AS EMPRESAS EMPENHAM TRÊS GRANDES ESFORÇOS NA SUA OPERAÇÃO: I. Esforços para Gerar os Produtos (CPV: Custos dos Produtos Vendidos); II. Esforços para Administrar a empresa (despesas administrativas); III. Esforços para vender (despesas com vendas). Uma das peças da Contabilidade, é a denominada Demonstrações dos Resultados da Empresa (DRE), permite a visualização em separado desses três esforços. Porém, é importante entender inicialmente, que a apuração dos valores respeite o princípio do regime de competência, ou seja, quando efetivamente aquele custo, investimento ou despesa ocorreu no tempo ou a que período se refere. Outro ponto importante, que gera muitos equívocos entre os empreendedores e os acionistas é a visão do que venha ser o LUCRO ou PREJUÍZO. O lucro, do ponto de vista econômico, representa a remuneração à CAPACIDADE EMPREENDEDORA (empreendedor é seu detentor), portanto significa que se trata de remunerar àquele que tem a capacidade de empreender alguma ideia em oportunidade de negócio ( empreendedor ), e dela gerarem lucro que não somente o REMUNERE, como empreendedor ou gerente daquele NEGÓCIO, mas REMUNERE a própria EMPRESA, cujo papel é a de ofertar um PRODUTO ou SERVIÇO. Não se deve confundir LUCRO com JUROS (CUSTO DO CAPITAL), este último diz respeito à remuneração do CAPITAL (capitalistas ou acionistas é seu detentor). Por último, ainda não devemos esquecer os outros dois fatores de produção, sem os quais, o Sistema Econômico não seria completo, que é o TRABALHO (o trabalhador é o seu detentor), remunerado através dos SALÁRIOS e os recursos naturais ou TERRA (o proprietário é seu detentor), remunerado através do ALUGUEL ou ARRENDAMENTO. Há dois tipos de LUCRO: 1) Lucro Normal: É aquele que determina o ponto de equilíbrio da Firma em um mercado de concorrência perfeita. A condição principal para se alcançar o ponto de equilíbrio, conhecido também break-even-point, é a igualdade entre Receita Total e Custo Total. Se representarmos esta teoria em equação matemática, teremos o seguinte: RT = CT; RT = Receita Total = p. unit. Q 1
CT = Custo Total = CF + CV CF = Custo Fixo = Os custos que não variam conforme a produção ou vendas. CV = Custo Variável = Os custos que variam conforme a produção ou vendas. É importante esclarecer que dentro dos Custos Fixos, encontram-se as remunerações de custos indiretos e administrativos que são fixos e existirão mesmo que a produção e as vendas sejam nulas. Dentre esses custos está aquele que deve remunerar o empreendedor, que deverá determinar qual deverá ser sua remuneração. Remuneração essa que representará seu LUCRO. Portanto, vejamos a demonstração do ponto de equilíbrio. Se determinarmos outras formas da representação do ponto de equilíbrio, com base na afirmação que esse ponto será encontrado quando a RT for igual ao CT, então poderemos deduzir o que segue: Se RT = CT, então: RT CT = 0 Portanto, se isso é verdadeiro, deduzimos que: LT = RT CT, e portanto: O Lucro Total (LT) = 0 Logo, quando o LT (Lucro Total) for igual a zero, podemos afirmar que foi atingido o LUCRO NORMAL e a Firma atingiu o seu Ponto de Equilíbrio. 2
2) Lucro Extraordinário: O lucro extraordinário é todo aquele que exceder o LUCRO NORMAL, ou seja, LUCRO EXTRAORDINÁRIO é maior do que ZERO. Representação Gráfica do LUCRO NORMAL e EXTRAORDINÁRIO: RT=CT QUANTIDADE Vale salientar e relembrar, que no ponto de equilíbrio (break-even-point) representado no gráfico acima, localiza-se o ponto de intersecção onde a Receita Total é igual ao Custo Total e onde se localiza o Lucro Normal, que embora seja zero, trás embutido no Custo Total, a remuneração estipulada para o Empreendedor. Caso a Empresa, não atinja esse ponto de equilíbrio, ou seja, a quantidade ideal de vendas, e venha a ter prejuízo, caberá ao empreendedor fazer a sua retirada naquele momento ou não. No caso de fazer sua retirada mesmo com prejuízo, caberá a ele nos meses seguintes, recuperar 3
aquele prejuízo em benefício da sobrevivência do seu negócio. Para tanto, deverá fazer um exame cuidadoso em seus Custos das Mercadorias Vendidas (CMV- no segmento de Atacada e Varejo por exemplo) e em suas margens de lucro unitário, o que será assunto no próximo item. CPV: Custos dos Produtos Vendidos; A Receita Bruta é calculada multiplicando o preço unitário (Pu) pela quantidade vendida (Q). O custo é reconhecido apenas pelas quantidades vendidas. Portanto é necessário conhecer o custo unitário do produto (C. unit), que assim será multiplicado pela quantidade vendida (Q). Exemplo: 1) Sua empresa adquire 100 unidades pagando o custo unitário de R$ 40,00. 2) No mesmo ano, a empresa vende 60 unidades desse produto ao preço de R$ 70,00. 3) A DRE apresentaria os seguintes valores em 31 de dezembro daquele ano. RECEITA = P. unit x Q = 70 x 60 = 4.200 CUSTO (CPV) = C. unit. X Q = (40) x 60 = 2.400 LUCRO BRUTO = RECEITA - CUSTO LUCRO BRUTO = 4.200 2.400 = 1.800 Observação: Ao se comparar mesmas quantidades, o lucro será o resultado da capacidade da empresa em agregar valor ao seu produto. CUSTOS (CPV-para indústria / CMV-Atacado e Varejo / CSP-Prestadores de Serviços) Qual a sua composição? Matéria-prima (MP) Mão de obra direta (MOD)- mão de obra empregada na produção. Custos Indiretos de Fabricação (FIB) 4
o Mão de obra Indireta: mão de obra de apoio à produção (manutenção, limpeza e qualidade, etc). o Depreciação, amortização ou exaustão do imobilizado o Outros CIF/s (energia elétrica da produção, água utilizada, custo de manutenção dos equipamentos, insumos, etc) No caso de empresas de atacado e varejo, o CPV passa ser denominado de CMV (Custo das Mercadorias Vendidas). Nesse caso, somente as matérias-primas adquiridas dos fornecedores, líquidas dos impostos não cumulativos, integram o CMV. Todos os demais gastos, desde aqueles com os colaboradores que organizam as gôndolas da loja até os com propaganda, integram as despesas administrativas e com vendas. Em empresas de serviços, a denominação passa a ser custos dos serviços prestados (CSP). Os custos são reconhecidos à medida que a empresa presta os serviços a seus clientes. DESPESAS OPERACIONAIS São as despesas relacionadas com os esforços para administrar e vender e são apresentadas logo em seguida na DRE, abaixo do LUCRO BRUTO. O DETALHAMENTO DAS DESPESAS OPERACIONAIS: Salário dos executivos Salário dos empregados administrativos Depreciação dos imobilizados Despesas com vendas: Não guardam relação com volume vendido o Gastos com propaganda; o Marketing Material de consumo Despesas diversas Energia Combustível Veículos administrativos Aluguel Etc MEDIDA DE EFICIÊNCIA: É possível comparar a contribuição de cada esforço (para produzir, administrar e vender) e quanto cada desses setores teve de destinar uma maior parte da receita 5
para cada um dos esforços, bastando dividir os valores despendidos de cada esforço pela receita líquida do período analisado. Ainda existem outras contas na DRE, geralmente de magnitude não tão expressiva, e que são posicionadas logo abaixo das DESPESAS ADMINISTRATIVAS ou OPERACINAIS, são elas: Outros resultados operacionais Ou Outras Receitas e despesas operacionais Despesas não Operacionais e não recorrentes; LUCRO OPERACIONAL ou LUCRO ANTES DOS JUROS E DO IMPOSTO DE RENDA (L A J I R) 1 O lucro operacional é a métrica de viabilidade e competitividade da empresa. São os recursos que sobram para honrar obrigações com credores financeiros, governo e sócios, e para reinvestimentos. Por isso é uma das principais métricas observadas para identificar sinais vitais da empresa. LUCRO OPERACIONAL ou LUCRO ANTES DOS JUROS E DO IMPOSTO DE RENDA (L A J I RDA) 2 Entretanto, o LUCRO OPERACIONAL não representa o CAIXA que a empresa gera, por estar sob o regime de competência. Daí que alguns custos que não representam desembolsos, são adicionados ao lucro operacional, como depreciação e provisões, dando origem ao que o mercado denomina de LAJIRDA, Lucro antes dos juros, imposto de renda, depreciação e amortização. 1 LAJIR : LAJIR é denominado em inglês com earnings before interest and taxes (Ebit). 2 LAJIRDA : LAJIRDA é denominado em inglês com earnings before interest, taxes, depreciation and amortization (Ebitda). 6
Portanto o LAJIRDA ou Ebitda é uma métrica de capacidade potencial de geração de caixa da operação, salientando que é uma medida apenas potencial, pois para representar o CAIXA efetivo da empresa, seria necessário o ajuste de regime de competência para regime de caixa, o que em alguns casos não se torna tão necessário, e em outros casos é vital este ajuste. E.F.E Economia e Finanças Empresarial Ltda. www.efe-economia-empresarial.com 7