzidas com diferentes substratos.

Caracterização de Acessos de Manjericão e Cana-do-brejo, em Sergipe

CRESCIMENTO VEGETAL E DE PRODUÇÃO DE MELANCIA EM FUNÇÃO DE DIFERENTES ESPAÇAMENTOS

BOLETIM TÉCNICO 2015/16

Uso de fertilizante na semente do trigo

RESUMO. Palavras-Chaves: Daucus carota, Lactuca sativa, eficiência agronômica.

INFLUÊNCIA DA ADUBAÇÃO ORGÂNICA E MATERIAL HÚMICO SOBRE A PRODUÇÃO DE ALFACE AMERICANA

PRODUTIVIDADE DE MILHO SAFRINHA EM AMBIENTES E POPULAÇÕES DE BRAQUIÁRIAS

AVALIAÇÃO DE CULTIVARES DE ALFACE EM GARÇA S.P

BOLETIM TÉCNICO 2015/16

Efeito da época de colheita na produção de fitomassa e rendimento de óleo essencial de alecrim-pimenta (Lippia sidoides Cham.)

PARCELAMENTO DA COBERTURA COM NITROGÊNIO PARA cv. DELTAOPAL E IAC 24 NA REGIÃO DE SELVÍRIA-MS

AVALIAÇÃO DO FEIJOEIRO SOB TRÊS DENSIDADES DE SEMEADURA

PRODUTIVIDADE AGRÍCOLA DO MILHO HÍBRIDO AG7088 VT PRO3 CULTIVADO SOB DIFERENTES DOSES DE NITROGÊNIO

TEORES DE AMIDO EM GENÓTIPOS DE BATATA-DOCE EM FUNÇÃO DA ADUBAÇÃO POTÁSSICA

I SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA DA EMBRAPA ACRE

CULTIVARES DE ALHO COMUM PARA SISTEMAS ORGÂNICOS DE PRODUÇÃO NAS CONDIÇÕES DO CERRADO

Rendimento de Biomassa de Capítulos Florais de Jambu em Função de Diferentes Espaçamentos e Adubação Orgânica.

USO DE FONTES MINERAIS NITROGENADAS PARA O CULTIVO DO MILHO

PRODUTIVIDADE DAS CULTIVARES PERNAMBUCANA, BRS PARAGUAÇU E BRS NORDESTINA EM SENHOR DO BONFIM-BA

DESEMPENHO DE HÍBRIDOS DE BRÓCOLIS DE CABEÇA ÚNICA EM FUNÇÃO DE DENSIDADE E ARRANJO ESPACIAL

BOLETIM TÉCNICO SAFRA 2014/15

431 - AVALIAÇÃO DE VARIEDADES DE MILHO EM DIFERENTES DENSIDADES DE PLANTIO EM SISTEMA ORGÂNICO DE PRODUÇÃO

Resposta de Cultivares de Milho a Variação de Espaçamento Entrelinhas.

Gessi Ceccon, Giovani Rossi, Marianne Sales Abrão, (3) (4) Rodrigo Neuhaus e Oscar Pereira Colman

VARIAÇÃO NO ARMAZENAMENTO DE ÁGUA NO SOLO DURANTE O CICLO DE DESENVOLVIMENTO DO FEIJOEIRO

08 POTENCIAL PRODUTIVO DE CULTIVARES DE SOJA

BOLETIM TÉCNICO SAFRA 2014/15

Av. Ademar Diógenes, BR 135 Centro Empresarial Arine 2ºAndar Bom Jesus PI Brasil (89)

Influência de doses de fósforo e de nitrogênio na produção de abobóra híbrida, tipo tetsukabuto, na região norte de Minas Gerais

DOSES DE SULFATO DE AMÔNIO APLICADAS EM COBERTURA E SEUS REFLEXOS NA PRODUTIVIDADE DO MILHO HÍBRIDO TRANSGÊNICO 2B587PW SEMEADO NA 2ª SAFRA

CONSORCIO DE MILHO COM BRACHIARIA BRINZANTHA

CRESCIMENTO DA CULTURA DO PINHÃO MANSO EM DIFERENTES DENSIDADES DE PLANTAS.

DESEMPENHO DE CULTIVARES DE MINI ALFACE CRESPA QUANTO À COBERTURA DO SOLO E ESPAÇAMENTO, EM TRÊS ÉPOCAS DE SEMEADURA

Desempenho do pepino holandês Dina, em diferentes densidades de plantio e sistemas de condução, em ambiente protegido.

RENDIMENTO DE FEIJÃO CULTIVADO COM DIFERENTES FONTES DE ADUBOS VERDES NA PRESENÇA E AUSÊNCIA DE COBERTURA NITROGENADA.

Resposta da Cultura do Milho Cultivado no Verão a Diferentes Quantidades de Calcário e Modos de Incorporação

MILHO SAFRINHA CONSORCIADO COM BRAQUIÁRIAS EM ESPAÇAMENTO NORMAL E REDUZIDO

INFLUÊNCIA DE DIFERENTES COMPRIMENTOS DE ONDA DE LUZ NO CRESCIMENTO E ANÁLISE DO ÓLEO ESSENCIAL DE TRÊS POACEAE RESUMO

Fontes e Parcelamento de Nitrogênio na Produtividade da Alface.

III SIGRA Simpósio sobre Gramados 21 a 23 de Março de 2006

Transcrição:

ESPAÇAMENTOS DE PLANTIO NO RENDIMENTO DE ÓLEO ESSENCIAL E CRESCIMENTO DE MANJERICÃO Luiz Henrique Tutida Yokota 1, Jose Roberto Pinto de Souza 2 1 Doutorando em Agronomia na Universidade Estadual de Londrina (PR). E-mail: luiztutida@gmail.com 2 Professor Doutor do Departamento de Agronomia na Universidade Estadual de Londrina (PR). RESUMO: O manjericão produz óleo essencial valorizado no mercado internacional, sendo o Brasil um dos maiores produtores mundiais. O espaçamento é um dos fatores que mais influenciam o crescimento e o rendimento final de cultivo. O objetivo do trabalho foi avaliar espaçamentos entre plantas e entre linhas no rendimento de óleo essencial e crescimento de manjericão. O experimento foi realizado em Londrina-PR, no período de fevereiro a maio de 2011, em delineamento experimental de blocos casualizados com três tratamentos e 10 repetições. Os espaçamentos entre plantas e entre linhas utilizados foram de 0,20 x 0,20 m, 0,30 x 0,30 m e 0,40 x 0,40 m. O corte ocorreu no início do florescimento, a altura do oitavo nó, aos 40 dias após o transplantio. As variáveis avaliadas foram: a altura da planta, área foliar, massa seca da parte aérea, produtividade de massa seca da parte aérea e rendimento de óleo essencial. Nas condições em que o experimento foi conduzido, o adensamento de plantas foi capaz de promover maior altura das plantas, produtividade de massa seca da parte aérea e rendimento de óleo essencial de manjericão. Palavras-chave: Ocimum basilicum L. Biomassa. Competição intraespecífica. PLANTING SPACES IN ESSENTIAL OIL YIELD AND BASIL GROWTH ABSTRACT: The basil produces essential oil valued in the international market, Brazil being one of the largest producers in the world. Spacing is one of the factors that most influence growth and final crop yield. The objective was to evaluate spacing between plants and between rows in essential oil yield and basil growth. The experiment was conducted in Londrina-PR, from February to May 2011, in a randomized block design with three treatments and 10 replications. The spacing between plants and between rows used were 0.20 x 0.20 m, 0.30 x 0.30 m and 0.40 x 0.40 m. The cut occurred at flowering, at the height of the eighth node, 40 days after transplanting. The evaluated variables were: plant height, leaf area, shoot dry mass, dry shoot mass yield and essential oil yield. Under the conditions under which the experiment was conducted, plant densification was able to promote higher plant height, dry shoot mass yield and basil essential oil yield. Key words: Ocimum basilicum L. Biomass. Intraspecific competition. 514

INTRODUÇÃO O manjericão (Ocimum basilicum L.), pertencente à família Lamiaceae, é um subarbusto aromático, ereto, muito ramificado, de folhas simples e flores brancas que foi introduzido no Brasil pela colônia italiana (LORENZI; MATOS, 2008). É cultivado por pequenos produtores para a comercialização das folhas (SILVA et al., 2012). A espécie produz óleo essencial valorizado no mercado internacional com alta concentração de linalol, sendo utilizado nas indústrias de condimentos e cosméticos (CARVALHO FILHO et al., 2006). O Brasil é um dos maiores produtores mundiais de óleo essencial, porém enfrenta problemas como os baixos investimentos do governo no setor e a falta de manutenção no padrão de qualidade dos óleos (BIZZO et al., 2009). Diante dessas adversidades, é importante avaliar o desempenho de plantas condimentares perante práticas agronômicas como o espaçamento. O espaçamento é um dos fatores que mais influenciam o crescimento e o rendimento final de cultivo por modificar a capacidade fotossintética das plantas, além de contribuir de forma positiva ou negativa na competição entre a cultura e plantas invasoras por água, nutrientes e radiação (MONTEIRO et al., 2011). Assim, o objetivo do trabalho foi avaliar os espaçamentos entre plantas e entre linhas no rendimento de óleo essencial e crescimento de manjericão. MATERIAL E MÉTODOS O experimento foi realizado em Londrina-PR (23 23 S e 51 11 W; 566 m de altitude), no período de fevereiro/2011 a maio/2011. O clima é Cfa, segundo a classificação de Köppen e a precipitação média anual é de 1615 mm. O solo da área experimental é classificado como Latossolo Vermelho Distroférrico (EMBRAPA, 2013) e apresentou a seguinte análise química na camada de 0 0,20 m (Tabela 1): Tabela 1. Caracterização química do solo da área experimental para o cultivo de manjericão. ph P disponível Ca +2 Mg +2 K + CTC V Efetiva CaCl2 (mg.dm -3 ) (cmolc.dm -3 ) (%) 5,54 28,75 8,55 2,61 0,52 11,68 75,32 A produção das mudas de manjericão, cultivar Basilicão, ocorreu em estufa coberta com malha termo refletora Aluminet Externa para retenção de 50% do fluxo de radiação solar. A semeadura foi efetuada em tubetes de 50 cm 3 que foram preenchidos com mistura contendo 25% de casca de arroz carbonizada e 75% de vermicomposto. Estes recipientes foram sustentados por bandejas com capacidade para 176 tubetes e ficaram suspensas em 515

estrutura metálica a 1,0 m do solo. O desbaste foi realizado após a formação do 2 par de folhas, deixando uma plântula por célula. O preparo da área experimental ocorreu com enxada rotativa. Não foi necessário realizar adubações no solo (Tabela 1). O controle de formigas do gênero Acromyrmex (quenquém) foi efetuado antes da instalação das plântulas, com formicidas à base de fipronil. As mudas de manjericão foram transplantadas à campo 45 dias após a semeadura, conforme o arranjo de cada tratamento. As irrigações eram realizadas diariamente nas primeiras horas da manhã com aspersores. O controle de plantas daninhas foi efetuado através de capinas manuais. O delineamento experimental empregado foi o de blocos casualizados com três tratamentos e 10 repetições. Os espaçamentos entre plantas e entre linhas utilizados foram de 0,20 x 0,20 m, 0,30 x 0,30 m e 0,40 x 0,40 m. Cada parcela foi composta por seis linhas de plantio, sendo que a área útil amostrada foi representada pelas quatro linhas centrais. A colheita foi realizada cortando-se a parte aérea das plantas, no início do florescimento, a altura do oitavo nó aos 40 dias após o transplantio (DAT). As variáveis avaliadas foram: a altura da planta, área foliar, massa seca da parte aérea, produtividade de massa seca da parte aérea e rendimento de óleo essencial. A altura foi obtida com o auxílio de régua milimetrada, medida a partir da base até o ápice da planta. A área foliar foi determinada por régua medindo o maior comprimento versus a maior largura da folha. As plantas coletadas foram acondicionadas em sacos de papel identificados e colocados em estufa com circulação forçada de ar a 40 C. Após atingirem massa constante por pesagem em balança de precisão foram obtidas a massa seca da parte aérea e a produtividade de massa seca da parte aérea. O óleo essencial de manjericão foi obtido através do método de arraste a vapor (KOKETSU; GONÇALVES, 1991). Para a extração do óleo essencial foram utilizadas amostras de 100 gramas de folhas secas/parcela e colocadas no Mini Destilador D1 da LINAX. Cada extração foi realizada por um período de 90 minutos. Ao final, foi calculado o rendimento de óleo essencial em L ha -1. Os dados coletados foram submetidos à análise de variância e a comparação entre as médias foi efetuada pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. Foi utilizado o programa Sisvar versão 5.3 para as análises estatísticas (FERREIRA, 2011). RESULTADOS E DISCUSSÃO A altura das plantas foi influenciada pelos diferentes espaçamentos, sendo que os tratamentos de 0,20 x 0,20 m e 0,30 x 0,30 m proporcionaram as plantas mais altas (Tabela 2). Blank et al. (2007) verificaram também que a densidade de plantio influenciou a altura das plantas de Cymbopogon citratus. Yokota et al. (2015) observaram, aos 40 DAT, altura das plantas de 57,65 cm após utilizarem espaçamento entre plantas de 30 cm e entre linhas 516

de 30 cm. De acordo com Monteiro et al. (2011), a maior altura das plantas em menores espaçamentos de plantio pode estar associado à competição por luz. Tabela 2. Altura das plantas de manjericão sob diferentes espaçamentos entre plantas e entre linhas. Espaçamentos (m) Altura (cm) 0,20 x 0,20 54,88 a* 0,30 x 0,30 55,03 a 0,40 x 0,40 47,55 b C.V. (%) 3,79 *Médias seguidas da mesma letra minúscula na coluna não diferem estatisticamente pelo teste de Tukey (p<0,05%). A área foliar não foi influenciada pelos espaçamentos entre plantas e entre linhas (Tabela 3). De acordo com Dechen e Nachtigall (2007), a disponibilidade de nutrientes como o nitrogênio é capaz de promover o crescimento das folhas, logo, o adensamento das plantas de manjericão não promoveu competição por nutrientes. Em relação a massa seca da parte aérea foram verificados resultados semelhantes aos da área foliar (Tabela 3). A massa seca de um cultivo é obtida da transformação da energia solar em energia química, sendo que a interceptação da luz do sol é realizada, principalmente, pelas folhas das plantas, aumentando ou diminuindo segundo a área foliar (SHIBLES; WEBER, 1966). Tabela 3. Área foliar e massa seca da parte aérea de plantas de manjericão sob diferentes espaçamentos entre plantas e entre linhas. Espaçamentos (m) Área foliar (cm²) Massa seca da parte aérea (g/planta) 0,20 x 0,20 30,70 a* 4,85 a 0,30 x 0,30 30,53 a 7,97 a 0,40 x 0,40 30,42 a 6,24 a C.V. (%) 3,53 25,55 *Médias seguidas da mesma letra minúscula na coluna não diferem estatisticamente pelo teste de Tukey (p<0,05%). Em relação à produtividade de massa seca da parte aérea foram verificados acréscimos significativos quando as plantas de manjericão foram submetidas aos arranjos de 0,20 x 0,20 m e 0,30 x 0,30 m (Tabela 4). Segundo Favorito et al. (2011), mesmo que ocorra maior pressão de competição, o maior número de plantas por área gera um acúmulo favorável à produtividade. Marco et al. (2006), após avaliarem os efeitos do espaçamento, épocas e alturas de corte no capim citronela, constataram que o plantio mais adensado proporcionou maiores ganhos de biomassa para a cultura. O aumento da densidade de plantio proporcionou maior rendimento de óleo essencial (Tabela 4). Os espaçamentos de 0,20 x 0,20 m e 0,30 x 0,30 m geraram acréscimo de 148,54% e 126,90%, respectivamente, em relação às plantas sob 0,40 x 0,40 m. Marco et al. (2007), ao trabalharem com plantas de Cymbopogon winterianum Jowitt, observaram maior 517

produção de óleo essencial em menor espaçamento e maior altura de corte. Melo et al. (2011) verificaram que os menores espaçamentos apresentaram produções de óleo essencial estatisticamente superiores em plantas de alecrim-pimenta. Tabela 4. Produtividade de massa seca da parte aérea e rendimento de óleo essencial de plantas de manjericão sob diferentes espaçamentos entre plantas e entre linhas. Espaçamentos (m) Produtividade de massa seca da parte aérea (kg.ha -1 ) Rendimento de óleo essencial (L.ha -1 ) 0,20 x 0,20 1212,93 a* 4,25 a 0,30 x 0,30 1108,06 a 3,88 a 0,40 x 0,40 488,90 b 1,71 b C.V. (%) 8,31 8,26 *Médias seguidas da mesma letra minúscula na coluna não diferem estatisticamente pelo teste de Tukey (p<0,05%). Os resultados obtidos mostraram que o adensamento de plantas pode contribuir para aumentos na produção de manjericão. Os espaçamentos de 0,20 x 0,20 m e 0,30 x 0,30 m foram estatisticamente iguais nas variáveis produtividade de massa seca da parte aérea e rendimento de óleo essencial (Tabela 4). Assim, em cultivos comerciais, a utilização de 0,30 x 0,30 m pode repercutir em maior economia (mudas) e renda para o produtor rural. CONCLUSÃO O menor espaçamento entre plantas proporcionou maior produtividade de massa seca da parte aérea e rendimento de óleo essencial das plantas de manjericão. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BIZZO, H. R.; HOVELL, A. M. C.; REZENDE, C. M. Óleos essenciais no Brasil: aspectos gerais, desenvolvimento e perspectivas. Química Nova, São Paulo, v. 32, n. 3, p.588-594, 2009. BLANK, A. F.; ARRIGONI-BLANK, M. F.; AMANCIO, V. F.; MENDONÇA, M. C.; SANTANA FILHO, L. G. M. Densidades de plantio e doses de biofertilizante na produção de capim-limão. Horticultura Brasileira, Brasília, v. 25, n. 3, p.343-349, 2007. CARVALHO FILHO, J. L. S.; BLANK, A. F.; ALVES, P. B.; EHLERT, P. A. D.; MELO, A. S.; CAVALCANTI, S. C. H.; ARRIGONI-BLANK, M. F.; SILVA-MANN, R. Influence of the harvesting time, temperature and drying period on basil (Ocimum basilicum L.) essential oil. Revista Brasileira de Farmacognosia, Curitiba, v. 16, n. 1, p.24-30, 2006. DECHEN, A. R.; NACHTIGALL, G. R. Elementos requeridos à nutrição de plantas. In: NOVAIS, R. F.; V, V. H. A.; BARROS, N. F.; FONTES, R. L.; CANTARUTTI, R. B.; NEVES, J. C. L. Fertilidade do solo. Viçosa: Sociedade Brasileira de Ciência do Solo, 2007. cap. 3, p.91-132. 518

EMBRAPA Sistema Brasileiro de Classificação de Solos. 3. ed. Brasília: EMBRAPA, 2013. 353 p. FAVORITO, P. A.; ECHER, M. M.; OFFEMANN, L. C.; SCHLINDWEIN, M. D.; COLOMBARE; L. F.; SCHINEIDER, R. P.; HACHMANN, T. L. Características produtivas do manjericão (Ocimum basilicum L.) em função do espaçamento entre plantas e entre linhas. Revista Brasileira de Plantas Medicinais, Botucatu, v. 13, especial, p.582-586, 2011. FERREIRA, D. F. Sisvar: a computer statistical analysis system. Ciência e Agrotecnologia, Lavras, v. 35, n. 6, p.1039-1042, 2011. KOKETSU, M.; GONÇALVES, S. L. Óleos essenciais e sua extração por arraste a vapor. Rio de Janeiro: EMBRAPA-CTAA, 1991. 24 p. LORENZI, H.; MATOS, F. J. A. Plantas medicinais no Brasil: nativas e exóticas. 2. ed. São Paulo: NOVA ODESSA, 2008. 544 p. MARCO, C. A.; INNECCO, R.; MATTOS, S. H.; BORGES, N.S.S.; MEDEIROS FILHO, S. Influência de espaçamento, altura e época de corte no rendimento da biomassa e óleo essencial na cultura de capim citronela (Cymbopogon winterianus Jowitt.). Revista Ciência Agronômica, Fortaleza, v. 37, n. 1, p.32-36, 2006. MARCO, C. A.; INNECCO, R.; MATTOS, S. H.; BORGES, N. S. S.; NAGAO, E. O. Características do óleo essencial de capim-citronela em função de espaçamento, altura e época de corte. Horticultura Brasileira, Brasília, v. 25, n. 3, p.429-432, 2007. MELO, M. T. P.; CARVALHO JÚNIOR, W. G. O.; SOUZA, M. F.; FIGUEIREDO, L. S.; MARTINS, E. R. Produção de fitomassa e teor de óleo essencial de folhas de alecrimpimenta (Lippia sidoides Cham.) em diferentes espaçamentos de plantio. Revista Brasileira de Plantas Medicinais, Botucatu, v. 13, n. 2, p.230-234, 2011. MONTEIRO, R.; DESCHAMPS, C.; BIASI, L. A.; BIZZO, H. Desenvolvimento vegetativo de Mentha campestris Schur e produção de mentol em diferentes espaçamentos de plantio e épocas de colheita. Revista Brasileira de Plantas Medicinais, Botucatu, v. 13, n. 4, p.401-407, 2011. SHIBLES, R. M.; WEBER, C. R. Interception of solar radiation and dry matter production by various soybeam planting patterns. Crop Science, Madison, v. 6, n. 1, p.55-59, 1966. SILVA, I. M.; GUSMÃO, S. A. L.; BARROS, A. C. A.; GOMES, R. F.; SILVA, J. P.; PEREIRA, J. K. B. Enraizamento de manjericão em diferentes substratos e doses de cinzas. Revista Brasileira de Plantas Medicinais, Botucatu, v. 14, especial, p.188-191, 2012. YOKOTA, L. H. T.; IOSSAQUI, C. G.; HOSHINO, E. A.; SOUZA, J. R. P. Adubação foliar no desenvolvimento e produção de óleo essencial de manjericão. Revista Brasileira de Plantas Medicinais, Campinas, v. 17, n. 4, supl. II, p. 975-979, 2015. 519