OS EFEITOS DA MICROCORRENTES PARA O TRATAMENTO DE ACNE GRAU I E II

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Transcrição:

1 OS EFEITOS DA MICROCORRENTES PARA O TRATAMENTO DE ACNE GRAU I E II Camylla Emanuely Pires¹, Thais Camargo², Simone Cosmo³. 1. Acadêmicas do Curso Superior Tecnólogo em Estética e Cosmética da Universidade Tuiuti do Paraná. (Curitiba, PR); 2. Acadêmicas do Curso Superior Tecnólogo em Estética e Cosmética da Universidade Tuiuti do Paraná. (Curitiba, PR); 3. Ma. Prof. Adjunta do Curso de Tecnologia em Estética e Cosmética da Universidade Tuiuti do Paraná. Endereço para correspondência: camyllaemanuely@gmail.com RESUMO: a acne é uma das disfunções hormonais que causa uma desarmonia na pele. É uma afecção comum em adolescentes quando estão saindo da fase da infância para a fase da adolescência, cerca de 80% da população jovem tem acne. E quando surge na idade mais madura é devido algum fator de estresse, má alimentação, e hormonais. A acne é mais comum em mulheres, porém mais persistentes ao tratamento em homens. Podendo apresentar vários tipos de tratamento, desde medicamentosos ao uso de géis e pomadas tópicas. O tratamento de acne pode ser dado em clinicas de estética com peelings (ácido salicílico, mandélico) e pode ser feito também a home care (cuidados em casa realizada pela paciente), com pomadas do tipo géis e remédios como a Isotretinoína. A microcorrentes é uma corrente elétrica subsensorial, ou seja, ela tem uma carga elétrica compatível com o campo eletromagnético do corpo humano, sendo com menos de 1000 microampère, o que a torna subsensorial. As suas vantagens no tratamento para acne, é que ela quando aplicada aumenta a microcirculação cutânea, que tem como consequência a melhora da nutrição do tecido e oxigenação, que irá fazer um efeito revitalizante no pele, e com a ajuda dos fibroblastos estimulados, dão firmeza a pele, também melhoram a cicatrização. O objetivo desse artigo foi verificar como a pele reage após o tratamento com a microcorrentes na pele com lesões de acne. Existem outros tratamentos que já foram realizados para acne e também surtiu efeitos como os ácidos, porém os ácidos como tratamento, são produtos que se volatilizam pelo ar, impedindo a penetração profunda na pele. Concluiu-se que o tratamento feito com microcorrentes é eficaz no quadro acneíco, pois melhora o aspecto da pele e a hidratação cutânea. Palavras-chave: Acne, microcorrentes e tratamento.

2 INTRODUÇÃO As mudanças biológicas que ocorre no organismo, são devido a transição da fase infantil para a fase da adolescência. Essas mudanças são causadas pela liberação de hormônios, que são responsáveis por mudanças físicas e emocionais, e é na fase da adolescência que começa a surgir lesões de acne em algumas partes do corpo, geralmente colo, face e costas (OLIVEIRA; DIAS, 2011). Na dermatologia, a acne é uma das afecções de pele mais comum, pois atinge 80% da população, sendo o ponto alto entre 12 e 25 anos, mais comum em mulheres porem mais grave e persistente em homens. Na pele acneíca existe cerca de 1000 glândulas por centímetro², sabe-se que a partir dos sete anos de idade as glândulas sebáceas e os queratinócitos presentes na derme começam a ser estimulados pelos hormônios andrógenos presentes na derme, que fazem um aumento da secreção sebácea, e dão origem a formação de microcomedões e lesões inflamatórias. A acne apresenta vários tratamentos, podendo ser com peelings, eletroestimulação, géis e medicamentosos (SUDO, FILHO; 2014). A microcorrentes apresenta efeitos positivos sobre o tratamento da acne. Ela tem função cicatrizante e regenera o tecido lesionado devido a inflamação causada pela acne, é uma corrente elétrica subsensorial (MARTELLI; THEODORO; ZANIBONI, 2014), corrente polarizada com baixa amperagem, medidas em milionésimos de ampere, sendo subsensorial, que possui respostas fisiológicas que são beneficentes aos tecidos lesionados. A eletroestimulação por microcorrentes tem como característica principal a não atuação a níveis dos órgãos, somente a nível celular e de micro estruturas, produzindo micro estimulação e neuro-estimulação (SILVA; OLIVEIRA, 2008). O objetivo desse artigo foi verificar o efeito causado pela microcorrentes na pele com acne de grau I e II. Acne É uma afecção do folículo piloso e das glândulas sebáceas, que por sua vez acaba gerando uma inflamação, não contagiosa e benigna, porem que prejudica o bem estar e a autoestima levando a modificações comportamentais. É mais frequente em adolescentes no geral, mais persistente em mulheres e

3 mais grave em homens, e acomete regiões como face, tórax anterior e dorso. (SUDO e FILHO, 2014). Há vários fatores que são desencadeantes da acne. As causas como predisposição genética, hiperqueratinização do folículo piloso, aumento da quantidade de hormônios androgênicos, aumento da produção de sebo, a colonização bacteriana pelo Propionibacterium acnes (P. acnes) e o processo inflamatório, são algumas causas mais frequentes (SILVA e OLIVEIRA, 2010). Outro fator que podem desencadear o aparecimento das afecções é algumas dietas e alimentos que favorecem a mudança do metabolismo ocasionando um aumento da proliferação da acne. O estresse também pode causar o aparecimento das afecções ou uma piora nas existentes, devido que as glândulas sebáceas representam funções endócrinas independentes na pele, com a participação importante na maturação hormonal cutânea, que constituem um órgão de função neuroendocrinoinflamatória que coordenam e executam uma resposta local ao estresse (OLIVEIRA, C.J. et al, 2011). As glândulas pilossebáceas começam a sofrer modificações fundamentais para o processo de formação da acne, pois há uma hipertrofia de toda a glândula decorrente da ação androgênica, que não necessariamente levara a formação da acne, porem cria uma condição para a formação de comedão (CASTANHA 2012). A acne apresenta suas manifestações clinicas como pode ser observado no quadro1.

4 Quadro 1: manifestações clínicas da acne Microcomedão Comedão fechado Comedão aberto Pápulas Pústulas Não pode ser visualizado a olho nu, geralmente só com microscópios. Vulgarmente conhecido como cravo branco, e inflama com mais facilidade. É uma esfera esbranquiçada. Mais conhecido como cravo preto, devido sua extremidade ser aberta, sofre oxidação do meio externo, e são facilmente extraídas. São elevações cônicas vermelhas, que apresentam dor e geralmente inflamações, e não devem ser extraídas. São lesões bem dolorosas, infiltradas na derme, que apresentam pus. Geralmente são encontradas nas costas, peitos, região maxilar e submandibular. Se apresentarem inflamação não deve ser extraído. Nódulos São elementos mais profundos, formando tumefações de cor avermelhadas, que podem ser reabsorvidos naturalmente pela pele ou se abrirem na pele, e não cabe ao estetacosmetólogo o seu tratamento. Cistos São cistos subcutâneos arredondados, em geral inflamados e apresentam dor. A retirada por ser feita apenas por médicos. Fonte: adaptado de: Azulay (2006), Leonardi(2004), Silva e Oliveira (2010), Maio (2004). A acne pode ser classifica de duas formas: inflamatória e não inflamatória, isso varia de acordo com o grau em que ela se encontra. A acne vulgar é classificada em cinco graus; o tecnólogo em estética pode realizar tratamentos até o grau II, para maior segurança do seu trabalho e do paciente também. O quadro 2, mostra de forma especifica os graus e acometimentos da acne.

5 Quadro 2: Graus de acometimento da acne: Graus Características Inflamatória Grau I- comedegênica Grau IIpapulopustulosa Grau IIInodulocistica Grau VI- conglobata Grau V- fulminas Comedões fechados que fazem um aumento de corneócitos no infundíbulo folicular, que adquire forma de esfera e são esbranquiçados e comedões abertos, raramente com presença de cicatriz. Apresenta pele oleosa, comedões em abundancia, pápulas e pústulas, com variável no quadro de acometimento. Há formação de abcessos e fissuras na pele, são lesões maiores e mais profundas, com comedões, pápulas, pústulas e nódulos. São afecções repletas de pus devido a degeneração dos corneócitos. Há formação de abscessos e fissuras com maior ocorrência das afecções anteriores, e pode apresentar cistos também. Muito rara, e pode ser encontrada com mais frequência no sexo masculino, as afecções já existentes na pele podem evoluir para ulceras e também pode formar necrose na pele, causando febre local. Não Sim Sim Sim Sim, e infecciosa também. Fonte: Adaptado de azulay(2006) e Borges (2006). Tratamentos da acne Para estipular o melhor tratamento para afecções acneícas, o profissional da área da estética deve fazer uma ficha de avaliação, para descobrir a causa da acne. E cabe ao estetacosmetólogo tratar acne apenas grau I e II, para graus acima disso apenas médico especialistas poderão estipular o tratamento (SILVA e OLIVEIRA, 2010). Seguindo a tese de MAIO (2004) a limpeza de pele sempre foi o mais indicado, pois diminui a seborreia da pele, que geralmente acompanha o quadro de acne, faz controle do manto hidrolipídico, esvaziamento de afecções não inflamatórias e afinamento do extrato córneo. Também pode ser feito tratamento com peelings, pois realizam uma renovação celular, devido a sua esfoliação profunda, resultando na descamação da pele e regeneração do tecido, melhorando o aspecto da pele. Porém os profissionais tecnólogos em estética só podem usar peelings ácidos com ph 3,5 e concentração máxima de 10% (JAHARA, 2006).

6 Microcorrentes É uma corrente polarizada com baixa amperagem, medidas em milionésimos de ampere, sendo subsensorial, que possui respostas fisiológicas que são beneficentes aos tecidos lesionados. A eletroestimulação por microcorrentes tem como característica principal a não atuação a níveis dos órgãos, somente a nível celular e de micro estruturas, produzindo micro estimulação e neuro-estimulação, sendo assim denominada uma corrente elétrica fisiológica, homeostática e normalizadora (OLIVEIRA, 2011). A terapia com microcorrentes não é invasiva, tem alternância de polos a cada 3 segundos, do polo positivo para o polo negativo. Devido a sua baixa amperagem ser em microampère, o modo normal que é aplicado não consegue ativar as fibras nervosas sensoriais subcutâneas, o que permite com que o paciente não sinta dor alguma. É uma corrente de menos de 1000 microampère, isso é compatível com o campo eletromagnético do corpo (SUDO e FILHO; 2014). Os efeitos fisiológicos da MENS são intermediados por correntes endógenas, baseados no estimulo da microcirculação cutânea, que como efeito fisiológico tem a melhora da nutrição e oxigenação tecidual, que gera efeito revitalizante nos tecidos, faz a estimulação de fibroblastos e do sistema linfático (MARTELLI et al,2015). As indicações na estética para a MENS são para melhora de cicatrizes, pós-operatório, revitalização de pele, recuperação de queimaduras, estrias (rearranjo das fibras colágenas), involução cutânea. A microcorrentes faz um aumento da produção de ATP em até 500%, o ATP (Trifosfato de adenosina), é a molécula responsável pela síntese proteica e regeneração tecidual, por causa da sua participação em todos os processos energéticos da célula, por esse fato que ela ajuda no tratamento de peles acneícas, pois participa do processo de cicatrização da pele (BORGES, 2006). As contraindicações principais da microcorrentes são: pessoas com problemas cardíacos portadores de marca-passo ou cardiopatas congestivas, uso de prótese metálica, portadores de neoplasia, patologia circulatória tipo flebite, trombose, renais crônicos, gestantes em qualquer idade gestacional, processos inflamatórios e infecciosos, sobre anestesia, epilepsia (OLIVEIRA, 2008).

7 Microcorrentes e acne Quando ocorre na pele um dano tecidual ou lesões como, por exemplo, de acne, há um rompimento da atividade normal elétrica da pele. A microcorrentes nesse caso produz uma estimulação que pode gerar sinais análogos, ou seja, idênticos ao do corpo humano, quando estão fazendo o reparo tecidual. O reestabelecimento bioeletrecidade atua na renovação celular, melhorando a oxigenação da pele, e tendo como consequência o aceleramento do processo de cicatrização (STOLF e OLIVEIRA, 2012). Em um trauma tecidual, a passagem da corrente bioelétrica é obstruída, e causa impedância elétrica, que tem como consequência redução do suprimento sanguíneo, oxigênio e nutrientes para o tecido. A dor é causada quando há diminuição da circulação local, que leva ao acumulo de metabolitos nocivos e hipóxia local, isso é um sinal que a ATP está reduzida, e que a cicatrização da pele irá demorar mais para ocorrer, é necessário uma corrente elétrica para superar a barreira de impedância do tecido traumatizado. A microcorrentes tem a função de reestabelecer à síntese de ATP (ROBINSON e SNYDER-MACKLER, 2010). MATERIAIS E MÉTODOS Este artigo se caracteriza com um estudo de caso, a caráter experimental. Os dados bibliográficos foram feitos com pesquisas dos anos de 2003 até o ano de 2014, por meio de livros e dados de sites como da Lilacs, Medline, PubMed, Scielo e Google acadêmico. A pesquisa foi submetida ao Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da Universidade Tuiuti do Paraná, como uma pesquisa qualiquantitativa, e foi aprovada sob o número de protocolo 2.967.353. A voluntária participante do estudo é uma adolescente de 19 anos, 1,65 de altura e 65 kg, não pratica nenhum tipo de esportes ou atividade física, e apresenta acne grau I e II, com comedão, pápulas e pústulas, com surgimento inicial em 2013, sendo feito outros tratamentos mais não teve resultados satisfatórios. O tratamento foi realizado duas vezes por semana, sendo nas segundas-feiras e nas quintas-feiras, durante 8 semanas consecutivas, totalizando um mês de tratamento. Nas 2 primeiras sessões foi realizado a

8 limpeza de pele, e nas outras 6 sessões foi realizado apenas a higienização da pele e aplicação da microcorrentes. A análise de dados foi feita através do registro fotográfico, com uma câmera de 13 megapixels, do celular da marca Samsung, modelo galaxy J7. Será feito o registro de fotos de antes do tratamento e após o termino do tratamento. Fazendo assim um comparativo pós-tratamento. Também foi realizada uma avaliação com a ficha de anamnese, onde foram levantados dados relacionados à identificação, idade, histórico facial do acometimento da acne, alimentação, hábitos de vida, quantidade de água ingerida diariamente, fototipo e tipo de pele. Os critérios para inclusão no tratamento é que a voluntária não tenha utilizado nem um tipo de tratamento estético e medicamentoso para a melhora do quadro acneíco. E apresente acne na região da face em grau I e II. Os critérios para exclusão do tratamento é se a voluntaria em um período de 6 meses antes tenha realizado algum tipo de tratamento estético ou medicamentoso. Ou se durante o tratamento ela venha descumprir isso e fizer algum tratamento alternativo. Como segunda fase, foram realizadas 2 sessões de limpeza de pele, da seguinte forma: Quadro 3: passo a passo da limpeza de pele: 1 passo Higienização da pele com sabonete e esfoliante facial. 2 passo Foi passado emoliente e deixado a paciente/voluntária com o vapor de ozônio por 20 minutos. 3 passo Foi feito a extração de comedões, e afecções não inflamatórias. 4 passo Foi passada máscara calmante para diminuição da hiperemia local, e deixado agir por 15 minutos. 5 passo Retirado a máscara, tonificado a pele e passado protetor solar. Fonte: as autoras, 2018. Na primeira sessão que foi realizada a limpeza de pele, a pele apresentou muita hiperemia e edema local. A hiperemia se deu por causa da extração de comedões; A máscara lenitiva fez com que a pele diminuísse o edema e a hiperemia. Ao longo das sessões foi notada uma melhora no aspecto da pele, processo celular natural, evidenciando aspecto de viço na pele.

9 Na terceira fase iniciaram-se as aplicações da técnica de microcorrentes com o aparelho da STIMULUS FACE (nome do aparelho que realiza a microcorrentes) da marca HTM, com movimentos leves e relaxantes com a caneta metálica de ponteiras esféricas. Foi aplicada da seguinte forma: Quadro 4: passo a passo da aplicação da microcorrentes: 1 passo Higienização da pele com sabonete e esfoliante, para retirada da oleosidade e resíduos que possam causar impedância. 2 passo Aplicado gel condutor sobre a face e aplicado a microcorrentes com a frequência de 5 Hz, sendo 4 minutos por quadrante da face, dividida em 3 terços, sendo o ¹/ 3 superior dividido em 3 partes, ¹/ 3 médio em 2 partes e ¹/ 3 inferior em 3 partes, totalizando 32 minutos de aplicação. 3 passo Tonificado a pele e passado protetor solar. Fonte: as autoras, 2018. É importante salientar que para a realização desse estudo não se utilizou nenhum cosmético que interferisse no resultado da pesquisa, sendo evidenciado apenas o uso de gel de carbopol sem qualquer princípio ativo para fazer a aplicação da microcorrentes. RESULTADOS E DISCUSSÃO O tratamento de acne, além de melhorar a aparência da pele, também melhora a autoestima do paciente. Para (MAIO, 2004) a limpeza de pele é o tratamento mais eficaz para acnes, pois faz o afinamento do extrato córneo, equilíbrio do manto hidrolipídico e esvaziamento das afecções. Porém, outros tratamentos podem ser associados a limpeza de pele para tratamento da acne, o uso de ácidos tem respostas em quadros acneíco segundo (JAHARA, 2006), Os resultados foram analisados a partir das características apresentadas na pele acneíca no início do tratamento, evidenciados nas fotos e ficha de anamnese.

10 Figura 1 e 2: antes do tratamento. Fonte: As autoras, 2018. A acne aparente na pele da paciente/voluntária era de grau I e II. Ela relatou que tinha baixa estima. O tratamento foi melhorando a aparência da pele como a autoestima da paciente também. No meio do tratamento foram feitos novos registros fotográficos. A pele já apresentava melhora no quadro de acne e a paciente estava começando a notar os resultados Figura 3: meio do tratamento, 4 sessão. Fonte: as autoras, 2018.

11 De acordo com as fotos, foram verificados que o aspecto da pele começou a melhorar, em relação à hidratação cutânea, hiperemia das afecções acneícas e melhora na cicatrização. Segundo (BORGES, 2006), os resultados de tratamentos feitos com a microcorrentes são cumulativos, podendo ser visto um bom resultado após o termino de todas as sessões. Devido a isso, que na figura 3, pode ser notado que ainda havia a presença de afecções acneícas no ½ superior, mais já estava apresentando melhora nas demais regiões. Para (HABIF, 2005), o tratamento de acne visa minimizar a formação de cicatrizes. A microcorrentes quando aplicada melhora a circulação local, fazendo assim com que ocorra maior nutrição tecidual e maior quantidades de nutrientes concentrados na região, que como consequência melhora as lesões causadas pela acne. Segundo os estudo de (MARTELLI et al, 2014) com a microcorrentes no processo de cicatrização apresentaram efeito benéfico, pois ela reestabeleceu a bioeletricidade tecidual, aumentou a velocidade de contração e fechamento das feridas em processo cicatricial por segunda intenção, o que resultou na melhora da pele. Figura 3: final do tratamento Fonte: as autoras, 2018. Para (OLIVEIRA, DIAS e LUBI, 2011) o tratamento de acne também pode ter resultados se tratado com a associação de ácidos como o salicílico e o mandélico, devido a sua ação queratolítica, e bactericida. Porém, segundo

12 (FONSECA, 2014) os ácidos são produtos voláteis, que evaporam rapidamente, não permitindo a penetração profunda do ácido. Por esse fato, que o tratamento que foi realizado com a microcorrentes apresentou resultado igual ou melhor do que os feitos com ácidos, pois a microcorrentes é uma corrente elétrica em contato direto com a pele e não se dispersa pelo ar ou pelo resto do corpo, faz efeito direto na região aplicada. As comparações feias através do material fotográfico mostram fotos de antes do tratamento, na metade do tratamento e após a última sessão de tratamento, que trouxeram respostas significativas e satisfatórias. COSIDERAÇÕES FINAIS Na pesquisa feita em artigos, não há relatos do uso da microcorrentes em tratamentos de pele acneíca, porque a maioria dos profissionais não gosta de aplicar a microcorrentes por serem movimentos monótonos e divididos por quadrantes de pequenas regiões por vez. Os resultados obtidos foram satisfatórios, pois foi notada na pele da paciente a eficácia do uso apenas da microcorrentes como tratamento. A pele apresentou uniformização na cor, melhora da hidratação e diminuição da oleosidade da pele. A pesquisa desenvolvida é de muita importância para os tecnólogos em estética, pois comprova a eficácia de mais um tratamento para acne, apesar desta técnica ser pouco utilizadas em tratamentos faciais. Visto que se a acne for tratada desde a fase inicial, evitam-se complicações como cicatrizes e distúrbios psicológicos consequentemente nos pacientes.

13 BIBLIOGRAFIA AZULAY, D.R.; Dermatologia. 3 ed, Rio de Janeiro, Guanabara, 2006 BORGES, F.S.; Modalidades terapêuticas nas disfunções estéticas. São Paulo: Editora Phorte, 2006. CASTANHA, F.; Acne na adolescência. Universidade Tuiuti do Paraná, Paraná, Curitiba, 2012. FONSECA, MS.R.; Benefício do ácido salicílico na acne grau I. Goiás, Goiânia, 2014. HABIF, P. T.; Dermatologia clínica. 4ª ed., Porto Alegre: Artmed, 2005. JAHARA, R.; Apostila terapêutica dos ácidos- Peeling químico, 2006. LEONARDI, G.R.; KUREBAYASHI, A.H.; MATHEUS, L.G.M.; Cosmetologia aplicada. São Paulo: Medifarma. 2004. MAIO, M.; Tratado de medicina estética. Editora Rocca, 2004. MARTELLI, A.; THEODORO, V.; ZANIBONI V.E.; Microcorrentes no processo de cicatrização: revisão de literatura. São Paulo, 2014. OLIVEIRA, C.J.; DIAS, R.S.; OLIVEIRA S.P.; LUBI, N.C.; Ação do ácido mandélico e salicílico no tratamento de acne juvenil. Universidade Tuiuti do Paraná, Paraná; Curitiba, 2011. OLIVEIRA, V.C.; A eletroestimulação por microcorrentes na revitalização facial. São Paulo, 2011. ROBINSON, J.A.; SNYDER_MACKLER. L.; Eletrofisiológica clínica. Eletroterapia e teste fisiológico. 3 ed. Porto Alegre: Artmed, 2010. SILVA, G. W.; OLIVEIRA, S.P.; Efeitos da microcorrentes na hiperpigmentação periorbital, Universidade Tuiuti do Paraná, Paraná; Curitiba, 2008. SILVA, V.R.; OLIVEIRA, S.P.; Acne na adolescência e a intervenção estética. Universidade Tuiuti do Paraná, Paraná; Curitiba, 2010.

14 STOLF, G.D.; OLIVEIRA, S.P.; Analise da eficácia da microcorrentes em edema infrapalpebral de peles maduras: um estudo de caso. Universidade Tuiuti do Paraná, Paraná; Curitiba, 2012. SUDO, E.J.; FILHO, L.F.; Princípios fisiológicos da acne e a utilização de diferentes tipos de ácidos como forma de tratamento. São Paulo, 2014.