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Transcrição:

Arbitragem no Marrocos Uma visão geral 1

LEI DE ARBITRAGEM A Lei nº 08-05, de 30 de novembro de 2007, é o principal instrumento do quadro jurídico de arbitragem no Marrocos ( LAM ). A LAM se baseia na Lei Modelo da UNCITRAL e se articula sobre os seguintes eixos: Princípio de arbitrabilidade amplo. Os conflitos relativos aos direitos de propriedade intelectual dos quais as partes podem dispor livremente são arbitrais, assim como os litígios submetidos à competência dos tribunais comerciais, em conformidade com a legislação em vigor no Marrocos. Litígios suscetíveis de arbitragem com disposições específicas: os conflitos relativos aos acordos assinados com o Estado, ou com instituições públicas, só podem ser arbitrais se forem respeitadas as disposições relativas ao controle ou tutela disponibilizada pela lei em vigor no âmbito destas ações. Litígios excluídos da arbitragem: todos os conflitos relativos às ações unilaterais do Estado, ou de seus órgãos de administração, encontramse excluídos de arbitragem. No entanto, os conflitos monetários resultantes são arbitrais, exceto os relativos à aplicação de uma lei tributária. Princípio de separabilidade da convenção de arbitragem. Dever de os árbitros revelarem qualquer fato que denote dúvida justificada quanto à sua imparcialidade. Princípio de Kompetenz-Kompetenz. As medidas cautelares podem ser solicitadas tanto pelos tribunais ordinários como pelos tribunais arbitrais. Os fundamentos de anulação da sentença arbitral são limitados e praticamente idênticos aos fundamentos contidos na Convenção de Nova Iorque para recusa do reconhecimento e da execução de uma sentença arbitral estrangeira. Quanto à assistência judiciária de processos arbitrais, em questões tais como a designação dos árbitros ou sua recusa detém a jurisdição o juiz presidente dos tribunais comerciais. 2

A LAM regula separadamente a arbitragem nacional e a arbitragem internacional, com disposições específicas para cada uma delas. TRATADOS INTERNACIONAIS O Marrocos ratificou a Convenção sobre o Reconhecimento e a Execução de Sentenças Arbitrais Estrangeiras (a Convenção de Nova Iorque ) em 19 de fevereiro de 1960, e fez uma declaração para esse efeito. De fato, o Governo do Marrocos aplicará a Convenção para o reconhecimento e a execução de sentenças arbitrais proferidas tão-somente no território de outro Estado contratante. PROTEÇÃO DOS INVESTIMENTOS ESTRANGEIROS Convenção Constitutiva do Organismo Multilateral de Garantia de Investimentos ( MIGA em suas siglas em inglês), efetuada em Seul, em 11 de outubro de 1985. Convenção para Resolução de Diferendos Relativos a Investimentos entre Estados e Nacionais de outros Estados ( Convenção de Washington ou Convenção CIADI ), de 18 de março de 1966. O Marrocos assinou acordos de promoção e proteção recíproca de investimentos (tratados bilaterais de investimento ou BIT) com 33 países: Alemanha, Inglaterra, Argentina, Bahrein, Bulgária, China, Coreia do Sul, Emirados Árabes Unidos, Espanha, Estados Unidos da América, Finlândia, França, Hungria, Índia, Indonésia, Irã, Itália, Jordânia, Kuwait, Líbano, Líbia, Mauritânia, Polônia, Qatar, Romênia, El Salvador, Sudão, Suíça, Sultanato de Omã, Síria, República Tcheca, Bélgica e Luxemburgo. 3

RECONHECIMENTO E EXECUÇÃO DE SENTENÇAS ARBITRAIS ESTRANGEIRAS A execução das sentenças arbitrais estrangeiras está sujeita a seu reconhecimento prévio, em conformidade com o disposto no artigo 327-46 do Código de Processo Civil. Para as sentenças arbitrais estrangeiras serem reconhecidas no Marrocos, sua existência deverá ser legalmente demonstrada, ficando também condicionadas ao fato de seus princípios não ofenderem a ordem pública nacional ou internacional. O reconhecimento e a declaração de exequível caberão ao presidente do tribunal competente do local de execução. A decisão judicial de recusa do reconhecimento ou da execução da sentença arbitral será suscetível de recurso. A decisão judicial de reconhecimento ou de execução de sentença arbitral estrangeira será suscetível de recurso no caso de: O tribunal arbitral ter proferido a sentença sem existir uma convenção de arbitragem ou ao abrigo de uma convenção nula ou ineficaz ou, ainda, uma vez terminado o período de arbitragem; A instituição do tribunal arbitral ter sido irregular ou o árbitro único ter sido designado irregularmente; O tribunal arbitral ter ultrapassado os limites no cumprimento do mandato conferido; Não terem sido respeitados os direitos de defesa das partes; ou O reconhecimento ou a execução serem contrários à ordem pública nacional ou internacional. Após obtido o reconhecimento, a sentença arbitral estrangeira poderá ser executada no Marrocos. 4

PRINCIPAIS INSTITUIÇÕES ARBITRAIS Tribunal Hispano-Marroquino de Arbitragem. Cour Marocaine d Arbitrage. Vinculada à CCI, embora apenas seja competente no que respeita a litígios nacionais. Centre International de Médiation et d Arbitrage de Casablanca (CIMAC). Centre International de Médiation et d'arbitrage à Rabat (CIMAR). 5