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Transcrição:

29 a CONFERÊNCIA SANITÁRIA PAN-AMERICANA 69 a SESSÃO DO COMITÊ REGIONAL DA OMS PARA AS AMÉRICAS Washington, D.C., EUA, 25 a 29 de setembro de 2017 Original: inglês APRESENTAÇÃO DO RELATÓRIO QUINQUENAL 2013-2017 DO DIRETOR DA REPARTIÇÃO SANITÁRIA PAN-AMERICANA Dra. Carissa F. Etienne Diretora da Repartição Sanitária Pan-Americana

APRESENTAÇÃO DO RELATÓRIO QUINQUENAL 2013-2017 DO DIRETOR DA REPARTIÇÃO SANITÁRIA PAN-AMERICANA Dra. Carissa F. Etienne Diretora da Repartição Sanitária Pan-Americana 25 de setembro de 2017 Washington, D.C. 29 a Conferência Sanitária Pan-Americana 69 a Sessão do Comitê Regional da OMS para as Américas Exmo. Sr. Presidente da 29 a Conferência Sanitária Pan-Americana, Dr. Antonio Barrios, Ministro da Saúde do Paraguai, Exmos. Srs. Ministros e Secretários da saúde dos Estados Membros da Organização Pan-Americana da Saúde, Exmo. Diretor-Geral da Organização Mundial da Saúde, Dr. Tedros Adhanom Ghebreyesus, Ilustres delegados dos Estados Membros, Ilustres membros do corpo diplomático, Representantes de organizações não governamentais que mantêm relações formais com a Organização Pan-Americana da Saúde, Representantes das Nações Unidas e de outros organismos especializados, Prezados colegas da OMS e da OPAS, Ilustres convidados, Senhoras e senhores: Muito bom dia a todos. Hoje tenho a honra e o privilégio de apresentar aos senhores o Relatório Quinquenal do Diretor, que resume o trabalho da Repartição Sanitária Pan-Americana durante o período 2013-2017. Como os senhores estão cientes, o começo desse período foi marcado pela minha posse como Diretora da Organização Pan-Americana da Saúde, em fevereiro de 2013, e mais uma vez, gostaria de manifestar meus mais sinceros agradecimentos a nossos Estados Membros pela confiança que depositaram em mim. Merecidamente, estados todos orgulhosos dos 115 anos de existência da OPAS e estamos satisfeitos em figurar entre as instituições que não apenas perduraram, mas também continuaram a prosperar por mais de um século. É com muita satisfação que vemos a Organização continuar a evoluir e se adaptar à constante mudança das prioridades e contextos em matéria de saúde em âmbito nacional, sub-regional, regional e mundial. Os 115 anos de experiência da OPAS na vanguarda da saúde pública regional

também tiveram um considerável alcance e impacto mundial, dada sua função como o Escritório Regional da OMS para as Américas nos últimos 69 anos. Durante o período em análise no relatório, os Estados Membros e a Repartição colaboraram estreitamente por meio de um grupo consultivo dos Estados Membros para definir as prioridades programáticas para a alocação de recursos. O resultado foi o Plano Estratégico da OPAS 2014-2019, o primeiro a ser elaborado dessa maneira. Nossos Estados Membros também colaboraram para o desenvolvimento do novo Sistema de Monitoramento de Planos Estratégicos da Repartição e para a sua aprovação oficial. Esse sistema permitiu à Repartição e aos Estados Membros da OPAS fazer uma avaliação conjunta de fim do biênio em novembro de 2015, a primeira avaliação desse tipo levada a cabo por uma região da OMS. Todos os 52 países e territórios participaram dessa tarefa, e gostaria de aproveitar esta oportunidade para reiterar meu apreço pelos Estados Membros por havermos alcançado mais esse marco. No contexto da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável e de outros mandatos mundiais e regionais, um grupo de trabalho formado por 16 países membros abriu caminho, com apoio da RSPA, ao redigir a nova Agenda de Saúde Sustentável para as Américas 2018-2030. Assim como a Agenda de Saúde para as Américas 2008-2017, que a antecedeu, a nova Agenda constituirá a estrutura de planejamento estratégico e políticas de mais alto nível para as ações coletivas dos Estados Membros no intuito de melhorar a saúde e o bem-estar em todo o continente. Apesar de sua diversidade e diferentes etapas de desenvolvimento, os países e territórios das Américas estão unidos no seu compromisso de obter avanços individuais e coletivos para atingir os objetivos da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável. O ODS 3, o objetivo relacionado mais especificamente à saúde, tem a cobertura universal de saúde como uma de suas metas. A RSPA trabalhou com os Estados Membros para promover a saúde universal, pautada pela Estratégia para o Acesso Universal à Saúde e a Cobertura Universal de Saúde, aprovada em âmbito regional pelo 53 o Conselho Diretor em 2014. A meta da Estratégia é assegurar que todas as pessoas e comunidades tenham acesso, sem discriminação, a serviços de saúde integrais, adequados, oportunos, de qualidade, estabelecidos em nível nacional, de acordo com as necessidades, bem como a medicamentos de qualidade, seguros, eficazes e acessíveis, assegurando que o uso desses serviços não exponha os usuários a dificuldades financeiras, especialmente os grupos mais vulneráveis. Ao trabalhar para transformar os sistemas de saúde e promover a saúde universal, a cooperação técnica da Repartição contribuiu para: 2

A melhoria do acesso aos serviços de saúde, conforme exemplificado pelo programa Mais Médicos no Brasil, que, por meio de cooperação triangular, envolvendo Cuba principalmente, levou a atenção primária à saúde a mais de 63 milhões de pessoas. O fortalecimento dos sistemas reguladores de medicamentos e outras tecnologias em saúde, conforme exemplificado pela criação do Sistema Regulador do Caribe em 2015, para estabelecer um único ponto de acesso aos mercados farmacêuticos dos países membros da Comunidade do Caribe [CARICOM]. O reforço dos recursos humanos em saúde, ao proporcionar a ampliação do acesso a uma maior variedade de cursos de capacitação por meio de plataformas virtuais para o aprendizado com boa relação custo-benefício e mecanismos educacionais mais tradicionais. A melhoria do acesso a medicamentos eficazes, seguros e de qualidade, com os Estados Membros continuando a tirar partido do Fundo Estratégico da OPAS para a compra de provisões para saúde pública. A inclusão de medicamentos essenciais para o combate às doenças não transmissíveis e o acordo firmado em 2015 com o Mecanismo de Compras Partilhadas do Fundo Global trouxeram mais benefícios aos Estados Membros. O fortalecimento dos sistemas de informação em saúde, gestão do conhecimento e pesquisa, com estratégias e mecanismos para obter, analisar e difundir dados relacionados com a saúde mais atualizados. Os resultados dos esforços nessa área são demonstrados amplamente em Saúde nas Américas+, o carro-chefe entre as publicações da Organização. Duas áreas chave da cooperação técnica da RSPA com os Estados Membros foram o apoio da Repartição durante as emergências de saúde e desastres, e o trabalho relacionado de formar capacidades básicas no âmbito do Regulamento Sanitário Internacional [2005]. A RSPA reforçou sua própria capacidade para responder às emergências nos Estados Membros, ao estabelecer o novo Centro de Operações de Emergência [COE] e ao fortalecer as qualificações e competências dos membros novos e antigos da Equipe Regional de Resposta de Saúde para aumentar capacidade para responder a sobrecargas. Em 2016, a Repartição combinou sua perícia em desastres e em alerta e resposta a epidemias para criar o novo Programa de Emergências de Saúde, alinhado com o programa de emergências reestruturado da OMS. Esse constante fortalecimento interno permitiu à Repartição responder em tempo hábil a situações de emergência, como furacões e tempestades tropicais; 3

incêndios tóxicos; terremotos; secas; inundações; crises migratórias e epidemias de doenças infecciosas; entre outras. O trabalho no âmbito nacional foi complementado por nossa cooperação técnica sub-regional, inclusive com a formulação do Plano Estratégico Andino para Gestão dos Riscos de Desastres no Setor da Saúde; a elaboração do Plano Centro-Americano de Gestão Integral de Riscos de Desastres e Emergências de Saúde Pública e a implementação da iniciativa Hospitais Inteligentes no Caribe, aproveitando a iniciativa Hospitais Seguros. Durante o período em análise, três vírus emergentes Ebola, Chikungunya e Zika puseram à prova as capacidades básicas dos Estados Membros da OPAS com relação ao Regulamento Sanitário Internacional. Em outubro de 2014, após os Estados Unidos da América confirmarem seu primeiro caso importado de Ebola, ativei o Centro de Operações de Emergência da RSPA e iniciei a primeira execução formal do Sistema de Gestão de Incidentes da RSPA. A Repartição agiu rapidamente para organizar missões conjuntas com especialistas e parceiros regionais e internacionais para avaliar a prontidão dos Estados Membros para responder à possibilidade de chegada do vírus Ebola e para formular estratégias e planos para abordar as brechas identificadas. A RSPA também forneceu funcionários, além de haver apoiado a mobilização de pessoal nacional, para ajudar na resposta nos países africanos afetados. O surgimento do vírus Zika e a grande epidemia resultante ocuparam grande parte da atenção da RSPA em 2015 e 2016. A Repartição trabalhou com países e parceiros para rastrear a epidemia e, ao mesmo tempo, prestar apoio crucial no diagnóstico clínico e laboratorial de casos, na administração de casos e no controle de vetores, entre outros. Também colaboramos com os parceiros para oferecer diretrizes éticas e assessoria com base científica aos Estados Membros em vista das consideráveis sequelas fetais e neurológicas associados com as infecções pelo vírus Zika. Embora a prevenção e o controle das doenças transmissíveis tenham continuado a impor desafios durante esse período, vários países e a Região como um todo obtiveram sucesso na eliminação de certas doenças. Cumpre mencionar a eliminação da oncocercose na Colômbia, Equador, México e Guatemala; a eliminação do tracoma no México e a eliminação da transmissão materno-infantil do HIV e da sífilis em Cuba. Além disso, alcançamos dois marcos históricos no âmbito regional, a saber, a declaração da eliminação da transmissão endêmica da rubéola e da síndrome da rubéola congênita em 2015 e a certificação da eliminação do sarampo nas Américas em 2016. O sarampo é a quinta doença imunoprevenível a ter sido eliminada na nossa Região. Assim, em meio a todos os nossos desafios, ainda temos muitos motivos para celebrar! Esses avanços tiveram o importante apoio do Fundo Rotativo para Compra de Vacinas da OPAS e da Semana Anual de Vacinação nas Américas. A RSPA agora está 4

concentrando a sua cooperação técnica na proteção e manutenção desses avanços ao ajudar os países a manter uma elevada cobertura da vacinação, ampliar a cobertura onde seja necessário e melhorar a vigilância. Além disso, estamos trabalhando constantemente rumo à eliminação de outras doenças, dentro do possível. O HIV e as infecções sexualmente transmissíveis continuam a ser um problema para a Região, apesar dos avanços na cobertura antirretroviral e da queda das taxas de mortalidade pela AIDS. A cooperação técnica da RSPA nessa área deu prioridade à otimização da atenção e do tratamento; à eliminação da transmissão materno-infantil do HIV e da sífilis congênita; à prevenção e atendimento das populações-chave; e à provisão de informações estratégicas gerais. A Repartição promoveu ativamente a plataforma Tratamento 2.0, que tem como objetivo ampliar o acesso ao diagnóstico do HIV, tratamento e atenção, e realizou missões de Tratamento 2.0 em uma série de países. A Repartição também trabalhou no controle da tuberculose e da doenças infecciosas negligenciadas; na eliminação da malária; na a eliminação do cólera na ilha Hispaniola e na prevenção de doenças que ocorriam na inter-relação entre a saúde animal e a saúde humana. Colaboramos ativamente com o Fundo Global, o Carter Center, o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), os Centros para Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos [CDC] e a Agência Espanhola de Cooperação para o Desenvolvimento Internacional, entre muitos outros parceiros. Orientada pelo Plano de ação para a resistência antimicrobiana, aprovado em âmbito regional em 2015, a RSPA contribuiu para a formulação de planos de ação nacionais para combater resistência aos antimicrobianos. Esse trabalho enfatizou a ação multissetorial entre os setores da saúde, animal e agrícola, e passou pela colaboração com a Organização para a Agricultura e Alimentação das Nações Unidas e a Organização Mundial de Saúde Animal. Como os senhores estão cientes, as doenças não transmissíveis suplantaram as doenças transmissíveis como as principais causas de morte e incapacidade em quase todos os países da Região. Durante o período do relatório, a cooperação técnica da Repartição contribuiu para a formulação e implementação de políticas, estratégias, planos e intervenções nacionais contra as DNT, com ênfase na criação de contextos facilitadores por meio de legislação e regulamentação. A iniciativa REGULA, por exemplo, busca reforçar as capacidades dos países para elaborar e implementar medidas legislativas, normativas e fiscais para reduzir os fatores de risco das DNT. Destacam-se medidas para a prevenção da obesidade e melhoria da nutrição, como a tributação de bebidas açucaradas e de produtos alimentícios pouco saudáveis; a inclusão informações nos rótulos na parte da frente das embalagens e a regulamentação da comercialização de produtos pouco saudáveis, sobretudo para as crianças. Defendemos ativamente estratégias para reduzir o uso prejudicial do álcool e 5

controlar o tabagismo, neste último caso por meio da aplicação da Convenção-Quadro da OMS para o Controle do Tabaco. Essas ações não raro provocaram a resistência das indústrias afetadas, mas a Repartição responde ao prestar aos países o devido apoio e assistência. Entrelaçada com seus enfoques programáticos, a cooperação técnica da RSPA enfatizou ativamente um enfoque do ciclo de vida. O Centro Latino-Americano de Perinatologia, Saúde da Mulher e Reprodutiva [CLAP/SMR], liderou os esforços para enfrentar a mortalidade materna ao promover a coleta, análise e prestação de informações precisas sobre a mortalidade e a morbidade maternas e ao encabeçar iniciativas como Zero Mortes Maternas por Hemorragia. A Repartição ajudou os Estados Membros a adaptarem suas políticas e sistemas de saúde para suprir as necessidades de uma população que está envelhecendo e a promoverem a prevenção e o envelhecimento saudável. Esses esforços abrangeram o apoio à implementação de programas de autocuidado com base científica nos serviços de atenção primária e de saúde comunitária. A Repartição também patrocinou a elaboração da nova Convenção Interamericana sobre a Proteção dos Direitos Humanos dos Idosos, o primeiro acordo do gênero em todo o mundo. Tanto o Plano Estratégico da OPAS como a Agenda de Desenvolvimento Sustentável preveem esforços dedicados para reforçar a inclusão social. Nesse sentido, em 2013, o 52 o Conselho Diretor da OPAS foi pioneiro ao aprovar uma resolução que trata das disparidades no acesso e utilização dos serviços de saúde pessoas lésbicas, gays, bissexuais e trans [LGBT]. A Repartição organizou a primeira Reunião Regional sobre a Saúde das Pessoas LGBT e Direitos Humanos em 2014 e, em 2016, começou a trabalhar na análise das leis e políticas nacionais no contexto da discriminação e exclusão das pessoas LGBT dos serviços de saúde. Foram coletados dados de mais de 30 Estados Membros. O relatório resultante está na fase de elaboração da sua versão final. A RSPA também continuou a trabalhar na definição dos indicadores básicos para o gênero e a saúde; no desenvolvimento de intervenções nos sistemas de saúde para prevenir a violência contra a mulher e no mapeamento dos enfoques de igualdade de gênero dentro das políticas de saúde. No contexto da Década Internacional de Afrodescendentes 2015-2024, a Repartição encabeçou a elaboração de uma proposta sobre planos de saúde para afrodescendentes para as regiões centro-americana e andina. A RSPA também tem trabalhado para aumentar a disponibilidade e a qualidade dos dados sobre etnia e saúde. Para fortalecer ainda mais nossa cooperação técnica nessa área, a Repartição redigiu uma nova política sobre etnia e saúde para apresentação a esta Conferência. 6

Em 2016, a Repartição lançou a Comissão de Alto Nível para a Equidade e as Desigualdades em Saúde na Região das Américas, em parceria com o Instituto de Equidade em Saúde da University College London. Seu mandato é levar a cabo a Avaliação da Igualdade e das Desigualdades em Saúde nas Américas, o primeiro esforço regional abrangente para coletar evidências sobre as iniquidades em saúde. Reconhecimento que a abordagem dos determinantes sociais da saúde exige ações intersetoriais que envolvam toda a sociedade, o 53 o Conselho Diretor da OPAS aprovou, em âmbito regional, o Plano de ação para a saúde em todas as políticas 2014-2019, o primeiro do gênero entre regiões da OMS. A RSPA criou e disseminou uma ferramenta para os países documentarem e sistematizarem exemplos do trabalho intersetorial que demonstram o enfoque da saúde em todas as políticas. Além disso, estabelecemos um grupo de trabalho para definir os indicadores básicos da estrutura dos ODS que possam ser empregados para monitorar o impacto das ações intersetoriais sobre a saúde. Com respeito às modalidades de cooperação técnica, a Repartição fortaleceu seu foco nos países, adaptando nossas intervenções de modo a fazer face às particularidades nacionais e tomando medidas para assegurar que cada país tenha uma Estratégia de Cooperação no País da OPAS-OMS atualizada. Também simplificamos nossa cooperação técnica sub-regional para responder à agenda de saúde das principais entidades de integração sub-regional e para complementar a cooperação em âmbito nacional. Um grande avanço durante o período foi o aperfeiçoamento dos sistemas administrativos e de gestão RSPA. A implementação, dentro do prazo e do orçamento, novo Sistema de Informação para a Gestão da RSPA, mais conhecido como PMIS, foi extremamente desafiante e oneroso para todo o pessoal, mas estou muito feliz em informar que eles mostraram dedicação, iniciativa, compromisso e persistência para assegurar o êxito da entrada em atividade do sistema. A Organização já está colhendo os benefícios do PMIS na forma de processos de negócios mais simplificados e curtos e do aumento da transparência, prestação de contas e colaboração. Essas medidas internas se destinam a aumentar a eficiência e a eficácia da cooperação técnica da OPAS com os Estados Membros e continuarão no futuro. Em todos esses esforços, a RSPA procurou manter o alinhamento com os planos programas e reformas da OMS, fazendo ajustes onde e quando indicado. Esses ajustes levaram em consideração a estrutura constitucional da OPAS, que estabelece que a Organização é o organismo especializado para a saúde dentro do sistema interamericano e confirma a condição da OPAS de entidade independente que, junto com seu Diretor, presta contas diretamente aos Estados Membros das Américas. 7

Essa situação especial foi refletida quando o 55 o Conselho Diretor da OPAS adotou o Quadro de Colaboração com Agentes não Estatais da OMS [FENSA], que substitui as diretrizes anteriores da OPAS para a colaboração com entidades não estatais, mas com instruções específicas de que o FENSA seja implementado de maneira a respeitar a Constituição e a condição jurídica especial da OPAS. As propostas de revisão do Plano Estratégico da OPAS 2014-2019, a serem apresentadas a esta Conferência, reconhecem as novas prioridades programáticas que surgiram com base em um exercício colaborativo de definição de prioridades com os Estados Membros que empregaram a metodologia de Hanlon adaptada pela OPAS. No caso do Plano Estratégico modificado uma vez aprovado e na elaboração do próximo plano, a Repartição apoiará os esforços dos Estados Membros ao conferir a mais alta prioridade às seguinte áreas: avançar rumo à saúde universal e assegurar a resiliência dos sistemas de saúde; cumprir e manter as obrigações dos países no âmbito do RSI e desenvolver a capacidade regional e nacional de preparação e resposta a emergências e desastres; prevenir e controlar as doenças transmissíveis, eliminando-as onde seja possível, e conter a resistência aos antimicrobianos; melhorar a saúde da mulher e da criança, bem como a saúde das pessoas que vivem em condições de vulnerabilidade; reduzir a carga das principais DNT e seus fatores de risco, dos transtornos de saúde mental e da violência e traumatismos, inclusive os traumatismos causados pelo trânsito; implementar enfoques multissetoriais que envolvam toda a sociedade para melhorar os determinantes sociais e ambientais da saúde, inclusive medidas de mitigação e adaptações para responder à mudança climática; assegurar que os países estejam no rumo certo para alcançar todas as metas do ODS 3 e as metas relacionadas com a saúde nos outros ODS, e garantir o funcionamento dos sistemas de informação para medir o progresso rumo à consecução dessas metas. Para encerrar, espero que esse resumo tenha lhes proporcionado uma amostra do que alcançamos ao longo dos últimos cinco anos, mas realmente gostaria de incentivá-los a examinar o relatório publicado. Embora tenhamos destacado nossas conquistas, reconhecemos que ainda persistem muitos desafios para o desenvolvimento 8

da saúde nacional, sub-regional e regional. Devemos enfrentá-los juntos, enfatizando sempre a equidade. Aos nossos Estados Membros, quero manifestar meu sincero agradecimento por sua orientação, confiança, solidariedade e compromisso, tanto político como financeiro, para assegurar que a Repartição e a OPAS mantenham sua tradição de excelência. Sou realmente grata a nossos colegas e parceiros nos sistemas interamericano e das Nações Unidas, em outros organismos de desenvolvimento, na sociedade civil e no setor privado por sua colaboração e contribuições para nosso trabalho. Por último, mas certamente não menos importante, desejo externar minha mais sincera gratidão a cada membro da equipe da RSPA nas representações nos países, nos centros especializados e na sede, em todas as esferas técnicas, administrativas e de gestão, por sua firme dedicação, compromisso constante e vontade incansável para ir além e fazer um esforço especial ao servir nossos Estados Membros e a Repartição. Nesta nova era da Agenda de Desenvolvimento Sustentável, que possamos seguir em parceria, rumo à saúde universal, à equidade e ao desenvolvimento da saúde sustentável, para a saúde e o bem-estar de todos os povos das Américas. Muito obrigada a todos. - - - 9