PROJETO DE LEI Nº 796/XII

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Transcrição:

PROJETO DE LEI Nº 796/XII (Oitava alteração à Lei n.º 25/2006, de 30 de junho, que aprova o regime sancionatório aplicável às transgressões ocorridas em matéria de infraestruturas rodoviárias onde seja devido o pagamento de taxas de portagem) Exposição de motivos A Lei n.º 25/2006, de 30 de Junho, na sua redação atualmente em vigor ( Lei 25/2006 ), veio atribuir a natureza de contraordenação às infrações resultantes do não pagamento, ou pagamento viciado, das taxas de portagem devidas pela utilização de infraestruturas rodoviárias as quais, anteriormente, eram tratadas como simples transgressão ou contravenção. Trata-se de um regime contraordenacional especial, que visa defender o interesse público na medida em que permite assegurar a implementação do princípio do utilizador pagador, servindo primordialmente para dissuadir e punir os comportamentos de terceiros que ocorram em clara violação deste princípio, ou seja, o não pagamento de taxa de portagem devida pela utilização de um bem que é do domínio público. De facto, o utilizador cumpridor, que paga de forma atempada as portagens, não é afetado pelo processo contraordenacional, uma vez que este apenas se inicia depois de esgotadas todas as tentativas de notificação para pagamento voluntário da parte das concessionárias. Este regime, desde que foi implementado, sofreu sucessivas alterações, na medida em que da experiência prática foram surgindo situações que 1

importavam corrigir para tornar o sistema mais eficiente e equilibrado. É assim que, atendendo aos mais recentes desenvolvimentos, importa promover uma nova alteração a este regime, no sentido de o tornar ainda mais claro e equilibrado para todas as partes envolvidas. Assim, e como medida de caráter temporário e excecional, é adotado um conjunto de medidas excecionais de recuperação das dívidas à administração fiscal que resultam da violação do dever de pagamento de taxas de portagem, permitindo a dispensa ou a redução do pagamento dos juros de mora, dos juros compensatórios e das custas do processo de execução fiscal nos casos de pagamento a pronto, total ou parcial, da dívida de capital. Por outro lado, e já no que respeita às regras que definem o presente regime, são introduzidas algumas alterações que visam essencialmente tornar todo o processo mais simples, menos burocrático e dessa forma mais eficiente para todos os intervenientes. Deste modo, e ainda na fase que antecede o processo de contraordenação, é aumentado para o dobro o tempo que o proprietário do veículo tem para, no caso em que proprietário e infrator coincidam, pagar voluntariamente o valor da taxa de portagem sem que lhe seja instaurado o respetivo processo de contraordenação, ou, no caso em que proprietário e infrator não coincidam, identificar o condutor e alegado infrator. Neste último caso, também é aumentado para 30 dias o período que o infrator passa a ter para pagar voluntariamente o valor em dívida. No âmbito do processo de contraordenação, ou seja, num momento em que, depois de devidamente notificado, o infrator não procedeu ao pagamento voluntário do valor da taxa de portagem, determina-se que apenas pode ser aplicada uma coima única às infrações que tenham sido praticadas pelo mesmo agente, no mesmo dia, com a utilização do mesmo veículo e na mesma infraestrutura rodoviária. Com esta alteração reduz-se, substancialmente, os 2

montantes das coimas a aplicar bem como dos respetivos custos ou custas administrativos associados. Adicionalmente, e ainda no âmbito do processo de contraordenação, consagrase, agora de forma expressa, a possibilidade de se proceder à agregação de várias infrações numa mesma notificação, e também num mesmo processo contraordenacional, obviando-se, assim, ao levantamento de tantos processos de contraordenação quantas as infrações praticadas, pelo mesmo agente, e consequentemente, ao pagamento de custas por cada um desses processos. Nestes casos, beneficia-se uma vez mais o arguido, que passa a ficar com a obrigação de pagar apenas custas de um único processo que integra todas ou várias das infrações por ele praticadas. Ainda no âmbito processual, mas desta vez em sede de processo executivo, é criada a possibilidade de agregação de dívidas, que resultem de infrações praticadas pelo mesmo agente, por mês, no mesmo veículo e na mesma infraestrutura rodoviária, o que, também permitirá reduzir o valor associado às custas administrativas. Assim, nos termos das disposições legais e regimentais aplicáveis, os Deputados, abaixo assinados, apresentam o seguinte projeto de lei: Artigo 1.º Objeto 1 - A presente lei aprova um regime execional de regularização de dívidas em processo de execução fiscal resultantes do não pagamento de taxas de portagem, cujo prazo legal de cobrança tenha terminado até 31 de Dezembro de 2014. 2 A presente lei procede à oitava alteração à Lei n.º 25/2006, de 30 de junho, que aprova o regime sancionatório aplicável às transgressões ocorridas em Comentado [TSQ1]: A dívida exequenda dos processos de execução aqui referidos é composta pelo montante das taxas de portagem não pagas, acrescido dos custos administrativos associados, como lhe chama a Lei n.º 25/2006. Por esta razão deverá ser inserida aqui, neste artigo, a referência a custos administrativos associados. 3

matéria de infraestruturas rodoviárias onde seja devido o pagamento de taxas de portagem, alterada pelo Decreto-Lei n.º 113/2009, de 18 de maio, pelas Leis n.ºs 46/2010, de 7 de setembro, e 55-A/2010, de 31 de dezembro, pela Lei Orgânica n.º 1/2011, de 30 de novembro, e pelas Leis n.ºs 64-B/2010, de 30 de dezembro, e 66-B/2012, de 31 de dezembro. Comentado [TSQ2]: Falta uma referência legislativa Lei n.º67- A/2007, de 31 de Dezembro. Comentário aplicável ao artigo 8º da presente projecto de lei. Artigo 2.º Pagamento integral ou parcial 1 O pagamento por iniciativa do contribuinte, no todo ou em parte, do capital em dívida, até 90 dias, determina, na parte correspondente, a dispensa dos juros de mora e de metade das custas do processo de execução fiscal. 2 O pagamento por iniciativa do contribuinte da totalidade do capital em dívida, até 90 dias, determina a atenuação do pagamento das coimas associadas ao incumprimento do dever de pagamento de taxas de portagem dos quais resultam as dívidas referidas no n.º 1 do artigo anterior. Comentado [TSQ3]: Este artigo determina que o pagamento total, ou parcial, do processo de execução fiscal (taxas de portagem e custos administrativos associados) tem dois efeitos: a)dispensa de pagamento de juros de mora e de 50 % das custas do processo de execução fiscal; b)atenuação da coima nos termos daquilo que se encontra estabelecido no art.º 3º. Afigura-se-nos, assim, que do ponto de vista da técnica legislativa, e até para facilitar a interpretação, que este artigo não carece de dois números autónomos. Comentado [TSQ4]: Parece-nos que, do ponto de vista do intérprete da lei, seria benéfico definir o que se entende por capital em dívida. De acordo com a exposição de motivos parece resultar que capital em dívida se refere a taxas de portagem e custos administrativos associados, pelo que deveria ser feita referência directa a estes montantes. Comentado [TSQ5]: A contar da data de que evento? Aplicável ao n.º 2 deste mesmo artigo. Artigo 3.º Infrações tributárias e redução de coimas 1 A atenuação a que se refere o n.º 2 do artigo anterior corresponde a uma redução da coima, consoante os casos, para: a) 10% do mínimo da coima prevista no tipo legal, não podendo resultar um valor inferior a 5,00 EUR, caso em que será este o montante a pagar; b) 10% do montante da coima aplicada, no caso de coimas pagas no processo de execução fiscal, não podendo resultar um valor inferior a 5,00 EUR, caso em que será este o montante a pagar. 2 O pagamento da coima nos termos do número anterior determina a dispensa do pagamento dos encargos do processo de contraordenação ou de 4 Comentado [TSQ6]: Por razões de segurança jurídica não deverão ser devolvidas coimas já pagas e cujos processos, consequentemente, se encontram findos. Acresce, ainda, que, os montantes das coimas já pagas já foram distribuídos pelas diversas entidades a que se refere o n.º 1, do art.º 17º da Lei 25/2006, pelo que a sua devolução seria um processo muito complexo e certamente moroso. Face ao referido, sugerimos que a expressão no caso de coimas pagas seja eliminada. Comentado [TSQ7]: Encargos do processo poderá considerarse que se incluem, para além das custas, as custas de parte, nomeadamente, despesas com honorários de advogados. Assim, sugere-se que Encargos do processo, seja substituído por custas processuais.

execução fiscal. Artigo 4.º Dívidas de juros, custas e coimas 1 A subsistência até 31 de Dezembro de 2014, de qualquer processo de execução fiscal que vise apenas a cobrança de juros e custas resultantes do não pagamento de taxas de portagem, encontrando-se regularizada a dívida associada, determinará a extinção da execução da dívida, sem demais formalidades. 2 As coimas não aplicadas ou não pagas, associadas ao incumprimento do dever de pagamento de taxas de portagem cuja regularização ocorreu antes da entrada em vigor da presente lei, são reduzidas, consoante o caso: a) 10% do mínimo da coima prevista no tipo legal, não podendo resultar um valor inferior a 5,00 EUR, caso em que será este o montante a pagar; b) 10% do montante da coima aplicada, no caso de coimas pagas no processo de execução fiscal, não podendo resultar um valor inferior a 5,00 EUR, caso em que será este o montante a pagar. 3 Para beneficiar da redução prevista no número anterior, o contribuinte deve proceder ao respetivo pagamento até 90 dias ou, até à mesma data, identificar o processo de contraordenação onde está a ser aplicada a coima. Comentado [TSQ8]: Parece ser uma repetição do artigo 3º, pelo menos da leitura da redacção, ora, proposta não se consegue distinguir o âmbito de aplicação de um de outro artigo, pelo que se sugere a eliminação destes dois números. Artigo 5.º Dação em pagamento A dação em pagamento não é um meio de pagamento admissível para efeitos da presente lei. 5

Artigo 6.º Processo de execução fiscal A aplicação da presente lei, quando o pagamento não se verifique pela totalidade, não suspende o andamento dos processos de execução fiscal relativamente à parte ainda em dívida, devendo os mesmos prosseguir os seus termos. Artigo 7.º Trâmites dos pedidos de adesão O regime de regularização previsto na presente lei aplica-se aos pagamentos efetuados durante o seu período de vigência, podendo o sujeito passivo optar por efetuar o pagamento utilizando o Portal das Finanças. Comentado [TSQ9]: Não é determinado no presente Projecto de Lei qual o período de vigência do regime de regularização excepcional, pelo que se impõe esta introdução. Artigo 8.º Alteração à Lei n.º 25/2006, de 30 de junho Os artigos 7.º, 10.º, 14.º e 17.º-A da Lei n.º 25/2006, de 30 de junho, alterada pelo Decreto-Lei n.º 113/2009, de 18 de maio, pelas Leis n.ºs 46/2010, de 7 de setembro, e 55-A/2010, de 31 de dezembro, pela Lei Orgânica n.º 1/2011, de 30 de novembro, e pelas Leis n.ºs 64-B/2010, de 30 de dezembro, e 66- B/2012, de 31 de dezembro, passam a ter a seguinte redação: «Artigo 7.º [ ] 1 [ ]. 2 [ ]. 6 Comentado [TSQ10]: Os valores dos processos de contraordenação têm-se mostrado elevados, pelos seguintes motivos: 1 A AT por cada infracção praticada instaurada um processo de contra-ordenação, ainda, que as concessionárias remetam as infracções agregadas, com a consequente aplicação de custas por cada um dos processos instaurados. Nos termos do regulamento das custas tributárias o valor as custas no âmbito do processo de contraordenção podem ascender a 76, valor este que em muitas situações será superior ao valor da coima; 2 No caso de pessoas colectivas elevação dos limites mínimos e máximos da coima aplicável para o dobro. Poderá esta situação ser ajustada da seguinte forma: a) Previsão expressa na Lei 25/2006 da obrigatoriedade de conexão de processos, com a consequente aplicação de custas únicas no âmbito do processo único que resulte da apensação dos vários processos; b) Prever expressamente no n.º 1, do artigo 7º que os montantes mínimo e máximo da coima são aplicáveis independentemente de se tratar de pessoa colectiva, ou de pessoa singular.

3 Apenas pode ser aplicada uma coima, às infrações previstas na presente lei que sejam praticadas pelo mesmo agente, no mesmo dia, através da utilização do mesmo veículo e que ocorram na mesma infraestrutura rodoviária. 4 Para efeitos do disposto no número anterior, entende-se que as infrações são praticadas na mesma infraestrutura rodoviária quando as mesmas ocorrem em estrada cuja exploração está concessionada ou subconcessionada à mesma entidade. 5 Às contraordenações previstas na presente lei é subsidiariamente aplicável o disposto nos artigos 24.º e seguintes do Código de Processo Penal, por referência às infrações cometidas em cada mês. Artigo 10.º [ ] Comentado [TSQ11]: Do ponto de vista prático esta agregação diária, a aplicar-se, poderá suscitar algumas questões: 1 Hoje em dia há infracções que integram várias concessões, pelo que no limite, nestes casos teria de se passar a desagregar infracções por concessionária. Do ponto de vista jurídico, o valor da coima a cobrar ao infractor será o mesmo. Com efeito, no caso de se proceder a esta agregação diária, o montante da coima única a plicar ao arguido será o somatório das coimas aplicadas a cada uma das infracções. Julgamos que esta questão se rá resolvida com a aplicação efectiva da agregação de processos. Se aquilo que se pretende com esta alteração é assegurar que, em infra-estruturas rodoviárias, que apenas disponham de um sistema de cobrança electrónica, não são instaurados processo de contraordenação por cada pórtico, introduzindo-se, assim, o conceito de viagem, afigura-se-nos que tal preocupação é desnecessária, na medida em que nas bases da concessão de cada uma destas infraestruturas rodoviárias, o conceito de "viagem" já se encontra definido. Comentado [TSQ12]: Não se deverá limitar temporalmente a agregação, pois tal poderia beneficiar aquele que reiteradamente pratica infracções, face àquele que as pratica ocasionalmente. Actualmente, as Concessionárias quando notificam o agente da infracção/proprietário dos documentos de identificação do veículo juntam várias infracções cometidas em prazos superiores a um mês. Comentário aplicável ao n.º 5, do art.º 10º e n.º 6, do art.º17º-a. 1 Sempre que não for possível identificar o condutor do veículo no momento da prática da contraordenação, as concessionárias, as subconcessionárias, as entidades de cobrança das taxas de portagem ou as entidades gestoras de sistemas eletrónicos de cobrança de portagens, consoante os casos, notificam o titular do documento de identificação do veículo para que este, no prazo de 30 dias úteis, proceda a essa identificação ou pague voluntariamente o valor da taxa de portagem e os custos administrativos associados. 2 [ ]. 3 [ ]. 4 Quando, nos termos do n.º 1, seja identificado o agente da contraordenação, é este notificado para, no prazo de 30 dias úteis, proceder ao pagamento voluntário da taxa de portagem e dos custos administrativos associados. 7

5 Caso o agente da contraordenação não proceda ao pagamento referido no número anterior, é lavrado auto de notícia, aplicando-se o disposto no artigo 9.º do presente diploma e extraída, pelas entidades referidas no n.º 1 do artigo 11.º, a certidão de dívida composta pelas taxas de portagem e custos administrativos associados correspondentes a cada mês, que são remetidos à entidade competente. 6 [ ]. Artigo 14.º [ ] 1 [ ]. 2 [ ]. 3 [ ]. 4 [ ]. 5 [ ]. 6 Caso uma única notificação se revelar insuficiente para listar a totalidade das infrações cometidas em determinado período pelo agente, pode a administração tributária disponibilizar a informação relevante no Portal das Finanças, remetendo sempre segunda carta contendo a listagem das infrações cometidas. 7 Nos casos previstos no número anterior, a notificação deve conter a) A indicação de que as infrações podem ser consultadas no Portal das Finanças; e b) A referência de que o agente pode consultar a listagem das infrações cometidas na segunda carta que receber. 8

Artigo 17.º-A [ ] 1 [ ]. 2 [ ]. 3 [ ]. 4 [ ]. 5 [ ]. 6 A administração tributária instaura um único processo executivo pelas taxas de portagem e custos administrativos associados correspondentes a cada mês, por referência a cada agente e cada entidade concessionária ou subconcessionária.» Artigo 3.º Disposições Transitórias 1 - A alteração ao artigo 7.º da Lei n.º 25/2006, de 30 de junho, prevista no artigo anterior, aplica-se aos processos de contraordenação instaurados depois da data de entrada em vigor da presente lei, ainda que as infrações se tenham verificado antes da sua entrada em vigor. 2 Sem prejuízo do disposto no número antecedente, ressalvam-se todos os efeitos das notificações a que se refere o artigo 10.º da Lei n.º 25/2006, de 30 de junho, que já tenham sido remetidas ao notificando antes da data de entrada em vigor da presente lei, aplicando-se, contudo, às mesmas o prazo de 30 dias úteis resultante dos n.º 1 e 4, do artigo 10.º ora alterado. 9

Palácio de São Bento, 27 de fevereiro de 2015 Os deputados do Grupo Parlamentar do PSD e do CDS-PP 10