IMPORTÂNCIA DA PURIFICAÇÃO DA ÁGUA NA COMUNIDADE INDIGENA XERENTE



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Transcrição:

IMPORTÂNCIA DA PURIFICAÇÃO DA ÁGUA NA COMUNIDADE INDIGENA XERENTE SOARES, Ana Caroline da Silva; DEBIAZZI, Gabriella Ferreira; AMBRÓSIO, Luíza Dezem; OLIVEIRA, Victor Garcia Aristides; GOUVEIA, Tatiana¹; VALDÉS S., Juan Carlos² ¹Bolsista PET Engenharia Ambiental UFT ²Tutor do PET Engenharia Ambiental UFT Introdução A água é um elemento essencial à vida, porém a sua má qualidade pode trazer riscos à saúde, servindo de veículo para vários agentes químicos e biológicos Rocha, et al. (2006). Para prevenir riscos e doenças de veiculação hídrica, o homem deve estar atento aos fatores que interferem negativamente na qualidade da água que consome bem como no seu destino final. Segundo Coimbra (2003), o processo histórico de mudanças sociais, econômicas e ambientais juntamente com a expansão demográfica e econômica das sociedades acarretou em um complexo e dinâmico quadro de saúde dos povos indígenas. Esse processo ao longo do século influenciou de diversas maneiras o perfil de saúde indígena, desde a de introdução de novos patógenos, de ocupação de territórios, dificuldades de sustentabilidade alimentar até a contaminação ambiental. Assim sendo, as comunidades indígenas possuem baixo acesso à informação, bem como, escasso tratamento de água, as tornando, evidentemente, as mais susceptíveis aos riscos que a água não tratada traz ao ser humano. Segundo Von Sperling (2005), a qualidade da água é dada por meio de diferentes parâmetros, que representam suas principais características (físicas, químicas e biológicas). O Ministério da Saúde para estabelecer o padrão de qualidade da água, sancionou a Portaria Nº 2.914, de 12 de dezembro de 2011, dispondo sobre os procedimentos de controle da qualidade da água para consumo humano e seu padrão de potabilidade. Objetivos

O objetivo do presente trabalho é voltar a atenção para as necessidades básicas de comunidades isoladas que não possuem tratamento adequado de água para o consumo, minimizando assim um problema local, que são as doenças de veiculação hídrica oriundas de substâncias ou microorganismos patógenos presentes na água. Diante da coleta de dados relacionado as doenças que será feito na aldeia Xerente, pretende-se estimar uma margem de decaimento na frequência desses eventos a partir da instalação de equipamentos de tratamento convencional de água. Metodologia O projeto será realizado especificamente na bacia do Ribeirão Jenipapo ao extremo leste do município de Tocantínia, com a comunidade indígena dos Xerentes, inicialmente na aldeia Porteira. A fim de se investigar a qualidade da água local, quatro integrantes da equipe Petamb serão encarregados de realizar três coletas e análises de qualidade em laboratório próprio da UFT de acordo com a metodologia do Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater da APHA (1998), integrando com os dados provenientes da Empresa de Saneamento do município de Tocantínia (Saneatins). O levantamento da frequência de doenças relacionadas à água será realizado por toda a equipe Petamb através da aplicação de questionários em forma de entrevistas com a comunidade Xerente na aldeia Porteira. Esses questionários serão aplicados em duas instâncias: antes e após a instalação do sistema de purificação da água. O sistema de purificação da água será de fluxo contínuo e com alimentação energética a partir de placas fotovoltaicas, baseando-se nas unidades de captação, adutora, estação elevatória, tratamento preliminar, reservatório e desinfecção. O dimensionamento será realizado após o levantamento dos dados citados acima. Resultados e discussão De acordo com dados de IBGE, (2014), o município de Tocantínia possui uma população de 6736 habitantes (de acordo com o censo de 2010) com estimativa de 7158 habitantes em

2013. A área do município é de 2601,603 km 2, tendo portanto, uma densidade demográfica relativamente baixa em torno de 2,59 hab/km 2. A captação da estação de tratamento de água da cidade de Tocantinia, estado do Tocantins está presente nas coordenadas 09º 34 23,65 S e 48º 22 54,50 W, estando sob competência da empresa de saneamento do Tocantins Saneatins (SILVA, NOGUEIRA, et al., 2005). Segundo dados da Pesquisa Nacional de Saneamento Básico, (2008), apenas 910 unidades residenciais possuem serviço de abastecimento de água, sendo o volume de água distribuída por dia de aproximadamente 653 metros cúbicos, utilizando-se de um sistema de tratamento convencional da água bruta. No Censo realizado em 1999, a população xerente era de 1.850 indivíduos, distribuídos em 34 aldeias nas cidades de Tocantínia e Miracema do Tocantins nas terras denominadas terras indígenas Xerente e Funil, que somam 183.245,902 hectares. A aldeia de Porteira conta com cerca de 167 Xerentes, sendo a segunda maior, só superada pela aldeia Funil com 186 indivíduos (SCHROEDER, 2010). Na medida que as aldeias se consolidam, o gerenciador Cacique busca por escola, rádio, estrada, água encanada e algumas pessoas contratadas como agentes de saúde e de saneamento (SCHROEDER, 2010). Porém, há escasso tratamento de água para consumo, muitas vezes composta por unidades isoladas de tratamento, insuficientes para garantia da saúde dos índios. De acordo com o artigo de SILVA, NOGUEIRA, et al., (2005), verificou-se a ocorrência de floração da cianobactéria Cylidrospermopsis raciborski nas margens da captação da água, próximo às aldeias da comunidade indígina Xerente. Esta cianobactéria é produtora de toxinas que podem causar problemas agressivos à saúde humana ligado aos tecidos nervosos, hepáticos ou pele, conforme a estrutura da toxina. Além de causar prejuízos ao meio ambiente aquático. O autor desse artigo informa que como Cylindrospermopsis raciborskii não é característico de ambientes lóticos, a presença desta espécie em tal situação deverá ser investigada com maiores detalhes. Ao fim do projeto, espera-se contribuir com a melhoria das condições de saneamento básico da comunidade indígena Xerente, por meio da futura instalação do sistema de purificação solar da água, que será realizado a partir deste levantamento inicial e estudos sobre qual método de tratamento da água poderá ser implantado, sendo o mais viável ambientalmente e economicamente, e que atenda as especificações das legislações vigentes, Resolução CONAMA nº 357 e Portaria do Ministério da Saúde nº 2914/11, quanto às condições e

parâmetros de qualidade e padrão de potabilidade da água adequados para o consumo humano nessas comunidades isoladas. Conclusão O projeto possui grande importância para o aprimoramento do saneamento básico da comunidade indígena dos Xerentes, refletindo na melhoria da qualidade de vida dos indígenas, de modo que as doenças relacionadas à qualidade da água, provenientes de substâncias e microorganismos patógenos, sejam reduzidas e assim um problema local seja minimizado. Referências BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Portaria Nº 2.914, de 12 de Dezembro De 2011. Disponível em http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2011/prt2914_12_12_2011.html acesso em 10 de maio de 2014. IBGE, 2014. Disponível em: http://www.cidades.ibge.gov.br/xtras/perfil.php?lang=&co dmun=172110&search=tocantins tocantinia infograficos:-informacoes-completas. Acesso dia 30/05/2014 às 16:30 hs. IBGE, 2008. Disponível em:http://ces.ibge.gov.br/base-de-dados/metadados/ibge/pesquisanacional-de-saneamento-basico Acesso dia 30/05/2014 às 16:50 hs. JR., C.; SANTOS, R. V.; ESCOBAR, A. Epidemiologia e saúde dos povos indígenas no Brasil. SciELO Books, Rio de Janeiro, 2005. 260. ROCHA, C.M.B.M.; RODRIGUES, L.S.; COSTA, C.C.; OLIVEIRA, P.R.; SILVA, I.J.; JESUS, E.F.M.; ROLIM, R.G. Avaliação da qualidade da água e percepção higiênicosanitária da área rural de Lavras, Minas Gerais, Brasil, 1999-200. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 22(9):1967-1978, set, 2006. GO, v. 13, p. 67-78, Junho 2010. ISSN 1. SILVA, J. R. L. D. et al. Ocorrência de floração de cylindrospermopsis raciborskii em águas do rio tocantins. Estudo de caso: eta tocantinia. 23º Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental, Palmas - TO, 23 setembro 2005. 1-4.

VON SPERLING, M. Introdução à qualidade das águas e ao tratamento de esgotos. 3ª Edição. Belo Horizonte: departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental; Universidade Federal de Minas Gerais; 2005. SCHROEDER, I. Os Xerente: estrutura, história e política. Sociedade e cultura, Goiânia GO.