VI-184 - MONITORAMENTO DO IMPACTO AMBIENTAL DA ATIVIDADE DE BENEFICIAMENTO DE COURO NO MEIO HÍDRICO



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Transcrição:

22º Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental 14 a 19 de Setembro 2003 - Joinville - Santa Catarina VI-184 - MONITORAMENTO DO IMPACTO AMBIENTAL DA ATIVIDADE DE BENEFICIAMENTO DE COURO NO MEIO HÍDRICO Mauro Campos Trindade Graduado em Engenharia Química (1999). Mestre em Engenharia Química pela EE-UFMG (2002). Consultor da Fundação Estadual do Meio Ambiente - FEAM desde 2000. Rosângela Moreira Gurgel Machado Graduada em Engenharia Civil (1980). Mestre em Saneamento, Meio Ambiente e Recursos Hídricos pelo DESA-UFMG (1997). Pesquisadora da Fundação Centro Tecnológico de Minas Gerais - CETEC de 1980 a 2001. Pesquisadora da Fundação Estadual do Meio Ambiente - FEAM desde 2001. Marcia Cristina M. Romanelli(1) Graduada em Engenharia Química (1977). Mestre em Saneamento, Meio Ambiente e Recursos Hídricos pelo DESA-UFMG (1990). Pesquisadora da Fundação Estadual do Meio Ambiente - FEAM desde 1992. Endereço(1): Av. Prudente de Morais, 1671 - Santa Lúcia - Belo Horizonte MG. Brasil. CEP: 30.380-000 Tel: (31) 3298 6372. Fax: (31) 3298 6394. e-mail: marciar@feam.br RESUMO Devido à carga orgânica gerada e lançada nos cursos de água do estado de Minas Gerais, os curtumes são considerados causadores de grande impacto na qualidade ambiental dos rios do Estado de Minas Gerais. Outros agentes poluidores associados com esse processo

produtivo são sulfetos, cromo, hidróxido de cálcio, sais de amônio, ácidos, bactericidas, detergentes e corantes. A rede de monitoramento adotada em São Sebastião do Paraíso, maior pólo mineiro de beneficiamento de couro, teve duração de seis meses, com 18 estações de amostragem de qualidade de água superficial e avaliações dos efluentes líquidos dos 11 curtumes em funcionamento no município. A escolha dos parâmetros físico-químicos empregados no monitoramento foi definida de acordo com os insumos e resíduos da indústria de curtimento e bibliografias disponíveis sobre o assunto. Também foram inseridas na rede de monitoramento informações de ecotoxicidade em rios (teste de toxidade crônica) e efluentes industriais (teste de toxidade aguda). As informações disponibilizadas na rede de monitoramento implementada permitem afirmar que os efluentes das indústrias de couros e peles são responsáveis pela degradação dos cursos de água localizados em São Sebastião do Paraíso. Os principais indicadores desta degradação são matéria orgânica (DBO e DQO), cromo total, sólidos, nitrogênio amoniacal, óleos e graxas e sulfetos, todos associados com os insumos e subprodutos do processo de beneficiamento de couros e peles. Pela avaliação dos ensaios conduzidos nos efluentes industriais é possível verificar que o reciclo das soluções utilizadas nas etapas de caleiro e curtimento promovem uma substancial redução dos teores de sulfeto e cromo, além de estabilizar o ph dos efluentes em valores dentro da faixa considerada satisfatória para o meio hídrico, entre 6 e 9. Apesar da melhora alcançada com o reciclo, existe a necessidade de tratamento dos efluentes das indústrias de beneficiamento de couro para adequação à legislação ambiental e preservação da qualidade dos recursos hídricos. PALAVRAS-CHAVE: água superficial, monitoramento e qualidade, beneficiamento de couro, efluentes líquidos. INTRODUÇÃO A atividade de curtimento tem como objetivo a transformação da pele de bovinos, porco, cabra e outros animais em peças de couro resistentes à putrefação e que possam ser utilizadas para confecção de calçados, roupas, acessórios, revestimento para estofados e outros. O processo típico de curtimento ao cromo, desde a pele salgada até o couro acabado, pronto para ser usado na fabricação de calçados ou outros produtos, pode ser visto no diagrama de blocos apresentado na Figura 1. De acordo com o diagrama apresentado, após o recebimento da pele salgada, a pele é hidratada com água enriquecida com detergentes, umectantes e bactericidas no remolho. Esta etapa é realizada em tambores rotativos denominados fulões e gera como efluente águas contendo cloreto de sódio (NaCl), sangue, sebo e outras matérias orgânicas. O pré-descarne é feito, eventualmente, no processo de curtimento para remover mecanicamente o tecido subcutâneo (hipoderme) constituído de tecido adiposo, tecido muscular e vasos sanguíneos. Estes componentes, principalmente o tecido adiposo, constituem uma barreira à penetração dos reagentes aplicados nas etapas posteriores.

A depilação ou caleiro é a etapa onde ocorre a remoção dos pelos da epiderme e a abertura da estrutura fibrosa. Nesta etapa, há a destruição da queratina, responsável pela fixação dos pêlos, devido à ação do hidróxido de sódio (NaOH) formado pela dissociação do sulfeto de sódio (Na2S) em presença de hidróxido de cálcio (Ca(OH)2). O efluente produzido no caleiro é responsável por cerca de 70% da DBO produzida em todo o processo de curtimento. O descarne, assim como o pré-descarne, é uma operação mecânica que remove completamente a hipoderme da pele. O descarne é realizado usualmente em uma máquina de descarnar e produz um resíduo sólido composto de proteínas, tecido adiposo, tecido muscular e pequena quantidade de efluentes líquidos do beneficiamento do sebo com elevada quantidade de matéria orgânica e sólidos em suspensão. A divisão consiste em dividir a pele inchada e depilada em duas camadas. Uma das camadas, que fica originalmente em contato com a carne, é chamada raspa e a outra é denominada vaqueta. Esta operação não é realizada no couro destinado para a fabricação de solado, que usa o couro inteiro sem divisão. As raspas são usadas para diversos fins como fabricação de luvas e aventais de segurança ou na fabricação de gelatinas e rações protéicas, enquanto a vaqueta segue no processo de curtimento. A desencalagem é a preparação das peles para o curtimento. Esta etapa é realizada através de lavagens com água limpa, visando reduzir o ph, e a remoção de cal e sulfetos por soluções contendo sulfato de amônio nos fulões. A operação de purga é iniciada em seguida a desencalagem, com o emprego de enzimas proteolíticas e sais de amônio. Nesta etapa a pele se torna mais flexível, macia e porosa. O píquel é a etapa que tem como objetivo preparar a pele para o curtimento, e consiste na acidulação da mesma com ácido sulfúrico e NaCl para evitar o inchamento e a precipitação dos sais de cromo. Esta operação não é realizada quando o curtimento é ao tanino. O curtimento pode ser feito com tanino ou sais de cromo. Com o curtimento, as peles se tornam tenazes e resistentes a putrefação. Os couros curtidos ao cromo são denominados "wet blue" devido à coloração azulada adquirida pelo couro após o curtimento ao cromo. Algumas indústrias realizam apenas os processos de transformação das peles salgadas em "wet blue", outras, além de produzir o "wet blue", também fazem as etapas de rebaixamento e acabamento do couro. As etapas seguintes ao curtimento são chamadas de acabamento. Estas operações têm como objetivos: a) Rebaixamento: definir a espessura final do couro em função de sua aplicação posterior; b) Neutralização: eliminar os ácidos livres provenientes da etapa de curtimento; c) Recurtimento: completar o curtimento e conferir ao couro suas características finais;

d) Tingimento: dar cor final ao couro através do uso de corantes e ácido fórmico; e) Engraxe: evitar o rachamento do couro; f) Lixamento: corrigir os defeitos superficiais do couro. Devido aos valores da carga orgânica biodegradável gerada e lançada nos cursos de água do estado de Minas Gerais, Assis e Meneses (2002) apontam os curtumes como causadores de grande impacto na qualidade ambiental dos rios do Estado de Minas Gerais. Apesar do elevado poder poluidor, constata-se, pela prática e literatura relacionada ao assunto, que uma parcela significativa dos efluentes líquidos gerados na indústria pode ser reduzida através de um melhor controle do processo industrial (Desenvolvimento Tecnológico, 1996). A minimização da carga poluidora dessas atividades pode ser obtida pela redução e substituição na utilização de insumos, combate a perdas no processo e reutilização dos efluentes. As duas principais formas de reutilização de efluentes líquidos de curtumes são através dos reciclos das águas utilizadas nas etapas de caleiro (remoção dos pelos da epiderme e abertura da estrutura fibrosa) feita com soluções ricas em sulfetos e curtimento (transformação das peles em couro resistente à putrefação) realizado, normalmente, com sais de cromo. Figura 1: Diagrama de blocos do processo de produção de couro (fonte: MATEUS, 1996) Segundo informações obtidas nos processos de licenciamento e fiscalização da FEAM (Sistema FEAM), existiam, até maio de 2002, 78 curtumes em funcionamento no Estado de Minas Gerais, com capacidade instalada de 26000 couros/dia, equivalente, aproximadamente, a 650 toneladas/dia de couro. O principal pólo de curtimento do estado de Minas Gerais está concentrado no Município de São Sebastião do Paraíso, localizado 386 km a sudoeste de Belo Horizonte, onde estão instalados 11 curtumes, com uma capacidade produtiva total de 7300 couros/dia. Uma forma de caracterização da qualidade de águas superficiais, principalmente em relação a uma atividade potencialmente poluidora específica, pode ser obtida com o estabelecimento de rede de monitoramento, que são adotadas por empresas públicas e privadas para o acompanhamento e avaliação das condições ambientais. Para o estabelecimento de uma rede de monitoramento com indicadores ambientais, é de primordial importância a definição clara e precisa de seus objetivos. Com estes cuidados são evitados distorções, gastos desnecessários ou a inexistência de elementos básicos para a avaliação pretendida. OBJETIVOS Este trabalho tem como propósito avaliar o impacto ambiental das atividades de curtimento e acabamento de couro no meio hídrico. Outros objetivos que serão alcançados com este

trabalho são o diagnóstico da situação atual em relação aos requisitos ambientais dos curtumes instalados em São Sebastião do Paraíso e o estudo dos efeitos causados nos efluentes dessas indústrias em razão da adoção de práticas de manufaturas como o reciclo das águas usadas nas etapas de caleiro e curtimento. METODOLOGIA Para a caracterização do impacto ambiental das atividades de curtimento e acabamento de couro no meio hídrico de São Sebastião do Paraíso, foi estabelecida uma rede de monitoramento que possui 18 estações de amostragem em corpos de água. A predefinição da localização das estações foi realizada em mapa (macrodefinição), tendo a localização dos curtumes a serem estudados e utilizando a base de dados digitais do Projeto GeoMINAS (1996) na escala de 1:20000. Nesta definição prévia foram levadas em consideração a necessidade de avaliar a interferência do lançamento dos efluentes de cada curtume nos corpos de água e a situação do córrego liso, afluente do Ribeirão Santana, que recebe diretamente ou através de seus tributários, os efluentes de 8 dos 11 curtumes em operação em São Sebastião do Paraíso. Posteriormente, as localizações predefinidas foram confirmadas ou remanejadas para garantir a não interferência de fontes não contempladas neste estudo e facilidade de acesso durante as coletas das amostras. A descrição das 18 estações de amostragem de água superficial é apresentada na Tabela 1 em Anexo, enquanto o mapa com os curtumes e os pontos de monitoramentos podem ser vistos na Figura 2 em Anexo. Além da avaliação da qualidade das águas superficiais, também foram realizadas avaliações dos efluentes líquidos dos 11 curtumes em operação no município de São Sebastião do Paraíso no período do monitoramento. A relação dos curtumes considerados no projeto, com algumas informações sobre o processo produtivo e a característica dos efluentes líquidos pode ser vista no Tabela 2. Nesta tabela, é indicado o tipo de processo produtivo desenvolvido pela empresa, que pode ser completo da pele salgada até o couro acabado ou do "wet blue" até o couro acabado. A escolha dos parâmetros físico-químicos empregados no monitoramento foi definida de acordo com os insumos e resíduos da indústria de curtimento e bibliografias disponíveis sobre o assunto (Desenvolvimento Tecnológico, 1996), além das recomendações contidas na NBR 9897/87. As amostragens foram realizadas seguindo o seguinte programas: ÁGUAS SUPERFICIAIS: 6 campanhas mensais em 18 estações de amostragem. Parâmetros físico-químicos analisados: Condutividade elétrica, cromo total, cromo VI, DBO5, DQO, nitrogênio orgânico, nitrogênio amoniacal, oxigênio dissolvido, óleos e graxas, ph, sólidos dissolvidos, sólidos em suspensão, sulfetos e temperatura.

3 campanhas bimestrais em 4 estações de amostragem. Teste de toxidade crônica. EFLUENTES LÍQUIDOS INDUSTRIAIS: 3 campanhas bimestrais em 6 locais de amostragem (5 compostas e 1 simples). 3 campanhas bimestrais em 5 locais de amostragem (3 compostas e 2 simples). Parâmetros físico-químicos analisados: Condutividade elétrica, cromo total, cromo VI, DBO5, DQO, nitrogênio orgânico, nitrogênio amoniacal, óleos e graxas, ph, sólidos dissolvidos, sólidos em suspensão, sulfetos e temperatura. 3 campanhas bimestrais em 5 pontos de amostragem. (3 compostas e 2 simples) Teste de toxidade aguda. Todas as amostragens de águas superficiais foram simples (única alíquota) e de margem, exceto para os pontos RC08, RC10, RC11 e RC12, que foram coletadas de ponte. As amostragens dos efluentes líquidos foram simples para os curtumes que possuíam sistema de tratamento e compostas para os outros. A composição das amostras de efluentes foi realizada com seis alíquotas, proporcionais às vazões instantâneas medidas, coletadas com intervalos de tempo de 1,5 h a partir das 8:00 do dia da coleta. Para as análises de óleos e graxas e sulfetos nos efluentes não tratados, foram utilizadas as amostras coletadas na segunda alíquota do dia em razão da recomendação apresentada no Standard Methods (1998) de não realizar análises desses parâmetros em amostras compostas. Tabela 2: descrição e características dos curtumes avaliados CURTUME PROCESSO CARACTERÍSTICA DO EFLUENTE A Completo sem reciclo Bruto B Completo sem reciclo

Bruto C Completo reciclo caleiro Bruto D Completo com reciclo de cromo e caleiro Bruto E Completo com reciclo de caleiro* Tratado F Completo com reciclo de cromo e caleiro Tratado G Wet blue até couro acabado Bruto H Wet blue até couro acabado Bruto I Wet blue até couro acabado Bruto J

Wet blue até couro acabado Bruto L Wet blue até couro acabado Tratado *curtimento ao tanino Os testes de toxidade foram adotados para complementação da avaliação físico-química realizadas nos efluentes e cursos de água. Essa análise conjunta permite avaliar a redução, ou até mesmo a eliminação, da capacidade de desenvolvimento de organismos vivos no meio hídrico. Desta forma, os testes ecotoxicológicos completam a avaliação do potencial de risco para o homem e o meio ambiente causado pelo lançamento dos efluentes das indústrias de transformação de pele e couro. RESULTADOS Os resultados de monitoramento mais expressivos apontam forte contaminação dos corpos de água com matéria orgânica (DBO e DQO) e cromo total, além de concentrações de nitrogênio amoniacal, sólidos, óleos e graxas e sulfetos que superam em muitas vezes o limite legal adotado em Minas Gerais. Em todos os rios monitorados, predominam trechos em que os teores de oxigênio estão abaixo da quantidade mínima para a manutenção da vida aquática. Das 18 estações de amostragem monitoradas, apenas as três que não estações sofrem contaminação por efluentes líquidos de curtume ou de outras atividades industriais apresentam concentrações médias de oxigênio dissolvido acima de 5,0 mg/l (limite mínimo estabelecido na Deliberação Normativa COPAM 10/86 para cursos de água Classe 2). De modo geral, a situação de degradação ambiental é mais preocupante no córrego do Matadouro, que recebe o lançamento, sem qualquer tipo de tratamento, de efluentes de três curtumes com uma produção total de 1.000 couros/dia. As estações de amostragem localizadas a montante dos curtumes apresentam, também, uma expressiva contaminação dos corpos de água por esgoto sanitário, indicada por elevadas concentrações de matéria orgânica, sólidos e déficit de oxigênio dissolvido. As Figuras 3 e 4 mostram as características dos efluentes líquidos, em termos de DBO e cromo total, de curtumes em função do tipo de processo (completo ou a partir do "wet blue") e do tipo de tratamento dado aos efluentes (reciclo e tratamento). Assim, pode ser verificado que os curtumes que processam da pele salgada até o couro acabado (processo completo) possuem efluentes com maiores concentrações de matéria orgânica biodegradável (DBO) e cromo. A prática de reciclo de cromo, utilizado na etapa de curtimento, permite uma redução significativa da concentração dessa substância. Porém, os teores finais de cromo observados são ainda superiores ao limite permitido pela Delibração

Normativa COPAM 10/86 (1,0 mg/l de cromo trivalente). Os efluentes líquidos sem tratamento dos processos que utilizam como matéria-prima o "wet blue" possuem concentrações de DBO e cromo menores do que os efluentes dos processos de produção completo, mas ainda em desacordo com a legislação ambiental mineira. Figura 3: Valores de DBO para diferentes tipos de efluentes de curtume Nos processos a partir do "wet blue", o cromo é proveniente dos processos de lavagem a que o couro é submetido e, principalmente, do recurtimento ao cromo. O tratamento reduz significativamente a carga poluidora dos efluentes de curtume. Entretanto, é necessário que o sistema de tratamento seja operado de maneira adequada para que haja uma eficiente redução de DBO e cumprimento à legislação ambiental em relação a esse e a outros parâmetros. A Figura 4 mostra que tanto os efluentes tratados dos processos completos e dos que começam a partir do "wet blue" possuem reduzidas concentrações de cromo, atendendo plenamente os limites legais. Figura 4: Concentração de cromo para diferentes tipos de efluentes de curtume Os resultados dos ensaios de toxicidade crônica, Tabela 3, mostraram que, dos cursos de água monitorados, as águas do córrego Carrapatinho, da Fazendinha e Matadouro, após receber efluentes de curtume, são muito tóxicas para Ceriodaphnia dubia. Exceção é feita para o córrego Liso, que, provavelmente, devido a autodepuração e a diluição por águas de afluentes não degradados, não apresenta toxicidade crônica para o mesmo organismo (NBR13.373). Por sua vez, os ensaios de toxicidade aguda, apresentados na Figura 5, indicam que o tratamento reduz substancialmente o valor da Unidade de Toxicidade Aguda UTa, indicador da intensidade de toxicidade, dos efluentes de curtumes para Daphnia similis. Também foi observado que os efluentes dos processos que se iniciam a partir do "wet blue" são menos tóxicos para o organismo teste do que os dos processos completos. Além disso, a adoção de reciclo das soluções empregadas nas etapas de caleiro e curtimento promovem uma substancial redução da toxicidade dos efluentes. Figura 5: Resultados de toxicidade, expressos em unidade de toxicidade aguda UTa, para diferentes tipos de efluentes de curtume. As informações sobre as características dos processos estão na Tabela 2

Tabela 3: Resultados dos testes de toxicidade em águas superficiais ESTAÇÃO DATA RESULTADO DE TOXICIDADE 01/10/02 letalidade 24h RC03 04/12/02 letalidade 24h 12/02/03 letalidade 48h 07/10/02 não tóxico RC07 10/12/02 não tóxico 13/02/03 não tóxico 01/10/02 letalidade 24h RC10 05/12/02

letalidade 48h 11/02/03 letalidade 24h 04/10/02 letalidade 24h RC14 10/12/02 letalidade 24h 17/02/03 letalidade 24h 03/10/02 letalidade 24h RC18 09/12/02 não tóxico 18/02/03 não tóxico CONCLUSÕES: As informações disponibilizadas na rede de monitoramento implementada permitem afirmar que os efluentes líquidos das indústrias de couros e peles contribuem significativamente para a degradação dos cursos de água localizados em São Sebastião do Paraíso MG. Os principais indicadores desta degradação são matéria orgânica (DBO e DQO), cromo total, sólidos, nitrogênio amoniacal, óleos e graxas, sulfetos e outros, todos associados com os insumos e subprodutos das indústrias de couros e peles. O reciclo das soluções utilizadas nas etapas de caleiro e curtimento promove uma substancial redução dos teores de sulfeto e cromo, além de estabilizar o ph dos efluentes

líquidos em valores dentro da faixa considerada satisfatória para o meio hídrico. Apesar da melhora alcançada com o reciclo, existe a necessidade de tratamento dos efluentes das indústrias de beneficiamento de couros e peles para adequação da legislação ambiental e preservação da qualidade dos recursos hídricos. AGRADECIMENTOS Para o desenvolvimento deste projeto, foram importantes as contribuições de Alcione Ribeiro Mattos (Pesquisadora FEAM) e dos pesquisadores e técnicos da UEMG-Passos e do CETEC, aos quais agradecemos. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ASSIS, L. F. S.; MENESES, I. C. R. C. Indicadores Ambientais da Agenda Marrom no Estado de Minas Gerais 2002. Belo Horizonte: FEAM, 2002. 70p. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 12.713: ensaio de toxicidade aguda com Daphnia similis claus, 1876 (cladocera, crustacea). Rio de Janeiro, 1993. 16p. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 13.373: avaliação de toxicidade crônica utilizando Ceriodaphnia dubia Richard, 1894 (cladocera, crustacea). Rio de Janeiro, 1995. 20p. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 9897: planejamento de amostragem de efluentes líquidos e corpos receptores. Rio de Janeiro, 1987. 23p. BASE DIGITAL DO PROJETO GeoMINAS, 1996. DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO PARA CONTROLE AMBIENTAL NOS PEQUENOS E MÉDIOS CURTUMES DE MINAS GERAIS. Processo Industrial e medidas de controle: TOMO III, Volume 2. DESA-UFMG, 1996. 37p. FUNDAÇÃO ESTADUAL DO MEIO AMBIENTE E CONSELHO ESTADUAL DE POLÍTICA AMBIENTAL. Processos de licenciamento e fiscalização (Sistema FEAM/COPAM). Belo Horizonte, 1989 a 2002. FUNDAÇÃO ESTADUAL DO MEIO AMBIENTE. Enquadramento e monitoramento das águas. Belo Horizonte: FEAM, 2000, 75p. FUNDAÇÃO INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Cartas topográficas. Rio de Janeiro: IBGE. Escalas de 1:50.000.

KNIE, J. Proteção ambiental com testes ecotoxicológicos: Experiência com a análise das águas e dos efluentes no Brasil. Florianópolis: FATMA/GTZ, 1998. MATEUS, L. A. N. Relatório sobre a situação ambiental dos curtumes no estado de Minas Gerais. Belo Horizonte: DIRCA-FEAM, 1996. SILVA, C. S; PEDROZO, M. F. M. Ecototoxicologia do cromo e seus compostos (série cadernos de referência ambiental; v. 5). Salvador: CRA, 2001. 100p. STANDARD METHODS FOR THE EXAMINATION OF WATER AND WASTEWATER. 20th edition. Washington: AWWA/APHA/WEF, 1998. ANEXO Tabela 1: Descrição das estações de amostragem de águas superficiais. ESTAÇÃO DESCRIÇÃO LATITUDE LONGITUDE RC01 Córrego Liso a montante do córrego Matadouro 20 55 55" 46 58 07" RC02 Córrego Matadouro a montante do curtume B 20 55 57" 46 58 57" RC03 Córrego Matadouro a jusante do curtume I

20 55 50" 46 58 30" RC04 Córrego Liso a jusante do Córrego Matadouro 20 55 48" 46 58 03" RC05 Ribeirão Santo Antônio a montante do Córrego Liso 20 55 53" 46 56 56" RC06 Córrego Liso a jusante do curtume F 20º 55 14" 46º 56 54" RC07 Córrego Liso a jusante do curtume A 20º 55 17" 46º 56 52" RC08 Córrego Liso a jusante do córrego da Fazendinha 20º 54 19" 46º 55 33" RC09 Córrego da Fazendinha a montante do curtume E

20 54 47" 46 57 53" RC10 Córrego da Fazendinha a jusante do curtume J 20 54 42" 46 57 45" RC11 Córrego Liso a montante do córrego da Fazendinha 20 54 06" 46 56 02" RC12 Córrego da Fazendinha a montante Córrego Liso 20 53 57" 46 56 04" RC13 Córrego do Bosque a montante do lançamento do Dist. Industrial II 20 53 55" 47 00 51" RC14 Córrego do Bosque a jusante do lançamento do Dist. Industrial II 20 53 56" 47 00 52" RC15

Córrego Matadouro a jusante do curtume B e a montante do C 20 55 52" 46 58 45" RC16 Córrego Matadouro a jusante do curtume C e a montante do I 20 55 52" 46 58 45" RC17 Córrego Carrapatinho a montante do curtume D 20º 55 13" 46º 59 50" RC18 Córrego Carrapatinho a jusante do curtume D 20º 55 13" 46º 59 52" ANEXO Figura 2: Mapa da localização das estações de amostragem e curtumes avaliados