Spot 30 - Doritos 1 RESUMO

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Transcrição:

Spot 30 - Doritos 1 Endrigo GIACOMIN 2 Giovana AGUIAR 3 Camila BLANCO 4 Bruno FLORES 5 Guilherme MARTINS 6 Anny BAGGIOTTO 7 Escola Superior de Propaganda e Marketing, Porto Alegre, RS RESUMO Este trabalho tem por finalidade relatar o processo de planejamento, produção e direção do spot elaborado para o salgadinho Doritos, realizado na disciplina de RTVC II na Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM-Sul). O spot dá continuidade à linha criativa já adotada pela marca, fazendo com que o produto ganhe uma extensão na sua comunicação, mantendo os padrões em que obteve êxito na televisão. O spot é um tipo específico de peça publicitária sonora criada para ser transmitida na mídia rádio. Segundo Figueiredo (2005), a força desta comunicação está na palavra falada. Por sua forma, narrativa e roteiro, preconiza a memorização da mensagem com maior eficácia do que outros formatos audíveis, tornando-se muitas vezes lembrado mesmo após o fim de sua veiculação. Este paper aborda a proposta inicial do spot Doritos, justificativa para escolhas e a solução proposta para expandir a comunicação do produto, sem alterar a linha criativa já usada. PALAVRAS-CHAVE: spot; Doritos; publicidade. 1 INTRODUÇÃO Inserido no currículo acadêmico do curso de Publicidade e Propaganda da ESPM estão as disciplinas RTVC I e II, geralmente cursadas no 7º semestres do curso. O objetivo é introduzir os alunos aos elementos que constituem a produção de rádio, TV e cinema, procurando inserir aspectos práticos sempre que possível. Entre as propostas de projeto e avaliação está a realização de um spot. Ou seja, o professor divide a turma em dois grupos, 1 Trabalho submetido ao XIX Prêmio Expocom 2012, na Categoria Publicidade e Propaganda, modalidade Spot. 2 Aluno líder do grupo e estudante do 9º. Semestre do Curso Publicidade e Propaganda da ESPM-Sul, e-mail: endrigogiacomin@gmail.com 3 Estudante do 9º. Semestre do Curso Publicidade e Propaganda da ESPM-Sul, e-mail: gioaguiar@hotmail.com 4 Estudante do 9º. Semestre do Curso Publicidade e Propaganda da ESPM-Sul, e-mail: camilamonteblanco@hotmail.com 5 Estudante do 8º. Semestre do Curso Publicidade e Propaganda da ESPM-Sul, e-mail: brunoflrs@gmail.com 6 Estudante do 8º. Semestre do Curso Publicidade e Propaganda da ESPM-Sul, e-mail: braccinigmb@gmail.com 7 Orientador do trabalho. Professor do Curso Publicidade e Propaganda da ESPM-Sul, e-mail: abaggiotto@espm.br 1

e cada grupo cria uma mensagem publicitária para um cliente, de livre escolha dos alunos, sendo o resultado final utilizado como critério de avaliação, refletindo o conceito final dos alunos. Dentro deste contexto, o grupo iniciou o planejamento do trabalho pela escolha do cliente. Nessa primeira etapa ficou definido que a equipe iria trabalhar com a marca Doritos, devido ao sucesso até então obtido com propagandas que veicularam na televisão, que geraram comentários inclusive em sala de aula, virando tema de discussões e conversas nas demais disciplinas cursadas pelos alunos do grupo. Além disso, a familiaridade e o fato de a maioria dos envolvidos ser consumidor do produto ajudou na sua escolha como objeto de estudo. Feito isso, o desafio era saber se a linha criativa criada pela marca seria mantida ou se o grupo reformularia o conceito. Optou-se então pela manutenção da linha, devido a aceitação no mercado, e também porque dessa forma o spot serviria para reforçar algo que deu certo. Criar algo novo exigiria um estudo mais aprofundado envolvendo a marca e seu público e o prazo determinado era exíguo. Com o cliente, o conceito e objetivo definidos, o grupo começou então a pensar em como seria essa extensão da propaganda televisiva ao rádio. Nesse momento foi decidido que o spot criado deveria retratar o cotidiano, tal qual foi feito na TV, sem a criação de uma cena propriamente dita, mas sim a adaptação de algo que grande parte do público-alvo da marca já presenciou e iria se identificar. Nos comerciais de televisão eram mostradas cenas que ocorriam no dia-a-dia ou que de certa forma eram frequentes, em que uma pessoa acabava chamando a atenção de outras que estavam em volta devido ao seu comportamento exagerado ou fora dos padrões para o momento. Estas cenas eram na verdade gafes cometidas por pessoas, onde as outras pessoas que participavam do momento ficavam tão envergonhadas quanto a protagonista. Com tudo isso alinhado, o grupo então foi atrás de uma situação que fosse constrangedora e que continuasse representando a ideia principal da campanha de que se a pessoa for dividir alguma coisa com as demais, que seja um Doritos e não algo desnecessário, vergonhoso ou embaraçoso. Assim, durante o primeiro semestre de 2011, foi realizada a peça inscrita: um spot de 30 para o cliente Doritos, onde em um casamento, no momento mais importante da cerimônia, ao perguntar se alguém tem algo a dizer, o padre protagoniza uma cena inusitada ao ver que ninguém se manifestou, então começa a insistir e instigar as pessoas a falarem alguma coisa, qualquer coisa, que impeça o casamento antes 2

de calarem-se para sempre. Naturalmente, as escolher a situação, levou-se em conta a sua viabilização em mídia sonora. Por fim, a busca de referências teóricas ajudou a executar a ideia, pois foi necessário também conhecer características específicas que o spot apresenta para que a mensagem se adequasse de forma correta e assertiva, respeitando os formatos e padrões até então criados para esta mídia. Um exemplo é o cuidado como conseguir transmitir essa mensagem, pois segundo Figueiredo (2005) o consumidor não estará totalmente concentrado nas palavras no momento em que o material for ao ar, por isso a importância de um texto claro, simples e objetivo, visando frases curtas e sem muitos adjetivos. Ainda, de acordo com o autor, é preciso ter em mente que o texto deve atravessar uma imensa barreira de ruídos entre o falante do rádio e a mente do consumidor, além de dar o máximo de indicações de locução e ambientação que você deseja que apareçam no spot (FIGUEIREDO, 2005, p. 114). Para Mcleish (2001, p.104) com humor, a marca passa a ganhar a nossa estima ao se associar com algo que é espirituoso e divertido, e por isso a atenção redobrada, pois se a criação não for bem adaptada, no caso do grupo que se apropriou da linha de comunicação já usada na televisão, poderá perder essa estima citada pelo autor e causar o efeito contrário. Nesse ponto é que o conhecimento teórico, somado ao técnico, ajudaram a construir da forma correta o spot, seguindo orientações e conselhos para que fosse usado algo que com o passar do tempo se mostrou adequado ao rádio. 2 OBJETIVO O objetivo traçado para a disciplina era o de roteirizar um spot, desenvolvendo-o visando transmitir o conceito do produto com uma linguagem simples e de fácil memorização, que fizesse com que o público ao ouvi-lo já o relacionasse ao mesmo, mantendo a linha de comunicação trabalhada até então pela marca. Além disso, o spot procurava aplicar os conhecimentos teóricos adquiridos em aula, além de vivenciar a realidade de uma produtora, trabalhando com dinamismo e planejamento com o objetivo de compreender todo o processo de produção, desde a interpretação do briefing, roteiro, pesquisa de referências até a finalização. Como objetivo secundário encontra-se a temática do trabalho. Optou-se por fazer um spot que mantivesse a comunicação já realizada atualmente pela marca e divulgasse através de uma peça que usasse humor como elemento principal. 3

No que diz respeito ao objetivo do spot desenvolvido, a intenção foi ampliar a comunicação da marca, fazendo com que sua mensagem, até então divulgada no meio televisivo, alcançasse outros níveis, atingindo assim pessoas que por hábito ouvem rádio no seu dia-a-dia. Entretanto, para realizarmos essa adequação, foi necessário manter o conceito já criado pela marca, que se trata da ideia de que se for pra dividir alguma coisa com as demais pessoas, que seja um Doritos, e não algo desnecessário como uma fofoca, um escândalo, momento constrangedor ou qualquer coisa do tipo. Esse conceito traz junto o uso de situações corriqueiras, até para que as pessoas se identifiquem com a mensagem. Como exemplo, temos alguns comerciais desta campanha que fizeram sucesso e geraram repercussão no meio publicitário. Entre elas, a cena (figura 1) em que uma menina encontra um rapaz, aparentemente famoso, e avisa para as amigas. Uma das amigas começa a gritar histericamente no meio do shopping, tentando tocar no rapaz e demonstrando um entusiasmo excessivo no momento, causando assim o constrangimento das demais meninas que a acompanhavam. Figura 1: Propaganda Doritos Escada rolante Além dessa, foram criadas outras peças de vídeo em que a linha de comunicação foi mantida, usando o humor, situações cotidianas em que acontece algo inesperado e principalmente que remete ao constrangimento alheio, como o trecho de outra propaganda 4

(figura 2), onde em uma casa cheia de pessoas conversando e interagindo, passando a ideia de uma festa entre conhecidos, a namorada começa a falar com seu companheiro de forma meiga, que aos poucos vai se tornando algo que chama a atenção de todos em volta, devido ao tom infantil, tornando o momento algo vergonhoso para a menina e para o próprio namorado, que acaba sendo tratado como uma criança na frente de todos, que neste momento estão com a atenção voltada para a cena constrangedora proporcionada pela namorada. Figura 2: Propaganda Doritos Namorada E foi seguindo esse padrão de linguagem que optou-se pela ideia de criar neste trabalho a cena de um casamento, o que remete a um ambiente formal, tradicional da sociedade, dando ênfase na sonoplastia, fazendo com que desde o eco que se ouve seja algo que remeta ao ambiente retratado. O sotaque do padre, a forma de falar e o próprio barulho dos convidados, conforme as atitudes do reverendo, objetivam transmitir o máximo de realismo a quem escuta. 3 JUSTIFICATIVA Historicamente a sociedade é contada em histórias, a herança da humanidade é relatada através de contos e mitos. Essas histórias variam conforme a época e os interesses vigentes, mas é inegável a importância que se criou em cima do relato de um momento, de 5

uma cena ou de uma ocasião como forma de perpetuação de um ideal, de uma causa ou até mesmo de uma sociedade. O spot é uma história criada, normalmente relatando uma cena roteirizada, que tem por objetivo transmitir uma mensagem através de uma narrativa estruturada e elaborada através de um objetivo inicial, no caso em questão, a divulgação de um produto perante seus consumidores. O humor é uma das ferramentas usadas para que a história fique gravada nos ouvintes, e foi assim que o grupo construiu seu roteiro, com o objetivo de contar uma história, através do humor, que fixasse uma mensagem na mente dos ouvintes, pois é nessa contextualização e neste cenário de histórias que a marca é inserida no mercado, transmitindo algo mais do que um simples recado, transmitindo um conto. 4 MÉTODOS E TÉCNICAS UTILIZADOS O trabalho consistia em um briefing aberto com cliente de livre escolha, tendo início com uma pesquisa sobre qual cliente e qual problema de comunicação poderia ser mais bem solucionado com os ensinamentos de áudio, onde entre as possibilidades, pode-se usar a linguagem verbal, baseada em um roteiro, com apoio e efeitos de sonoplastia. O principal fator influenciador da escolha foi o fato de o cliente não se comunicar com o seu público via rádio. Por isso a escolha das informações passadas foi livre. Decidido o cliente, foi realizado, através de um brainstorm, um mapa de associações com a marca, assim como uma lista de possíveis referências para indicar a direção que se pretendia seguir com a campanha. Esta pesquisa mostrou-se uma grande facilitadora nas decisões futuras, como a escolha da entonação e seleção da voz. O spot, especificamente, tinha como objetivo divulgar o produto em um meio alternativo ao já trabalhado e ao mesmo tempo indicá-lo a quem possivelmente tivesse interesse no seu consumo. A responsabilidade por toda a criação dada ao grupo, produção e direção do spot foi realizada com sucesso. No momento da produção, adequou-se a voz com os devidos efeitos sonoros. No dia da gravação da peça, cuidou-se para que a direção do grupo levasse o participante, responsável pela interpretação do padre, a entender, apreciar e participar do projeto, com abertura a discussões para considerações relevantes que trouxesse melhora ao spot. Por se tratar de um texto com lógica particular a ser compreendida, procurou-se dispensar atenção dando ênfase à entonação de voz, ritmo da fala, sonoridade das palavras, e combinação entre o locutor e o momento que estava sendo descrito no spot. Assim, 6

chegamos ao resultado que pode ser conferido no roteiro abaixo, utilizado para a gravação final da peça radiofônica: O spot inicia de forma direta, onde um padre, com sotaque do interior do Rio Grande do Sul, no silêncio tradicional da igreja no momento da cerimônia de casamento, fala: - Irmãos, estamos aqui hoje reunidos para celebrar o sagrado matrimônio de Augusto e Sheila. Se alguém aqui tem algo a dizer, diga agora ou cale-se para sempre. Nesse momento um silêncio profundo toma conta da igreja, onde nenhuma fala ou ruído é escutado, o que já era esperado, pois todos que ali estavam são convidados do noivo ou da noiva, e por tal motivo só queriam a felicidade de ambos. Mesmo assim, por alguns instantes o silêncio toma conta e a torcida para que ninguém estrague aquele momento, é grande. Para felicidade de todos, não houve nenhuma manifestação e o padre já tomava fôlego para continuar a cerimônia, quando então retoma a fala: - Nada? Nenhuma namorada? Uma amante? Nesse momento o que era um sentimento de alívio, em razão de pessoa alguma ter estragado o casamento, começa a se tornar algo completamente estranho e fora do comum, afinal era o próprio padre que estava instigando as pessoas a relatarem algum motivo, qualquer que fosse, para interromper a cerimônia. A plateia começa a se perguntar o que está havendo, o burburinho começa a aumentar conforme a autoridade da Igreja vai falando e não bastando a atitude inesperada do padre, ele continua, dessa vez de forma ainda mais esquisita e inadequada: - Dou-lhe uma, dou-lhe duas, dou-lhe trêêês... Nesse instante, entra o slogan da campanha, com uma locução standard, acompanhado do efeito de sonoplastia utilizado também na televisão: 7

- Quer dividir alguma coisa com os amigos? Divide um Doritos. E como se não bastasse, ainda ouve-se mais um último trecho onde o padre, ainda insaciado por ninguém ter se manifestado, pergunta como que em uma última tentativa: - Ninguém? Após essa última tentativa do padre, chega ao fim o comercial. 5 DESCRIÇÃO DO PRODUTO OU PROCESSO O spot é uma peça radiofônica publicitária conhecida popularmente como anúncio radiofônico (BARBOSA, 2003, p. 123), e o surgimento deste tipo de peça ocorreu nos Estados Unidos em 1930 através da iniciativa dos próprios radialistas, que viram na criação de peças curtas e baratas a solução para obtenção de patrocínios. Sua característica principal é a fala de atores, apoiada por fundo ou trilha musical, bem como vinhetas, efeitos sonoros e demais artifícios que criem a sensação de realidade junto ao cenário que se quer transmitir. Seu conteúdo baseia-se no que o anunciante pretende repassar ao consumidor. Segundo Barbosa (2003), as peças desse tipo normalmente tendem a usar o lado humorístico. Seguindo essa linha de raciocínio, o grupo criou um spot no qual a cena ocorre em uma Igreja, em um dos momentos mais importantes da cerimônia, onde o padre anuncia o matrimônio do noivo e da noiva e faz a clássica pergunta, questionando o público presente se alguém tem algo a dizer que impeça o casamento, que fale agora ou cale-se para sempre. A surpresa ocorre quando, após um longo silêncio, o padre insiste na pergunta, reforçando a dúvida se alguém realmente não tem nada que impeça o matrimônio. Depois de mais um silêncio, o padre volta a insistir, inclusive alertando que qualquer coisa serve, uma objeção, alguma coisa que uma ex-namorada queira comentar, etc. Os convidados começam então a se questionar sobre a atitude do padre até que entra a assinatura já tradicional do salgadinho Doritos: Quer dividir alguma coisa com os amigos? Divide um Doritos, com direito a uma gag final onde o padre insiste perguntando se realmente ninguém quer se pronunciar. Como forma de enriquecimento da peça criada, o grupo enfatizou os recursos sonoros, usando-os como o principal diferencial para transportar o ouvinte ao momento apresentado. O silêncio em determinados pontos, fez com que o constrangimento fosse 8

maior, criando uma sensação mais real do que se fosse colocado uma fala de um personagem tentando interpretar algo constrangedor. Isso revela um estudo mais específico do grupo sobre o modo de aproveitar de maneira assertiva o recurso do silêncio. A imaginação do ouvinte também procurou ser instigada, através de elementos chave da cena, como o eco da igreja, a pergunta clássica da cerimônia, o sotaque e a forma de pronúncia do padre e até os próprios burburinhos gerados pelos presentes, retratando assim o casamento de forma que alguns itens identificassem logo de cara do que se tratava (uma cerimônia de casamento) e recursos auxiliares que davam à peça a imagem desejada (de constrangimento, embaraço). Desta forma, o grupo recorreu ao humor, uma linguagem adequada ao meio radiofônico e também ao público-alvo da peça, mas principalmente, estando alinhado com a comunicação já trabalhada pela marca, expondo momentos inesperados e constrangedores, indicando que se for pra dividir algo, que seja um Doritos e não algo vergonhoso, sem fugir do que a empresa faria em um ambiente mercadológico. A gravação ocorreu na última semana de junho, em horário de aula, no estúdio de áudio da ESPM-Sul. Estavam presentes todos os alunos da turma, com acompanhamento do professor da disciplina e equipe técnica do estúdio. O spot foi gravado em cabine com isolamento acústico e equipamento de som, adequado: microfone com retorno e mesa de edição com quatro canais e os softwares necessários. O som foi editado pela equipe de edição do Núcleo de Áudio da ESPM-Sul, juntamente com os integrantes do grupo. 6 CONSIDERAÇÕES O áudio, como recurso publicitário, auxilia na memorização da mensagem transmitida, repassando-a de uma forma diferente e causando assim uma aceitação maior, exatamente por desarmar o ouvinte ao apresentar um ritmo, uma contextualização, e não somente a mensagem comercial, comunicando algo de forma direta. De uma maneira geral, pode-se considerar que as atividades desenvolvidas durante as aulas da disciplina RTVC II, foram bem sucedidas. O trabalho proposto foi uma oportunidade de experimentação na área de produção, com o intuito de divulgar o conhecimento científico adquirido durante o semestre na produção de spots, cujo caráter prático permitiu conhecer mais de perto todas as fases da produção de uma propaganda narrada. 9

Como a disciplina ultrapassa os conhecimentos teóricos, na prática o grupo enfrentou situações que diariamente uma produtora enfrenta: o dia-a-dia e a necessidade tão destacável do trabalho em equipe. Além disso, o objetivo traçado inicialmente foi alcançado, haja vista que a peça produzida conseguiu retratar a marca como ela já vinha sendo apresentada na mídia, fazendo com que o plano de usar o spot como apoio à comunicação televisiva fosse concluído com êxito. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BARBOSA, André. Gêneros Radiofônicos. São Paulo, Paulinas, 2003. FIGUEIREDO, Celso. Redação Publicitária: Sedução pela palavra. São Paulo, Pioneira Thomson Learning, 2005. MCLEISH, Robert. Produção de Rádio: Um guia abrangente de produção radiofônica. São Paulo, Summus, 2001. 10