Os livros empresariais devem atender a requisitos intrínsecos e extrínsecos.



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Transcrição:

4. LIVROS COMERCIAIS - Dever de todos os empresários: registrar-se na Junta Comercial; escriturar regularmente os livros obrigatórios; levantar balanço patrimonial e de resultado econômico a cada ano. - Caso os deveres acima deixem de ser observados, o empresário perde uma série de benefícios, mas não o direito de exercer atividade empresária. 4.1. Espécies de livros Os livros são divididos em obrigatórios e facultativos. A) Obrigatórios: divididos em comum e especiais - Comum: obrigatório para todos os empresários (pessoa física ou jurídica), sem exceção. Ex.: livro diário. - Especiais: são aqueles cuja escrituração é imposta apenas a uma determinada categoria de atividade empresarial. Ex.: registro de duplicatas (apenas para empresários que emitem duplicatas); entrada e saída de mercadorias (empresário que explore Armazém-Geral) etc. B) Facultativos: o empresário pode criar instrumentos de registro contábil novos, de acordo com suas necessidades gerenciais. 4.2. Regularidade na escrituração Os livros empresariais devem atender a requisitos intrínsecos e extrínsecos. A) Intrínsecos: relativos à técnica contábil: Art. 1.183. A escrituração será feita em idioma e moeda corrente nacionais e em forma contábil, por ordem cronológica de dia, mês e ano, sem intervalos em branco, nem entrelinhas, borrões, rasuras, emendas ou transportes para as margens. (Código Civil) B) Extrínsecos: relativos à segurança dos livros, posto que os mesmos devem conter termo de abertura e de encerramento, e estar autenticado pela Junta Comercial. - A ausência de qualquer requisito implica na inexistência do livro.

- Consequência da inexistência dos livros: a) Civil: não poderão ser usados como provas; b) Penal: ocorrendo falência ou recuperação judicial, o empresário responde por crimes falimentar. 4.3. Balanços anuais Anualmente, deve-se levantar dois balanços: a) Balanço patrimonial: demonstra o ativo e passivo, compreendendo todos os bens, créditos e débitos; b) Balanço de resultado: demonstra a conta dos lucros e perdas. 5. ESTABELECIMENTO EMPRESARIAL - Conceito: corresponde ao conjunto de bens reunidos pelo empresário (individual ou sociedade empresária) para a realização de sua atividade econômica; - Aviamento: valor agregado ao grupo de bens em um determinado estabelecimento; - Pode ser descentralizado: o estabelecimento comercial pode possuir filiais, depósitos em prédios isolados etc; - Possui bens materiais (mercadorias, instalações, equipamentos etc) e imateriais (marcas, patentes, ponto etc). 5.1. Alienação: - A venda do estabelecimento comercial deve ser realizada mediante contrato escrito, a ser arquivado na competente Junta Comercial e publicado na imprensa oficial. Enquanto os procedimentos citados não são realizados, a venda não possui efeito perante terceiros. - Concordância dos credores: os credores devem concordar, tácita (silêncio após 30 dias da notificação) ou explicitamente, com a venda. A concordância dos credores não será necessária quando sobrarem bens suficientes para quitar a dívida. Caso os credores deixem de ser notificados, a falência da empresa poderá ser decretada, assim como a venda será considerada ineficaz.

- Passivo regularmente escriturado: transfere-se ao adquirente (comprador). O alienante (vendedor) continua responsável por certo período de tempo (1 ano, contado da publicação do contrato, para as obrigações vencidas, e contado do vencimento das demais). - Crédito trabalhista: obrigação solidária do adquirente e alienante; - Crédito tributário: a) Responsabilidade subsidiária do adquirente, caso o alienante continue a explorar atividade econômica; b) Responsabilidade integral do adquirente, se o alienante cessar a exploração de atividade econômica. - Total ausência de responsabilidade do adquirente: leilão judicial promovido em processo de recuperação judicial ou falência. - Cláusula de não-restabelecimento: está implícita (não precisa estar descrita no contrato) e vale por 5 anos, relativamente ao mesmo ramo de atividade empresarial. Art. 1.147. Não havendo autorização expressa, o alienante do estabelecimento não pode fazer concorrência ao adquirente, nos cinco anos subsequentes à transferência. (código Civil) 5.2. Proteção ao ponto: - Ponto: local específico em que o Estabelecimento Comercial se encontra; 5.2.1. Locação não-residencial: O empresário locador possui direito à renovação compulsória do contrato de locação, desde que obedecidos os seguintes requisitos: a) Contrato escrito e com prazo determinado; b) O locatário deve ser empresário; c) Locação contratada por, no mínimo, 5 anos; d) Exploração do mesmo ramo de atividade pelo prazo mínimo e ininterrupto de 3 anos, à data da propositura da ação renovatória. Art. 51. Nas locações de imóveis destinados ao comércio, o locatário terá direito a renovação do contrato, por igual prazo, desde que, cumulativamente: I - o contrato a renovar tenha sido celebrado por escrito e com prazo determinado;

II - o prazo mínimo do contrato a renovar ou a soma dos prazos ininterruptos dos contratos escritos seja de cinco anos; III - o locatário esteja explorando seu comércio, no mesmo ramo, pelo prazo mínimo e ininterrupto de três anos. (Lei 8.245/91) - Exceção ao direito de renovação: a) Insuficiência da proposta de renovação (valor locatício); b) Proposta melhor de terceiro. Nessa hipótese, pode o locador oferecer proposta idêntica. Gera direito à indenização ao locador, caso não consiga renovar o contrato; c) Reforma substancial do prédio. Gera direito à indenização ao locador, caso o início das obras retarde por mais de 3 meses da desocupação; d) Uso próprio. Gera direito à indenização ao locador, caso o locatário exerça a mesma atividade no prédio; e) Transferência de estabelecimento empresarial existente há mais de 1 ano e de propriedade de ascendente, descendente ou cônjuge do locatário. Gera direito à indenização ao locador, caso aqueles exerçam a mesma atividade no prédio. 6. Nome Empresarial - Duas formas de nomes empresariais: firma e denominação. a) Firma: só pode ter por base nome civil, do empresário individual ou dos sócios. O núcleo do nome empresarial deverá sempre ser um ou mais nomes civis. Além de identidade do empresário, é também sua assinatura. Caso não conste o nome de todos os sócios, será necessário utilizar a expressão e companhia ( & Cia. ). Opcionalmente, pode indicar o respectivo ramo da atividade. Deve indicar o tipo societário. b) Denominação: deve sempre designar o objeto da empresa e pode adotar por base nome civil (Marques & Rodrigues Cosméticos Ltda.) ou qualquer outra expressão (nome fantasia Alvorada Cosméticos Ltda.). Corresponde apenas a elemento de identificação do exercente da atividade empresarial. Deve indicar o tipo societário. - Empresário individual: só pode adotar firma, baseada em seu nome civil. O nome poderá ser abreviado, bem como poderá indicar o respectivo ramo da atividade. - Sociedade em nome coletivo: só pode adotar firma, que pode ter por base o nome civil de um, alguns ou todos os seus sócios. Caso não conste o nome de todos os sócios, será necessário utilizar a expressão e companhia ( & Cia. ). Também poderá indicar o respectivo ramo da atividade.

- Sociedade em comandita simples: só pode adotar firma, da qual conste nome civil de sócio ou sócios comanditados. Os sócios comanditários não poderão ter os nomes utilizados. Logo, para fazer menção aos sócios comanditários, deve-se utilizar a partícula e companhia. Também poderá indicar o respectivo ramo da atividade. - Sociedade em conta de participação: por ser sociedade secreta, não pode adotar nome empresarial que revele sua existência. - Sociedade limitada: pode adotar firma ou denominação. Se adotar firma, e não utilizar o nome de todos os sócios, deverá conter a partícula e companhia. Em qualquer caso, deverá sempre utilizar a expressão limitada ( Ltda. ). Também poderá indicar o respectivo ramo da atividade. - Sociedade anônima: só pode adotar denominação de que deve constar referência ao objeto social. Também deve haver identificação do tipo societário através da expressão sociedade anônima ( S.A. ), usada no início, no meio ou no fim do nome. Também é possível utilizar o nome civil de pessoas que fundaram a companhia ou que concorrem para o seu êxito. - Sociedade em comandita por ações: pode adotar firma ou denominação. Caso adote firma, poderá utilizar apenas o nome civil, por extenso ou abreviado, dos sócios diretores ou administradores que respondem ilimitadamente pelas obrigações sociais. Na denominação, exige-se referência ao objeto social. Em qualquer caso, será necessário indicar o tipo societário pela locução comandita por ações. Se fundada em nome civil de um ou mais acionistas com responsabilidade ilimitada (diretores), é obrigatória a locução e companhia ( & Cia. ). - Empresa individual de responsabilidade limitada: pode adotar firma ou denominação, sendo obrigatório o uso da locução EIRELI. - Observação: o empresário, pessoa física ou jurídica, ao se registrar como microempresário ou empresário de pequeno porte, terá acrescido ao seu nome a locução ME ou EPP, respectivamente. 6.1. Alteração do nome empresarial O nome empresarial pode ser alterado a qualquer momento, respeitados os requisitos citados acima. Assim, o nome empresarial poderá ser alterado se houver concordância de sócios que detenham participação do capital social que lhe assegure o direito de realizar a alteração. Por outro lado, existem hipóteses de alteração no nome empresarial sem vontade do empresário:

a) Nomes empresariais fundados em nomes civis: 1º) saída, retirada, exclusão ou morte de sócio cujo nome conste da firma social; 2º) alteração da categoria do sócio, quanto à sua responsabilidade pelas obrigações sociais; 3ª) alienação do estabelecimento empresarial (se previsto em contrato, o adquirente pode usar o nome do alienante, precedido do seu, com a qualificação de sucessor de ). b) Demais causas: transformação (alteração do tipo societário) e lesão a direito de outro empresário. 6.2. Proteção ao nome empresarial O nome empresário é protegido por lei, por duas razões: preservação da clientela e do crédito. Em caso de identidade ou semelhança de nomes, o empresário que tenha feito se registrado em primeiro lugar poderá obrigar o outro a acrescer ao seu nome distintivo suficiente, alterando-o totalmente, caso não exista outra forma de distingui-lo com segurança. Art. 35. Não podem ser arquivados: V - os atos de empresas mercantis com nome idêntico ou semelhante a outro já existente; (Lei 8.934/94) Art. 1.163. O nome de empresário deve distinguir-se de qualquer outro já inscrito no mesmo registro. Parágrafo único. Se o empresário tiver nome idêntico ao de outros já inscritos, deverá acrescentar designação que o distinga. (Código Civil) Art. 3º A sociedade será designada por denominação acompanhada das expressões companhia ou sociedade anônima, expressas por extenso ou abreviadamente mas vedada a utilização da primeira ao final. 2º Se a denominação for idêntica ou semelhante a de companhia já existente, assistirá à prejudicada o direito de requerer a modificação, por via administrativa (artigo 97) ou em juízo, e demandar as perdas e danos resultantes. (Lei 6.404/76) Art. 195. Comete crime de concorrência desleal quem: V - usa, indevidamente, nome comercial, título de estabelecimento ou insígnia alheios ou vende, expõe ou oferece à venda ou tem em estoque produto com essas referências; (Lei 9.279/96)

7. Propriedade Industrial Bens imateriais protegidos pelo direito industrial: patente de invenção, patente de modelo de utilidade, registro de desenho industrial e registro de marca. Tanto a patente quanto o registro podem ser comercializados/transmitidos. O registro e a patente só podem ser utilizados por terceiros mediante autorização expressa do proprietário. Tanto o registro quanto a patente devem ser solicitados ao INPI (Instituto Nacional de Propriedade Industrial). 7.1. Patente Diz respeito à invenção (ato original do gênio humano) e ao modelo de utilidade (objeto de uso prático suscetível de aplicação industrial). No modelo de utilidade, há um acréscimo na utilidade de alguma ferramenta, instrumento de trabalho ou utensílio, pela ação da novidade parcial que lhe agrega. Sujeitam-se aos seguintes requisitos: a) Novidade: é necessário que a criação seja desconhecida pela comunidade científica, técnica ou industrial; b) Atividade inventiva: deve haver um real progresso. c) Aplicação industrial: somente a invenção ou modelo suscetível de aproveitamento industrial pode ser patenteado. d) Não-impedimento: não pode haver afronta à moral, aos bons costumes, à segurança, à ordem e à saúde públicas; substancias decorrentes de transformação do núcleo atômico; seres vivos, exceto os dotados de características não alcançáveis pela espécie em condições naturais (transgênicos). Prazos de duração: a) Invenção: 20 anos; b) Modelo de utilidade: 15 anos. Como o prazo é contado da data do pedido, assegura-se um período mínimo de 10 (patente) e 7 (Modelo de utilidade) anos.

Não se pode prorrogar o prazo de duração. Licença compulsória: sempre que o titular da patente exercer seu direito sem atender regular e convenientemente o mercado. Nesse caso, outro empresário poderão explorar tal patente. Da mesma forma se o titular da patente não a explorar decorridos 3 anos de sua concessão. Caso o licenciado também não explore satisfatoriamente a patente, em 2 anos, ocorre a caducidade da patente, caindo em domínio público. Perda da patente: a) Renúncia aos direitos; b) Não pagamento da taxa do INPI; c) Falta de representantes no Brasil, quando o titular é domiciliado no exterior. 7.2. Registro Industrial - Engloba o desenho industrial e a marca - Desenho Industrial: diz respeito à forma dos objetos, e destina-se tanto para conferir-lhe um ornamento harmonioso como para diferenciá-lo de outros do mesmo gênero. Possui prazo de duração de 10 anos, contado da data do depósito, podendo ser prorrogado por até três períodos sucessivos de 5 anos cada. - Requisitos: a) Novidade: deve ser novo, gerando um resultado visual inédito, desconhecido dos técnicos do setor. Diz respeito ao aspecto técnico; b) Originalidade: deve apresentar configuração própria, não existente em outros objetos. Diz respeito ao aspecto estético; c) Desimpedimento: não se pode registrar desenhos contrários à moral, aos bons costumes, ofensivo à honra ou imagem de pessoas ou atentatórios à liberdade de consciência; formas comuns, vulgares ou necessárias. - Marca: É o signo que identifica produtos e serviços, como, por ex., Coca-Cola, Insinuante, Bradesco etc. - Não se confunde com o nome empresarial e com o título do estabelecimento. - Requisitos:

a) Novidade relativa (novidade em relação aos produtos industrializados ou comercializados, ou de serviços prestados); b) Não-colidência com marca notória (marcas notoriamente conhecidas, ainda que não registradas no INPI); c) Não-impedimento (armas oficiais do Estado, nome civil de outrem sem a devida autorização -, etc). - Marca de alto renome: impede sua utilização em qualquer outro ramo. - Prazo de duração: 10 anos, a partir da sua concessão. Prorrogável por períodos iguais e sucessivos, desde que feito no último ano da vigência do registro. - Caducidade: a) exploração econômica não iniciada, no Brasil, em 5 anos, a partir da sua concessão; b) interrupção da exploração, por 5 anos consecutivos; c) alteração substancial da marca. - Marca de certificação: atesta que determinado produto ou serviço atende a certas normas de qualidade, fixadas por organismos oficiais ou particulares. Ex.: selo da Associação Brasileiras de Normas Técnicas (ABNT), Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (INMETRO), Associação Brasileira da Indústria do Café (ABIC). - Marca coletiva: informa que o fornecedor do produto ou serviço é filiado a uma entidade, geralmente a associação dos produtores ou importadores do setor. Ex.: Brazil Speciality Coffe Association, COTRIGUAÇU Cooperativa Central, Cooperativa Agropecuária Boa Esperança (CAPEBE). 8. O EMPRESÁRIO E OS DIREITOS DO CONSUMIDOR - Aplica-se o CDC sempre que houver relação de consumo. - Fornecedor: pessoa que desenvolve atividade de fornecimento de bens ou serviços ao mercado.

Art. 3 Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que desenvolvem atividade de produção, montagem, criação, construção, transformação, importação, exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou prestação de serviços. 1 Produto é qualquer bem, móvel ou imóvel, material ou imaterial. 2 Serviço é qualquer atividade fornecida no mercado de consumo, mediante remuneração, inclusive as de natureza bancária, financeira, de crédito e securitária, salvo as decorrentes das relações de caráter trabalhista. (CDC) - Consumidor: aquele que adquire ou utiliza bens ou serviços como destinatário final Art. 2 Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço como destinatário final. Parágrafo único. Equipara-se a consumidor a coletividade de pessoas, ainda que indetermináveis, que haja intervindo nas relações de consumo. (CDC) - Nesse sentido, pode-se falar em 2 tipos de contratos: 1º) Contrato de Consumo (regido pelo CDC); 2º) Contrato Cível (Regido pelo Código Civil). 8.1. Qualidade dos produtos ou serviços: 3 tipos de problemas: a) Fornecimento perigoso: quando da utilização do serviço ou do produto decorre dano, oriundo da insuficiência ou inadequação das informações prestadas pelo fornecedor sobre os riscos a que se expõe o consumidor. b) Fornecimento defeituoso: quando o produto ou serviço oferece risco à saúde/integridade física do consumidor; c) Fornecimento viciado: defeito no produto ou serviço, sem que decorra risco à saúde/segurança do consumidor. Obs.: existem 3 saídas para solucionar o fornecimento viciado, a saber:

1ª) Desfazimento do negócio, com a devolução dos valores já pagos; 2ª) Redução proporcional do preço; 3ª) Reparo ou substituição do produto. 8.2. Responsabilidade - Objetiva (subjetiva apenas para os profissionais liberais). - O empresário será responsável se der causa ao acidente de consumo, ou se o fabricante, o produtor, o construtor ou o importador não puderem ser identificados. 9. MICROEMPRESA E EMPRESA DE PEQUENO PORTE Regidas pela Lei Complementar nº 123/2006. O Poder Público deve conceder tratamento diferenciado às microempresas e às empresas de pequeno porte, no sentido de simplificar o atendimento às obrigações administrativas, tributárias, previdenciárias e creditícias. Microempresa: receita bruta anual de até R$ 360.000,00. Empresa de Pequeno Porte: receita bruta anual de R$ 360.000,00 até R$ 3.600.000,00. Art. 3º Para os efeitos desta Lei Complementar, consideram-se microempresas ou empresas de pequeno porte, a sociedade empresária, a sociedade simples, a empresa individual de responsabilidade limitada e o empresário a que se refere o art. 966 da Lei n o 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil), devidamente registrados no Registro de Empresas Mercantis ou no Registro Civil de Pessoas Jurídicas, conforme o caso, desde que: I - no caso da microempresa, aufira, em cada ano-calendário, receita bruta igual ou inferior a R$ 360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais); e II - no caso da empresa de pequeno porte, aufira, em cada ano-calendário, receita bruta superior a R$ 360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais) e igual ou inferior a R$ 3.600.000,00 (três milhões e seiscentos mil reais). (LC 123/06) 9. EIRELI - O empresário individual responde pessoalmente pelas dívidas assumidas. Por essa razão, muitos preferem constituir sociedades limitadas de fachada, a fim de limitar a responsabilidade ao capital subscrito. - Com a Lei 12.441/11, deixa de existir o inconveniente de se criar sociedade limitada para tal fim.

- EIRELE corresponde a pessoa jurídica unipessoal (portanto não se trata de sociedade), com responsabilidade limitada ao seu capital social (que não pode ser inferior a 100X o maior salário mínimo vigente). - Uma pessoa física não pode possuir mais de uma EIRELE. - Não pode ser constituída por pessoa jurídica. - Seu registro deve ser feito na Junta Comercial. 10. SOCIEDADES EMPRESÁRIAS CONSTITUÍDAS POR CONTRATO ENTRE OS SÓCIOS 10.1. Sociedade em Nome Coletivo - Os sócios respondem solidária e ilimitadamente pelas obrigações sociais. - Os sócios só podem ser pessoas naturais. - A administração só pode ser realizada pelos sócios. - Em caso de falecimento de sócio, caso o contrato social seja omisso, opera-se a liquidação da quota do falecido. Os herdeiros só podem ingressar na sociedade quando houver, no contrato social, cláusula expressa nesse sentido. - Só podem adotar firma. Caso o nome não seja composto por todos os sócios, deve-se utilizar a expressão & Cia. Ex.: Pereira, Lima, Andrade & Cia. 10.2. Sociedade em Comandita Simples - Sócios comanditados: respondem ilimitadamente. Apenas pessoas físicas. - Sócios comanditários: respondem limitadamente. Pessoas físicas ou jurídicas. - Administradores: somente sócios comanditados. - Nome empresarial: nomes civis dos sócios comanditados, com a expressão & Cia. - Morte de sócio comanditado: liquidação da quota do falecido; salvo disposição contratual em contrário.

- Morte de sócio comanditário: os herdeiros assumem o lugar do falecido, mediante indicação de 1 representante; salvo disposição contratual em contrário. 10.3. Sociedade em Conta de Participação - Sociedade despersonificada. - Sócio ostensivo: assumem, como obrigação pessoal, as obrigações da sociedade. - Sócio oculto (sócio participante): não possui qualquer obrigação perante terceiros, relativamente aquilo a que o sócio ostensivo se obrigou. - Os sócios ostensivos respondem ilimitadamente pelas obrigações que assumem perante terceiros. - Os sócios ocultos respondem limitada ou ilimitadamente perante os sócios ostensivos, de acordo com o contrato firmado. - Sociedade secreta: o contrato não pode ser registrado na Junta Comercial. 11. SOCIEDADE LIMITADA Obs.: a) Capital subscrito é o valor total que os sócios se comprometem a entregar para a criação da sociedade. B) Capital integralizado é o valor que os sócios já entregaram. 11.1. Responsabilidade dos sócios: - Limitada ao total do capital subscrito. - Os sócios são solidariamente responsáveis pela integralização do capital social. Dessa forma, aqueles que tiverem de cobrir os valores não integralizados por outros sócios, poderão cobrar destes o devido ressarcimento. - Existem exceções à limitação da responsabilidade dos sócios. Vejamos: a) Sócios que adotam deliberação contrária à lei, ou ao contrato social, respondem ilimitadamente pelas obrigações sociais relacionadas com a deliberação indevida.

b) Sociedade marital: Art. 977, do Código Civil: Faculta-se aos cônjuges contratar sociedade, entre si ou com terceiros, desde que não tenham casado no regime da comunhão universal de bens, ou no da separação obrigatória. Apesar da sociedade marital ser proibida apenas em duas hipóteses, não se aconselha que a faça em qualquer regime de comunhão de bens, visto que não são raras as decisões judiciais que tornam ilimitadas as responsabilidades em quaisquer formas de sociedades maritais. c) Justiça do Trabalho; d) Fraude contra credores mediante separação patrimonial; e) Débitos junto ao INSS. 11.2. Deliberações dos Sócios: - Os sócios participam da rotina da empresa e, dessa forma, tomam as mais variadas decisões de forma frequente. Entretanto, em alguns casos existe certa formalidade para a tomada de decisões. Nessas hipóteses, devem os sócios se reunir em assembleia para: a) Designarem e destituírem administradores; b) Estipularem a remuneração dos administradores; c) Votarem as contas anuais dos administradores; d) Modificarem o contrato social; e) Deliberarem sobre operações societárias, dissolução e liquidação da sociedade; f) Expulsarem sócio minoritário. - A Assembleia deve ser realizada mediante prévia convocação de todos os sócios, através de avisos publicados na imprensa oficial e em jornal de grande circulação, a serem realizados com, pelo menos, 8 dias de antecedência. Após a devida convocação, a Assembleia só poderá discutir os temas apontados acima se estiverem presentes os titulares de, ao menos, 3/4 do capital social. Caso a quantidade mínima de sócios não compareça, deve-se realizar uma segunda convocação, nos mesmos moldes que a primeira, porém com 5

dias de antecedência, no mínimo. Realizada a segunda convocação, a Assembleia poderá deliberar sobre os temas necessários, independentemente da quantidade de sócios presentes. - Para as sociedades com até 10 sócios, não será necessário realizar Assembleia. Para tanto, bastará a celebração de Reunião de Sócios. Essa modalidade deve possuir previsão em contrato, o qual detalhará sua forma de convocação. - Caso exista consenso entre os sócios, estes poderão substituir a Assembleia, ou a Reunião dos Sócios, por documento que esclareça a(s) deliberação(ões) tomada(s), mediante assinatura de todos os sócios. - Tanta a Ata da Assembleia, ou da Reunião dos Sócios, quanto o documento substitutivo, deverão ser arquivados na Junta Comercial. 11.3. Administração: - A administração da sociedade limitada pode ser realizada por um ou mais pessoas, sócias ou não, designadas no contrato social ou em ato separado. - Quando a administração for realizada por pessoa não-sócia, esta deverá ser indicada no contrato social. - Duração: será por tempo determinado ou indeterminado, dependendo do que constar do contrato social. - O administrador deve prestar contas anualmente, e apresentar os respectivos balanços patrimonial e de resultado, aos sócios.