PODER JUDICIÁRIO Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo

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ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Desembargadores PAULO PASTORE FILHO (Presidente), JOÃO BATISTA VILHENA E SOUZA LOPES.

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ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Desembargadores LUCILA TOLEDO (Presidente) e MENDES PEREIRA. São Paulo, 30 de maio de 2019.

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ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores ANDRADE NETO (Presidente) e MARIA LÚCIA PIZZOTTI.

Superior Tribunal de Justiça

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ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores ERBETTA FILHO (Presidente) e RAUL DE FELICE. São Paulo, 4 de maio de 2017.

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO 10ª Câmara de Direito Privado

ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores ANDRADE NETO (Presidente) e MARCOS RAMOS. São Paulo, 20 de junho de 2018.

ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Juizes MONICA SENISE FERREIRA DE CAMARGO (Presidente) e ANTONIO AUGUSTO GALVÃO DE FRANÇA.

ACORDAM, em 3 a Câmara de Direito Público do Tribunal de Justiça de São Paulo, proferir a seguinte

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ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Desembargadores DONEGÁ MORANDINI (Presidente), EGIDIO GIACOIA E VIVIANI NICOLAU.

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Poder Judiciário da União TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO DISTRITO FEDERAL E TERRITÓRIOS

SEGUNDA CÂMARA CÍVEL RECURSO DE APELAÇÃO CÍVEL Nº 8785/2004 CLASSE II COMARCA DE SINOP APELANTE: BRASIL TELECOM S. A.

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ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores GILBERTO LEME (Presidente) e ARTUR MARQUES. São Paulo, 14 de agosto de 2017.

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Apelação Cível n , de Videira Relator: Des. Joel Dias Figueira Júnior

ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Desembargadores RUI CASCALDI (Presidente sem voto), AUGUSTO REZENDE E LUIZ ANTONIO DE GODOY.

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ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores ANDRADE NETO (Presidente) e MARIA LÚCIA PIZZOTTI.

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ACÓRDÃO. Vistos, relatados e discutidos estes autos de Apelação nº , da Comarca de Botucatu, em que é apelante REINALDO

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ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores MAGALHÃES COELHO (Presidente) e COIMBRA SCHMIDT.

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO. Registro: ACÓRDÃO

ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores TORRES DE CARVALHO (Presidente) e ANTONIO CELSO AGUILAR CORTEZ.

ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores ANTONIO CELSO AGUILAR CORTEZ (Presidente) e TORRES DE CARVALHO.

ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores ÁLVARO TORRES JÚNIOR (Presidente) e ALBERTO GOSSON.

PODER JUDICIÁRIO. 33ª Câmara de Direito Privado TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO. Apelação nº

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ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Desembargadores SALLES ROSSI (Presidente sem voto), MOREIRA VIEGAS E LUIS MARIO GALBETTI.

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TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO Colégio Recursal - Guarulhos Guarulhos-SP ACÓRDÃO

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A C Ó R D Ã O. O julgamento teve a participação dos Desembargadores WALTER BARONE (Presidente sem voto), JONIZE SACCHI DE OLIVEIRA E SALLES VIEIRA.

ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Desembargadores VITO GUGLIELMI (Presidente) e PERCIVAL NOGUEIRA. São Paulo, 18 de junho de 2015.

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO. Registro: ACÓRDÃO

ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Desembargadores MARY GRÜN (Presidente) e LUIZ ANTONIO COSTA. São Paulo, 24 de julho de 2018.

A C Ó R D Ã O. O julgamento teve a participação dos Desembargadores WALTER BARONE (Presidente sem voto), JONIZE SACCHI DE OLIVEIRA E SALLES VIEIRA.

Advogados : Renata Alice Pessôa Ribeiro de Castro Stutz (OAB/RO 1.112) e outros

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PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO ACÓRDÃO. Vistos, relatados e discutidos estes autos de Apelação nº

São Paulo, 13 de dezembro de 2017.

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ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores ANDRADE NETO (Presidente) e MARIA LÚCIA PIZZOTTI.

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PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO 1ª CÂMARA DE DIREITO PRIVADO

RECURSO INOMINADO (CRIME CAPITAL/CÍVEL E CRIME INT.) 0328/2008

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PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO. Registro: ACÓRDÃO

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO ACÓRDÃO. Vistos, relatados e discutidos estes autos de Apelação / Reexame Necessário nº

ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores ANDRADE NETO (Presidente) e MARIA LÚCIA PIZZOTTI.

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ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Desembargadores DONEGÁ MORANDINI (Presidente sem voto), EGIDIO GIACOIA E VIVIANI NICOLAU.

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ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Desembargadores MARIA LAURA TAVARES (Presidente sem voto), NOGUEIRA DIEFENTHALER E MARCELO BERTHE.

ACÓRDÃO. Vistos, relatados e discutidos estes autos do Apelação nº , da Comarca de Salesópolis, em que é apelante FAZENDA DO

Voto nº Apelação n Comarca: Mauá Apelante/Apelado: F.A.D.P.L.; Crefisa S/A Crédito Financiamento e Investimento

PRIMEIRA CÂMARA CÍVEL APELAÇÃO Nº 20709/ CLASSE CNJ COMARCA CAPITAL RELATOR: DES. SEBASTIÃO BARBOSA FARIAS

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO ACÓRDÃO

Transcrição:

Registro: 2018.0000221079 ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos estes autos do Apelação nº 1083309-34.2016.8.26.0100, da Comarca de São Paulo, em que é apelante TRANSPORTES AEREOS PORTUGUESES S/A - TAP, é apelado AIG SEGUROS BRASIL S/A. ACORDAM, em sessão permanente e virtual da 24ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça de São Paulo, proferir a seguinte decisão: "Negaram provimento ao recurso. V. U.", de conformidade com o voto do Relator, que integra este acórdão. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores JONIZE SACCHI DE OLIVEIRA (Presidente) e DENISE ANDRÉA MARTINS RETAMERO. São Paulo, 28 de março de 2018. WALTER BARONE RELATOR Assinatura Eletrônica

VOTO Nº 16244 Apelante(s): Transportes Aereos Portugueses S/A - Tap Apelado(s): Aig Seguros Brasil S/A Comarca: São Paulo - Foro Central Cível/44ª Vara Cível Juiz(a): Anna Paula Dias da Costa AÇÃO DE REGRESSO. Ajuizamento pela Seguradora. Danos causados por extravio de bagagem em voo internacional. Seguro coletivo de proteção a bagagens, celebrado com administradora de cartão de crédito. Sentença de procedência. Irresignação da transportadora aérea ré. Descabimento. Responsabilidade das transportadoras aéreas de passageiros analisada pelo E. STF no RE 636.331/RJ e ARE 766.618/SP. Nos termos do art. 178 da Constituição da República, as normas e os tratados internacionais limitadores da responsabilidade das transportadoras aéreas de passageiros, especialmente as Convenções de Varsóvia e Montreal, têm prevalência em relação ao Código de Defesa do Consumidor. Prazo prescricional bienal consumado. Aplicação do artigo 35 da Convenção de Montreal. Ação julgada extinta, com resolução de mérito, nos termos do artigo 487, II, NCPC, invertidos os ônus de sucumbência. Recurso não provido. Trata-se de recurso de apelação interposto contra a r. sentença que julgou procedente ação regressiva de ressarcimento de danos, para o fim de condenar a ré ao pagamento da quantia de R$ 3.415,49 (três mil, quatrocentos e quinze reais e quarenta e nove centavos), arbitrando juros legais de mora a partir da citação à monta de 1% ao mês e correção monetária a partir da data do desembolso Apelação nº 1083309-34.2016.8.26.0100 - São Paulo - VOTO Nº 16244 2/7

da quantia, condenando a parte ré, ainda, ao pagamento de custas processuais e de honorários advocatícios, fixados em 20% sobre o valor da condenação. A parte apelante sustenta, em síntese, que: 1) a parte autora não instruiu a petição inicial com documentos indispensáveis à propositura da ação, especificamente os documentos aptos a comprovar o ressarcimento de bens cobertos pelo seguro, sendo certo que os recibos juntados não discriminam os itens comprados e ressarcidos, além de estarem escritos em língua estrangeira, não se sabendo se são itens essenciais, como exigido pelo contrato securitário, que tampouco foi carreado aos autos; 2) já decorreu o prazo prescricional de 02 anos previsto pela Convenção de Montreal; 3) a companhia aérea não é parte no contrato de seguro, desconhecendo seus termos; 4) a indenização paga ao segurado pela seguradora faz parte do risco do negócio, não ensejando o regresso; 5) não se aplica o Código de Defesa do Consumidor na hipótese dos autos, pois não se trata de relação de consumo, não sendo o caso de inversão do ônus probatório. Houve resposta. As partes não ofereceram oposição ao julgamento virtual (fls. 295). É o relatório. A hipótese dos autos versa sobre ação de regresso ajuizada por seguradora em razão de contrato de seguro coletivo celebrado com empresa administradora de cartão de crédito, o qual tem por objeto cobertura para atrasos e extravio de bagagens em decorrência de serviço de transporte internacional por companhia aérea. Apelação nº 1083309-34.2016.8.26.0100 - São Paulo - VOTO Nº 16244 3/7

O consumidor, beneficiário do cartão de crédito especificado no contrato em referência, pode optar por ser ressarcido diretamente pela seguradora. O tema da responsabilidade das transportadoras aéreas de passageiros em viagens internacionais foi recentemente analisado pelo E. Supremo Tribunal Federal, tendo sido decido que as Convenções de Varsóvia e Montreal prevalecem sobre o disposto no Código de Defesa do Consumidor, tudo conforme disposto no artigo 178 da Constituição Federal. Mostra-se de rigor a transcrição das ementas dos V. Acórdãos proferidos pelo Pretório Excelso nos julgamentos em questão: RE 636331 / RJ - RIO DE JANEIRO Relator(a): Min. GILMAR MENDES Julgamento: 25/05/2017 Órgão Julgador: Tribunal Pleno Publicação: DJe-257 DIVULG 10-11-2017 PUBLIC 13-11-2017 Ementa: Recurso extraordinário com repercussão geral. 2. Extravio de bagagem. Dano material. Limitação. Antinomia. Convenção de Varsóvia. Código de Defesa do Consumidor. 3. Julgamento de mérito. É aplicável o limite indenizatório estabelecido na Convenção de Varsóvia e demais acordos internacionais subscritos pelo Brasil, em relação às condenações por dano material decorrente de extravio de bagagem, em voos internacionais. 5. Repercussão geral. Tema 210. Fixação da tese: "Nos termos do art. 178 da Constituição da República, as normas e os tratados internacionais limitadores da responsabilidade das transportadoras aéreas de passageiros, especialmente as Convenções de Varsóvia e Montreal, têm prevalência em relação ao Código de Defesa do Consumidor". 6. Caso concreto. Acórdão que aplicou o Código de Defesa do Consumidor. Indenização superior ao limite previsto no art. 22 da Convenção de Varsóvia, com as modificações efetuadas pelos acordos internacionais posteriores. Decisão recorrida reformada, para reduzir o valor da Apelação nº 1083309-34.2016.8.26.0100 - São Paulo - VOTO Nº 16244 4/7

condenação por danos materiais, limitando-o ao patamar estabelecido na legislação internacional. 7. Recurso a que se dá provimento. ARE 766618 / SP - Relator(a): Min. ROBERTO BARROSO Julgamento: 25/05/2017 Órgão Julgador: Tribunal Pleno Publicação: DJe-257 DIVULG 10-11-2017 PUBLIC 13-11-2017 Ementa: Direito do consumidor. Transporte aéreo internacional. Conflito entre lei e tratado. Indenização. Prazo prescricional previsto em convenção internacional. Aplicabilidade. 1. Salvo quando versem sobre direitos humanos, os tratados e convenções internacionais ingressam no direito brasileiro com status equivalente ao de lei ordinária. Em princípio, portanto, as antinomias entre normas domésticas e convencionais resolvem-se pelos tradicionais critérios da cronologia e da especialidade. 2. Nada obstante, quanto à ordenação do transporte internacional, o art. 178 da Constituição estabelece regra especial de solução de antinomias, no sentido da prevalência dos tratados sobre a legislação doméstica, seja ela anterior ou posterior àqueles. Essa conclusão também se aplica quando o conflito envolve o Código de Defesa do Consumidor. 3. Tese afirmada em sede de repercussão geral: Nos termos do art. 178 da Constituição da República, as normas e os tratados internacionais limitadores da responsabilidade das transportadoras aéreas de passageiros, especialmente as Convenções de Varsóvia e Montreal, têm prevalência em relação ao Código de Defesa do Consumidor. 4. Recurso extraordinário provido. Nos termos do artigo 35 da Convenção de Varsóvia, o prazo prescricional para exercício da pretensão indenizatória é de dois anos, contados a partir da data de chegada ao destino, ou do dia em que a aeronave deveria haver chegado, ou do da interrupção do transporte. Consta dos autos que a chegada do segurado no seu destino ocorreu em 17/07/2014 (fls.05) e a ação em tela somente foi ajuizada em 05/08/2016, ou seja, mais de dois anos depois, quando, portanto, já havia se operado a prescrição. Apelação nº 1083309-34.2016.8.26.0100 - São Paulo - VOTO Nº 16244 5/7

Neste sentido, já decidiu esta Corte: Classe/Assunto: Apelação / Transporte Aéreo Relator(a): Ana de Lourdes Coutinho Silva da Fonseca Comarca: São Paulo Órgão julgador: 13ª Câmara de Direito Privado Data do julgamento: 28/02/2018 Data de publicação: 28/02/2018 Data de registro: 28/02/2018 Ementa: APELAÇÃO - TRANSPORTE AÉREO INTERNACIONAL EXTRAVIO DE BAGAGEM CONVENÇÃO DE MONTREAL AÇÃO DE REGRESSO - PRESCRIÇÃO - Pretensão de reforma da r. sentença de procedência, para que seja reconhecida a prescrição da pretensão da autora Cabimento Hipótese em que, por força do julgamento, pelo Supremo Tribunal Federal, do RE nº 636331/RJ e do ARE nº 766618/SP, pela sistemática da repercussão geral, foi estabelecida a prevalência das normativas internacionais em matéria de transporte aéreo internacional, com fundamento no artigo 178 da Constituição Federal Aplicabilidade da Convenção de Montreal Prazo prescricional bienal consumado RECURSO PROVIDO. Diferentemente do que sustentado pela seguradora, o início do prazo prescricional não se dá na data do pagamento da indenização securitária, uma vez que a relação contratual entre a seguradora e seu segurado é estranha à companhia de transporte aéreo. Ressalte-se que a ocorrência de prescrição constitui matéria de ordem pública que, portanto, pode ser analisada e reconhecida até mesmo de ofício. Na medida em que decorreu o prazo prescricional 'in casu', impõe-se a reforma da r. sentença, julgando-se extinta a ação com resolução de mérito, nos termos do artigo 487, II, do NCPC, invertidos os ônus da sucumbência, o que ora se pronuncia. Consideram-se prequestionadas e reputadas não violadas as matérias constitucionais e legais aqui discutidas e Apelação nº 1083309-34.2016.8.26.0100 - São Paulo - VOTO Nº 16244 6/7

fundamentadamente decididas. PROVIMENTO ao recurso. Ante o exposto, pelo meu voto, DÁ-SE WALTER BARONE Desembargador Relator Apelação nº 1083309-34.2016.8.26.0100 - São Paulo - VOTO Nº 16244 7/7