Palavras-Chave: identidade, interculturalidade, teorias pós-críticas da



Documentos relacionados
UNIDADE 10 PARA UMA EDUCAÇAO ANTIRRACISTA

OS SABERES PROFISSIONAIS PARA O USO DE RECURSOS TECNOLÓGICOS NA ESCOLA

OFICINA DE ESTRANGEIRISMO E O ALUNO DO ENSINO MÉDIO: PERSPECTIVAS E REFLEXÕES

Universidade de São Paulo. Palavras-chave: Ciência/Tecnologia/Sociedade (CTS); Experimentação; Ensino Contextualizado; Água do Mar.

O professor que ensina matemática no 5º ano do Ensino Fundamental e a organização do ensino

Pedagogia Estácio FAMAP

SIGNIFICADOS ATRIBUÍDOS ÀS AÇÕES DE FORMAÇÃO CONTINUADA DA REDE MUNICIPAL DE ENSINO DO RECIFE/PE

ESTATÍSTICA BÁSICA NO CURSO DE TÉCNICO INTEGRADO DE SEGURANÇA DO TRABALHO

O mundo lá fora oficinas de sensibilização para línguas estrangeiras

A DISLEXIA E A ABORDAGEM INCLUSIVA EDUCACIONAL

A FORMAÇÃO DO CONHECIMENTO EM DIREITOS HUMANOS PARA A EDUCAÇÃO

ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO NUMA ESCOLA DO CAMPO

O PIBID E AS PRÁTICAS EDUCACIONAIS: UMA PERSPECTIVA PARA A FORMAÇÃO INICIAL DA DOCÊNCIA EM GEOGRAFIA

OLIMPIADAS DE MATEMÁTICA E O DESPERTAR PELO PRAZER DE ESTUDAR MATEMÁTICA

CENTRO DE ESTUDOS E DE DOCUMENTAÇÃO EM EDUCAÇÃO (CEDE) UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA (UEFS)

PEDAGOGIA ENADE 2005 PADRÃO DE RESPOSTAS - QUESTÕES DISCURSIVAS COMPONENTE ESPECÍFICO

A ORALIZAÇÃO COMO MANIFESTAÇÃO LITERÁRIA EM SALA DE AULA

Desafiando o preconceito: convivendo com as diferenças. Ana Flávia Crispim Lima Luan Frederico Paiva da Silva

O ensino da cultura nos livros didáticos de Espanhol como Língua Estrangeira

A ÁLGEBRA NO ENSINO FUNDAMENTAL: RELATO DE UMA EXPERIÊNCIA DE INTERVENÇÃO

INCLUSÃO ESCOLAR: UTOPIA OU REALIDADE? UMA CONTRIBUIÇÃO PARA A APRENDIZAGEM

PROJETOS DE ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA: DO PLANEJAMENTO À AÇÃO.

PROJETO BRINCOS, CANTIGAS E OUTRAS BRINCADEIRAS CANTADAS

CONSTRUÇÃO DE QUADRINHOS ATRELADOS A EPISÓDIOS HISTÓRICOS PARA O ENSINO DA MATEMÁTICA RESUMO

Releitura da Árvore Vermelha - MONDRIAN. Escola Municipal Santa Maria Muriaé Minas Gerais

OS SABERES NECESSÁRIOS À PRÁTICA DO PROFESSOR 1. Entendemos que o professor é um profissional que detém saberes de variadas

DOENÇAS VIRAIS: UM DIÁLOGO SOBRE A AIDS NO PROEJA

ESTUDO DOS FUNDAMENTOS PSICOLÓGICOS DO ENSINO NAS PRODUÇÕES ACADÊMICAS DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO: O CASO DA UNICAMP

VII E P A E M Encontro Paraense de Educação Matemática Cultura e Educação Matemática na Amazônia

Escola e a promoção da igualdade étnico-racial: estratégias e possibilidades UNIDADE 4

OS PROJETOS DE TRABALHO E SUA PRODUÇÃO ACADÊMICA NOS GT07 E GT12 DA ANPED ENTRE OS ANOS 2000/2013

Gênero: Temas Transversais e o Ensino de História

Palavras-chave: Educação Física. Ensino Fundamental. Prática Pedagógica.

Perfil das profissionais pesquisadas

O LÚDICO COMO INSTRUMENTO TRANSFORMADOR NO ENSINO DE CIÊNCIAS PARA OS ALUNOS DA EDUCAÇÃO BÁSICA.

A aula de leitura através do olhar do futuro professor de língua portuguesa

ÁLBUM DE FOTOGRAFIA: A PRÁTICA DO LETRAMENTO NA EDUCAÇÃO INFANTIL 59. Elaine Leal Fernandes elfleal@ig.com.br. Apresentação

MATERIAL E MÉTODOS RESULTADOS E DISCUSSÃO

O trabalho infantil hoje e em diferentes épocas: Uma nova Abordagem para o Ensino. de História nas Séries Iniciais

DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM EM MATEMÁTICA NO ENSINO FUNDAMENTAL II DA ESCOLA ESTADUAL DE ENSINO FUNDAMENTAL VIDAL DE NEGREIROS CUITÉ/PB

A INCLUSÃO DE ALUNOS COM NECESSIDADES EDUCACIONAIS ESPECIAIS NUMA ESCOLA PÚBLICA DO MUNICÍPIO DE GUARAPUAVA: DA TEORIA À PRÁTICA

Código de Convivência: Desenvolvendo a cidadania e o protagonismo juvenil

A EDUCAÇÃO QUILOMBOLA

TÍTULO: PROJETO DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL NA FACULDADE ANHANGUERA DE ANÁPOLIS

RESOLUÇÃO DE SITUAÇÕES-PROBLEMA EM TRIGONOMETRIA

POSSÍVEL IMPACTO DE UMA EDUCAÇÃO DISCRIMINADORA NAS PERSPECTIVAS DE FUTURO DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES

Projetos Interdisciplinares Por quê? Quando? Como?

HORTA ESCOLAR RECURSO PARA SE DISCUTIR A EDUCAÇÃO AMBIENTAL. Lizyane Lima Borges 1 Pedro Henrique de Freitas 2 Regisnei A. de Oliveira Silva 3.

PROFESSORA: GISELE GELMI. LOCAL: SÍTIO BANDEIRANTES

Orientadora: Profª Drª Telma Ferraz Leal. 1 Programa de Pós-Graduação em Educação da UFPE.

COMUNIDADE AQUÁTICA: EXTENSÃO EM NATAÇÃO E ATENÇÃO AO DESEMPENHO ESCOLAR EM JATAÍ-GO.

RESUMOS A BIDOCÊNCIA COMO CUIDADO COM OS SUJEITOS NA EDUCAÇÃO INFANTIL DO COLÉGIO PEDRO II

FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORES E ENSINO DE MATEMÁTICA: UMA EXPERIÊNCIA EM GRUPO

DIVERSIDADE CULTURAL, UM DESAFIO CONSTANTE DE CIDADANIA E CONSCIÊNCIA NO AMBIENTE ESCOLAR: APOIO TEÓRICO-PRÁTICO

A FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE MATEMÁTICA À DISTÂNCIA SILVA, Diva Souza UNIVALE GT-19: Educação Matemática

POLÍTICA PÚBLICA PARA A EDUCAÇÃO: CURSO NORMAL SUPERIOR A DISTÂNCIA. POSSIBILIDADE DE REPENSAR A PRÁTICA PEDAGÓGICA?

INDISCIPLINA ESCOLAR E A RELAÇÃO PROFESSOR-ALUNO: UMA ANÁLISE SOB AS ÓTICAS MORAL E INSTITUCIONAL

O ENSINO DE QUÍMICA ORGÂNICA ATRAVÉS DE JOGOS LÚDICOS RESUMO

DIVERSIDADE E INCLUSÃO: O ÍNDIO NOS CURRÍCULOS ESCOLARES

PESQUISANDO O QUARTEL DO XX:

O ENSINO DA MATEMÁTICA NOS ANOS INICIAIS ATRAVÉS DA UTILIZAÇÃO DE JOGOS EM SALA DE AULA E DE UM OLHAR SENSÍVEL DO PROFESSOR

HISTÓRIA ORAL NO ENSINO FUNDAMENTAL: O REGIME MILITAR NO EX- TERRITÓRIO DE RORAIMA

BRINQUEDOS E BRINCADEIRAS NOS ANOS INICIAIS: UMA PERSPECTIVA INTERGERACIONAL

POSTER/PAINEL O PROJETO PIBID E A INSERÇÃO DO TEATRO NO ENSINO MÉDIO

Gráfico 1 Jovens matriculados no ProJovem Urbano - Edição Fatia 3;

EDUCAÇÃO AMBIENTAL ATRAVÉS DE OFICINAS PEDAGÓGICAS NAS ESCOLAS DO CAMPO

ANÁLISE DA CARACTERIZAÇÃO DO MMA NA LITERATURA E NA INTERNET E SUA INFLUÊNCIA NA FORMAÇÃO PROFISSIONAL EM EDUCAÇÃO FÍSICA

PROBLEMATIZANDO ATIVIDADES EXPERIMENTAIS NA FORMAÇÃO INICIAL DE PROFESSORES/AS

V Jornada das Licenciaturas da USP/IX Semana da Licenciatura em Ciências Exatas - SeLic: A

O AMBIENTE MOTIVADOR E A UTILIZAÇÃO DE JOGOS COMO RECURSO PEDAGÓGICO PARA O ENSINO DE MATEMÁTICA

ESTÁGIO SUPERVISIONADO NA FORMAÇÃO INICIAL DOS GRADUANDOS DE LICENCIATURA EM MATEMÁTICA

Desnaturalização e estranhamento: experiência do PIBID em Sociologia. Anabelly Brederodes Cássio Tavares

CURRÍCULO DE GEOMETRIA PARA O ENSINO MÉDIO: UM PROCESSO EM CONSTRUÇÃO 1

ATIVIDADES INVESTIGATIVAS NO ENSINO DE MATEMÁTICA: RELATO DE UMA EXPERIÊNCIA

POLÍTICA DE EDUCAÇÃO INCLUSIVA DA ESCOLA DE APLICAÇÃO DA UFPA: REPERCUSSÕES OBSERVADAS NA ESTRUTURA CURRICULAR

RESUMO. Autora: Juliana da Cruz Guilherme Coautor: Prof. Dr. Saulo Cesar Paulino e Silva COMUNICAÇÃO CIENTÍFICA

OS SENTIDOS DA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS NA CONTEMPORANEIDADE Amanda Sampaio França

SEDUC SECRETARIA DE ESTADO DE EDUCAÇÃO DE MATO GROSSO ESCOLA ESTADUAL DOMINGOS BRIANTE ANA GREICY GIL ALFEN A LUDICIDADE EM SALA DE AULA

ATUAÇÃO DO PROFESSOR DIANTE DO BULLYING NA SALA DE AULA: PREVENÇÃO E COMBATE

A IMPORTÂNCIA DO USO DO LABORATÓRIO DE GEOMETRIA NA FORMAÇÃO INICIAL E CONTINUADA DE PROFESSORES

A PROBLEMATIZAÇÃO DE JOGOS COMO ESTRATÉGIA DE APRENDIZAGEM PARA AS QUATRO OPERAÇÕES FUNDAMENTAIS

HORTA NA EDUCAÇÃO INFANTIL: UMA PROPOSTA METODOLÓGICA

A QUESTÃO ÉTNICO-RACIAL NA ESCOLA: REFLEXÕES A PARTIR DA LEITURA DOCENTE

APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA ATRAVÉS DO LUDICO

PROFISSÃO PROFESSOR DE MATEMÁTICA: UM ESTUDO SOBRE O PERFIL DOS ALUNOS DO CURSO DE LICENCIATURA EM MATEMÁTICA UEPB MONTEIRO PB.

A utilização de jogos no ensino da Matemática no Ensino Médio

XADREZ NAS ESCOLAS E PARA TODOS

O Brasil em Evidência: A Utopia do Desenvolvimento.

EXPRESSÃO CORPORAL: UMA REFLEXÃO PEDAGÓGICA

Opinião N13 O DEBATE SOBRE AÇÕES AFIRMATIVAS NO ENSINO SUPERIOR NO BRASIL E NA ÁFRICA DO SUL 1

CIRCUITO DAS BRINCADEIRAS: O CURRÍCULO EM MOVIMENTO NA EDUCAÇÃO INFANTIL

A INFLUÊNCIA DOCENTE NA (RE)CONSTRUÇÃO DO SIGNIFICADO DE LUGAR POR ALUNOS DE UMA ESCOLA PÚBLICA DE FEIRA DE SANTANA-BA 1

LICENCIATURA E ENSINO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS: UM ESTUDO INVESTIGATIVO SOBRE O CURSO DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES.

Elaboração de Projetos

Educação em Direitos Humanos Extensão

PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSA DE INICIAÇÃO À DOCÊNCIA PIBID. Subprojeto de História

SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA FARROUPILHA PRÓ-REITORIA DE EXTENSÃO

2.2 O PERFIL DOS PROFISSIONAIS DE EDUCAÇÃO INFANTIL

Profa. Ma. Adriana Rosa

RELAÇÕES RACIAIS E EDUCAÇÃO: VOZES DO SILÊNCIO

Transcrição:

Que preto, que branco, que índio o quê? Análise de uma atividade sob a ótica da abordagem intercultural: um passo para a conscientização do respeito às diferenças Priscila Rodrigues do Nascimento (1) (cilagyn@yahoo.com.br); Lucielena Mendonça de Lima llima@gmail.com (1) Estudante do programa de mestrado da UFG (2) Professora Orientadora educação. Palavras-Chave: identidade, interculturalidade, teorias pós-críticas da Resumo expandido para a comunicação oral 1. Introdução Nós brasileiros nascemos e (com) vivemos com uma diversidade etnocultural, porém este traço identitário que nos constitui pode apresentar-se de forma conflituosa, no momento em que as relações de respeito e de tolerância diante das diferenças étnicas e culturais não são edificadas. Um dos ambientes em que as diferenças se cruzam, e nem sempre ocorrem de forma pacífica é a escola, já que neste espaço contém a representatividade das diferenças étnicas e culturais brasileiras. Sendo assim, buscou-se realizar um projeto, que se configura também como uma intervenção, cujo objetivo é despertar nos participantes da pesquisa a noção de que o povo brasileiro é fruto da mistura de outros povos, tendo em vista não só o reconhecimento das diferenças como defende alguns teóricos adeptos da teoria do multiculturalismo, mas sensibilizá-los para respeitar as diversidades étnicas e culturais, com base na abordagem intercultural. Como o intuito de atingir nosso objetivo, propomos aos participantes algumas atividades com a música inclassificáveis de Arnaldo Antunes, que expõe a realidade da mistura dos povos, por meio de um jogo de neologismos que envolve a noção de miscigenação racial e cultural.

A elaboração da atividade foi realizada tomando com base um levantamento bibliográfico e um estudo teórico sobre as teorias críticas da educação (GABRIEL, 2005; BATISTA, 2010; SILVA, 2004), e as teorias póscríticas (GEREZ e DAVID 2009). Bem como o estudo dos dois conceitos que caracterizam a pluralidade intercultural, o multiculturalismo e a intercultural (CANEVACCI, 2009; FLEURI, 2003; ROMERO; 2003; MOURA, 2005). As atividades propostas foram elaboradas tomando como base orientações dos PCNs (1998) e da pedagogia intercultural (DÍAZ, 2005, BIZARRO; BRAGA, 2005; SOARES, 2007) 2. Material e métodos Para atingir as mudanças de comportamento dos alunos diante das diferenças. Fato este gerador situações de conflito na sala de aula, porque era comum entre os alunos o uso da origem étnica ou social dos colegas como palavras ofensivas, consumando reações de preconceito. Diante dessa realidade, realizamos um trabalho para conscientizar os alunos sobre a noção de que o Brasil é um país miscigenado. E para isso aplicamos um questionário inicial, os alunos escutaram a música Inclassificáveis de Arnaldo Antunes, teceram algumas considerações sobre o trabalho, responderam os exercícios de compreensão sobre a música e o questionário final. Além disso, posterior aos encontros os alunos teceram comentários sobre a execução do trabalho. Os dados foram coletados com 34 alunos do 2 ano do ensino médio de uma escola pública do Estado de Goiás. Os participantes têm entre 16 a 22 anos de idade, são oriundos das mais diferentes regiões do Brasil, por isso apresentam características sociais, culturais e étnicas muito distintas, fato este gerador dos choques culturais. 3. Resultados e discussão

Os dados revelaram duas categorias, o encontro e levantando a realidade do conflito. Esta foi elaborada com base no questionário inicial, cujo objetivo era levantar os sentimentos dos alunos quando estes se deparavam com as diferenças étnicas e culturais que os cercavam. As respostam e as justificativas dadas pelos alunos ao questionário variaram entre estranheza, respeito e curiosidade. A análise do questionário 1 ainda revelou que os alunos tinham dificuldades em descrever as representações étnicas do povo brasileiro. No entanto, quando foram mostradas as fotos (foto1: índio, foto: 2 negro, foto 3: branco, foto 4: miscigenação dos povos), e perguntado com qual daqueles grupos eles mais de identificavam as respostas e as justificativas foram diferentes, uma fez que os argumentos dados pelos alunos, para a escolha da foto demonstrou que estes reconheciam o caráter miscigenado do povo brasileiro, uma vez que a maioria dos alunos escolheu a foto 4. Na segunda categoria, intitulada O encontro, cuja elaboração foi com base no questionário respondido apôs a realização das atividades com a música inclassificáveis de Arnaldo Antunes. Este instrumento revelou uma mudança no foco diante do diferente, já que os alunos responderam que diante do outro é necessário uma postura de acolhimento. Tal fato foi revelado pelos argumentos dos alunos ao serem perguntados como agiam diante doas diferenças. As respostas variaram em respeito, igualdade e democracia. 4. Conclusão Com base nos resultados deste estudo, sobre como os alunos reagem diante da presença do outro, os sentimento como respeito, curiosidade e estranheza, foram às opções mais marcadas. Os argumentos usados pelos alunos diante das escolhas dessas opções revelou que estes estavam distantes de se integrar à culturas diferentes, fato este que em um primeiro nos levou a concluir que os alunos não reconheciam as representações do povo brasileiro tampouco levaram em consideração o aspecto da miscigenação. Em um segundo momento, ao mostrar-lhes as fotos os alunos escolheram a foto 4 que ilustrava a miscigenação de raças. Neste momento alguns dos

participantes começaram a demonstrar uma postura diferente ao argumentarem a escolha da foto. Diante dessas duas situações podemos afirmar que o discurso dos participantes havia mudado e escolha da foto os remetia a um processo de reconhecimento das diferenças. Após a realização da atividade, foi possível observar uma mudança na concepção dos alunos, já que estes afirmaram que as reações diante das diferenças devem suscitar relações de respeito e igualdade. Junto a essas duas reações os alunos agregaram o termo igualdade. Dessa forma ficou evidente uma mudança no discurso dos participantes, pois estes não só reconheceram as diferenças, mas afirmaram respeitá-las e oferecer um tratamento de igualdade diante dos possíveis conflitos que os cruzamentos etnoculturais podem gerar. 5- Referências bibliográficas BATISTA, S. S. S. Teoria Crítica e teorias educacionais: Uma análise do discurso sobre educação Educação & Sociedade, ano XXI, n 73, Dezembro/00. BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: terceiro e quarto ciclos do ensino fundamental: introdução. Brasília: MEC/SEF, 1998. CANEVACCI, M. Transculturalidade, interculturalidade e sincretismo. Trad. I. FRADE. Revista Concinnitas, ano 10, v. 1, n 14, jun. 2009. DÍAZ, C. G. Los contenidos socioculturales. In: LOBATO, J. S. e GARGALLO, I. S. (org.) Vademécum para la formación de profesores: enseñar español como lengua (L2)/lengua extranjera (LE). Madrid: SGEL, 2005. DENZIN, N. K.; LINCOLN, Y. Reconstruindo as relações entre as universidades e a sociedade por meio da pesquisa-ação. In: O planejamento da pesquisa

qualitativa: Teorias e abordagens. Trad. Sandra Regina Netz. Porto Alegre: Artmed, 2006. p. 91-113. FLEURI, M. R. Intercultura e educação. Revista Brasileira de educação. n 23, maio/jun/jul/ ago., 2003 p.16-35. Disponível em: WWW.scielo.br/pdf/rbedu/n23/n23a02. Acesso: 06/02/2010. GABRIEL, C. T. A identidade (nacional) na berlinda: Uma forma possível de entrar no debate em torno da educação intercultural. In: CANDAU, V. M. (Org.) Cultura e educação: entre o crítico e o pós-crítico. Rio de Janeiro: DP&A, 2005. p. 39-72. GEREZ, A. G. ; David, P. A. Teoria do currículo e as tendências da educação física escolar: de onde viemos e para onde vamos? Mackenzie de educação física e esporte. Rio de Janeiro, v. 8, n 2, 2009. p. 75-87. MOURA, M.. Diversidade Cultural e Democracia: Breve Reflexão sobre os Desafios da Pluralidade. Textos e Contextos, Salvador, v 3, n 3, 2005 p. 29-38. ROMERO, C. G. Pluralismo, multiculturalismo e interculturalidad. Propuesta de clarificación y apuntes educativos. Revista Educación y futuro: Revista de investigación y experiencias educativa. n. 8, abril 2003, p. 9-26. SOARES, G. R. G. Diálogos inter/multiculturais: rompendo a barreira do silêncio. 2o Congresso Científico da UniverCidade Rio de Janeiro, 22 de outubro de 2007.SILVA, T. T. Documentos de Identidade: Uma introdução às teorias do currículo. 2 ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2004. VALENTE, A. L. Educação e diversidade cultural: um desafio da atualidade. São Paulo: Moderna, 1999. p. 87.