Auxílio estatal N 555/99 - Portugal. Regime de auxílios fiscais ao investimento na Região Autónoma da Madeira.

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Transcrição:

COMISSÃO EUROPEIA Bruxelas, 23.03.2000 SG(2000) D/ 102578 Assunto: Auxílio estatal N 555/99 - Portugal. Regime de auxílios fiscais ao investimento na Região Autónoma da Madeira. Excelência, I. Por carta nº 873, de 7 de Setembro de 1999, da sua Representação Permanente, registada na Comissão em 9 de Setembro de 1999, as Autoridades portuguesas notificaram à Comissão, nos termos do nº 3 do artigo 88º do Tratado, o projecto de regime de auxílios em epígrafe. Por carta D/64260/A de 12 de Outubro de 1999 e telecópia de 6 de Dezembro de 1999, bem como por carta de insistência D/50483 de 1 de Fevereiro de 2000 dirigida à Representação Permanente de Portugal, os serviços da Comissão solicitaram informações complementares. Por carta n 1129 de 12 de Novembro de 1999, por telecópia n 11055/99 de 26 de Novembro de 1999, e por carta n 168 de 9 de Fevereiro de 2000 da sua Representação Permanente, registadas na Comissão, respectivamente, em 12 de Novembro de 1999, 29 de Novembro de 1999 e 10 de Fevereiro de 2000, as Autoridades portuguesas completaram a notificação acima referida. II. A Comissão regista o facto de o referido regime, que institui as modalidades regionais de aplicação do regime geral de auxílios fiscais ao investimento autorizado pela Comissão a 8 de Setembro de 1999 (Auxílio estatal N 97/99 carta SG(99) D/7974 de 6 de Outubro de 1999), se destinar a favorecer o desenvolvimento do tecido empresarial na Região Autónoma da Madeira, através da concessão de auxílios a projectos de investimento susceptíveis de contribuir para a modernização e dinamização das empresas e para a criação de emprego na região. O regime estará em vigor até ao final Sua Excelência Dr. Jaime GAMA Ministro dos Negócios Estrangeiros Largo do Rilvas P - 1354 LISBOA CODEX Rue de la Loi 200, B-1049 Bruxelles/Wetstraat 200, B-1049 Brussel - Bélgica. Telefone: central 299.11.11. Telex: COMEU B 21877. Endereço telegráfico: COMEUR Bruxelas.

de 2010 e aplica-se nos sectores da indústria, agricultura, piscicultura e agro-pecuária, turismo e serviços informáticos às empresas. Os auxílios previstos assumem a forma de isenções fiscais (crédito de imposto sobre os rendimentos), concedidas em regime contratual por um período não superior a 10 anos, a favor de projectos de investimento de montante igual ou superior a 350 milhões de escudos (+/- 1,75 milhões de euros) no concelho do Funchal, e 100 milhões de escudos (+/- 500000 euros) no resto da região. A taxa de auxílio é fixada em geral a 10% das despesas elegíveis, mas pode ser majorada, até ao limite de 30% das despesas elegíveis, nos casos seguintes: - em 7%, no caso de projectos localizados em concelhos considerados prioritários (Calheta, Câmara de Lobos, Machico, Ponta do Sol, Porto Moniz, Porto Santo, Ribeira Brava, Santa Cruz, Santana e São Vicente); - de 2% a 10%, em função do número de novos postos de trabalho criados (desde um mínimo de 5 a um mínimo de 25); - até 3%, no caso de os projectos contribuírem significativamente para a inovação tecnológica, defesa do ambiente, valorização da produção regional, ou para a interacção com as instituições científicas regionais; - até 5%, no caso de os projectos serem considerados de importância excepcional. Além disso, o crédito de imposto sobre os rendimentos poderá eventualmente ser cumulado com uma isenção total ou parcial de certos impostos locais e do imposto de selo. Nestas circunstâncias, o custo deste regime em termos orçamentais, medido pela perda das receitas fiscais correspondentes, está estimado pelas Autoridades portuguesas em cerca de 350 milhões de escudos (+/- 1,75 milhões de euros) por ano. A Comissão regista igualmente o facto de os auxílios referidos terem essencialmente por objecto investimentos produtivos e serem subordinados, tanto no que se refere às despesas de investimento, como às majorações a favor da criação de emprego, à manutenção do investimento e, eventualmente, do emprego criado durante o período de aplicação do contrato de concessão das isenções fiscais, e por um período mínimo de cinco anos. Neste contexto, são elegíveis as despesas de investimento inicial em capital fixo relativas à aquisição de terrenos, edifícios e equipamentos novos directamente ligados à realização dos projectos. No caso de os beneficiários dos auxílios serem pequenas e médias empresas (JO L 107 de 30.4.1996), são igualmente elegíveis as despesas relativas à aquisição de direitos de patentes, licenças e saber-fazer, bem como a prestação de serviços de assistência-consultoria e elaboração de estudos. No que se refere às grandes empresas, a elegibilidade das despesas em investimentos imateriais (direitos de patentes, licenças e saber-fazer) é limitada a um máximo de 25% da base-tipo, enquanto os auxílios em matéria de assistência e de estudos só serão concedidos em respeito das regras de de minimis (JO C 68 de 6.3.1996). Por fim, a Comissão regista o facto de o regime referido não prever intervenções a favor de empresas em dificuldade (JO C 288 de 9.10.1999). As empresas elegíveis devem, nomeadamente, apresentar uma situação económica e financeira equilibrada e ter a situação regularizada perante o fisco e a segurança social. Além disso, os projectos 2

elegíveis devem ser viáveis do ponto de vista financeiro e económico e o contributo do beneficiário para o seu financiamento deverá atingir pelo menos 25%, sem qualquer auxílio. Por outro lado, o pedido de auxílio deve ser introduzido antes do início de execução dos projectos de investimento em causa. Além disso, as Autoridades portuguesas comprometeram-se a respeitar as disposições do Enquadramento multissectorial dos auxílios com finalidade regional para grandes projectos de investimento (JO C 107 de 7.4.1998), bem como a regulamentação e os enquadramentos do direito comunitário relativos a certos sectores de actividade industrial, entre os quais os abrangidos pelo Tratado CECA, a agricultura e a pesca. O respeito das disposições comunitárias em matéria de cumulação, tal como estabelecidas nas Orientações relativas aos auxílios com finalidade regional (JO C 74 de 10.3.1998), será assegurado caso a caso pelas Autoridades portuguesas, que terão em conta os benefícios concedidos no âmbito do regime acima referido, cuja aplicação será objecto de relatórios anuais à Comissão segundo as regras em vigor, aquando da apreciação de qualquer outro pedido de auxílio submetido pelos mesmos beneficiários. III. Tendo em conta as características do regime de auxílios em causa, conclui-se que as medidas referidas constituem auxílios estatais na acepção do nº 1 do artigo 87º do Tratado e do nº 1 do artigo 61º do Acordo EEE. A este propósito, a Comissão verifica, no entanto, que as Autoridades portuguesas deram cumprimento às regras de notificação em matéria de auxílios estatais, e que a região da Madeira é, até ao final de 2006, totalmente elegível para efeitos da alínea a) do nº 3 do artigo 87º do Tratado e da alínea a) do nº 3 do artigo 61º do Acordo EEE. Excepção feita aos elementos relativos à intensidade dos auxílios (máximo de 30%, em lugar de 20% das despesas elegíveis), ao valor mínimo dos projectos de investimento (500000 euros, em lugar de 5 milhões de euros) e ao seu custo orçamental (1,75 milhões, em lugar de 50 milhões de euros por ano), o regime em questão é em tudo idêntico ao regime geral já autorizado pela Comissão (Auxílio estatal N 97/99). Assim sendo, e na medida em que os auxílios previstos serão concedidos com vista a incitar as empresas a implicar-se em projectos de investimento precisos, que a sua intensidade é limitada em relação aos custos de realização de tais projectos, e que o regime em apreço estabelece regras suficientemente transparentes para que seja possível quantificar as vantagens por ele conferidas, a Comissão considera que este tipo de auxílios não difere dos que são concedidos sob forma de subsídios e pode assim beneficiar do mesmo tratamento, em conformidade com o ponto 31 da comunicação da Comissão sobre a aplicação das regras relativas aos auxílios estatais às medidas que relevam da fiscalidade directa das empresas (JO C 384 de 10.12.1998). Deste modo, e no que diz respeito aos sectores abrangidos pelas Orientações relativas aos auxílios com finalidade regional (JO C 74 de 10.3.1998), a Comissão verifica, em especial, que a intensidade dos auxílios ao investimento inicial é fixada em relação ao conjunto das despesas incluídas na base-tipo, tal como definida nos pontos 4.5 e 4.6 das referidas orientações, e que o seu nível máximo (30% ESL) é substancialmente inferior ao limite aplicável à região da Madeira durante o período 2000-2006 (62% ESL, nos termos da decisão da Comissão relativa ao mapa dos auxílios regionais em Portugal: Auxílio estatal N 305/99 carta SG(2000) D/100638 de 19 de Janeiro de 2000). Tendo em conta a duração do regime em apreciação e dado que não é possível presumir da situação da região a partir de 2006, as Autoridades portuguesas comprometeram-se por outro lado a respeitar inteiramente os elementos pertinentes do mapa dos auxílios com finalidade regional aplicável a cada momento (regiões abrangidas pelas derrogações e limites máximos de intensidade dos auxílios aprovados para cada uma delas). Desta forma, a 3

Comissão considera que as modalidades de aplicação do regime em questão, tal como referidas na presente carta, incluem todas as condições requeridas para assegurar que tais auxílios se destinam a favorecer o desenvolvimento económico da Região Autónoma da Madeira, que figura entre as mais desfavorecidas da União, sem alterar as condições das trocas comerciais numa medida contrária ao interesse comum. Além disso, os auxílios previstos em matéria de assistência-consultoria e elaboração de estudos podem ser considerados como auxílios suaves às PME, relativos à prestação de serviços externos nos domínios em causa. Assim, a intensidade máxima dos auxílios previstos pelo regime em questão pode igualmente ser considerada como aceitável, tendo em conta o ponto 4.2.3 do Enquadramento comunitário dos auxílios estatais às pequenas e médias empresas ( JO C 213 de 23.7.1996) em matéria de auxílios à consultoria, à formação e à divulgação de conhecimentos. Relativamente à aplicação das medidas em questão ao sector da produção, transformação e comercialização de produtos agrícolas, a Comissão nota que as autoridades portuguesas se comprometeram a respeitar as disposições das orientações comunitárias relativas aos auxílios estatais no sector agrícola (JO C 28 de 1.2.2000). Em especial, a Comissão teve em conta as indicações transmitidas pelas autoridades portuguesas segundo as quais a aplicação do regime de auxílios não é automática e depende da análise individual de cada projecto de investimento. Em relação aos investimentos nas explorações agrícolas, os objectivos e as taxas máximas de auxílio aplicáveis (50%, eventualmente aumentado de 5% no caso dos jovens agricultores) serão respeitados, bem como as condições aplicáveis aos casos especiais (ponto 4.1.2). A definição de despesas elegíveis é conforme com o ponto 4.1.1.5. São interditososauxíliosàcompradedireitosdeproduçãoeosauxíliosàaquisiçãodeanimais ficam sujeitos às disposições do ponto 4.1.1.7. O limite máximo de investimento elegível será aquele que for fixado pelo Programa operacional multifundos 2000-2006 para a região da Madeira. No que se refere aos projectos de investimento no domínio da transformação e comercialização de produtos agrícolas do Anexo I do Tratado, a Comissão notou o compromisso das autoridades portuguesas de respeitar os limites sectoriais aplicáveis à data de realização do investimento. Apenas os projectos relativos a produtos que têm escoamento normal no mercado e para os quais não há restrições específicas no âmbito de uma organização comum de mercado serão tomados em consideração (ponto 4.2.5). Nesse âmbito, as autoridades portuguesas comprometeram-se a respeitar a definição de despesas elegíveis (ponto 4.2.3), e a transmitir anualmente à Comissão um relatório sobre a aplicação do regime, em conformidade com o Anexo I das orientações aplicáveis. IV. Nestas circunstâncias, a Comissão tem a honra de informar o Governo português que, após ter examinado o regime em questão à luz das Orientações relativas aos auxílios com finalidade regional (JO C 74 de 10.3.1998) e do Enquadramento comunitário dos auxílios estatais às pequenas e médias empresas (JO C 213 de 23.7.1996), decidiu, ao abrigo dos artigos 87º do Tratado e 61º do Acordo EEE, não levantar objecções a este regime, dado que os auxílios em apreço satisfazem as condições estabelecidas para poderem ser considerados compatíveis com o mercado comum nos termos das derrogações previstas nas alíneas a) e c) do nº 3 do artigo 87º do Tratado e nas alíneas a) e c) do nº 3 do artigo 61º do Acordo EEE. 4

Caso a presente carta contenha elementos confidenciais que não devam ser divulgados a terceiros, as autoridades competentes são convidadas a informar a Comissão desse facto, num prazo de quinze dias úteis a contar da data de recepção da presente carta. Se a Comissão não receber um pedido fundamentado a este respeito no prazo indicado, considera que existe acordo quanto à comunicação a terceiros e à publicação do texto integral da carta, na língua autêntica, no endereço Internet http://europa.eu.int/comm/sg/sgb/state_aids/. O referido pedido deve ser enviado por carta registada ou por telecópia para: Comissão Europeia Direcção-Geral Concorrência Direcção G RuedelaLoi/Wetstraat,200 B-1049 Bruxelas Fax n + 32.2.2969815 Com os melhores cumprimentos. Pela Comissão Mario MONTI 5