UTILIZAÇÃO DO PÓ DE MASTRUZ (Chenopodium ambrosiodes L.) COMO REPELENTE SOBRE O Alphitobius diaperinus (Panzer, 1797) (Coleoptera: Tenebrionidae).

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Transcrição:

UTILIZAÇÃO DO PÓ DE MASTRUZ (Chenopodium ambrosiodes L.) COMO REPELENTE SOBRE O Alphitobius diaperinus (Panzer, 1797) (Coleoptera: Tenebrionidae). Khyson Gomes Abreu 1 ; Iracy Amélia Pereira Lopes 2 ; Renato Isidro³; Raul Porfirio de Almeida 4. Discentes do curso de Agroecologia da Universidade Federal de Campina Grande, Centro de Desenvolvimento Sustentável do Semiárido, Sumé-PB. Brasil. Khyson-cunha@hotmail.com; iracyamelia.lopes@gmail.com; Professor associado I, Universidade Federal de Campina Grande, Centro de Desenvolvimento Sustentável do Semiárido, Sumé-PB. Brasil. renatoisidro01@gmail.com. Pesquisador da Embrapa Algodão, raul.almeida@embrapa.br RESUMO Frente à necessidade de encontrar métodos alternativos aos agrotóxicos, de menor impacto e risco à saúde humana e ao meio ambiente, inseticidas botânicos têm sido pesquisados em vários países da América Latina. Alguns trabalhos têm utilizado o Mastruz (C.ambrosioides L) por suas propriedades inseticidas. O bioensaio foi conduzido no Laboratório de Fitossanidade LAFISA/UFCG/CDSA com o objetivo de avaliar a atividade repelente do pó de mastruz sobre A. diaperinus. Para a realização do bioensaio foram utilizadas recipientes de madeira com três compartimentos (com e sem mastruz) de 6 x 6 cm (36 cm 2 ), contendo 10 repetições, nas concentrações de (0,50, 0,75 e 1,00 g/cm 2 ). No centro do dispositivo liberou-se 30 insetos adultos, não sexados, após 24 horas de inanição. Após 24 horas registrou-se o número de insetos (NI) atraídos ou repelidos pelo mastruz em cada recipiente. Para análise do potencial dos produtos em repelir adultos de A.diaperinus foi utilizado o índice de repelência (IR) através da fórmula IR=2G/(G + P) (LIN et al.,1990) e o teste de Qui-quadrado (p<0,05) para comparação do NI nas concentrações do pó. De acordo com os resultados, pode-se concluir que o pó de mastruz foi repelente para todas as concentrações estudadas, variando de 0,13 a 0,20, o IR obtido para os tratamentos foram menores que 1, indicando que todas as doses testadas foram consideradas repelentes ao A. diaperinus. As comparações do NI nas concentrações estudadas não diferiram estatisticamente entre si para número de insetos coletados nas arenas (tratados x não tratados). PALAVRAS-CHAVE: Bioatividade; C.ambrosioides L.; A. diaperinus. INTRODUÇÃO Dentre as inúmeras ordens de insetos que estão inseridos aos sistemas de produção animal, a ordem Coleóptera tem como destaque a espécie A.diaperinus. É um inseto originário do leste Africano, precisamente encontrado em ninhos de pássaros e morcegos, sendo considerada uma das principais pragas da indústria agrícola no Brasil e em diversos países no mundo. São insetos cosmopolitas, podendo ser introduzidos em subs-

tratos de produções avícolas e em produtos de grãos armazenados (WOJCIEHOVSKI, et al., 2015). Uma das formas mais utilizadas no controle de A.diaperinus é o uso de inseticidas químicos sintéticos. A aplicação no piso e nas muretas de aviários, por isso, tem sido o método de manejo padrão utilizado para o controle de larvas e adultos do inseto, tendo sido largamente empregado. Os inseticidas químicos sintéticos utilizados para o controle de A. diaperinus na agroindústria brasileira são, principalmente, do grupo dos piretroides e organofosforados (WOLF, 2013). Diante disso, o homem tem buscado na natureza recursos para melhorar a qualidade de vida. Dentre estes recursos, destacam-se a utilização das plantas com atividades biológicas diversas, entre elas, atividades bioinsetcidas. Dentre as espécies vegetais com atividade inseticida para o controle de insetospraga, destaca-se a erva-de-santa-maria, também conhecida em outras regiões com o nome popular de mastruz (C.ambrosioides L.) (TAVARES e VENDRAMIM, 2005). Assim, objetivou-se com este trabalho, avaliar a ação bioinseticida do pó de mastruz (C.ambrosioides L.), em repelir A.diaperinus (Panzer, 1797) (Coleoptera: Tenebrionidae). METODOLOGIA A presente pesquisa foi realizada no Laboratório de Fitossanidade (LAFISA) da UFCG/CDSA, as plantas foram coletadas na zona rural do município de Sumé PB e em cidades vizinhas, com a ajuda de agricultores e alunos do curso superior de tecnologia em agroecologia, onde foi feita a coleta do mastruz, para a realização dos experimentos, que permaneceram por cerca de 5 dias para secagem sob a forma de exsicata. Depois de coletada, foi armazenada e, posteriormente, fez-se a secagem e a obtenção do pó para a realização dos bioensaios. O processo de desidratação e secagem do mastruz foi realizado no laboratório de solos (LASOL) do CDSA. O processo de secagem durou 120 h, a uma temperatura de 45 em estufa. Após a secagem do mastruz, o material foi moído e triturado em um moinho do tipo Willye TE-650 TECNAL, onde foi obtido um pó fino de granulação uniforme, os quais foram armazenados em recipientes de plásticos e mantidos em B.O.D, a temperatura ambiente. A partir do qual foram obtidas as dosagens desejadas, pesadas em balança digital de precisão para, em seguida, serem utilizadas nos bioensaios. Essa metodologia foi adaptada de SOUZA; MELO TROVÃO (2009). Os insetos de A. diaperinus foram coletados na granja avícola

situada na zona rural do município de Sumé-PB e mantidos em laboratório tendo, como substrato, farelo de milho peneirado ou em sementes de cereais. Para a realização dos bioensaios os insetos foram criados sob condições ambientais e multiplicados em recipientes plásticos, com capacidade de 500 ml. Durante o biensaio avaliou-se a repelência do pó de mastruz sobre adultos de A. diaperinus. Foi testado o pó de mastruz nas doses 0,5; 0,75 e 1,0 g/cm 2 comparadas com a testemunha (Sem uso de mastruz) e realizadas 10 (dez) avaliações para cada concentração do pó em comparação com a testemunha, para se determinar o potencial de repelência contra A.diaperinus. Utilizouse dispositivos de comparação (6 x 6 cm = 36 cm 2 ) de madeira com três compartimentos (1-Tratado; 2 - Liberação de insetos; 3 - Não tratado), em cinco dispositivos conjugados, ou seja 5 repetições. Nos compartimentos (Tratado e Não tratado) se disponibilizou uma passagem para livre escolha dos insetos após a liberação. Dentro dos compartimentos tratados e não tratados fez a simulação das características da cama dos aviários, onde se utilizou o pó de mastruz em diferentes doses (base do recipiente) e casca de arroz (2cm de altura) na camada acima. Sobre as camadas de mastruz e arroz adicionou-se a ração de frango para alimentação de A.diaperinus. No centro da arena foram liberados 30 insetos adultos de A. diaperinus (Adaptado de PEDOTTI-STRIQUER et al., 2006). O número de insetos (NI) nos recipientes tratados e não tratados foram avaliados 24 horas após a liberação dos insetos nos compartimentos. Os índices de repelência nas diferentes doses testadas de mastruz foram submetidos à análise de regressão polinomial. Foi-se utilizado ainda o teste de Qui-quadrado (χ 2 ) (p<0,05) para comparação do NI nas doses do pó. Também foi determinado o Índice de Repelência (IR) calculado pela fórmula IR=2G/(G + P), onde G = % de insetos no tratamento e P = % de insetos na testemunha. Os valores de IR variam entre 0-1, indicando: IR = 1, produto neutro; IR> 1, produto atraente e IR < 1, produto repelente (LIN et al.,1990). RESULTADOS E DISCUSSÃO: Neste bioensaio, avaliou-se o potencial do pó vegetal de C.ambrosioides em repelir adultos de A. diaperinus. O efeito deste pó nas diferentes doses estudadas foi analisado utilizando o Índice de Repelência (IR). Verificou-se que o IR nos tratamentos foram menores que 1 para todas as concentrações estudadas, variando de 0,13 a 0,20, indicando que todas as doses utilizadas foram consideradas repelentes (Tabela 1). A quantidade de adultos de A. diaperinus nos compartimentos tratados com o pó de

mastruz foi inferior aos não tratados, de 9,23; 11,09; e 14,63 vezes menores para as doses de 0,50; 0,75 e 1,00 g/cm 2, respectivamente. Tabela 1 Percentagem de insetos no tratamento, testemunha e Índice de Repelência das concentrações de C.ambrosioides sobre Alphitobius diaperinus nos tratamentos estudados. Sumé, PB,2017. Tratamento Ação do Produto ITrat ITest IR (g/cm 2 ) 1-0,50 7,33 67,67 0,20 Repelente 2-0,75 6,67 74,00 0,17 Repelente 3-1,00 4,33 63,33 0,13 Repelente ITrat Percentual de Insetos no Tratamento; ITest Percentual de insetos na testemunha; IR Índicie de Repelência Foi realizado ainda o teste de Qui-quadrado (p<0,05) para comparação do número de insetos nas diferentes doses do pó (Tabela 2). De acordo com os resultados, verificou-se índices de repelência foram todos menores que 1 para todas as concentrações estudadas. E que estas concentrações não diferiram estatisticamente entre si para número de insetos coletados nos compartimentos tratados e não tratados. Tabela 2 Valores de Qui-quadrado para comparações do número insetos de A. diaperinus submetidos a diferentes doses de C. ambrosioides. Sumé, PB, 2017. Tratamento 0,50 0,75 1,00 (g/cm 2 ) 0,50-0,0326 ns 0,1618 ns 0,75 - - 0,0000 ns ns Não significativo Houve tendência negativa para curva de regressão, verificando-se que o valor índice de repelência diminui à medida que a dose aumenta, indicando uma maior efetividade do pó de mastruz (Figura 1). A função de segundo grau foi a que melhor se ajustou a análise de regressão. Figura 1 - Comparação do Índice de Repelência de A. diaperinus submetidos a diferentes concentrações de C. ambrosioides. Sumé, PB, 2017. Fonte: Construído com os dados da pesquisa.

De acordo com GULLAN & CRANSTON (2008) a repelência é uma reação do sistema sensorial do inseto, quando o mesmo é exposto a substâncias indesejáveis. Os insetos possuem quimiorreceptores localizados em diversas partes do seu corpo, tais como tíbias, tarsos, antenas e outros. Esses são responsáveis por avaliar as condições do ambiente onde o inseto se encontra. Se essas condições não forem favoráveis, o inseto procura fugir, deslocando-se para outra localidade. CONCLUSÕES Todas as doses do pó de mastruz testadas foram repelentes A. diaperinus. O pó de mastruz apresentou potencial para ser utilizados no manejo do A. diaperinus em aviário. AGRADECIMENTOS: A equipe que compõe o Laboratório de Fitossanidade do Semiárido (LAFISA) pelo apoio no desenvolvimento desta pesquisa. REFERÊNCIAS GULLAN, P. J.; CRANSTON, P.S. Os insetos: um resumo de entomologia. 3ª. ed. São Paulo: Roca Ltda, 2008. 440 p. LIN, H.; KOGAN, M.; FISCHER, D. Induced resistance in soybean to the Mexican bean beetle (Coleoptera: Coccinellidae): comparisons of inducing factors. Environmental Entomology, v. 19, p. 1852-1857, 1990. PEDOTTI-STRIQUER, L.; BERVIAN, C. I. B.; FÁVERO, S. Ação repelente de plantas medicinais e aromáticas sobre Sitophilus zeamais (Coleoptera: Curculionidae). Ensaios e Ciência, v. 10, n. 1, p. 55-62, 2006. SOUZA, M. C. C.; TROVÃO, D. M. B. M. Bioatividade do extrato seco de plantas da caatinga e do Nim (Azadiractha indica) sobre Sitophilus zeamais Mots em milho armazenado. Revista Verde de Agroecologia e Desenvolvimento Sustentável, v. 4, n. 1, p. 120-124, 2009. TAVARES M.A.G.C.; VENDRAMIM J.D. Atividade inseticida da erva-de-santa-maria Chenopodium ambrosioides L. (Chenopodiaceae) em relação a Sitophilus zeamais Mots., 1855 (Coleoptera:Curculionidae). Arquivo Instituto de Biologia, São Paulo, v.72, n.1, p.51-55. 2005. WOJCIEHOVSKI, P; PEDRASSANI, D; FEDALTO, L. M. Terra de diatomáceas para controle do Alphitobius diaperinus em granjas de frango de corte. Santa Catarina: ISSN 2316-347x, v. 4, n. 1, 2015. Mensal. WOLF, J. Associação de métodos físicos e químicos visando controle de Alphitobius diaperinus (Panzer) (Coleoptera: Tenebrionidae). 2013. 120 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Zootecnia, Programa de Pós-graduação em Zootecnia, Universidade Tecnológica Federal do Paraná.