ROMANTISMO POESIA: PRIMEIRA, SEGUNDA E TERCEIRA GERAÇÕES e a PROSA (romances, contos, etc.)
Antes do ROMANTISMO, o Movimento do Arcadismo imperava. Ele iniciou-se com a fundação em Portugal, em 1756, de uma Academia Literária chamada Arcádia Lusitana, caracterizada pela rebeldia contra o Movimento Barroco e repudiava às coisas inúteis difundidas nele (ou seja: o dilema do homem dividido entre as coisas do céu > a religião, o celestial; e as da terra > o pecado, as coisas terrenas e mundanas).
Depois do Arcadismo, veio o Movimento do Romantismo, propagado na França através do legado da Revolução Francesa, em 1789, que promoveu a liberdade do indivíduo e rejeitou o absolutismo, dando espaço à burguesia - > a nobreza entra em decadência, perdendo poder e dá lugar à ascensão econômica, ao Capitalismo.
O ROMANTISMO, portanto, foi um movimento artístico, político, filosófico e literário surgido nas últimas décadas do Século XVIII na Europa e perdurou por grande parte do Século XIX, caracterizando-se como uma visão de mundo contrária ao racionalismo e ao iluminismo e a visão Neoclássica do Arcadismo e buscou um nacionalismo que viria a consolidar os estados nacionais na Europa.
Em Portugal teve como marco inicial a publicação do poema "Camões", de Almeida Garrett, em 1825, e durou cerca de 40 anos terminando por volta de 1865 com a Questão Coimbrã (-> onde se inicia o Movimento do Realismo).
A primeira geração do romantismo em Portugal vai de 1825 a 1840. Seus principais autores são Almeida Garrett, Alexandre Herculano, Antônio Feliciano de Castilho. A segunda geração, ultra-romântica, de 1840 a 1860 e tem como principais autores, Camilo Castelo Branco e Soares de Passos. A terceira geração, pré-realista, de 1860 a 1870, aproximadamente, teve como principais autores Júlio Dinis e João de Deus.
No Brasil, o Romantismo aportou via Paris, onde, em 1836, Gonçalves de Magalhães publicou Suspiros poéticos e saudades e, juntamente com Araújo Porto Alegre, Torres Homem e Pereira da Silva lançaram a Niterói Revista Brasiliense e vai até a década de 1880, com a publicação de Memórias Póstumas de Brás Cubas, por Machado de Assis (em 1881), onde ocorre formalmente a passagem para o período Realista.
NA POESIA: A PRIMEIRA GERAÇÃO A primeira geração (Nacionalista Indianista) era voltada para a natureza, o regresso ao passado histórico e ao medievalismo. Cria um herói nacional na figura do índio, de onde surgiu a denominação de geração indianista. O sentimentalismo e a religiosidade são outras características presentes.
Principais poetas: Gonçalves de Magalhães foi o introdutor do romantismo no Brasil. Obras: Suspiros Poéticos e Saudades. Araújo Porto Alegre; Gonçalves Dias (o mais significativo poeta romântico brasileiro). Obras: Canção do exílio, Juca-Pirama.
Características: O nacionalismo ufanista, o indianismo, o subjetivismo, a religiosidade, o brasileirismo (linguagem), a evasão do tempo e espaço, o egocentrismo, o individualismo, o sofrimento amoroso, a exaltação da liberdade, a expressão de estados de alma, emoções e sentimentalismo.
A SEGUNDA GERAÇÃO A segunda geração (Byroniana e Ultrarromantismo), recebeu a denominação de Mal do Século, devidos aos temas lúgubres e pessimistas que abordava.
Principais autores: Álvares de Azevedo; Casimiro de Abreu; Fagundes Varela; Junqueira Freire; Pedro de Calasans.
Características: A obscuridade como a morte, os amores impossíveis (mulher intocada), a escuridão, o profundo subjetivismo, o egocentrismo, o individualismo, a evasão na morte, o saudosismo (lamentação).
A TERCEIRA GERAÇÃO A terceira geração, (Condoreira, ou Hugoniana) foi marcada pelo Romantismo prático, ou seja, voltado às questões sociais e humanas, como por exemplo, a simpatia e luta pela abolição da escravatura.
Principais poetas: Castro Alves (o poeta dos escravos); Sousândrade; Tobias Barreto.
Características: O erotismo, a mulher vista com virtudes e pecados, o abolicionismo, a visão ampla e conhecimento sobre todas as coisas, a realidade social e a negação do amor platônico, com a mulher podendo ser tocada e amada.
Observação: Vale lembrar que essas três gerações citadas acima apenas se aplicam para a poesia romântica, pois a prosa no Brasil não foi marcada por gerações, e sim por estilos de textos - indianista, urbano ou regional - que aconteceram todos simultaneamente.
Principais romancistas brasileiros: José de Alencar -> O Guarani, Ubirajara, Iracema, etc.; Manuel Antônio de Almeira -> Memórias de um sargento de milícias; Bernardo Guimarães -> A Escrava Isaura, O Seminarista; Visconde de Taunay -> Inocência; Franklin Távora -> O Cabeleira; Joaquim Manuel de Macedo -> A
FIM