CONTENÇÃO E ESTABILIZAÇÃO DE ATERRO RODOVIÁRIO COM ESTRTURA EM SOLO REFORÇADO E GEOSSINTÉTICOS Monique Lacerda de V. Sobral Engenheira Civil Maccaferri do Brasil monique@maccaferri.com.br Paulo Cesar Belesso Ferretti Eng. Civil Depto. Técnico da Maccaferri do Brasil paulo.ferretti@maccaferri.com.br Petrucio José dos Santos Junior MSc. Eng. Civil Coordenador Técnico Maccaferri do Brasil petrucio@maccaferri.com.br Tipo de Obra: Contenção e estabilização de aterro rodoviário com estrutura em solo reforçado e geossintéticos Local da Obra: São Fidelis / RJ / Brasil Data de execução da Obra: Início: Outubro / 2009 Término: Novembro / 2009 Geossintéticos utilizado: Geotêxtil Não tecido como elementos filtrantes, Geogrelha tecida como elemntos de reforço, Geomanta como controle de erosões superficiais dos taludes e Geocomposto Drenante como sistema de drenagem subsuperficial. Introdução: A rodovia RJ-158, liga os municípios de São Fidelis a Campos de Goytacazes, na região sul do estado do Rio de Janeiro. Foi acometida por uma grande erosão de cerca de 80 metros, ocasionada pela ruptura de um talude de aterro com total destruição da via. As possíveis causas que levaram a ruptura do talude foram: Alterações no greide da estrada, que proporcionaram a execução do aterro em várias etapas ao longo dos anos; Aterro executado sem os devidos cuidados de compactação; Intensas precipitações no período; Ausência de um sistema eficaz de drenagem. 1
a) b) Figura 1. Erosões na rodovia. Descrição da solução em Geossintético: Para o problema descrito foi previsto um solo reforçado com geogrelha combinada com estrutura em malha metálica de dupla torção e face tipo Terramesh para estabilização e recomposição do aterro. Além disso, foi proposta a recomposição do aterro e muro em gabiões no pé do aterro para que fosse possível uma diminuição das inclinações dos taludes. Entretanto, a rodovia passaria sobre a projeção da área dos reforços e por se tratar de um aterro argiloso, sujeito a deformações, foi previsto na ultima camada de reforço da estrutura, coincidente com a mesma cota da sub-base do pavimento, uma geogrelha tecida de poliéster com comprimento de ancoragem ampliado para que ocorresse uma melhor distribuição de tensões da carga rodoviária e não ocorressem fissuras no pavimento (Figura 2). Para garantir a resistência do material de aterro em condições drenadas e evitar a saturação do maciço foram previstos DHPs no solo natural com saída pelos gabiões e na interface entre o solo natural e aterro um geocomposto drenante para proteção e drenagem do aterro. Na superfície dos taludes de aterros compostos foram previstos para proteção e controle de erosão superficial entre as estruturas de contenção, a instalação de uma geomanta tridimensional juntamente com a execução de uma hidrosemeadura (Figura 3). 2
Figura 2. Trecho no topo do Talude. Figura 3. Trecho no pé do Talude. A seguir será apresentada uma sequência simplificada das etapas de instalação dos geossintéticos, com seus respectivos comentários. 3
Figura 4. Inicio das operações de terraplanagem. Figura 5. Desenrolando a geogrelha ao tardoz do paramento frontal em gabiões. Figura 6. Vista posterior ao paramento frontal com o posicionamento das geogrelhas. Figura 7. Colocação do geocomposto drenante na trincheira que conduzirá o fluxo captado. Figura 8. Trincheira com Geocomposto drenante a espera do material de preenchimento. 4
Vantagens técnicas obtidas Pode-se destacar, entre outras vantagens, a rápida execução da estrutura de contenção que em menos de 1 mês e permitiu a recuperação da via sem a necessidade de máquinas e equipamentos especiais como perfuratrizes e injeções de argamassa que além de caros demandam mais tempo para sua execução. A criação de taludes intermediários também contribuiu para a redução de custos e também permitiram um menor impacto ambiental e juntamente com a geomanta permitiram que fosse formado uma face verde. O geocomposto drenante contribuiu significativamente para garantir os parâmetros de resistência adotados em projeto, uma vez que foi possível prever parâmetros de resistência segundo uma condição drenada, o que melhorou em muito os fatores de segurança globais do projeto. Vantagens econômicas obtidas A obra em si foi proposta em caráter de urgência, uma vez que a via se encontrou interditada, por esse motivo optou-se prioritariamente em utilizar os geossintéticos com uma alternativa de processo executivo rápido, tanto do ponto de vista de projeto, como de execução. Isso levou a uma economia em tempo de acompanhamento e execução, quando comparada a obras, como cortinas atirantadas e retaludamento, da ordem de 40%, estimados ao final da obra. Conclusão: O projeto dispôs do uso de 4 diferentes geossintéticos, no qual cada um desempenhou um papel importante para o conjunto da obra. Tomando por base a estabilidade dos taludes, o geossintético principal da obra foi a geogrelha, com uma atuação paralela dos geocompostos drenantes e geotêxteis, a fim de preservar os parâmetros de resistência e a geomanta como um elemento de proteção contra agentes erosivos que poderiam vir a causar perturbações aos taludes previstos. Figura 9. Vista Frontal da Obra Figura 10. Obra Finalizada 5
Quantidade de Geossintéticos utilizados: Geocomposto Drenante: 290,00 m² Geomanta: 1.700,00 m² Geogrelha: 1.030,00 m² Geotêxtil: 1.380,00 m² Contribuição dos Geossintéticos para a proteção do meio ambiente, na obra citada: Proprietária da obra: DER / RJ Departamento de Estradas e Rodagens do Rio de Janeiro Projetista: Geomecânica Construtora: Geomecânica Fornecedor: Maccaferri do Brasil 6