PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO. Registro: ACÓRDÃO

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ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores ERBETTA FILHO (Presidente) e RAUL DE FELICE. São Paulo, 4 de maio de 2017.

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ACÓRDÃO. São Paulo, 30 de março de Marcelo Berthe Relator Assinatura Eletrônica

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ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores ERBETTA FILHO (Presidente) e RAUL DE FELICE. São Paulo, 9 de fevereiro de 2017.

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ACORDAM, em 7 a Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça de São Paulo, proferir a seguinte

ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores ANDRADE NETO (Presidente) e MARCOS RAMOS. São Paulo, 20 de junho de 2018.

ACÓRDÃO. Vistos, relatados e discutidos estes autos do Apelação nº , da Comarca de Salesópolis, em que é apelante FAZENDA DO

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ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Desembargadores MIGUEL BRANDI (Presidente sem voto), LUIS MARIO GALBETTI E MARY GRÜN.

ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Desembargadores PAULO PASTORE FILHO (Presidente), JOÃO BATISTA VILHENA E SOUZA LOPES.

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ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Desembargadores CLAUDIO AUGUSTO PEDRASSI (Presidente sem voto), VERA ANGRISANI E RENATO DELBIANCO.

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PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO ACÓRDÃO. Vistos, relatados e discutidos estes autos de Apelação nº

D E C I S Ã O M O N O C R Á T I C A

: : : Órgão Classe N. Processo

ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores GILBERTO LEME (Presidente), MORAIS PUCCI E CLAUDIO HAMILTON.

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PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO DÉCIMA QUINTA CÂMARA DE DIREITO PÚBLICO ACÓRDÃO

A C Ó R D Ã O. O julgamento teve a participação dos Desembargadores WALTER BARONE (Presidente sem voto), JONIZE SACCHI DE OLIVEIRA E SALLES VIEIRA.

ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Desembargadores HERALDO DE OLIVEIRA (Presidente), JACOB VALENTE E TASSO DUARTE DE MELO.

EXECUÇÃO DEFINITIVA DE SENTENÇA

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PODER JUDICIÁRIO. 33ª Câmara de Direito Privado TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO. Apelação nº

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ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Desembargadores LUCILA TOLEDO (Presidente) e MENDES PEREIRA. São Paulo, 30 de maio de 2019.

DE SOUZA PIRES COELHO DA MOTA

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ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores NEVES AMORIM (Presidente) e JOSÉ JOAQUIM DOS SANTOS.

ACORDAM, em 3 a Câmara de Direito Público do Tribunal de Justiça de São Paulo, proferir a seguinte

Transcrição:

Registro: 2018.0000528348 ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos estes autos de Apelação nº 1005275-09.2014.8.26.0361, da Comarca de Mogi das Cruzes, em que é apelante BUZIN TRANSPORTES E COMERCIO LTDA, são apelados ALDO ERNESTO MONGUZZI, MARCIA REGIANE GARCIA MONGUZZI, ROBERTO GIUSEPPE MONGUZZI, ADEMIR SEVERINO e EMILIA SAITO SEVERINO. ACORDAM, em sessão permanente e virtual da 10ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça de São Paulo, proferir a seguinte decisão: Negaram provimento ao recurso. V. U., de conformidade com o voto do relator, que integra este acórdão. O julgamento teve a participação dos Desembargadores JOÃO CARLOS SALETTI (Presidente sem voto), ELCIO TRUJILLO E SILVIA MARIA FACCHINA ESPÓSITO MARTINEZ. São Paulo, 19 de julho de 2018. Penna Machado Relator Assinatura Eletrônica

VOTO Nº: 9939 APELAÇÃO Nº: 1005275-09.2014.8.26.0361 APELANTE: BUZIN TRANSPORTES E COMERCIO LTDA APELADOS: ALDO ERNESTO MONGUZZI E OUTROS COMARCA: MOGI DAS CRUZES JUÍZ A QUO : EDUARDO CALVERT APELAÇÃO CÍVEL. Imissão na posse com pedido liminar c/c ação de indenização. Ré que não esclarece a que título ingressou no imóvel, havendo os autores o adquirido em leilão judicial, levado a registro. Posse exercida pela empresa ré injusta, configurado o direito dos proprietários à indenização. Inteligência do art. 38 do decreto-lei nº 70/66, e do dever que tem a ré de indenizar o autor pelas perdas e danos (art. 186, do CC) caracterizado pela privação de uso do bem. Inteligência do art. 1.216, do CC. São os frutos civis decorrentes do uso do imóvel, calculados pelo valor equivalente aos alugueis. Sentença mantida. Decisão bem fundamentada. Ratificação, nos termos do artigo 252, do regimento interno. RECURSO NÃO PROVIDO. Trata-se de apelação interposta em face da r. sentença de fls. 210/217 que, nos autos de ação de imissão na posse com pedido liminar de tutela antecipada c/c ação de indenização, julgou procedentes os pedidos formulados por ERNESTO MONGUZZI, MÁRCIA REGIANE GARCIA MONGUZZI, ROBERTO GIUSEPPE MONGUZZI, ADEMIR SEVERINO e EMÍLIA SAITO SEVERINO em face de BUZIN TRANSPORTES E COMÉRCIO LTDA., para imitir os autores na posse do imóvel objeto da avença e condenar a ré ao pagamento de R$ 19.543,07 (dezenove mil, quinhentos e quarenta e três reais e sete centavos) a título de aluguel mensal pela posse do imóvel objeto da demanda, desde 22.5.2014 até a data de imissão dos autores neste. As parcelas devidas pela ré a título de aluguel deverão se considerar vencidas no último dia do mês ao qual se referem, sendo corrigidas monetariamente desde o seu vencimento e contando juros de 1% (hum por cento) ao mês somente a partir da citação da ré e, no que diz respeito aos alugueis que se venceram após a citação, somente a partir da data de seu Apelação nº 1005275-09.2014.8.26.0361 -Voto nº 9939 2

vencimento. Em relação ao mês de maio de 2014, o aluguel deverá ser calculado de forma proporcional ao período do mês após o dia 22 (vinte e dois). Antecipou, ademais, os efeitos da tutela concedida aos autores, para determinar a imediata eficácia da sentença no que diz respeito à imissão dos autores na posse do imóvel. Concedeu à ré o prazo de 30 (trinta) dias para desocupar este voluntariamente. Decorrido esse prazo, determinou-se a expedição de mandado de imissão, a ser cumprido por meio de oficial de justiça, deferindo desde logo o auxílio de força policial, caso necessário. Condenou a ré ao pagamento das custas processuais e dos honorários devidos aos patronos dos autores, fixados em 20% (vinte por cento) sobre o valor atualizado da condenação (principal, acrescido de juros e correção monetária), em atenção ao trabalho realizado, zelo usual e tempo decorrido para o deslinde da causa, nos termos do artigo 20, 3º, do CPC/73. Inconformada, apela a empresa ré (fls. 347/385) sustentando, preliminarmente, o cerceamento de defesa, pois indeferida a produção de prova testemunhal. Pugna pela nulidade da r. sentença e a remessa dos autos à origem para confecção de nova sentença. No mérito, aduz que ocupava apenas duas salas comerciais do imóvel. Afirma não ter o laudo pericial comprovado qual a efetiva área estava sendo ocupada pela empresa ré. Diz que antes do início da locação das duas salas comerciais pela ora apelante, a área vindicada já estava sendo ocupada pela ELDORADO LOGÍSTICA E LOCAÇÃO LTDA. Quanto ao valor da condenação, tal penalidade também não merece prosperar, pois a apelante não ocupava a área vindicada, mas apenas duas salas comerciais. Os autores vindicaram a integralidade da área, ou seja, 55.724,72 (cinquenta e cinco mil, setecentos e vinte e quatro e setenta e dois) m², enquanto o laudo pericial atestou que a apelante ocupava estimativamente a área de 10.000 (dez mil) m² (resposta ao quesito 1, de fl. 145). Aduz que o laudo estimou que o valor locativo das salas era de R$ 2.000,00 (dois mil reais) mensais (resposta ao quesito de n.º 7, da fl. 150), o que também é falho. Pugna pela redução da verba sucumbencial. (fls. 423/441). Recurso processado regularmente, com a apresentação de contrarrazões É o breve relatório. Respeitado entendimento diverso, o recurso da requerida não comporta Apelação nº 1005275-09.2014.8.26.0361 -Voto nº 9939 3

provimento, devendo a r. sentença ser mantida pelos seus próprios e jurídicos fundamentos. Trata-se de ação de imissão na posse com pedido liminar de tutela antecipada c/c ação de indenização proposta por ALDO ERNESTO MONGUZZI e OUTROS em face de BUZIN TRANSPORTES E COMERCIO LTDA objetivando, em síntese, a imissão na posse do imóvel descrito na inicial, consolidando-se, em definitivo, a liminar concedida inicialmente; bem como a condenação da empresa ré ao pagamento aos autores de indenização pela ocupação indevida do imóvel. Inicialmente, não há que se falar em cerceamento de defesa. As provas documentais produzidas nos autos são suficientes ao deslinde da questão, por isso desnecessária a oitiva de testemunhas. Foram colacionados aos autos: o recibo de arrematação do imóvel e seu registro em cartório de imóveis (fls. 13/24); o contrato de locação entabulado ente ELDORADO LOGÍSTICA E LOCAÇÃO e a empresa ré; os documentos de fls. 101/112; e os laudos periciais de fls. 140/190. Os autores arremataram imóvel que foi levado a leilão extrajudicial. Pretendem a imissão na posse e o pagamento de indenização pela injusta ocupação do bem pela empresa ré. O importante a ser considerado é que a empresa ré não esclareceu a que título ingressou no imóvel. Certo é que sua posse não contou com a anuência dos proprietários e que, portanto, não podem serem impedidos de ingressar no imóvel, exatamente como considerou a sentença (fls. 317/318): (...) deverá ser julgado procedente o pedido dos autores no que toca à sua imissão na posse do imóvel, não se reconhecendo o direito de retenção da ré ou de ressarcimento por eventuais benfeitorias. Estando reconhecido, ademais, que a ré ocupa o imóvel de má-fé, pelo menos desde o momento em que foi formalmente notificada pelos autores (22.5.2014, folha 24), a ré deverá ser condenada ao pagamento de valor a título de aluguel mensal pela posse do imóvel de propriedade dos autores, desde a data em que foram formalmente cientificados pelos Apelação nº 1005275-09.2014.8.26.0361 -Voto nº 9939 4

autores. Com efeito, havendo a ré mantido a posse do imóvel em questão, deve ressarcir os autores pelo seu uso, sob pena de caracterizar locupletamento e enriquecimento ilícito dos réus. O valor da indenização deverá ser fixado em R$ 19.543,07 (dezenove mil quinhentos e quarenta e três reais e sete centavos) mensais, conforme estipulado pelo perito em seu laudo (folha 150). No tocante à indenização por ocupação, a sentença acertadamente reconheceu que a posse exercida pela empresa ré era injusta. Daí decorre o direito dos proprietários à indenização pelo uso indevido do imóvel. O direito à indenização não se funda unicamente no art. 38 do decreto-lei nº 70/66. Decorre primordialmente do dever que tem a empresa ré de indenizar os autores pelas perdas e danos (art. 186, do CC) que, no caso, se caracteriza pela privação do uso do bem. Responde o possuidor de má-fé, de acordo com o disposto no art. 1.216, do CC, por todos os frutos colhidos e percebidos. São os frutos civis decorrentes do uso do imóvel, calculados pelo valor equivalente aos alugueis, exatamente como estabeleceu a sentença. Ora, ao aduzir a empresa ré que ocupava apenas duas salas comerciais do imóvel e que o laudo pericial não comprova qual a efetiva área estava sendo ocupada pela empresa ré, nenhuma razão assiste à apelante. A função do laudo não foi mostrar exatamente qual a área estava sendo ocupada pela ré, mas tão somente mostrar que a área utilizada era bem maior do que as duas salas comerciais. Em relação à penalidade pelo uso injusto do imóvel, esta se mostrou razoável e proporcional, não se mostrando excessiva, devendo, portanto, subsistir. Mantida, também, a verba honorária fixada na r. sentença. Assim, não infirmadas as fundamentações de fato e de direito expostas pelo d. juiz a quo, infundadas as razões recursais, não há nada a reparar na r. sentença de primeiro grau acertadamente proferida. E outros fundamentos são dispensáveis já que quanto ao mais, ratifica-se a r. sentença de primeiro grau exarada pela MM. JUÍZ A QUO, DR. EDUARDO CALVERT, e o faz-se nos termos do artigo 252 do regimento interno deste egrégio tribunal de justiça que estabelece: Nos recursos em geral, o relator poderá limitar-se a Apelação nº 1005275-09.2014.8.26.0361 -Voto nº 9939 5

ratificar os fundamentos da decisão recorrida, quando, suficientemente motivada, houver de mantê-la. O colendo superior tribunal de justiça tem prestigiado este entendimento quando predominantemente reconhece a viabilidade de o órgão julgador adotar ou ratificar o juízo de valor firmado na sentença, inclusive transcrevendo-a no acórdão, sem que tal medida encerre omissão ou ausência de fundamentação do decisum. (REsp nº 662.272-RS 2ª turma rel. min João Otavio de Noronha, j. 4.9.2007; REsp nº641.963- ES, 2ª turma, rel. min. Castro Meira, j. 21.11.2005; REsp nº 592.092-AL, 2ª turma, rel. min. Eliana Calmon, j. 17.12.2004). De qualquer modo, para viabilizar eventual acesso às vias extraordinária e especial, considero prequestionada toda matéria infraconstitucional e constitucional, observando o pacífico entendimento do superior tribunal de justiça no sentido de que, tratando-se de prequestionamento, é desnecessária a citação numérica dos dispositivos legais, bastando que a questão posta tenha sido decidida (EDROMS 18205 / SP, Ministro FELIX FISCHER, DJ 08.05.2006 p. 240). Pelo exposto, NEGA-SE PROVIMENTO ao recurso, mantida na totalidade a sentença de primeiro grau proferida, inclusive no tocante aos ônus inerentes à sucumbência. PENNA MACHADO Relatora Apelação nº 1005275-09.2014.8.26.0361 -Voto nº 9939 6