REGIME GERAL DA PREVIDÊNCIA SOCIAL. Conceito

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Transcrição:

Turma e Ano: Flex B (2014) Matéria / Aula: Direito Previdenciário / Aula 03 Professora: Marcelo Leonardo Tavares Monitora: Mariana Simas de Oliveira AULA 03 1 CONTEÚDO DA AULA: Regime Geral de Previdência Social Conceito Competência da Justiça para Julgar Ações de Interesse do INSS Segurados e Dependentes. REGIME GERAL DA PREVIDÊNCIA SOCIAL Conceito O RGPS é um sistema de previdência público, institucional, mantido por contribuições de natureza tributária e direcionado aos trabalhadores da iniciativa privada, que protegem os seguintes riscos sociais (sinistros): (i) Idade avançada. Exemplo de benefício social: aposentadoria por idade. (ii) Tempo de contribuição. Exemplo de benefício social: aposentadoria por tempo de contribuição. O Brasil é um dos poucos países do mundo ocidental que protege o tempo de contribuição com exclusividade, permitindo a aposentadoria por tempo de contribuição. (No campo do serviço público isso não é mais possível, mas no RGPS sim). (iii) Incapacidade ou invalidez. Exemplo de benefício social: auxílio-doença. 1 Aula ministrada em 28/07/2014.

(iv) Encargos de família. Exemplo de benefício social: salário maternidade. (v) Morte. Exemplo de benefício social: pensão por morte. (vi) Prisão. Exemplo de benefício social: auxílio reclusão. Existe um risco social muito importante que é coberto pelo sistema previdenciário brasileiro, mas que não o é pelo RGPS: o desemprego involuntário (o benefício é o seguro desemprego). Trata-se de encargo da União, cuja operacionalização do pagamento é feita por uma empresa pública, no caso a Caixa Econômica Federal. O fundo que mantém o seguro desemprego é o FAT Fundo de Amparo ao Trabalhador. O fundo financeiro que mantém os benefícios dos riscos sociais do RGPS é o FPS Fundo de Previdência Social, termo técnico utilizado pela lei de responsabilidade fiscal. A manutenção do RGPS é feita pelo INSS. O vínculo com o RGPS é institucional, decorrente da lei. Assim, uma pessoa só passa a ter direito adquirido quando implementar de fato as condições previstas em lei. Enquanto isso não ocorrer ela tem expectativa de direito e o sistema pode ser alterado. Isso não ocorre, por exemplo, se o vínculo for contratual, como em uma previdência privada. As contribuições para o RGPS têm natureza tributária, com prestações pecuniárias compulsórias. A contribuição só é opcional para o contribuinte facultativo. Art. 201 da Constituição Dispõe o art.201 da Constituição: Art. 201. A previdência social será organizada sob a forma de regime geral, de caráter contributivo e de filiação obrigatória, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial, e atenderá, nos termos da lei, a: I - cobertura dos eventos de doença, invalidez, morte e idade avançada; II - proteção à maternidade, especialmente à gestante; III - proteção ao trabalhador em situação de desemprego involuntário;

IV - salário-família e auxílio-reclusão para os dependentes dos segurados de baixa renda; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) A baixa renda, hoje, é considerada no patamar de R$ 1.025,84. V - pensão por morte do segurado, homem ou mulher, ao cônjuge ou companheiro e dependentes, observado o disposto no 2º. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) 1º É vedada a adoção de requisitos e critérios diferenciados para a concessão de aposentadoria aos beneficiários do regime geral de previdência social, ressalvados os casos de atividades exercidas sob condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física e quando se tratar de segurados portadores de deficiência, nos termos definidos em lei complementar. No RGPS a aposentadoria especial é exclusivamente por insalubridade. O deficiente físico não se aposenta no RGPS com aposentadoria especial; ele tem regras diferenciadas de aposentadoria por tempo de contribuição e por idade. No regime próprio dos servidores a atividade perigosa possibilita a aposentadoria espacial (exemplo: policiais). 2º Nenhum benefício que substitua o salário de contribuição ou o rendimento do trabalho do segurado terá valor mensal inferior ao salário mínimo. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) Os benefícios de natureza remuneratória, isso é, aqueles que têm por objetivo o sustento do trabalhador e da sua família, não podem ser pagos em valor inferior ao salário mínimo. Entretanto, existem dois benefícios que têm natureza indenizatória e, portanto, podem ser pagos abaixo do salário mínimo (salário família e auxílio acidente). 3º Todos os salários de contribuição considerados para o cálculo de benefício serão devidamente atualizados, na forma da lei. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) A Constituição impede que a lei determine uma fórmula de cálculo que não faça a correção monetária. 4º É assegurado o reajustamento dos benefícios para preservar-lhes, em caráter permanente, o valor real, conforme critérios definidos em lei.

A Constituição dispõe que para os benefícios do regime geral deve ser mantido o valor real, conforme os critérios legais. Assim, a lei deve escolher critério de correção monetária que garanta a manutenção do poder de compra. Essa previsão da Constituição é melhor do que aquela referente ao servidor público de irredutibilidade de remuneração que, segundo o Supremo é o direito a manutenção do valor bruto nominal. O Supremo não declarou nenhum índice previsto em lei inconstitucional. 5º É vedada a filiação ao regime geral de previdência social, na qualidade de segurado facultativo, de pessoa participante de regime próprio de previdência. Veda a vinculação como segurado facultativo de quem tenha vinculação como segurado obrigatório em regime próprio (exemplo: o servidor público). 6º A gratificação natalina dos aposentados e pensionistas terá por base o valor dos proventos do mês de dezembro de cada ano. 7º É assegurada aposentadoria no regime geral de previdência social, nos termos da lei, obedecidas as seguintes condições: I - trinta e cinco anos de contribuição, se homem, e trinta anos de contribuição, se mulher; II - sessenta e cinco anos de idade, se homem, e sessenta anos de idade, se mulher, reduzido em cinco anos o limite para os trabalhadores rurais de ambos os sexos e para os que exerçam suas atividades em regime de economia familiar, nestes incluídos o produtor rural, o garimpeiro e o pescador artesanal. (Incluído dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) Na época da proposta da EC 20 a redação era de que os requisitos deveriam ser cumulativos (tempo + idade). Por apenas um voto não se obteve 3/5 para aprovação da proposta com a redação original, apresentada pelo Poder Executivo. Meses depois, o Governo aprovou a lei do fator previdenciário, que é uma fórmula matemática que prejudica o cálculo da aposentadoria de quem se aposenta por tempo de contribuição e é jovem. 8º Os requisitos a que se refere o inciso I do parágrafo anterior serão reduzidos em cinco anos, para o professor que comprove exclusivamente tempo de efetivo exercício das funções de magistério na educação infantil e no ensino fundamental e médio. 9º Para efeito de aposentadoria, é assegurada a contagem recíproca do tempo de contribuição na administração pública e na atividade privada, rural e urbana, hipótese em que os diversos

regimes de previdência social se compensarão financeiramente, segundo critérios estabelecidos em lei. Assegura a contagem recíproca de tempo de contribuição. Exemplo: garante que um advogado leve o tempo de contribuição do RGPS para o serviço público. 10. Lei disciplinará a cobertura do risco de acidente do trabalho, a ser atendida concorrentemente pelo regime geral de previdência social e pelo setor privado. Até hoje não tem regulamentação, sendo o acidente de trabalho coberto integralmente pelo RGPS. 11. Os ganhos habituais do empregado, a qualquer título, serão incorporados ao salário para efeito de contribuição previdenciária e conseqüente repercussão em benefícios, nos casos e na forma da lei. Exemplo: vendedor de loja que recebe comissão com habitualidade. 12. Lei disporá sobre sistema especial de inclusão previdenciária para atender a trabalhadores de baixa renda e àqueles sem renda própria que se dediquem exclusivamente ao trabalho doméstico no âmbito de sua residência, desde que pertencentes a famílias de baixa renda, garantindo-lhes acesso a benefícios de valor igual a um salário-mínimo. 13. O sistema especial de inclusão previdenciária de que trata o 12 deste artigo terá alíquotas e carências inferiores às vigentes para os demais segurados do regime geral de previdência social. Os 12 e 13 procuram trazer aproximadamente trinta milhões de trabalhadores informais para o RGPS. INSS Competência O INSS Instituto Social do Seguro Social, autarquia federal vinculada ao Ministério da Previdência Social (União), com personalidade jurídica própria e judicialmente representada por procuradores federais (não são servidores autárquicos, mas da União). Dispõe o art.109 da Constituição: Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar:

I - as causas em que a União, entidade autárquica ou empresa pública federal forem interessadas na condição de autoras, rés, assistentes ou oponentes, exceto as de falência, as de acidentes de trabalho e as sujeitas à Justiça Eleitoral e à Justiça do Trabalho; (assim, excluídas as sociedade de economia mista). Observa-se que a Constituição exclui questões relativas a acidente de trabalho. Assim, uma ação proposta em face do INSS por não ter efetuado o pagamento de benefício previdenciário decorrente de acidente do trabalho, o julgamento é feito pela Justiça Estadual com recurso para o Tribunal de Justiça, por previsão do art.109, I, da Constituição, por exclusão. O Supremo tem entendimento excessivamente claro do que seja uma ação acidentária. Exemplo: aposentadoria por invalidez acidentária que vem sendo paga durante muitos anos. O aposentado propõe ação para discutir o índice da correção monetária da sua aposentadoria. Para o Supremo isso é uma ação acidentária, em que pese grande crítica da doutrina. VIII - os mandados de segurança e os "habeas-data" contra ato de autoridade federal, excetuados os casos de competência dos tribunais federais; O servidor do INSS é federal. Portanto, um mandado de segurança contra ele impetrado deve ser perante a Justiça Federal com recurso para o TRF. Se o mandado foi impetrado contra ato de servidor federal do INSS com relação à matéria acidentária de quem será a competência? R.: O STJ entende que a regra do inciso VIII é especial, devendo, portanto, ser observada a competência da Justiça Federal. 3º - Serão processadas e julgadas na justiça estadual, no foro do domicílio dos segurados ou beneficiários, as causas em que forem parte instituição de previdência social e segurado, sempre que a comarca não seja sede de vara do juízo federal, e, se verificada essa condição, a lei poderá permitir que outras causas sejam também processadas e julgadas pela justiça estadual.

Se o segurado for domiciliado em local sede de vara federal, a competência é da Justiça Federal, com recurso para o TRF, por força do art.109, I, da CF. Devem ser observadas duas situações: Benefícios não acidentários (comuns ou previdenciários) a) Se o benefício econômico for superior a 60 salários mínimos, a ação deve ser proposta na vara federal. Se for inferior, obrigatoriamente, no Juizado Federal. Trata-se de incompetência absoluta, ao contrário do que ocorre na Justiça Estadual, onde o Juizado é uma opção. b) Como a Constituição não traz o conceito de comarca, a menor unidade de competência da Justiça Federal é a Seção Judiciária, para a Constituição. São os Tribunais que, por Resoluções, Cram as chamadas Subseções. O STF entende que para ações previdenciárias é foro de opção propor a ação na sede da Seção ou na Subseção. Se o segurado não for domiciliado em sede de vara federal a ação será proposta na Justiça Estadual com recurso para o TRF, pois se trata de delegação de competência e não de exclusão. Art.109, 3º. No sistema constitucional de repartição de competência, a regra adotada pelo constituinte foi a de indicar a competência da União e dos Municípios e aquilo que não for indicado residualmente é dos Estados. O art.109 estabelece dois critérios principais de fixação de competência: em razão da pessoa (art.109, I aplica-se tanto para ações cíveis ou criminais) e da matéria. Beneficiários Segurados Obrigatórios (art.11, 8.213) Empregado Empregado doméstico Trabalhador avulso Contribuinte individual Segurado especial Beneficiários Facultativos Dependentes

Os segurados mantêm com o INSS uma relação direta, em nome próprio. Os dependentes, por sua vez, são os dependentes econômicos dos segurados, previstos em lei. O segurado é aquele que pode vir a fruir um benefício, mas tem obrigação de pagar. O dependente não, pois como não há contribuição do pensionista no RGPS o dependente jamais pagará contribuição nessa qualidade. ou não. Os segurados obrigatórios têm filiação compulsória, sem opção de querer se filiar A Lei 8.213 tem uma definição de empregado bem mais ampla do que a do Direito de Trabalho. O principal exemplo é daquele que exerce o cargo comissionado exclusivamente no serviço público: em matéria previdenciária deve ser observado o RGPS, apesar dele não ser empregado para efeitos trabalhistas, mas sim servidor público.