UROLOGIA Especialidade médica que estuda o aparelho gênito-urinário masculino e urinário feminino e se preocupa com suas doenças. A uroginecologia portanto, aborda e trata de doenças que se referem aos rins, bexiga, uretra e algumas afecções vulvares. A nefrologia muitas vezes é confundida com a urologia, mas a diferença fundamental reside na realização, pelo urologista, dos atos cirúrgicos, restando a parte clínica das afecções do aparelho urinário em comum com o nefrologista. Por exemplo, no caso do transplante renal quem opera é o urologista e quem prepara o paciente e o acompanha no pós operatório é o nefrologista. CÁLCULO RENAL A formação de cálculos na via urinária é uma doença comum que atinge cerca de 5% da população em geral. Sua incidência é maior no sexo masculino variando em torno de 3 homens para cada mulher. Em geral, a idade de apresentação inicial fica em torno da segunda ou terceira décadas de vida. Fatores genéticos e ambientais (alimentação, hidratação, infecções urinárias) são responsáveis pela formação de cálculos. Pessoas com um parente afetado têm maior chance de virem a apresentar cálculo. Os cálculos podem se localizar em três regiões do sistema urinário: nos rins, no ureter e na bexiga. O tratamento vai depender basicamente de sua localização, tamanho e composição. FORMAÇÃO DE CÁLCULOS Existem diversos tipos de cálculos urinários. O mais comum deles é formado por oxalato de cálcio. Em seguida, vem o cálculo formado por ácido úrico. Mas existem ainda cálculos formados por cistina e estruvita (cálculos de infecção) entre outros. Os cálculos renais ou das vias urinárias podem ser apresentar de forma assintomática, Entretanto, a forma mais comum e mais óbvia de descoberta ocorre quando um cálculo migra dentro do sistema urinário causando dor. Essa dor é bastante intensa, em cólica e localizada na região dorsal podendo irradiar-se para a região anterior do abdome chegando até os testículos ou virilha na mulher. Outras formas de apresentação do cálculo urinário que podem ou não vir acompanhadas de dor são sangramento na urina e infecção urinária. A infecção urinária num paciente com cálculo pode ser grave com febre alta e queda do estado geral levando até a septicemia (infecção generalizada). Os exames que devem ser realizados são: o exame de urina tipo I e o exame de cultura de urina, exames de imagem, exame de radiografia simples de abdome e ultrasonografia. Cálculos pequenos e de ácido úrico são difíceis de serem visualizados por esta técnica. Problemas similares são encontrados com a urografia excretora, que se baseia na injeção de contraste e realização de radiografias para visualização do sistema urinário.
Atualmente, o melhor exame para identificação de cálculos é a tomografia computadorizada. Realizada sem a injeção de contraste é capaz de diagnosticar cálculos pequenos em qualquer parte do trato urinário e mostrar outras alterações que podem estar acompanhando o problema. O tratamento depende da localização e do tamanho dos cálculos. NEFROLITOTRIPSIA PERCUTÂNEA É uma técnica cirúrgica para extração de pedras nos rins. Porém, como a litotripsia só consegue atingir pedras de até dois centímetros, a percutânea virou a principal opção para a extração de pedras maiores que dois centímetros no sistema urinário.para realização do procedimento são utilizados dois aparelhos: o nefroscópio e o intensificador de imagens. O primeiro é o responsável pela eliminação das pedras. O segundo é ferramenta para auxiliar o médico a enxergar a região da cirurgia com maior clareza. Toda a operação é feita com a introdução de aparelhos a partir de pequenos cortes feitos na pele. Sua complicação mais comum é o sangramento, mas o procedimento é considerado bastante seguro. URETERORRENOLITOTRIPSIA Aqueles cálculos que migraram e encontram-se no ureter geralmente causam muita dor ao paciente. Entretanto, existe a possibilidade de tratamento clínico no caso do paciente apresentar pouca dor. O tratamento clínico é baseado na utilização de medicação que relaxa a musculatura do ureter e facilita a passagem do cálculo. É muito bem indicada para cálculos pequenos de até 5-6 mm. Para cálculos maiores impactados, com dilatação renal importante ou naqueles que tenham falhado o tratamento conservador, a ureterolitotripsia endoscópica constitui-se no tratamento de escolha. Possui resolutividade elevada e é realizada através da passagem de um aparelho muito fino com uma câmera acoplada pela uretra, bexiga e ureter até o cálculo. A fragmentação é realizada com utilização do laser de Holmiun. Após a retirada do cálculo pode ser deixado um cateter duplo J dentro do ureter para evitar dor no pós-operatório. Este cateter fica por uma a duas semanas devendo ser retirado após sem necessidade de internação CISTOSTOMIA O tratamento desse tipo de cálculo também depende de seu tamanho e da doença associada. Para cálculos pequenos e que não necessitem de cirurgia convencional, o tratamento de escolha é por endoscopia. Da mesma forma que os cálculos ureterais, um aparelho fino com câmera é introduzido pela uretra do paciente e, sob visão, fragmenta-se o cálculo. Para cálculos maiores ou naqueles pacientes que necessitam de cirurgia convencional por algum outro motivo, pode-se realizar a abertura da bexiga por uma pequena incisão e retirar os cálculos diretamente.
NEFRECTOMIA É o termo que usamos para retirada de um dos rins. Esse procedimento é comumente indicado para casos de tumor maligno, perda de função renal com risco para a saúde do paciente e, em casos de doação inter vivos para transplante renal. Normalmente, a retirada de um dos rins é bem tolerada pelos pacientes desde que o rim remanescente seja normal. Poucas restrições são indicadas para esses pacientes. É necessário um acompanhamento da função renal com exames de urina, de sangue e ultrassonografia, com uma periodicidade variável conforme a idade e as patologias associadas. Os pacientes portadores de rim único devem cultivar, ainda com mais afinco, hábitos saudáveis, como toda a população em geral. No passado, utilizava-se uma grande incisão na parede lateral ou anterior do abdome para a retirada do rim. Devido à extensão da incisão, era necessária a secção de uma grande quantidade de músculos, o que acarretava uma recuperação pósoperatória prolongada e, consequentemente, uma difícil aceitação pelos pacientes. Atualmente, a maioria absoluta dos casos de retirada de rim pode ser realizada por videolaparoscopia, que consiste na realização, na parede abdominal, de 3 a 4 orifícios, medindo 0,5 a 1,0 cm, através dos quais realiza-se todo o procedimento cirúrgico. Instrumentos especializados, incluindo câmeras microscópicas, são então utilizados para permitir uma visão ampliada da área focalizada, o que facilitará a precisão cirúrgica. Nos casos em que o rim não precisa ser removido por inteiro, ele pode ser retirado em fragmentos por um destes portais. Quando é necessária a retirada intacta do órgão (nos casos de tumor maligno e doação para transplante renal), utiliza-se de uma pequena incisão na região mais inferior do abdome, sem a necessidade de secção de músculos. Esta incisão, conhecida como LOMBOTOMIA. A operação é realizada com anestesia geral e dura cerca de 2 horas. A utilização da videolaparoscopia para retirada dos rins é considerada um dos grandes avanços da urologia nos últimos anos, pois apresenta menos dor, menor tempo de internação hospitalar (24 horas em muitos casos), menor sangramento, retorno mais rápido às atividades normais e resultado estético muito melhor que o alcançado pela técnica aberta tradicional. Quando a operação está sendo realizada para remover um rim que apresenta um crescimento canceroso, a taxa de cura é igual à alcançada pela intervenção aberta. RTU-P É a retirada, via uretral, da porção da próstata que bloqueia a uretra e o esvaziamento da urina pela bexiga. São retirados inúmeros fragmentos, sob visão direta com videocâmera, que serão posteriormente aspirados e enviados para exame anátomia patológica. A hemostasia (coagulação de vasos sangrantes) é feita antes da introdução da sonda uretral com a qual o paciente permanecerá de 2 a 4 dias.
RTU-B É a remoção via uretral e com auxílio de videocâmera de tumores de bexiga. Tais tumores são ressecados (cortados) com auxílio de alças especiais e eletrocautério. Posteriormente, no final do procedimento, os fragmentos são retirados por aspiração para exame anátomo-patológico. PENECTOMIA Este procedimento destina-se à extirpação cirúrgica de parte do pênis, preservando a funcionalidade da uretra que é responsável pela micção. Geralmente tal procedimento é realizado quando temos inviabilidade de um segmento do pênis, com dano irreparável. As causas desta afecção podem ser : necróticas, traumáticas ( brigas, atropelamentos,...), tumores, entre outras. POSTECTOMIA É a retirada da pele do prepúcio que encobre a glande do pênis, geralmente sob anestesia local nos adultos e geral nas crianças. Antigamente tinha indicação pela higiene e perdeu adeptos nos últimos anos, sendo atualmente quase que exclusiva dos portadores de fimose. ORQUIECTOMIA Orquiectomia ou orquidectomia é a remoção cirúrgica dos testículos em virtude de câncer, trauma, torção ou outra doença que afete a região. Uma outra finalidade, nesse caso realizado de forma bilateral, é para o tratamento do câncer de próstata, que é testosterona-dependente e, portanto, a cirurgia pode ser utilizada como um tipo de supressão hormonal. Orquiectomia inguinal é um procedimento no qual o testículo é retirado através de uma incisão paralela à virilha de cerca de 10 centímetros. É utilizado nos casos de suspeita de câncer de testículos. Orquiectomia escrotal é um procedimento no qual o testículo é retirado através de corte na bolsa escrotal.
PROSTATECTOMIA É a remoção cirúrgica de parte ou total da próstata e estruturas próximas, com objetivo de eliminar todo o tumor existente. É realizada em casos de tumores( câncer da próstata) e quando a próstata se torna muito grande ( hiperplasia benigna de próstata) que chega a ponto restringir o fluxo de urina através da uretra. Existem várias maneiras de realizar essa remoção: Prostatectomia aberta: procedimento cirúrgico que envolve uma incisão na pele e retirada do adenoma prostático. Dentro desta temos: - Prostatectomia Perineal radical = incisão feita no períneo, entre o reto e o escroto, e a próstata é removida; - Prostatectomia Retropúbica Radical= incisão feita no abdome inferior e a próstata é removida saindo por trás do osso púbico (retropúbica).