Conselho Nacional de Justiça



Documentos relacionados
ORIENTAÇÕES ACERCA DA APLICAÇÃO DA LEI DE 2014

O CONGRESSO NACIONAL decreta:

LEI Nº 8.880, DE 27 DE MAIO DE 1994.

EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 41/03

LEI COMPLEMENTAR N. 13, DE 8 DE DEZEMBRO DE 1987

Conselho Nacional de Justiça

LEI Nº , DE 30 DE JUNHO DE

VOTO PROCESSO TC 2257/2013 PROTOCOLO TC 2013/128970

PROJETO DE LEI Nº 37/2014 Poder Executivo

COMISSÃO DE SEGURIDADE SOCIAL E FAMÍLIA PROJETO DE LEI Nº 2.804, DE 2011

MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO NACIONAL DE SEGUROS PRIVADOS. RESOLUÇÃO CNSP N o 227, DE 2010.

PROJETO DE LEI N.º 1.939, DE 2015 (Do Sr. Weverton Rocha)

COMISSÃO DE TRABALHO, DE ADMINISTRAÇÃO E SERVIÇO PÚBLICO PROJETO DE LEI Nº 5.606, DE 2001

LEI Nº 7.787, DE 30 DE JUNHO DE 1989

PARECER Nº, DE RELATOR: Senador EDUARDO AZEREDO RELATOR ad hoc: Senador TASSO JEREISSATI I RELATÓRIO

LEI COMPLEMENTAR Nº 669. O GOVERNADOR DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO Faço saber que a Assembléia Legislativa decretou e eu sanciono a seguinte

CIRCULAR DA CONVENÇÃO COLETIVA DE TRABALHO CONCESSIONÁRIAS E DISTRIBUIDORAS DE VEÍCULOS

CONSTITUIÇÃO FEDERAL

REGIMES PRÓPRIOS DE PREVIDÊNCIA SOCIAL RPPS

PROCESSO Nº ORIGEM: SEÇÃO JUDICIÁRIA DO RIO DE JANEIRO REQUERENTE: INSS REQUERIDO:

LEI Nº 3.849, DE 18 DE DEZEMBRO DE 1960

LEI COMPLEMENTAR Nº 155 DE 30 DE DEZEMBRO DE Altera dispositivos da Lei Complementar nº 142 de 29 de dezembro de 2008, e dá outras providências.

LUIZ ANTONIO SOARES DESEMBARGADOR FEDERAL RELATOR

Diretoria de Recursos Humanos FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ DIRETORIA DE RECURSOS HUMANOS NORMA OPERACIONAL Nº 001-DIREH, DE 08 DE JUNHO DE 2005(*).

Previdência 2011: Novos Valores do Salário de Contribuição e Salário- Família /01/2011

SUBSTITUTIVO AO PROJETO DE LEI N. 48, DE 16 DE MAIO DE 2014

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO EGRÉGIO TRIBUNAL

PROJETO DE LEI N.º 685, DE 2015 (Do Sr. Aureo)

LEI Nº 4.320, DE 17 DE MARÇO DE 1964

O CONGRESSO NACIONAL decreta: CAPÍTULO I DISPOSIÇÕES GERAIS

PROJETO DE LEI Nº 581/2007

LEI Nº DE 16 DE ABRIL DE 2008

ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL OAB XIII EXAME DE ORDEM C006 DIREITO TRIBUTÁRIO

PROJETO DE LEI DO SENADO Nº 114, DE 2015

CONSELHO SUPERIOR DA DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO PROCESSO Nº

O valor do Piso Nacional do Magistério divulgado pelo MEC teve 27% de ganho real entre 2008 e 2014, média de 4,5% ao ano.

O P R E S I D E N T E D A R E P Ú B L I C A Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:


COMISSÃO DE TRABALHO, DE ADMINISTRAÇÃO E SERVIÇO PÚBLICO. PROJETO DE LEI N o 7.927, DE 2014 (do Tribunal Superior do Trabalho)

LEI Nº 9.639, DE 25 DE MAIO DE Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

Resolução nº 102, de 15 de dezembro de 2009

RELATÓRIO O SR. DESEMBARGADOR FEDERAL PAULO ROBERTO DE OLIVEIRA LIMA (RELATOR):

Art. 1º O Art. 2º da Lei nº , de 5 de outubro de 2006, passa a vigorar acrescido do seguinte parágrafo único:

AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA ANEEL

Estado do Acre DECRETO Nº DE 20 DE DEZEMBRO DE 2012

GOVERNO DO ESTADO DE RONDÔNIA GOVERNADORIA LEI N , DE 11 DE SETEMBRO DE PUBLICADO NO DOE Nº 2297, DE

Sistema Bacen-Jud posição do CNJ.

LEI de 11/06/2012

Tribunal de Contas do Estado do Pará

O GOVERNADOR DO ESTADO DO ACRE

LEI Nº 1047/2012. O Prefeito do Município de Pinhalão, Estado do Paraná. Faço saber que a Câmara Municipal decreta, e eu, sanciono a seguinte Lei:

LEI N 1021 DE 30 DE JUNHO DE 2010

Vitória, 07 de dezembro de Mensagem nº. 273/2011. Senhor Presidente:

RESOLUÇÃO N INSTRUÇÃO N CLASSE 19 - BRASÍLIA - DISTRITO FEDERAL.

A CÂMARA MUNICIPAL DE GOIÂNIA APROVA E EU SANCIONO A SEGUINTE LEI:

TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DE SÃO PAULO

PROJETO DE LEI Nº 169/2015 Deputado(a) Regina Becker Fortunati

OS REFLEXOS IMEDIATOS NO REGISTRO DE IMÓVEIS DAS RECENTES ALTERAÇÕES NO NOVO CÓDIGO FLORESTAL

CARTILHA DO SUBSÍDIO

LEI Nº 3.849, DE 18 DE DEZEMBRO DE 1960

Regime Próprio de Previdência Social

LEI COMPLEMENTAR Nº 530. O GOVERNADOR DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO Faço saber que a Assembléia Legislativa decretou e eu sanciono a seguinte

COMISSÃO DE RELAÇÕES EXTERIORES E DE DEFESA NACIONAL. MENSAGEM N o 479, DE 2008

SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL CONSELHO FEDERAL DE ENGENHARIA E AGRONOMIA CONFEA. RESOLUÇÃO Nº 1.066, DE 25 DE SETEMBRO de 2015.

Mensagem de veto Altera a Lei no 8.245, de 18 de outubro de 1991, para aperfeiçoar as regras e procedimentos sobre locação de imóvel urbano

SEGURIDADE SOCIAL DIREITO PREVIDENCIÁRIO SEGURIDADE SOCIAL SEGURIDADE SOCIAL SEGURIDADE SOCIAL PREVIDÊNCIA SOCIAL. Prof. Eduardo Tanaka CONCEITUAÇÃO

PARECER DO RELATOR * RELATÓRIO *

Lei Ordinária Nº de 13/12/2005 DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

LEI Nº 8.690, DE 19 DE NOVEMBRO DE O Povo do Município de Belo Horizonte, por seus representantes, decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

PODER JUDICIÁRIO JUSTIÇA DO TRABALHO CONSELHO SUPERIOR DA JUSTIÇA DO TRABALHO

ACORDO COLETIVO DE TRABALHO 2011/2012

PODER JUDICIÁRIO JUSTIÇA DO TRABALHO CONSELHO SUPERIOR DA JUSTIÇA DO TRABALHO PROCESSO n.º 211/

O PREFEITO DO MUNICÍPIO DE ARAPIRACA/AL,

RELATÓRIO. 3. Recorre também o Sindicato, pugnando pela aplicação do IPCA em vez da TR e requerendo a condenação da UFCG em honorários advocatícios.

Fundamentos legais citados e bases da Solução de Divergência nº 1, de 02 de janeiro de 2009, da Secretaria da Receita Federal

APOSENTADORIA ESPECIAL

I - Grupo ocupacional de controle externo, integrado pelas seguintes carreiras:

CONSELHO NACIONAL DO MINISTÉRIO PÚBLICO. (Alterada pelas Resoluções nº 65/2011 e 98/2013) RESOLUÇÃO Nº 20, DE 28 DE MAIO DE 2007.

LEI FEDERAL DO VALE TRANSPORTE

ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE RORAIMA AMAZÔNIA: PATRIMÔNIO DOS BRASILEIROS SECRETARIA LEGISLATIVA

Estado do Amapá Assembleia Legislativa. LEI Nº 1.569, DE 25 DE OUTUBRO DE (Publicada no DOE n.º 5096, de )

PROPOSTA DE RESOLUÇÃO

Faço uma síntese da legislação previdenciária e das ações que dela decorreram. 1. A LEGISLAÇÃO PREVIDENCIÁRIA

Poder Judiciário Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro Vigésima Primeira Câmara Cível

CONSTITUIÇÃO ESTADUAL TÍTULO VI CAPÍTULO II DAS FINANÇAS PÚBLICAS. Seção I. DISPOSIÇÕES GERAIS (Arts. 207 e 208)

LEI Nº DE 21 DE MAIO DE 2012.

ACÓRDÃO 001/2011. Irresignada, a Recorrente interpôs defesa administrativa, que sob mesmo fundamento, foi negada pela instância originária.

LEI Nº , DE 4 DE ABRIL DE O Povo do Município de Belo Horizonte, por seus representantes, decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

REDAÇÃO FINAL PROJETO DE LEI Nº C DE 2011

CAPÍTULO I DA DEFINIÇÃO, CLASSIFICAÇÃO E RELAÇÕES DE ESTÁGIO

Prefeitura Municipal de Vitória Estado do Espírito Santo DECRETO Nº

República Federativa do Brasil Estado do Ceará Município de Juazeiro do Norte Poder Executivo

Inteiro Teor (714425)

O GOVERNADOR DO ESTADO DE MINAS GERAIS, no uso de atribuição que lhe confere o inciso VII

SENADO FEDERAL PROJETO DE LEI DO SENADO Nº 341, DE 2012

Resposta apresentada por Elpídio Donizetti - Sentença Parte 1/2 Parte 2/2 - Acórdão

FUNDAMENTAÇÃO LEGAL OBRIGATORIEDADE

Senado Federal Subsecretaria de Informações


Transcrição:

Conselho Nacional de Justiça Autos: PEDIDO DE PROVIDÊNCIAS - 0006845-87.2014.2.00.0000 Requerente: ASSOCIAÇÃO DOS MAGISTRADOS BRASILEIROS - AMB Requerido: CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA - CNJ Ementa: PEDIDO DE PROVIDÊNCIAS. PROPOSTA DE ALTERAÇÃO DE ATO NORMATIVO DO CNJ. RESOLUÇÃO 13/2006. ACRÉSCIMO DE DISPOSITIVO VISANDO GARANTIR A EFICÁCIA MÁXIMA DA NORMA CONSTITUCIONAL DO ART. 93, V. FIXAÇÃO AUTOMÁTICA DO PISO REMUNERATÓRIO DA MAGISTRATURA ESTADUAL. PROCEDÊNCIA PARCIAL. 1.Natureza remuneratória nacional da magistratura brasileira. 2.Pedido julgado parcialmente procedente para propor a modificação da Resolução CNJ 13, de 21 de março de 2006, no sentido de acrescentar dispositivo que garanta aos membros da magistratura estadual o recebimento do mínimo constitucional, a título de subsídio, considerado o escalonamento vertical, a partir do valor do subsídio dos Ministros do STF, sempre que houver alteração deste RELATÓRIO Vistos, etc.

Trata-se de pedido de providências instaurado pela ASSOCIAÇÃO DOS MAGISTRADOS BRASILEIROS AMB, visando a alteração de ato normativo destinado a assegurar a eficácia máxima da norma constitucional contida no art. 93, inciso V, que estabelece um escalonamento vertical a partir do subsídio dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, em face dos Desembargadores dos Tribunais de Justiça, nos Estados da Federação que resistem a edição de lei destinada a tal finalidade. Defende que uma vez fixado pelo Conselho Nacional de Justiça, no parágrafo único do art. 1º da Resolução nº 14, de 21 de março de 2006, que enquanto não editadas as leis estaduais referidas no art. 93, inciso V, da Constituição Federal, o limite remuneratório dos magistrados e servidores dos Tribunais de Justiça corresponde a 90,25% (noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por cento) do teto remuneratório constitucional referido no caput, nos termos do disposto no art. 8º da Emenda Constitucional nº 41/2003 poderá ser disciplinado igualmente que enquanto leis estaduais referidas no art. 93, inciso V, da CF, deverão os Tribunais de Justiça observar o piso (limite remuneratório mínimo ) de 90% dos subsídios dos Ministros dos Tribunais Superiores, para os Desembargadores dos Tribunais, considerando o escalonamento vertical. Alega que o STF tem afirmado a existência de escalonamento vertical dos subsídios dos magistrados, de sorte que a eventual inexistência de lei estadual estabelecendo a automaticidade da alteração da remuneração dos Desembargadores dos Tribunais implica negar eficácia à norma constitucional, que possui carga normativa suficiente para sua aplicação quanto ao piso.

Esclarece que na ADI 1899, de relatoria do Ministro Carlos Velloso, a Suprema Corte chegou a afirmar que poderiam os Tribunais utilizar-se de regra constitucional mencionada, estabelecendo-se o limite de dez por cento de diferença, a partir dos vencimentos dos Ministros do Supremo Tribunal Federal. Desta feita, pugna a requerente verificando que diversos Estados da Federação (BA, CE, ES, MG, PB, PI, RS, RN, RR e SE) tem descumprido o piso remuneratório para os Desembargadores dos Tribunais de Justiça, mediante recusa de editar lei que contemple a revisão automática do valor dos subsídios pela procedência do pedido a fim de promover a alteração das Resoluções CNJ 13 e 14, ambas de 21 de março de 2006, para inserção de dispositivo que garanta aos membros da magistratura estadual o recebimento do mínimo constitucional, a título de subsídio, considerado o escalonamento vertical, a partir do valor do subsídio dos Ministros do STF, sempre que houver alteração deste. É, em síntese, o relatório. VOTO II Fundamentação Pretende a requerente a fixação automática do valor da remuneração da magistratura, por meio da alteração de atos normativos deste Conselho Resoluções n. 13 e 14 de 2006.

A norma do inciso V, do art. 93, da Constituição Federal, com redação dada pela EC n. 19/98, criou um escalonamento vertical, a partir do subsídio dos Ministros do STF, para todos os níveis da magistratura, federal ou estadual, haja vista que há não apenas uma limitação ao legislador para fixar o valor máximo ( teto ) do subsídio do Desembargador ou Juiz de segundo grau 95% do subsídio dos Ministro dos Tribunais Superiores mas também uma limitação para estabelecer o valor mínimo ( piso ) do subsídio, isto é, 90% do subsídio dos Ministros dos Tribunais Superiores. Assim, no âmbito da magistratura federal, desde logo, foi editada norma estabelecendo o reajustamento automático dos subsídios dos magistrados da União. As Leis Federais n. 9655/1998 e 10.474/2002 definiram, em percentuais, o valor dos subsídios dos magistrados da União, tendo como parâmetro o valor dos subsídios dos Ministros do STF, vejamos: LEI Nº 9.655, DE 2 DE JUNHO DE 1998. Altera o percentual de diferença entre a remuneração dos cargos de Ministros do Superior Tribunal de Justiça e dos Juízes da Justiça Federal de Primeiro e Segundo Graus. O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: Art. 1o Os subsídios dos Ministros dos Tribunais Superiores correspondem a noventa e cinco por cento do subsídio mensal fixado para os Ministros do Supremo Tribunal Federal. Art. 2o Os subsídios dos juízes dos Tribunais Regionais correspondem a noventa por cento dos subsídios dos Ministros dos Tribunais Superiores, mantido idêntico referencial, sucessivamente, entre os subsídios daqueles e os dos cargos de juízes e de juízes substitutos, da Justiça Federal e da Justiça do Trabalho.

Art. 3o Os subsídios dos Desembargadores do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios correspondem a noventa por cento dos subsídios dos Ministros dos Tribunais Superiores, mantido idêntico referencial, sucessivamente, entre os subsídios daqueles e os dos cargos de Juízes de Direito e de Juízes de Direito Substitutos. Art. 4o O subsídio do cargo de Juiz-Auditor Corregedor corresponde a noventa por cento do subsídio do cargo de Ministro do Superior Tribunal Militar, mantido idêntico referencial, sucessivamente, entre os subsídios dos cargos de Juiz-Auditor e de Juiz-Auditor Substituto da Justiça Militar. Art. 5o A gratificação por audiência a que se refere o art. 666 do Decreto-Lei no 5.452, de 1o de maio de 1943, permanece fixada no valor vigente à data da publicação desta Lei, sujeita aos mesmos reajustes concedidos aos servidores públicos federais. Art. 6o Aos membros do Poder Judiciário é concedido um abono variável, com efeitos financeiros a partir de 1o de janeiro de 1998 e até a data da promulgação da Emenda Constitucional que altera o inciso V do art. 93 da Constituição, correspondente à diferença entre a remuneração mensal atual de cada magistrado e o valor do subsídio que for fixado quando em vigor a referida Emenda Constitucional. Art. 7o Esta Lei entra em vigor na data da publicação da Emenda Constitucional a que se refere o artigo anterior, com exceção do art. 5o, que entra em vigor na data da publicação desta Lei. LEI No 10.474, DE 27 DE JUNHO DE 2002. Dispõe sobre a remuneração da magistratura da União. O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: Art. 1o Até que seja editada a Lei prevista no art. 48, inciso XV, da Constituição Federal, o vencimento básico do Ministro do Supremo Tribunal Federal é fixado em R$ 3.950,31 (três mil, novecentos e cinquenta reais e trinta e um centavos). 1o Para os fins de quaisquer limites remuneratórios, não se incluem no cômputo da remuneração as parcelas percebidas, em bases anuais, por Ministro do Supremo Tribunal Federal em razão de tempo de serviço ou de exercício temporário de cargo no Tribunal Superior Eleitoral.

2o A remuneração dos Membros da Magistratura da União observará o escalonamento de 5% (cinco por cento) entre os diversos níveis, tendo como referência a remuneração, de caráter permanente, percebida por Ministro do Supremo Tribunal Federal. 3o A remuneração decorrente desta Lei inclui e absorve todos e quaisquer reajustes remuneratórios percebidos ou incorporados pelos Magistrados da União, a qualquer título, por decisão administrativa ou judicial, até a publicação desta Lei. (...) Art. 6o Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. Diversos Estados da Federação, conforme informações prestadas pela requerente na peça inicial, à exemplo da União, editaram leis ordinárias fixando, em percentuais, o valor dos subsídios dos magistrados estaduais sobre o valor do subsídio dos Ministros do STF. Ocorre que em alguns Estados, são eles: Bahia, Ceará, Espírito Santo, Minas Gerais, Paraíba, Piauí, Rio Grande do Sul, Rio Grande do Norte, Roraima e Sergipe; a despeito do envio do projeto de lei, em certos casos, por parte do Tribunal de Justiça, os Poderes Legislativos e Executivos têm se recusado a editar lei que fixe automaticamente o valor dos subsídios dos Desembargadores Estaduais em pelo menos 90% dos subsídios dos Ministros dos Tribunais Superiores, consoante se observa dos documentos anexados ao requerimento inicial. III Conclusão

Ante o exposto, por entender que o não reajustamento automático do valor do subsídio da magistratura estadual, com inobservância da regra contida no inciso V, do art. 93, da Constituição Federal, compromete a natureza remuneratória nacional e uniforme da magistratura e pode gerar um passivo para o Estado, o qual terá de pagar as devidas diferenças de forma retroativa na hipótese de não cumprimento imediato do escalonamento vertical da remuneração dos Desembargadores, que decorre de mandamento constitucional e de autorização do Congresso Nacional por meio de lei, JULGO PARCIALMENTE PROCEDENTE o presente pedido de providências para propor a alteração da Resolução n. 13/2006 deste Conselho, no sentido de acrescer ao artigo 11, parágrafo único com a seguinte redação: RESOLUÇÃO Nº 13, DE 21 DE MARÇO DE 2006 Dispõe sobre a aplicação do teto remuneratório constitucional e do subsídio mensal dos membros da magistratura. (...) Art. 11. Os Tribunais publicarão, no Diário Oficial respectivo, até 15 de janeiro de cada ano, os valores do subsídio e da remuneração de seus magistrados, em cumprimento ao disposto no 6º do art. 39 da Constituição Federal. Parágrafo único: Alterado, por lei federal, o valor do subsídio de Ministro do Supremo Tribunal Federal, os Tribunais de Justiça o adotarão, imediatamente, a contar de sua vigência para a magistratura da União, como referencia para fins de pagamento do subsídio aos membros da magistratura estadual, extensivo a inativos e pensionistas, observado o escalonamento previsto no artigo 93, V, da CF.

É como voto. Relator GILBERTO VALENTE MARTINS Conselheiro