Ministério da Agricultura, do Abastecimento e da Reforma Agrária Gabinete do Ministro Portaria n. 74, de 7 de Março de 1994 Aprova as Normas e Procedimentos Quarentenários para o Intercâmbio de Organismos Vivos para Pesquisa em Controle Biológico de Pragas, Doenças, Plantas Daninhas e outros Fins Científicos O MINISTRO DE ESTADO DA AGRICULTURA, DO ABASTECIMENTO E DA REFORMA AGRÁRIA, no uso de suas atribuições, tendo em vista o disposto nos artigos 1o, 2o e 3o e seus parágrafos, do Regulamento de Defesa Sanitária Vegetal, aprovado pelo Decreto no. 24.114, de 12 de abril de 1934, e considerando a possibilidade de utilização de organismos reconhecidamente úteis, tais como polinizadores e produtores de seda, e aqueles que parasitam, predam são antagônicos ou competidores de outros organismos nocivos a agricultura, pecuária e saúde pública, assim entendidos peixes, moluscos, ácaros, aranhas, insetos, fungos, bactérias nematóides, virus e outros, os quais podem ser utilizados no controle de pragas e vetores, doenças de plantas e plantas daninhas; I-Considerando que este, também denominado "controle biológico" é classicamente realizado com a utilização de organismos vivos intercambiados entre instituições de pesquisa do Brasil e de outros países; II-Considerando que este intercâmbio é permitido somente às instituições que tenham acesso ou ofereçam efetiva técnica de quarentena para maximizar a segurança; III-Considerando que algumas instituições de pesquisas no exterior, mantém intercâmbio técnico-científico com suas congêneres brasileiras, que lhes solicitam organismos vivos para estudos de controle de fitopatógenos, pragas e plantas invasoras de culturas; IV-Considerando, finalmente, a necessidade de se resguardar a segurança e vigilância fitossanitária neste intercâmbio, conforme propõe o Departamento de Defesa e Inspeção Vegetal, da Secretaria de Defesa Agropecuária, no processo no. 21000.006165/93-47, resolve: Art. 1o Aprovar as "NORMAS E PROCEDIMENTOS QUARENTENÁRIOS PARA O INTERCÂMBIO DE ORGANISMOS VIVOS PARA PESQUISA EM CONTROLE BIOlÓGICO DE PRAGAS, DOENÇAS, PLANTAS DANINHAS E OUTROS FINS CIENTÍFICOS". Art. 2o O trânsito internacional destes organismos far-se-á exclusivamente pelos seguintes Aeroportos: Galeão (Rio de Janeiro-RJ), Cumbica (Guarulhos/São Paulo-SP), Viracopos (Campinas-SP), Guararapes (Recife-PE), Dois de Julho (Salvador- BA), Salgado Filho (Porto Alegre-RS), Val de Caes (Belém-PA), Eduardo Gomes (Manaus-AM), Hercilio Luz (Florianopolis-SC), Brasilia-DF, e pelas aduanas dos Correios: Rio de Janeiro-RJ, São Paulo-SP, Recife-PE, Salvador-BA, Porto Alegre-RS, Florianópolis-SC, Belém-PA e Brasília-DF. Art. 3o Nos procedimentos administrativos decorrentes desta Portaria serão utilizados formulários e fluxogramas de tramitação, cujos modelos estão descritos em anexo. Art. 4o Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação Art. 5o Revogam-se as disposições em contrário. Synval GuazzelliI Normas e Procedimentos Quarentenários para o Intercâmbio de Organismos Vivos para Pesquisa em Controle Biológico de Pragas e outros Fins Científicos A - Disposições Gerais
I-Aplicam-se as presentes normas e procedimentos à exportação e importação de organismos vivos para pesquisa ou testes sobre controle biológico de pragas, patógenos e plantas daninhas prejudiciais à agricultura e pecuária, assim como à exportação de materiais biológicos, inclusive aqueles considerados pragas e fitopatógenos que interessem a pesquisa científica ou tecnológica. II-Para efeito destas normas, consideram-se "Organismos úteis" os organismos vivos do filo Artropoda - Classe Insecta, Arachnida e Molusca, e as espécies de protozoários, bactérias, fungos, nematóides e microrganismos do grupo dos virus e semelhantes, que por suas condições biológicas de parasitismo, podem controlar populações de insetos, ácaros, bactérias, fungos, nematóides, virus e semelhantes e plantas daninhas prejudiciais a agricultura e a pecuária, bem como os poliniziadores e produtores de seda. III-A exportação e a importação de organismos vivos para controle biológicos são permitidas única e exclusivamente a empresas oficiais e privadas de pesquisas, universidades, institutos e/ou centros de pesquisa do Brasil e suas congêneres, no exterior, que se comprometam atender às normas aqui estabelecidas, e que disponham de condições eficazes de quarentena, que são: * instalações, laboratórios e equipamentos de quarentena, adequados à manipulação e salva-guarda dos organismos importados e ou exportados: * pessoal capacitado, que se responsabilize pelo funcionamento das instalações de quarentena, preparo e embalagem do material, vigilância permanente e ininterrupta das instalações, visando a preservação do material biológico; * que tenha credenciamento para funcionamento do Departamento de Defesa e Inspeção Vegetal, do Ministério da Agricultura, do Abastecimento e da Reforma Agrária. B - Normas e Procedimentos de Importação de Organismos Vivos I-Somente serão permitidas liberações em campo, de organismos reconhecidamente úteis que não apresentem riscos de introdução de pragas, fitopatógenos, plantas daninhas, e de parasitos secundários (hiperparasitos). II-As importações devem ser de organismos vivos reconhecidamente úteis tais como: * inimigos naturais - ácaros e insetos - nas fases de ovo e pupa, sem hospedeiro ou material vegetal; * inimigos naturais nas fases de ovos, larvas e insetos adultos, acompanhados de materiais artificiais para sua alimentação (dieta); * patógenos para controle de pragas e doenças de plantas: * inimigos naturais parasitando inseto, ácaro ou patógeno, sem a planta hospedeira; * insetos e ácaros fitofagos para controle de plantas daninhas; * inseto polinizadores e produtores de seda; * em casos especiais, será permitida a importação de inimigos naturais acompanhados de material vegetal. Parágrafo 1o - A importação de "inimigos naturais" acima referidos juntamente com hospedeiro (inseto ou ácaro) considerados como tal, será precedida de avaliação técnica de especialistas de reconhecida capacitação científica no assunto. Parágrafo 2o - É proibido o uso de solo, composto organico e restos de culturas nas embalagens das importações de inimigos naturais. 2
III- Os agentes de controle biológico, polinizadores ou produtores de seda importados terão que ser mantidos sob custódia, em quarentena, até que tenham sua identificação taxonômica comprovada, estejam livres de parasitos, patógenos e outros organismos indesejáveis, e que tenham sido testados quanto a segurança através de especificidade ao hospedeiro, para entao serem liberados. IV-As solicitações de importação de organismos vivos deverão ser feitas através de requerimento ao Diretor do Departamento de Defesa e de Inspeção Vegetal-DDIV. Parágrafo 1o - O requerimento, juntamente com os pareceres da Delegacia Federal da Agricultura, do Abastecimento e da Reforma Agrária do Estado, onde serão conduzidos os testes, formarão o processo a ser remetido ao DDIV, devendo constar as seguintes informações: * nome e endereço, código postal e telefone do solicitante; * instituição a que pertence; * nome científico, familia, ordem e classe a que pertence o organismo a ser importado; * fase de desenvolvimento ou estágio biológico; * número de espécies e unidades a importar; * nome do hospedeiro natural; * nome da instituição, país e localidade de origem; * nome da empresa transportadora e modalidade de transporte, se por correio ou via aérea; * ponto de embarque no país de origem; * ponto de desembarque no Brasil; * detalhes da embalagem, incluindo as características contra fugas ou escapes; * procedimentos para evitar escape de espécies prejudiciais; * assinatura do técnico responsável pesquisador e do chefe ou diretor da instituição; * local, data e assinatura; Parágrafo 2o Deverão, ainda, serem anexadas ao requerimento de solicitação da permissão, as seguintes informações: * croquis (planta baixa) do insetário ou laboratório de criação e multiplicação dos organismos importados; * instalações técnicas de quarentena, sala de recepção; * esquema de criação e liberação dos organismos a serem introduzidos; * indicação do local, município, vias de acesso e área de abrangência; * plantas ou cultivos a serem protegidos, pragas, fitopatógenos ou plantas daninhas a serem controladas; * resultados já alcançados em outros países; * literatura técnica indicada; V- após tramitação do pedido e processo devidamente instruído no DDIV, deverá o mesmo ser remetido ao Centro Nacional de Pesquisa de Monitoramento e Avaliação de Impacto Ambiental - CNPMA, da EMBRAPA, em Jaguariuna-SP, para opinar tecnicamente sobre a conveniência da introdução, conforme fluxo II. VI- Nos pedidos de importação da EMBRAPA, através do CNPMA, o processo deverá seguir estas normas conforme estabelece o fluxo I. VII- Permissão de Importação de Organismos Vivos - permissão: * a assinatura e emissão da Permissão de Importação de Organismos vivos são de competência do Departamento de Defesa e Inspeção Vegetal - DDIV, e obedece modelo anexo a estas normas; * a permissão será emitida em 3 vias, sendo o original para o órgão de origem dos organismos autorizados, a 2a via será encaminhada a DFAARA, onde o processo se originou e a 3a via para manter no Departamento de Defesa e Inspeção Vegetal - DDIV; * a Permissão deverá especificar as salvaguardas que se estimam necessarias para cada espécie; 3
* anexar a Permissão uma "Etiqueta" a qual deverá ser afixada na parte externa da embalagem. VII Notificação da chegada dos organismos. * compete ao encarregado das inspeções no Aeroporto e agências do Correio verificar, se o material está de acordo com a Permissão e se a Etiqueta indica o destino do material biológico; * o inspetor de quarentena vegetal no Aeroporto e agência do correio deverá facilitar e agilizar a tramitação da importação e assegurar rápida entrega dos organismos importados e o seu livre trânsito interno, até o local da quarentena, desde que os requisitos legais sejam atendidos. C - Normas de Exportação de Organismos Vivos I - Ressalvadas as exigências ou requisitos do país importador, todo interessado, representante ou responsável pela identificação, embalagem, expedição e demais procedimentos normativos, deverá anexar, devidamente instruídos, os modelos originais da permissão de importação do Serviço de Proteção Vegetal do país importador, quando forem enviados os organismos solicitados. D - Responsabilidade dos Inspetores de Quarentena I - é responsabilidade dos inspetores, prestar orientação aos interessados no intercâmbio dos organismos, de forma a agilizar o andamento dos processos, sem comprometimento da segurança, isto é, para evitar escape dos organismos, assim como acompanhar todas as fases de introdução em laboratório de quarentena antes e após a liberação dos oganismos introduzidos. II- Os órgãos importadores terão de facilitar o acesso aos inspetores fitossanitários que se obrigam a remeter ao DDIV os relatórios sobre o trânsito, quarentena e liberação dos organismos introduzidos. MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, DO ABASTECIMENTO E DA REFORMA AGRÁRIA SECRETARIA DE DEFESA AGROPECUÁRIA - SDA DEPARTAMENTO DE DEFESA E INSPEÇÃO VEGETAL - DDIV ANEXO "A" SALA 325 70.043 - BRASÍLIA - DF REQUERIMENTO DE IMPORTAÇÃO DE ORGANISMOS VIVOS PARA PESQUISA EM CONTROLE BIOLÓGICO DE PRAGAS E OUTROS FINS CIENTÍFICOS Sr. Diretor do Departamento de Defesa e Inspeção Vegetal 1. nome do solicitante (cargo, função técnica) 2. nome da instituição de pesquisa Vem solicitar a esse Departamento, a PERMISSÃO para IMPORTAÇÃO DE ORGANISMOS VIVOS relacionados no anexo deste requerimento para testes de controle biológico de pragas ( ), doenças ( ), plantas daninhas ( ), de interese pecuário ( ) e para outros fins ( ), para o que presta as seguintes informações: 3. nome científico, classe, ordem, familia 4. estágio biológico 5. número de espécies e unidades 6. 4
nome científico do hospedeiro natural que acompanha o organismo 7. nome da instituição de pesquisa, país e local de origem do organismo 8. nome da empresa transportadora 9. ponto de embarque no país exportador 10. local de desembarque: Aeroporto e/ou agência do Correio, no Brasil 11. data aproximada da chegada 12. número de remessas solicitadas 13. tipo de embalagem; embalagem a prova de escape 14. destino final do material biológico 15. condições ou estruturas de quarentena (insetários, câmaras, laboratórios) existentes e segurança contra escapes ou fugas. 16. documentação exigida por esta norma 17. endereço e telefone do solicitante 18. data e assinatura. REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, DO ABASTECIMENTO E DA REFORMA AGRÁRIA SECRETARIA DE DEFESA AGROPECUÁRIA - SDA DEPARTAMENTO DE DEFESA E INSPEÇÃO VEGETAL - DDIV PERMISSÃO DE IMPORTAÇÃO DE ORGANISMOS VIVOS PARA PESQUISA EM CONTROLE BIOLÓGICO DE PRAGAS, DOENÇAS, PLANTAS DANINHAS E OUTROS FINS CIENTÍFICOS. PERMISSÃO No. PROC. No. VALIDADE 1. nome do importador e do órgão de pesquisa está autorizado a introduzir no Brasil, os "Organismos vivos", abaixo relacionados, procedente(s) de: 2. nome do órgão de pesquisa, endereço, local no país de origem ESPÉCIE CLASSE, ORD. ESTÁGIO No EMBALAGEM (NOME CIENT.) FAM. GRUPO BIOLÓGICO UNID/ESP. QT TIPO(caixa, vid.etc) anexar relação a parte, se necessário 8. meio de transporte: 9. ponto de saída no país de origem : (Aeroporto) 10. data estimada de chegada: 11. ponto de chegada: Aeroporto, agência de Correio 12. destino final 13. local e data. 5