CORREÇÃO DA LISTA DE EXERCÍCIOS 1. A importância do estudo da língua Observe esse trecho retirado de uma redação nota zero. O autor tinha boas ideias, mas infelizmente, foi incapaz de expressá-las com coesão, clareza e de utilizar a norma culta da língua portuguesa. O tema foi: Caso Geisy Arruda: exibicionismo, machismo, intolerância ou má-educação? (...) O nível de sensualidade que apresenta em um singelo pano decotado, traz a intolerância e o ciúme de algumas pessoas, acarretando discriminação e revoltas. Assim, basta saber usar em certos tipos de ambientes e locais apropriados. Note: a) qual é o sujeito do verbo "apresentar"? b) "Singelo pano decotado" é outra expressão metafórica descabida e despropositada. c) a vírgula antes de "traz" separa sujeito de predicado, o que é expressamente proibido pela gramática normativa. d) "Basta saber usar" o quê? Falta o complemento do verbo. O "singelo pano decotado"? Faltam às orações os elementos essenciais ou integrantes, de modo que elas não fazem sentido. Ao escrever, sempre observe se suas orações possuem os elementos essenciais sujeito e predicado e os elementos integrantes complemento verbal (objeto direto/objeto indireto) ou predicativo do sujeito*; complemento nominal ou agente da passiva. Do contrário, provavelmente o sentido ficará comprometido. Além disso, a coesão entre as orações e frases deve estar bem estabelecida. De preferência, as frases devem ser curtas. Observe: A cobertura da mídia sobre candidatos atrasados, que acha graça na desgraça alheia, debochando dos estudantes que perderam a prova, é um péssimo exemplo para a sociedade. Muitas vezes o atraso ocorre devido às condições precárias de transporte ou falta de acesso a um centro de aplicação da prova. A autora utilizou frases curtas e é fácil identificar sujeito, verbo e o complemento dos verbos ou predicativo do sujeito.
Tendo em mente, então, que saber os elementos que compõem as frases e orações é importante para a boa escrita, vamos ao estudo da gramática normativa! 7) Relembrando conceitos: Período Simples. Identifique nas frases a seguir o sujeito, o verbo (e sua transitividade), os complementos (OD, OI, ou predicativo), adj. Adverbial e complemento nominal. Exemplo: 1) Verbo Transitivo Direto ----- COMPLEMENTO ----- Objeto Direto ou objeto direto preposicionado (raro). 2) Verbo Transitivo Indireto ---- COMPLEMENTO ---- Objeto Indireto (tem preposição). 3) Verbo Transitivo Direto e Indireto --- COMPLEMENTO ---- Objeto Direto e Objeto Indireto. (Esse mora na Arábia...) 4) Verbo Intransitivo ----- Não tem Objetos. Os adjuntos adverbias podem complementar o significado do verbo. 5) Verbo de Ligação ----- COMPLEMENTO ----- Predicativo do Sujeito. (Naquele dia), (a palavra do médico) (deu), (ao doente), (uma esperança de cura). Adj. Adverbial sujeito VTDI OI OD (A) (A garota) (virou) (a cabeça) (assustada.) Sujeito VTD OD adj. Adv. de modo/ pred. do sujeito. Podemos, também, classificar assustada como predicativo do sujeito, já que a frase : A garota estava assustada está implícita. (B) (O pai) (emprestou) (o carro) (ao filho.) sujeito VTDI OD OI - preposição a, ligada ao artigo o = ao. (C) (Aos vencedores) (daremos) (prêmios valiosos.) OI VTDI OD Sujeito oculto: Nós (D) (O professor) (pediu)-(lhe) (o caderno.) sujeito VTDI OI OD
compl.nominal (E) (O mestre) (entregou)-(me) (um maço de provas.) sujeito VTDI OI OD de provas é o complemento nominal de maço - núcleo do OD. (F) (O anfitrião) (ofertou) (um presente) (a cada visita.) sujeito VTDI OD OI (G) (Aquela estrada) (parecia) (sem fim.) sujeito VL predicativo do sujeito. (H) (A partir daquele dia,) (Amanda) (tornou-se) (minha melhor amiga). adj. adver. de tempo sujeito VL predicativo do sujeito (I) (A Juíza) (nomeou) (Eliza) (primeira bailarina.) sujeito VTD OD predicativo do objeto 8) Quanto às orações subordinadas substantivas, a diferença é que agora os períodos são compostos (2 ou + verbos na frase) e as funções sujeito, OD, OI, predicativo, complemento nominal e aposto são exercidas por orações inteiras. Com relação às frases (ou períodos compostos) a seguir faça o que se pede: 1) Sublinhe os verbos e numere-os (assim, estará numerando as orações). 2) Separe as orações. 3) Analise cada verbo: 3.1) Encontre o sujeito. 3.2) Encontre o(s) complemento(s) do verbo OD, OI, OD/OI ou Predicativo do Sujeito. Se houver adjunto adverbial, identifique-o também. 3.3) Indique a transitividade do verbo (VTD, VTI, VTDI, VL, VI). 4) Classifique as orações em subordinadas substantivas e oração matriz. Utilize a nomenclatura: 1) Oração subordinada substantiva subjetiva (tem função de sujeito)
2) Oração subordinada substantiva objetiva direta (tem função de objeto direto) 3) Oração subordinada substantiva objetiva indireta (tem função de objeto direto) 4) Oração subordinada substantiva predicativa (tem função de predicativo do sujeito) 5) Oração subordinada substantiva completiva nominal (tem função de complemento nominal) 6) Oração subordinada substantiva apositiva (tem função de aposto.) Usaremos o termo Matriz ao invés de oração principal visto que, em orações subordinadas substantivas, principal não significa ser mais importante! Exemplo: 1 2 [A mãe não sabe] [se a criança fugiu de casa.(2)] Sujeito Adj.adv. VTD sujeito VI Adj Adv. (1) Oração Matriz de 2. (2) Oração (porque tem 1 verbo) subordinada (porque existe dependência sintática entre as orações 1 e 2) substantiva (porque tem valor de substantivo) objetiva direta de 1 (porque exerce a função de objeto direto do verbo sabe, na oração 1). Podem escrever a justificativa apenas da última parte da classificação: Oração subordinada substantiva objetiva direta de 1 porque exerce a função de objeto direto do verbo sabe, na oração 1. Agora, faça conforme explicado acima. Siga o exemplo. (A) [(O melhor) (era)(1)] [que (ela) (falasse) (a verdade)(2)]. Pred. sujeito VL suj. VTD OD Oração Matriz de 2 O.S.S. subjetiva de 1 (B) [Saibas(1)] [que (estudei) (muito) (para esta prova)(2)]. VTD VI adj. Adv. Adj. Adv. O. Matriz de 2 O.S.S objetiva direta de 1. Sujeito oculto de saibas : Tu Sujeito oculto de estudei : Eu
(C) [(O soldado) (insistia)(1)] [em que (a prisão) (fosse feita)(2).] sujeito VTI sujeito VI Oração matriz de 2 O. S. S. objetiva indireta de 1 1º verbo - insistia. Insisitia em quê? em quê? é uma pergunta de objeto indireto, note a preposição em. O objeto indireto é toda a oração a seguir. (D) [(A mãe) só (deseja) (isso):(1)] [que (você) (seja) (forte)(2).] Sujeito VTD OD sujeito VL predicativo do sujeito Oração Matriz de 2 O.S. S. apositiva de 1 (E) [(O tio) (está) (certo)(1)] [de que (a prima) (virá)(2).] Sujeito VL predicativo sujeito VI Oração Matriz de 2 O.S.S completiva nominal de 1 (F) [(É) (provável)(1)] [que (vocês) não (tenham) (aula) (hoje)(2).] VL predicativo do suj. sujeito VTD OD adj. Adv. Oração atriz de 2 O.S.S. subjetiva de 1. (G) [(É) (imprescindível)(1)] [que (todos) (se) (conscientizem)(2)]. VL predi. do sujeito suj. OD VTD Oração Matriz de 2 O.S.S. subjetiva de 1 Se = objeto direto. Note que a pergunta para o verbo foi conscientizem (quem?), sem preposição. (H) [(Nós) Seremos julgados)(1)] [por (quem) (nos) (criou)(2)]. Loc. Verbal suj. OD VTD Oração Matriz de 2 Agente da Passiva Oracional.
Oração Subordinada Substantiva Agente da Passiva funciona como agente da passiva da oração matriz. Aqui também se torna inviável a substituição da oração pela palavra ISSO. A Nomenclatura Gramatical Brasileira não prevê esta oração. Contudo, vários gramáticos dentre eles, Celso Cunha reconhecem a sua existência. (A) [(É) (fundamental)(1)] [que (o) (contratem)(2).] VL predicativo OD VTD Oração Matriz de 2 O.S.S. subjetiva de 1 Sujeito oculto de contratem = eles (B) [(Levo) (a impressão)(1)] [de que (já) (vou) (tarde)(2).] VTD OD adj. Adv. VI Adj. Adv. Oração Matriz de 2 O. S. S. completiva nominal de 1 (Completa o substantivo impressão ) Sujeito oculto de levo = Eu Sujeito oculto de vou = Eu (C) [Só (me) (resta) (uma alternativa:)(1)] [(encontrar) (o remédio)(2)]. OI VTI sujeito VTD OD Oração matriz de 2. O.S.S apositiva reduzida de infinitivo de 1 Encontrar verbo no infinitivo não tem sujeito. (Existem exceções) (D) [(O justo) (é)(1)] [que (amparemos) (nossos pais)(2).] Sujeito VL VTD OD O. Matriz de 2 O.S.S predicativa de 1 Sujeito oculto de amparemos = Nós (E) [(Eles) (agora) (se) (convenceram)(1)] [de que (erraram)(2).] Suj. Ad.adv OD VTDI VI Oração Matriz de 2. O.S.S objetiva indireta de 1.
Sujeito oculto de erraram = eles (F) [(Eles) (agora) (estão) (convencidos)(1)] [de que (erraram)(2).] Neste há 2 possib. Suj. Adv. VL predicativo VI Oração Matriz de 2 O.S.S completiva nominal de 1 Sujeito oculto de erraram = eles (G) [(Foi decidido)(1)] [que (não) (haveria) (discursos no jantar). VI Adv. VTD OD O. Matriz de 2 O. S. S. subjetiva de 1. Lembre-se: sempre procure o sujeito primeiro quem pratica a ação de ser decidido? Verbo haver no sentido de existir não possui sujeito. Por isso escrever haveriam discursos no jantar está errado. Os verbos não concordam com o objeto, somente com o sujeito. (H) [(Tenho) (medo)(1)] [de que (essa calúnia) (se) (espalhe)(2).] VTD OD Sujeito OD VTD O.Matriz de 2. O.S.S completiva nominal de 1. (Completa o sentido do substantivo medo ) (I) [(É) (importante)(1)] [que (você) (tenha) (juízo)(2).] VL predicativo suj. VTD OD O. Matriz de 2 O.S.S subjetiva de 1. (J) [(O médico) (declarou)(1)] [que (o paciente) (está) (bem)(2).] Sujeito VTD sujeito VL pred.suj. O. Matriz de 2 O.S.S. objetiva direta de 1.
(S) [(Ele) (não) (fala) (a ninguém)] [(quando a filha chega.] Oração subordinada adverbial temporal estudaremos depois. IMPORTANTE: 1) Os pronomes oblíquos o, a, os, as (e as variantes lo, la, los, las, no, na, nos, nas) são sempre objeto direto. 2) Os pronomes lhe, lhes são sempre objeto indireto. 3) Os pronomes oblíquos me, te, se, nos, vos podem ser objeto direto ou indireto. Para determinar sua função sintática, podemos perguntar ao verbo. Se a pergunta tiver preposição, o pronome será Objeto Indireto. Se não tiver, será Objeto Direto. OU podemos substituir esses pronomes por um substantivo: se o uso da preposição for obrigatório, então se trata de um objeto indireto; caso contrário, de objeto direto. Por Exemplo: Roberto me viu na escola.(od) Roberto viu (quem?) pergunta SEM preposição ---- Objeto Direto OU Substituindo-se "me" por um substantivo qualquer (amigo, por exemplo), tem-se: "Roberto viu o amigo na escola." Veja que a preposição não foi usada. Portanto, "me" é objeto direto. Observe o próximo exemplo: João me telefonou.(oi) João telefonou (a quem?) pergunta COM preposição --- Objeto Indireto OU Substituindo-se "me" por um substantivo qualquer (amigo, por exemplo), tem-se: "João telefonou ao amigo". A preposição foi usada. Portanto, "me" é objeto indireto. 9) Observando regularidades:
As orações subordinadas substantivas: O.S.S. objetiva direta. O.S.S subjetiva. O.S.S predicativa. O.S.S apositiva. ------ Sem preposição obrigatória. O.S.S objetiva indireta. O.S.S completiva nominal. ------ Com preposição obrigatória. 10) Elabore uma frase com cada dos tempos do modo indicativo. MODO INDICATIVO: É o modo da certeza, da grande possibilidade de acontecer. 1) Eu canto música pop. - presente do indicativo 2) Ontem, eu cantei música pop. Perceba, aconteceu uma vez e pronto. Pretérito perfeito do indicativo. 3) Toda sexta-feira, eu cantava música pop. Perceba, acontecia repetidamente, então: Pretérito imperfeito do indicativo 4) Eu cantara música pop uma vez. Aconteceu uma vez e dá a entender que não ocorrerá nunca mais Pretérito mais-que-perfeito do indicativo. 5) Eu cantarei música pop no festival de agosto. Futuro do presente. 6) Eu cantaria música pop no festival se isso impressionasse a Carla, mas ela só gosta de MPB. Futuro do pretérito (eu teria cantado no passado). MODO SUBJUNTIVO: Ao contrário do indicativo, é o modo que expressa a dúvida, a incerteza. 1) Talvez, eu cante música pop. presente do subjuntivo. 2) Seria mais divertido se eu cantasse música pop. pretérito imperfeito do subjuntivo.
3) Quando eu cantar música, ficarei mais calma. futuro do subjuntivo. Cantar está no infinitivo, mas tem sujeito = eu. MODO IMPERATIVO: Apresenta-se na forma afirmativa e na forma negativa. Com ele nos dirigimos diretamente a alguém, em segunda pessoa, expressando o que queremos que esta(s) pessoa(s) faça(m). Pode indicar uma ordem, um pedido, um conselho etc., dependendo da entonação e do contexto em que é aplicado. Imperativo afirmativo: Ouve a música! Imperativo negativo: Não ouças a música! FORMAS NOMINAIS: INFINITIVO, PARTICÍPIO E GERÚNDIO Embora as formas nominais não façam parte de nenhum tempo ou modo, elas são importantes na conjugação verbal. As formas nominais são o infinitivo pessoal, o infinitivo impessoal, o particípio e o gerúndio.