Palavras chave: Propriedades Para Investimento, Value Relevance, PPI, Mercado de Capitais.

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Transcrição:

Value Relevance e Impacto da Mensuração das Propriedades para Investimento no Mercado de Capitais: Custo ou Valor Justo? Resumo VINICIUS DE SOUZA COTRIM Universidade Federal de Goiás CARLOS HENRIQUE SILVA DO CARMO Universidade Federal de Goiás ERCILIO ZANOLLA Universidade Federal de Goiás A adoção das normas internacionais de contabilidade, e consequentemente adoção do pronunciamento técnico CPC nº 28, determinou o reconhecimento de forma separada, dos ativos Propriedades Para Investimento (PPIs) e permitiu flexibilidade no método de mensuração, dando a opção de escolha entre valor justo e custo. De acordo com o CPC 00, a informação contábil é relevante quando é útil para o usuário na tomada de decisão, essa relevância pode ser verificada pela análise do comportamento dos acionistas por meio do preço das ações. Este estudo teve por objetivo verificar o value relevance para o mercado de capitais do método de mensuração dos ativos reconhecidos como Propriedades Para Investimento, das empresas listadas na B3 Brasil, Bolsa, Balcão, no período de 2010 a 2016. Utilizou-se o modelo de Ohlson (1995) para a regressão de dados em painel e foram formuladas três hipóteses de pesquisa: (H1) empresas que optam pela mensuração das Propriedades Para Investimento pelo método de valor justo possuem maior associação relativa que empresas que optam pelo método de custo; (H2) a materialidade das PPIs influencia a sua relevância e; (H3) as PPIs mensuradas a valor justo possuem maior relevância que as avaliadas pelo método de custo, considerando sua materialidade distinta. Os resultados demonstraram que não há relevância para o mercado de capitais das PPIs que são mensuradas pelo método de custo e pelo método de valor justo, mesmo quando analisada a sua materialidade. Isto implica em dizer, que o método de mensuração das PPIs pode não ser relevante para o mercado de capitais brasileiro, não sendo útil para os investidores na tomada de decisão por não trazer melhoria na qualidade da informação contábil. Palavras chave: Propriedades Para Investimento, Value Relevance, PPI, Mercado de Capitais.

1 Introdução As normas internacionais de contabilidade, International Financial Reporting Standards (IFRS) e International Accounting Standards (IAS) foram emitidas pelo International Accounting Standards Board (IASB), órgão normatizador contábil internacional. Estas normas foram adotadas por mais de 140 países, e promoveram uma integração entre os mercados financeiros, sendo possível que investidores locais apliquem recursos em outros países, por meio das informações das demonstrações contábeis que são a base para essa tomada de decisão. (Oliveira & Lemes, 2011) A adoção compulsória das normas internacionais de contabilidade no Brasil, proporcionou a criação de novas políticas contábeis. As IFRS, adotadas no ano de 2010, por meio das leis 11.638/07 e 11.941/09, alteraram artigos da lei nº 6.404/76 (Lei das Sociedades Anônimas) referentes às normas societárias e fiscais brasileiras e impactaram os demonstrativos financeiros. A IAS 40 - Investment Property, norma correlata ao pronunciamento técnico emitido pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) nº 28 define as Propriedades Para Investimento (PPIs), como terrenos e/ou edifícios destinados a auferir aluguéis ou valorização de capital e que não podem ser ocupados pelo proprietário e nem utilizados na produção de bens e serviços. Neste contexto, a norma também sustenta que a mensuração das PPIs deve ser realizada ao custo histórico, somados aos custos de transação no reconhecimento inicial e, na avaliação posterior, faculta a discricionariedade do gestor ao permitir a avaliação pelo método de custo ou pelo método do valor justo. (CPC 28, 2009) Para Watts (1992) as escolhas contábeis referem-se à opção por um método contábil em relação a outro igualmente válido, e permitem aos administradores o julgamento quanto ao melhor tratamento contábil a ser escolhido. Os administradores podem fazer escolhas que melhor refletem a característica econômica do ativo, com o intuito de melhorar a qualidade da informação. (Pinto, Martins, & Silva, 2015) Holthausen (1990) afirma que os métodos contábeis são escolhidos de forma a revelar as expectativas sobre fluxos de caixa futuros da empresa. Fields, Lys e Vincent (2001) corroboram com este pensamento, visto que estas escolhas fornecem aos usuários externos um melhor nível de informação em relação a aspectos relacionados aos fluxos de caixa futuros. As escolhas contábeis resultam em informações que são divulgadas ao mercado por meio das Demonstrações Contábeis, que de acordo com Kolozsvari, Marques e Macedo (2015), são uma oportunidade para estudar a adoção do valor de custo ou do valor justo na avaliação das PPIs. Para Taplin et al., (2014) mensurar as PPIs a valor justo é considerado mais relevante e confiável que mensurar a custo histórico. Dessa forma, mensurar as PPIs a valor justo, traria aos usuários da informação contábil, mais utilidade, relevância e confiabilidade (Batista & Paulo, 2017). Entretanto, Para Daniel, Ermel e Paulo (2017), a inserção da mensuração a valor justo no Brasil enfrenta grandes problemas, como a ausência de mercados líquidos, a subjetividade e o viés, problemas estes que tornam suspeita a qualidade das características de melhoria da informação. De acordo com o Pronunciamento Conceitual Básico CPC 00 (2011), a informação contábil é relevante quando possui a capacidade de fazer a diferença nas decisões tomadas pelos usuários. Estudos que avaliam o efeito da escolha entre valor justo e custo histórico das PPIs, podem confirmar a utilidade da informação contábil. (Batista & Paulo, 2017) A inclusão de um novo grupo contábil e a necessidade da informação contábil ser útil para ser relevante, deve transmitir ao usuário mais clareza, para tanto, faz-se necessário analisar o value relevance das PPIs (Gonçalves, Conegliam, & Carmo, 2017).

O value relevance da informação contábil, consiste na capacidade preditiva desta informação, na determinação do valor da empresa (Beisland, 2009). Para Francis e Schipper (1999), informações contábeis relevantes possuem capacidade de antecipar o preço das ações por meio do valor intrínseco da ação, direcionando o preço ao valor. Holthausen e Watts (2001) elencam dentre os estudos de relevância das informações contábeis, a associação relativa, que visa a associação entre os valores de mercado de ações com formas de mensuração diferentes. Como por exemplo, mensurar a custo histórico ou valor justo as PPIs e comparar o coeficiente de determinação dos modelos de regressão para definir o modelo mais relevante. Este estudo busca investigar se a mensuração pelo método do valor justo das PPIs possui maior associação relativa para o mercado de capitais do que a mensuração pelo método de custo. Dessa forma, têm-se o seguinte problema de pesquisa: Qual a relevância para o mercado de capitais das Propriedades Para Investimento (PPIs) mensuradas pelo método do valor justo e pelo método de custo das empresas listadas na B3? Para cumprir o objetivo desta pesquisa, foram coletados os dados financeiros anuais no banco de dados da Economática, no período de 2010 a 2016. Por meio das notas explicativas dos demonstrativos financeiros das companhias, capturou-se a informação da mensuração das PPIs pelo método de custo e pelo método do valor justo. Esta pesquisa contribui para a literatura de value relevance de PPIs no Brasil, pois analisou o comportamento do preço da ação das empresas de todos os setores, que apresentaram saldo deste ativo, não se limitando apenas a análise do setor imobiliário, além de comparar a relevância dos modelos de mensuração para as PPIs com a perspectiva da materialidade, dado que a representatividade das mesmas, no total do ativo, poderia influenciar no método de mensuração. 2 Plataforma Teórica 2.1 Value Relevance: A relevância da informação contábil De acordo com o Pronunciamento Conceitual Básico CPC 00 (2011) a informação contábil relevante, é aquela que possui utilidade, ou seja, aquela que é capaz de fazer a diferença na tomada de decisão dos usuários dessa informação. Barth, Beaver e Landsman (2001) classificam estudos que buscam verificar a relevância da informação contábil para o mercado de capitais como Value Relevance. Assim, uma informação contábil possui relevância se possui uma associação prevista com o valor de mercado da ação. Os estudos de Ball e Brown (1968) e Beaver (1968) são referenciados como prova empírica dos primeiros estudos de value relevance, pois buscaram relacionar o lucro contábil e o preço das ações das empresas (Kothari, 2001). Entretanto, Barth, Beaver e Landsman (2001), afirmam que o primeiro estudo a referenciar o value relevance para verificar a relação de números contábeis, com o valor de mercado das empresas, foi de Amir, Harris e Venuti (1993). Após o termo de value relevance ter se popularizado, Holthausen e Watts (2001) classificaram os estudos de Value Relevance em três categorias, os de associação relativa, de associação incremental e os de conteúdo de informação marginal. Estudos de Associação Relativa buscam a associação entre os valores de mercado de ações, com formas de mensuração diferentes ou alternativas entre padrões contábeis, comparando o coeficiente de determinação (R²) dos modelos de regressão, para determinar o modelo mais relevante. Os estudos de Associação Incremental buscam analisar se a informação contábil é útil para explicar os valores ou os retornos ao longo de períodos de tempo. O valor possui

conteúdo de informação incremental, se o coeficiente de regressão estimado, é estatisticamente diferente de zero. Por fim, estudos de value relevance com Conteúdo da Informação Marginal, testam se um número contábil acrescentaria alguma informação para os investidores. Dessa forma, são utilizadas metodologias de estudo de evento, avaliando a disponibilidade de determinada informação estar estatisticamente associada à alteração do valor dos ativos. Dessa maneira, estudos de value relevance buscam associação do valor do preço das ações com dados contábeis. Fama (1970) descreve que o preço dos ativos reflete todas as informações disponíveis, e Gonçalves et al., (2017) relatam que a forma como as PPIs são mensuradas pode influenciar nos preços das ações, pois estas informações estão disponíveis no mercado. O modelo estatístico mais utilizado para verificar a associação entre dados contábeis e o valor dos títulos negociados, deriva do modelo simplificado de Ohlson (1995), que define o valor da ação de uma empresa em função do seu valor contábil e de seu lucro líquido por ação. 2.2 Propriedades Para Investimento e sua relevância para o mercado de capitais As PPIs são regulamentadas pelo pronunciamento técnico CPC nº 28, norma correlata a IAS 40 Investment Property, norma emitida pelo IASB. Essa norma no Brasil foi adotada em 2010, enquanto países europeus, por exemplo, adotaram no ano de 2005, por meio do regulamento nº 1.606/2002. As PPIs podem ser definidas como terrenos e/ou edifícios, em parte ou ambos, que mantidos pelo proprietário ou pelo arrendatário em caso de arrendamento financeiro, possuem o objetivo de auferir aluguel ou valorização do capital ou para ambas, não podendo ser usadas na produção de bens e serviços ou serem vendidas no curso ordinário do negócio (CPC 28, 2009) De acordo com o CPC 28 (2009), as PPIs devem ser reconhecidas como ativo, quando e somente quando, for provável que benefícios econômicos futuros fluirão para entidade, e o custo da propriedade para investimento possa ser mensurado confiavelmente. Com os requisitos de reconhecimento atendidos, a entidade deve mensurar inicialmente as PPIs ao custo histórico mais os custos de transação. A entidade no reconhecimento posterior das PPIs deve escolher sua política contábil e avaliar suas PPIs pelo método de custo ou pelo método de valor justo, devendo aplicar esta política para todas as suas PPIs. (CPC 28, 2009). Dessa maneira, escolher o método de custo implica em mensurar todas PPIs pelos requisitos do CPC 27 Ativo Imobilizado, com exceção daquelas classificadas como mantidas para venda, devendo seguir o CPC 31 Ativos Mantidos para Venda e Operação Descontinuada. As entidades que escolherem o método de custo devem divulgar o valor justo de suas PPIs. Se optar pelo método de valor justo, a entidade deve mensurar todas as suas PPIs pelo valor justo, exceto quando não for possível a mensuração por este método com confiabilidade, espera-se que seja possível sua mensuração quando a construção for concluída. Assim, a PPI em construção deve ser mensurada à custo histórico até que seu valor justo possa ser mensurado com confiabilidade, ou a construção seja concluída. Os primeiros estudos de value relevance de PPI tratavam sobre a contabilização das variações de valor justo desses ativos. Antes da adoção das IFRS, essas variações eram reconhecidas na reserva de reavaliação ou na demonstração de resultados em países como Nova Zelândia e Hong Kong. Dessa forma, foi realizado na Nova Zelândia, por Owusu-Ansah e Yeoh (2006), um estudo com uma amostra de empresas neozelandesas no período de 1990 a 1999, para

verificar a relevância para o mercado de capitais, do reconhecimento de ganhos ou perdas não realizados em PPI, antes da adoção da IAS 40, quando a norma anterior SSAP nº17 permitia a contabilização pelos dois métodos alternativos, como reserva de reavaliação ou na demonstração de resultado. Os resultados demonstraram que não há maior value relevance quando o reconhecimento de ganhos ou perdas não realizadas, é feito em reserva de reavaliação ou quando são reconhecidos na demonstração de resultado. Após a adoção da IAS 40, ganhos ou perdas não realizadas em PPI, passaram a ser contabilizados diretamente na demonstração do resultado. So e Smith (2009), estenderam a pesquisa de Owusu-Ansah e Yeoh (2006) com empresas que possuíam PPIs listadas em Hong Kong, no período de 2004 a 2006. Os resultados encontrados mostram uma reação ao preço das ações para PPIs avaliadas a valor justo, e uma associação significativa entre os retornos das ações e a variação do valor justo das PPIs na demonstração de resultado. Esses achados demonstram que os investidores parecem colocar mais valor na apresentação da IAS 40 que na norma anterior que contabilizava as variações no valor das PPIs na reserva de reavaliação. Outros estudos de value relevance em PPI, buscaram verificar se formas alternativas de mensuração, a custo histórico ou valor justo, possuíam maior relevância para o mercado de capitais. Lourenço e Curto (2008) estudaram o value relevance das PPIs em quatro países europeus, França, Alemanha, Suécia e Reino Unido com amostra final de 224 empresas observadas por ano. Os resultados revelaram que os investidores distinguem o custo histórico e o valor justo reconhecido da PPI e também distinguem as duas formas alternativas de relatar o valor justo, seja no reconhecimento ou na divulgação. Baseando-se no trabalho de Lourenço e Curto (2008), Selas (2009) aplicou as técnicas de value relevance em 60 empresas portuguesas pertencentes ao índice PSI Geral, o principal índice do mercado de capitais de Lisboa, durante o período de 2005 a 2008, totalizando 209 empresas observadas por ano. Os resultados revelam que os investidores consideram essas diferenças de mensuração das PPIs quando avaliam as ações. Assim, reconhecer o custo histórico ou o valor justo no balanço, tem diferentes impactos sobre o preço da ação. Além disso, os resultados mostram que ao avaliar as ações, os investidores não interpretam igualmente quando as empresas reconhecem o valor justo no balanço patrimonial (modelo de valor justo) e divulgam essas informações nas notas explicativas quando optam pelo modelo de custo histórico. Na Malásia, estudos como Pappu e Devi (2011) e Ishak, Saringat, Ibrahim, e Wahab, (2012) fornecem evidências de que a mensuração a valor justo das PPIs não é relevante para o mercado de capitais. Os resultados anteriores divergem dos resultados encontrados por ZI, Mohamat Sabri Hassan, e Zaini Embong, (2014) que estudaram o value relevance das PPIs de 12 fundos de investimento imobiliário da Malásia durante o período de 2006 a 2011, que demonstraram que as informações sobre o valor justo das PPIs estão significativamente relacionadas ao preço da ação destes fundos. Na Tailândia, a pesquisa de Acaranupong (2017) contou com uma amostra de 345 empresas no período de 2011 a 2012, totalizando 690 observações, verificou se nas empresas que possuíam ativos reconhecidos como PPI, a mensuração a custo ou valor justo impactou o preço das ações das empresas tailandesas. Os resultados demonstram que 85% das empresas optaram pelo método de custo, e o value relevance do modelo de valor justo é menor do que o de custo histórico. No Brasil, estudos de value relevance em PPI são escassos, Gonçalves, Conegliam, e Carmo, (2017), com intuito de avaliarem o conteúdo incremental que as PPIs forneceram aos investidores do mercado de capitais brasileiros, analisaram os dados de 2011 a 2014, por meio do modelo de Ohlson (1995). Os resultados demonstraram que o lucro líquido, patrimônio líquido e as PPIs das companhias abertas brasileiras, não são value relevance para determinar o preço da ação e influenciar a tomada de decisão dos usuários da informação contábil.

Batista e Paulo, (2017) analisaram a associação relativa das companhias abertas brasileiras pertencentes ao setor imobiliário, considerado um dos setores com valores de PPI mais representativos, durante o período de 2010 a 2016. Os resultados revelam que independente da forma de mensuração, seja por custo histórico ou valor justo, as PPIs são value relevant para as empresas desse setor específico. Neste Contexto, observa-se que não há um consenso de relevância para o mercado de capitais entre a classificação de PPI e a sua forma de mensuração, pois os resultados das pesquisas ora apresentam relevância das PPIs e a sua mensuração, seja a custo histórico ou valor justo, ou ambos para o mercado de capitais e ora não. Portanto, estudar o value relevance da mensuração das PPIs de companhias abertas brasileiras, com dados de todos os setores, pode fornecer informações adicionais a literatura atual, visto que a escolha contábil pode influenciar na tomada de decisão dos investidores. Assim, com base na literatura descrita anteriormente, foram elaboradas as seguintes hipóteses de pesquisa: H1: As PPIs mensuradas pelo método do valor justo são mais value relevant que as mensuradas pelo método de custo. Adicionalmente, observa-se que a materialidade da PPIs tem sido indicada como um direcionador das escolhas contábeis de mensuração e divulgação das mesmas. (Botinha, 2014; Daniel et al., 2017; Dornelles, Marques, & Macedo, 2016; Pinto, 2013; Pinto et al., 2015; Souza, 2014; Souza & Lemes, 2016). Assim tem-se a segunda Hipótese: H2: As PPIs mais representativas são mais value relevant que as menos representativas. As empresas que possuem maior ou menor materialidade das PPIs, podem ter ou não mais relevância para o mercado de capitais. Neste contexto, o método de mensuração a valor justo de empresas com baixa materialidade e alta materialidade pode apresentar maior o value relevance da informação contábil, quando comparadas as empresas que optaram pelo método de custo. Para testar essa afirmativa, elaborou-se a terceira hipótese de pesquisa: H3: As PPIs mensuradas a valor justo possuem maior relevância que as avaliadas pelo método de custo, considerando sua materialidade distinta. 3 Método 3.1 Coleta de dados Para a construção do banco de dados desta pesquisa, foram selecionadas 95 empresas de todos os setores, listadas na B3 Brasil, Bolsa, Balcão, que possuíam saldo do ativo PPIs em pelo menos um período da janela de coleta. A partir do site da Economática, foram coletados os dados de preço das ações, considerando as cotações no dia 30 de abril do ano seguinte ao do encerramento do exercício social da empresa, procedimento similar dos trabalhos de Gonçalves et al., (2017) e Macedo et al., (2013). Coletou-se ainda no final dos exercícios, a quantidade de ações, o valor do patrimônio líquido por ação, o lucro líquido por ação, o valor total das PPIs e o valor do ativo total. O método utilizado para mensurar as PPIs foi coletado nas notas explicativas às demonstrações contábeis das empresas, disponíveis no site da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Após a coleta dos dados, calculou-se a materialidade média por empresa das PPIs (MAT), razão das PPIs pelo saldo do ativo total. Posteriormente, calculou-se a mediana da

variável de materialidade (MMAT). Dessa forma, têm-se dois grupos de empresas: as que estão abaixo da mediana e as que estão acima da mediana da variável MMAT. Dessa forma, selecionou-se 25% das empresas com menor representatividade de PPIs, denominando a esta amostra, empresas com baixa materialidade. Da mesma maneira, selecionou-se 25% das empresas com maior representatividade das PPIs, classificando-as como empresas de alta materialidade. Foi realizado o procedimento descrito acima para as empresas que optaram pelo método do custo e pelo método do valor justo. A amostra de empresas que utilizam o método de custo contém 68 empresas e 300 observações; as que utilizaram o método de valor justo contém 28 empresas e 121 observações. Constatou-se que uma empresa mudou o método de mensuração durante o período de análise da pesquisa, considerando-a nas amostras das empresas que optaram pelo método de custo e valor justo. Para as empresas que mensuraram suas PPIs pelo método de custo, a separação por materialidade ficou da seguinte forma: com baixa materialidade 17 empresas e 70 observações; com alta materialidade 17 empresas e 85 observações. Para as empresas que mensuraram suas PPIs pelo método do valor justo, a separação por materialidade deu-se da seguinte forma: a amostra inicial com baixa materialidade contou com 7 empresas e 52 observações, enquanto a amostra inicial com alta materialidade contou com 7 empresas e 41 observações. Com intuito de dar maior robustez aos resultados, foram excluídos da amostra os outliers multivariados com o uso do método de Hadi (1992), que permite a exclusão de grandes variações nas variáveis, tornando a amostra mais homogênea. Dessa forma, as amostras sem outliers multivariados, para as empresas que optaram pelo método de custo na mensuração das PPIs, são 61 empresas e 268 observações (amostra completa), 11 empresas e 57 observações (baixa materialidade) e 16 empresas e 78 observações (alta materialidade). Da mesma maneira, as amostras sem outliers multivariados, para as empresas que optaram pelo método de valor justo na mensuração de suas PPIs, são 24 empresas e 95 observações (amostra completa), 7 empresas e 24 observações (baixa materialidade) e 6 empresas com 40 observações (alta comparabilidade). Esta pesquisa não realizou exclusão de setores específicos, utilizando o setor como variável de controle, classificadas pela setorização NAICS disponível na base da Economática. Para cada amostra foi estimada a regressão por meio da utilização de dados em painel, pois coletou-se vários dados de diversas empresas ao longo de vários anos (2010-2016). Fávero e Belfiore (2017), afirmam que os modelos de regressão para dados em painel são úteis para estudar o comportamento de um determinado fenômeno que é representado pela variável dependente, quando possui uma estrutura de dados agrupados. Dessa forma, utilizamos o modelo de dados em painel, para verificar se o preço das ações (variável dependente) pode ser explicado pelas variáveis explicativas (lucro por ação, valor patrimonial por ação e propriedades para investimento por ação), e comparar os coeficientes de determinação (R²) das regressões. Assim, pode-se verificar qual método de mensuração das PPIs (custo ou valor justo) possui maior value relevance para o mercado de capitais. 3.2 Descrição das Variáveis e Hipóteses de Pesquisa As variáveis utilizadas para o processamento dos dados são demonstradas na tabela 1, classificadas pelo nome, descrição.

Tabela 1 Descrição das Variáveis do modelo de Dados em painel para amostra nos anos de 2010 a 2016. Variável Dependente Descrição PA Variáveis Independentes β 1 LPA β 2 VPA-PPIA β 3 PPIA β 4 SET Valor de mercado da ação no dia 30 de abril do ano seguinte ao encerramento do exercício social. Descrição Representa-se pelo Lucro por Ação (LPA) no final do exercício social. Representa-se pelo valor do Patrimônio Líquido por Ação (VPA) subtraído do valor das Propriedades Para Investimento por Ação (PPIA) no final do exercício social. Representa-se pelo valor das Propriedades por Investimento por ação (PPIA) no final do exercício social. Representa-se pela classificação dos setores das companhias abertas brasileiras pelo NAICS. Sendo 1= Materiais Básicos; 2= Consumo Cíclico; 3= Consumo não Cíclico; 4= Energia; 5= Financeiras; 6=Healthcare; 7=Indústria; 8= Tecnologia; 9= Serviços de Telecomunicações; 10= Serviços Públicos. Nota. Fonte: Dados da Pesquisa 3.3 Modelo Econométrico Para Ohlson (1995) o preço da ação pode ser explicado por duas variáveis contábeis, o lucro contábil e o patrimônio líquido das companhias, esta equação é demonstrada a seguir: Em que: Pit é o preço da ação da empresa i no período t; LPA é o lucro por ação; VPA é o valor patrimonial por ação Estudos que analisaram o value relevance das PPIs utilizaram um modelo adaptado ao de Ohlson (1995) acrescentando variáveis como setor e o valor por ação das PPIs, conforme demonstrado abaixo.(batista & Paulo, 2017; Gonçalves et al., 2017; Lourenço & Curto, 2008; Selas, 2009; ZI et al., 2014) Onde: PA é o preço da ação; LPA é o Lucro por Ação; VPA-PPIA é o valor do Patrimônio Líquido da ação subtraído o valor das PPIs por ação; PPIA é o valor das Propriedades Para Investimento por Ação; SET são variáveis dummy para os setores especificados na Tabela 1. 4 Análise dos Resultados 4.1 Apresentação dos Resultados Neste capítulo constam os resultados da pesquisa, que se inicia pela evidenciação da estatística descritiva das variáveis, por ambos os métodos de mensuração. A tabela 2

apresenta a estatística descritiva das variáveis das amostras de baixa materialidade, alta materialidade e a amostra com todas as empresas, que optaram pelo método de custo. A retirada dos outliers para ambas as tabelas 2 e 3, proporcionou a redução da diferença entre o máximo, mínimo e desvio padrão de quase todas as análises, exceto para a variável VPA-PPIA do modelo de custo, onde a diferença ainda é considerável. Tabela 2 Estatística Descritiva (Método de Custo) sem Outliers no período de 2010 a 2016. Baixa Materialidade Variáveis Média Desvio Padrão Mínimo Máximo PA 16.57483 10.52811 0.47 56.51988 LPA 0.809286 1.141375-2.593673 4.346543 VPA-PPIA 6.716605 6.054808-8.770378 21.62284 PPIA 0.008113 0.0102952 0.0002538 0.0285613 Nº Obs: 57 57 57 57 Alta Materialidade Variáveis Média Desvio Padrão Mínimo Máximo PA 20.41333 16.55163.05 71.42231 LPA.6375232 2.295886-7.249271 8.129498 VPA-PPIA.2227832 18.01906-40.01268 40.75577 PPIA 13.95582 13.07253.010058 60.22139 Nº Obs: 78 78 78 78 Amostra Completa Variáveis Média Desvio Padrão Mínimo Máximo PA 20.28773 21.52263 0.05 146.19 LPA 0.991607 2.332082-8.00485 9.786905 VPA-PPIA 7.424538 14.03655-40.01268 54.8753 PPIA 4.286211 9.41004 0.0000472 60.22139 Nº Obs: 268 268 268 268 Nota. Fonte: Dados da Pesquisa As PPIAs variam nas amostras das empresas que optaram pelo método de custo entre 0.0000472 a 60.22139 em um total de 268 observações. Em média, empresas que optam pelo custo histórico possuem um valor de PPIA de R$ 4,29 (quatro reais e vinte e nove centavos). Da mesma forma, estimou-se a estatística descritiva das variáveis das amostras das empresas que optaram pelo método de valor justo na mensuração de suas PPIs, apresentada na Tabela 3. Tabela 3 Estatística Descritiva (Método de Valor Justo) sem Outliers no período de 2010 a 2016. Baixa Materialidade Variáveis Média Desvio Padrão Mínimo Máximo PA 8.593422 4.792357 2.91 21.8617 LPA 0.6302893 0.7058247-0.9622 1.871255 VPA-PPIA 10.20533 8.49051 3.742196 30.0965 PPIA 0.0945698 0.0901159 0.0069196 0.301 Nº Obs: 24 24 24 24

Alta Materialidade Variáveis Média Desvio Padrão Mínimo Máximo PA 14.66518 8.574421 1.48 40.76998 LPA 1.307996 1.525452-2.580703 6.296762 VPA-PPIA -9.166082 12.41938-26.42003 19.92082 PPIA 34.81872 20.78278.8156341 70.70288 Nº Obs: 40 40 40 40 Amostra Completa Variáveis Média Desvio Padrão Mínimo Máximo PA 15.13278 14.08105 0.239993 83.6 LPA 0.9459278 1.305429-3.220037 5.059592 VPA-PPIA 4.126353 16.83987-26.42003 51.76348 PPIA 15.64027 21.27288 0.0069196 70.70288 Nº Obs: 95 95 95 95 Nota. Fonte: Dados da Pesquisa Os resultados da Tabela 3 demonstram uma variação das Propriedades por Investimento por ação de 0.0069196 a 70.70288, e um valor médio de PPIA de R$ 15,64 (quinze reais e sessenta e quatro centavos), que quando comparado ao valor do método de custo, apresenta-se valores superiores. Tal fato pode ocorrer devido ao ajuste das PPIs à valor de mercado refletirem melhor a realidade econômica e financeira da entidade. 4.2 Discussão dos Resultados Os resultados da regressão dos dados sem outliers são apresentados a seguir por meio da Tabela 4, por métodos de mensuração. Tabela 4 Resultados da Regressão em Dados em Painel sem Outliers todos os modelos no período de 2010 a 2016. Modelo Testado Amostra sem Outliers - Pit = α + βlpa +βvpamppi + βppia + βset + ε it Método de Custo Variáveis Baixa Materialidade Alta Materialidade Amostra Completa LPA 1.815851 0.706234 1.675705*** (2.414527) (0.4583243) (0.3565895) VPA-PPIA -1.054579-0.2167921-0.3573515* (0.7214322) (0.2422504) (0.2019095) PPIA 326.4553 0.0293791 0.0133647 (309.4577) (0.1912452) (0.188304) Teste Breusch-Pagan (Estatística) 6.51 9.60 131.51 P-valor (Breusch-Pagan) 0.0107 0.0019 0.0000 Teste LM Breusch-Pagan (Estatística) 0.00 58.94 88.35 P-valor (LM Breusch-Pagan) 1.000 0.0000 0.0000 Teste F de Chow (Estatística) 2.61 19.36 11.48 P-valor (F de Chow) 0.0142 0.0000 0.0000 Teste Hausman (Estatística) 10.14 7.96 23.98 P-valor (Hausman) 0.0174 0.0468 0.0000 Nº Obs: 57 78 268

R² within 0.0759 0.0885 0.1061 R² between 0.5033 0.0068 0.01 R² overall 0.133 0.0150 0.0000 Método de Valor Justo Variáveis Baixa Materialidade Alta Materialidade Amostra Completa LPA 0.733625 2.467069*** 2.195755*** (1.088118) (0.7003465) (0.7122433) VPA-PPIA -1.174655-0.4931636*** 0.0391896 (0.9919171) (0.1310619) (0.215349) PPIA -0.3482475-0.0434185 0.2429884 (42.67545) (0.0625191) (0.1841114) Teste Breusch-Pagan (Estatística) 0.39 0.66 33.23 P-valor (Breusch-Pagan) 0.5312 0.4152 0.0000 Teste LM Breusch-Pagan (Estatística) 0.00 0.00 36.91 P-valor (LM Breusch-Pagan) 1.000 1.000 0.0000 Teste F de Chow (Estatística) 4.48 3.84 13.13 P-valor (F de Chow) 0.0098 0.008 0.0000 Teste Hausman (Estatística) 10.48 7.78 1.18 P-valor (Hausman) 0.0149 0.0508 0.757 Nº Obs: 24 40 95 R² within 0.2614 0.2063 0.1519 R² between 0.1687 0.9663 0.2434 R² overall 0.1077 0.5112 0.2268 Asteriscos representam a significância das variáveis aos níveis: * p-value < 0,1, ** p-value < 0,05 e *** p-value < 0,01, Para estimar os modelos foi utilizado o comando para controle de heterocedasticidade. Os números fora de parênteses correspondem aos coeficientes e os números entre parênteses correspondem aos erros padrão. Fonte: dados da pesquisa Foram realizados os testes estatísticos para determinação de qual o melhor modelo de regressão em dados em painel, POLS, Efeitos Fixos ou Efeitos Aleatórios. Para isso, realizouse o teste de Breusch-Pagan a um nível de significância de 5%. Os resultados demonstraram que os dados são heterocedásticos em todos os casos, sendo necessário o uso de regressões com correção de erro padrão robusto para heterocedasticidade. Posteriormente, verificou-se qual o método a se utilizar entre POLS ou Efeitos Fixos, por meio do Teste F de Chow que apresentou p-valor inferior a 0.05, rejeitando-se a hipótese nula da aplicação do método de POLS em todos os casos. Seguindo-se com o Teste LM de Breusch-Pagan para constatação entre o método de POLS ou Efeitos Aleatórios, identificouse o método de POLS, nas amostras de baixa e alta materialidade, indicando que não existe diferença entre as empresas da amostra. Porém, na amostra completa, constatou-se diferença entre as empresas, descartando o modelo de POLS. Por fim, calculou-se o teste de Hausman a um p-valor na amostra de baixa materialidade de (0.0174), alta materialidade (0.0468), amostra completa (0.0000), confirmando o modelo de Efeitos Fixos. Portanto, analisaram-se as variáveis explicativas das amostras de baixa e alta materialidade. Os resultados apontaram que as variáveis LPA, VPA-PPIA, PPIA não foram estatisticamente significantes a um p-valor inferior a 0.05. Nesse sentido, a análise da amostra com todas as empresas, demonstrou que as variáveis LPA e VPA-PPIA, foram estatisticamente significantes, porém a variável PPIA não apresentou p-valor inferior a 0.05. Dessa forma, não é possível afirmar que as empresas mensuradas pelo método de custo, possuem value relevance para o mercado de capitais.

Com base na análise da Tabela 4, utilizou-se para as empresas de baixa e alta materialidade, que optaram pelo método do valor justo, o modelo de Efeitos Fixos. Em análise das variáveis explicativas do modelo de baixa materialidade (LPA, VPA-PPIA e PPIA) não se apresentaram estatisticamente significativas a um nível de significância de 0.05. Diferentemente do que se apresentou na amostra de empresas com baixa materialidade, as variáveis explicativas (LPA e VPA-PPIA) do modelo com alta materialidade, mostraram associação com o preço da ação. Enquanto, no modelo completo, a análise de Efeitos Aleatórios, apresentou associação com o preço da ação, apenas a variável LPA. Nos modelos analisados pelo método de custo e pelo método de valor justo, com empresas de baixa materialidade, alta materialidade, e com todas as empresas da amostra, não foi encontrada significância estatística para a variável PPIA. Isto significa dizer que as PPIs não influenciaram o preço da ação das empresas da amostra e não possuem value relevance para o mercado de capitais em nenhum dos modelos apresentados, seja qual for o método de sua mensuração. Logo, não se pode confirmar as hipóteses de pesquisa H1, H2 e H3. Nesta pesquisa não se encontrou associação entre value relevance e materialidade das PPIs, propostas nas hipóteses H2 e H3. Geralmente, as pesquisas que associam a escolha contábil de mensuração das PPIs pelo método de custo ou de valor justo, à materialidade das PPIs, encontram significância estatística em seus modelos, geralmente logit. (Botinha, 2014; Daniel et al., 2017; Dornelles, Marques, & Macedo, 2016; Pinto, 2013; Pinto et al., 2015; Souza, 2014; Souza & Lemes, 2016) Os resultados vão ao encontro dos achados de Gonçalves et al. (2017), que analisaram o value relevance do conteúdo incremental das PPIs e não encontraram relevância da informação contábil das PPIs para o mercado de capitais brasileiro. Pesquisas como as de Ishak et al., (2012) e Pappu e Devi (2011) não confirmaram maior value relevance para o modelo de valor justo, sendo o modelo de custo mais relevante para o mercado de capitais da Malásia. Dessa forma, a adoção de um novo grupo contábil, como o caso das PPIs, pode não trazer inovação, já que quando as PPIs são mensuradas pelo método de custo, possuem o mesmo tratamento contábil de um ativo imobilizado, devendo inclusive, seguir as orientações do pronunciamento técnico CPC 27 Ativo Imobilizado. Daniel, Ermel e Paulo (2017), argumentaram em seu estudo que no Brasil, a ausência de mercados líquidos, a subjetividade e viés, trazem problemas na mensuração a valor justo, o que torna suspeita a qualidade das características de melhoria da informação. Neste contexto, a mensuração das PPIs à valor justo pode não ser relevante para o mercado de capitais brasileiro, não sendo útil para os investidores na tomada de decisão por não trazer melhoria na qualidade da informação contábil. 5 Considerações Finais Com a adoção das normas internacionais de contabilidade, e consequentemente adoção do CPC 28, norma que trata de ativos reconhecidos como Propriedades Para Investimento, permitiu-se que se reconhecessem esses ativos em separado e houvesse uma flexibilidade na mensuração destes ativos, podendo ser mensurados pelo método do valor justo ou pelo método do custo. O trabalho teve como objetivo verificar na perspectiva da associação relativa, proposta por Holthausen e Watts (2001), se a mensuração a valor justo das Propriedades Para Investimento das companhias abertas brasileiras listadas na B3, possuía um maior coeficiente de determinação quando comparado às companhias que mensuraram as Propriedades Para Investimento pelo método de custo, o que significa maior value relevance para o mercado de capitais. Foram elaboradas três hipóteses de pesquisa, a primeira de que as empresas que optam pela mensuração das Propriedades Para Investimento pelo método de valor justo possuem

maior associação relativa que empresas que optam pelo método de custo. Enquanto a segunda, sustentava que a materialidade das PPIs influencia a sua relevância, de maneira que as PPIs mais representativas são mais value relevant que as menos representativas. E a terceira hipótese de pesquisa, sustentou que as PPIs mensuradas a valor justo possuem maior relevância que as avaliadas pelo método de custo, considerando sua materialidade distinta. Os resultados, obtidos por meio da análise de regressão de dados em painel, demonstraram que não há relevância para o mercado de capitais das PPIs mensuradas pelo método de custo ou pelo método de valor justo, não sendo a materialidade relevante. Isto implica em dizer, que o método de mensuração das PPIs pode não ser relevante para o mercado de capitais brasileiro, não sendo útil para os investidores na tomada de decisão por não trazer melhoria na qualidade da informação contábil. Espera-se com este estudo, acrescentar à literatura sobre value relevance de Propriedades Para Investimento, melhorando assim o entendimento sobre o comportamento das empresas no uso da informação contábil. Os resultados encontrados não podem ser generalizados, pois se analisou apenas o comportamento de empresas brasileiras e de um período específico e recente de adoção das normas internacionais. Pesquisas futuras são necessárias para testar se em diferentes janelas temporais, com outras amostras, em outros países, se confirmam resultados semelhantes aos aqui encontrados ou divergentes, contribuindo assim para a literatura.

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