Dente Gerber. J. Schlaich e K. Schaefer



Documentos relacionados
Elementos estruturais que se projetam de pilares ou paredes para servir de apoio para outras partes da estrutura.

Consolos Curtos Notas de aula Parte 1

CISALHAMENTO EM VIGAS CAPÍTULO 13 CISALHAMENTO EM VIGAS

Fig Exemplos de aumento de aderência decorrente de compressão transversal

Quais são os critérios adotados pelo programa para o cálculo dos blocos de fundação?

Bloco sobre estacas Bielas Tirantes. Método Biela Tirante

Facear Concreto Estrutural I


Teoria das dobras. 1. Não há estabilidade de pé, portanto resistência nula. Sem dobra.

Vigas UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO CURSO DE ENGENHARIA CIVIL. SNP38D44 Estruturas de Concreto Armado I. Flavio A. Crispim (FACET/SNP-UNEMAT)

ANCORAGEM E EMENDAS DAS BARRAS DA ARMADURA

Características do Sistema

Projetos de Fundação

DESENHO TÉCNICO. Apresentar de forma sintética, as normas e convenções usuais referente às

Vigas Altas em Alvenaria Estrutural

ANCORAGEM E EMENDAS DAS BARRAS DA ARMADURA

Vigas Pré-moldadas Protendidas de Pontes Ferroviárias com 36 metros de vão. Bernardo Zurli Barreira 1 Fernando Celso Uchôa Cavalcanti 2

( Curso Dimensionamento de Estruturas de Aço CBCA módulo 3)

Estruturas Metálicas. Módulo II. Coberturas

Capítulo 6 CAP 5 OBRAS DE TERRA - ENGª KÁRITA ALVES

UMC Cotas em desenho técnico (Módulo 2) Componentes gráficos de uma cota: Linha de cota Linha de chamada Setas de cota

Carga concentrada indireta (Apoio indireto de viga secundária)

2 Sistema de Lajes com Forma de Aço Incorporado

Material para Produção Industrial. Ensaio de Compressão. Prof.: Sidney Melo 8 Período

36ª Olimpíada Brasileira de Matemática GABARITO Segunda Fase

Cotagem de elementos

02/06/2014. Elementos Estruturais. Elementos Estruturais. Elementos Estruturais. Elementos Estruturais. Elementos Estruturais

Resolução da Questão 1 Item I Texto definitivo

CURSO TÉCNICO DE EDIFICAÇÕES. Disciplina: Projeto de Estruturas. Aula 7

ANCORAGEM E EMENDA DE ARMADURAS

Estruturas de Betão Armado II 12 Método das Escores e Tirantes

DER/PR ES-OA 05/05 OBRAS DE ARTE ESPECIAIS: FÔRMAS

AÇO PARA CONSTRUÇÃO CIVIL

Lista de exercícios sobre barras submetidas a força normal

UNIVERSIDADE PAULISTA

ÍNDICE DO LIVRO CÁLCULO E DESENHO DE CONCRETO ARMADO autoria de Roberto Magnani SUMÁRIO LAJES

Soluções Geotécnicas. Engª.. Daniele Martin Ojea Depto. Técnico Maccaferri do Brasil

Tubulão TIPOS/MODELOS. De acordo com o método de escavação os tubulões se classificam em: a céu aberto e ar comprimido.

1. Introdução. Ligações Aparafusadas Parte I

Resumidamente, vamos apresentar o que cada item influenciou no cálculo do PumaWin.

"SISTEMAS DE COTAGEM"

OTIMIZAÇÃO DE VIGAS CONSIDERANDO ESTADOS LIMITES ÚLTIMOS, DE UTILIZAÇÃO E DISPOSIÇÕES CONSTRUTIVAS

detalhamento da armadura longitudinal da viga

JUNTAS EM PISOS INDUSTRIAIS DE CONCRETO

PROCEDIMENTOS PARA EXECUÇÃO DE REVESTIMENTO INTERNO COM PROGESSO PROJETÁVEL

Potência, uma coisa mais que complicada Parte V

Neste texto, faremos o lançamento de armadura de flexão positiva inclinada, armadura de costela e estribo variável, em uma viga.

RESUMO DAS NORMAS TÉCNICAS DA ABNT

ESPECIFICAÇÃO DE SERVIÇO

DETALHAMENTO DAS ESTRUTURAS DE CONCRETO PELO MÉTODO DAS BIELAS E DOS TIRANTES

DESENHO TÉCNICO. Aula 03

PROJETO DE ESCADAS DE CONCRETO ARMADO

Desenho de máquinas. Aula 3

Tuper LAJES MISTAS NERVURADAS Mais velocidade e economia em sua obra.

Vigas Gerber com Dentes Múltiplos: Dimensionamento e Detalhamento Eduardo Thomaz 1, Luiz Carneiro 2, Rebeca Saraiva 3

Capítulo 1 APRESENTAÇÃO DO PACON Introdução

2 Materiais e Métodos

ÓTICA COM ÍNDICE DE REFRAÇÃO NEGATIVO

Cap. 7 - Fontes de Campo Magnético

AV1 - MA (b) Se o comprador preferir efetuar o pagamento à vista, qual deverá ser o valor desse pagamento único? 1 1, , , 980

1. Introdução. Ligações Viga x Coluna. capacidade de transmitir momentos

Caminhões basculantes. Design PGRT

N1Q1 Solução. a) Há várias formas de se cobrir o tabuleiro usando somente peças do tipo A; a figura mostra duas delas.

Curvas em coordenadas polares

Execução de Alvenaria - Elevação

Oficina de Manipulação e Edição de Fotografia e Imagem Digital GIMP

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

Universidade de São Paulo Departamento de Geografia FLG Climatologia I. Pressão Atmosférica

&RPSDUDomRH$QiOLVHGH5HVXOWDGRV

FUNDAÇÕES. Prof. Amison de Santana Silva

GSR-R. Tipo separado de guia linear (radial) modelo GSR-R

Elementos de Engenharia Civil 2007/2008. Enunciados dos problemas *

Miguel C. Branchtein, Delegacia Regional do Trabalho no Rio Grande do Sul

- Propriedades do aço da barra, chumbador ou elemento a ser ancorado

MATERIAIS PARA CONCRETO ARMADO

A B Emissão Inicial VTF ACF ACF UNN 16/01/14. B B Incluído item 5 VTF ACF ACF UNN 21/01/14. 0 C Aprovado Vale VTF ACF ACF UNN 30/01/14

Preparo periódico do solo arados de discos *

Código da Disciplina CCE0047 AULA

O sistema de Fachada Ventilada da Cerâmica Em termos de custo, prazo e minimização de

RANIERI P. MENESES RELATÓRIO FINAL DE PROJETO MEIOS DE TRANSMISSÃO

ÓPTICA GEOMÉTRICA. Lista de Problemas

PUNÇÃO EM LAJES DE CONCRETO ARMADO

Lajes. Marcio Varela Construção I

1.1 Conceitos fundamentais Vantagens e desvantagens do concreto armado Concreto fresco...30

DEFIJI Semestre :07:19 1 INTRODUÇÃO

DESENHO TÉCNICO. Aula 03

Refração da Luz Índice de refração absoluto Índice de refração relativo Leis da refração Reflexão total da luz Lentes Esféricas Vergência de uma lente

CONTROLO DE SISTEMAS

Os principais tipos de fundações profundas são:

Avaliação de Desempenho de Modelos de Bielas e Tirantes via Análise de Confiabilidade

Figura 1: Exemplo de arredondamento com arestas retas.

ESTRUTURAS DE BETÃO ARMADO I PROGRAMA

Detalhamento de Concreto Armado

07/12/2012 Agosto/2012 1

FACULDADE DE ENGENHARIA

NIVELAMENTO NIVELAMENTO. trigonométrico

AULA A TIPOS DE LAJES

UFMG º DIA FÍSICA BERNOULLI COLÉGIO E PRÉ-VESTIBULAR

DESENHO TÉCNICO. Aula 06. Cotagem em Desenho Técnico

Transcrição:

1/6 Dente Gerber J. Schlaich e K. Schaefer Konstruieren im Stahlbetonbau - Beton Kalender - 2001 A reação de apoio F1 da viga na figura 4.2-11 é pendurada junto do apoio. (T1=F1). O modelo completo da treliça mostra, no entanto, de modo claro, que não basta adicionar uma armadura para resistir T1 à armadura corrente de cisalhamento com V estribos. Essa armadura de estribos é calculada para a força de tração T'. 3 z.cotθ Na realidade existe uma força de tração adicional T2 = F1, porque a componente horizontal T A de reação de apoio precisa ser ancorada. A força de tração T2 se distribui em um comprimento l 2 < l 3 e por isso T ' é 2 claramente maior que T ' ; T' T'. 3 2 3 Eventual fissura Fig. 4.2.11

2/6 Nesse modelo estrutural, a ancoragem da armadura horizontal T A deve considerar o ângulo da biela θ1. O nó 1 mostra o centro do comprimento de ancoragem da barra horizontal. Colocar um comprimento de ancoragem l b além do ponto 1. > l b Quando existe uma força horizontal atuando no apoio, como é usual, a armadura vertical de estribos T ' 1 deve ser ainda maior. (ver figura 4.2-11c abaixo). > l b 1 Fig. 4.2.11 repetida Comentário : Considerar no mínimo uma força horizontal H = 20% F, sendo F a reação de apoio.

3/6 Quando são usadas barras dobradas ou quando são usados cabos inclinados de protensão, ou usados estribos inclinados, resulta um outro tipo de comportamento estrutural. ( fig. 4.2-12a abaixo ). Essas barras inclinadas desviam a reação de apoio diretamente para o bordo superior comprimido da treliça. O problema é a ancoragem das extremidades das barras inclinadas, que só é conseguida usando placas de ancoragem no caso de barras inclinadas grossas. No caso de cabos inclinados de protensão essa ancoragem é garantida pelas placas usuais de ancoragem dos cabos. Teoricamente, não há nenhuma força horizontal na face inferior do dente, mas apesar disso é necessária uma armadura para evitar uma fissuração junto da barra inclinada. No caso de cabos inclinados de protensão essa armadura não é necessária pois o dente fica comprimido pela força de protensão. Eventual fissura Fig. 4.2-12

4/6 Na realidade faz-se uma combinação dos dois modelos estruturais. A maior capacidade de carga se obtém combinando a armadura dos dois modelos estruturais. (Fig. 4.2-12b abaixo). A parcela de carga correspondente ao modelo com armadura inclinada se escolhe, em geral, menor que 70% da carga total. Ver sugestão abaixo. hc h F Eventual fissura Fig. 4.2-12 Sugestão THORMAHLEN + PEUCKERT : www.tp-ing.de/sites/dowloads/abges_auflager_1-3.xls: F1 F2 hc/h 0,33 F1 > 67% F F F1 hc/h 0,50 F1 > 50% F F F1 hc/h 0,67 50% F > F1 > 30% F F F1

5/6 O modelo combinado facilita também a mudança de direção da biela comprimida ao longo do dente Gerber. A biela começa vertical junto ao aparelho de apoio e termina horizontal no bordo superior comprimido. Bordo comprimido Biela Aparelho de apoio O dente deve ser feito curto com l k < h k ( fig. 4.3-11a abaixo ) de modo que a tensão de compressão na biela, que parte do apoio, seja pequena. Biela comprimida fig. 4.3-11a ( repetida )

6/6 Recomendações para as armaduras. Chanfro reduz a fissuração Raio de dobramento maior que 10 diâmetros da barra l 1 A força T A deve ser armada com armadura em laçada ( grampo) em planta. Pelo menos três estribos devem ser usados para resistir à força T 1 = F 1. Pode-se usar l 1 0,20 h, sendo h a altura total da viga. [ Sugestão THORMAHLEN + PEUCKERT www.tp-ing.de/sites/dowloads/abges_auflager_1-3.xls:] O raio de dobramento das barras dobradas deve ser grande ( Raio dobr. > 10 Φbarra ) Um pequeno chanfro no canto do dente, como indicado na figura acima, reduz a concentração das tensões de tração no concreto e aumenta a resistência à fissuração. As armaduras inclinadas ou cabos inclinados reduzem a fissuração no canto do dente. Alguns links permitem o dimensionamento de dentes Gerber seguindo a norma alemã DIN 1045, usando o modelo de biela x tirante desenvolvido pelo Prof. J. Schlaich. www.tp-ing.de/sites/dowloads/abges_auflager_1-3.xls ( THORMAHLEN + PEUCKERT ) +++