Acordam na Secção do Contencioso Tributário do Supremo Tribunal Administrativo

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Transcrição:

Página 1 de 12 Acórdãos STA Processo: 0599/14 Data do Acordão: 02-07-2014 Tribunal: 2 SECÇÃO Relator: PEDRO DELGADO Descritores: Sumário: Acórdão do Supremo Tribunal Administrativo EXECUÇÃO FISCAL PAGAMENTO EM PRESTAÇÕES FALTA DE PAGAMENTO DIREITO DE AUDIÇÃO Nº Convencional: JSTA000P17749 Nº do Documento: SA2201407020599 Data de Entrada: 23-05-2014 Recorrente: A..., S.A. Recorrido 1: FAZENDA PÚBLICA Aditamento: Texto Integral I - Se o executado não proceder ao pagamento das prestações em falta no prazo de trinta dias a contar da notificação prevista no nº 1 do artº 200º do Código de Procedimento e Processo Tributário, perde o direito ao pagamento em prestações, ocorrendo o vencimento imediato das seguintes e prosseguindo o processo de execução fiscal os seus termos. II - Não decorre do nº 1 referido normativo a necessidade de existência de um despacho de exclusão para fazer cessar o regime do pagamento em prestações uma vez que essa produção de efeitos ocorre automaticamente por força da lei. III - Cessando o beneficio do pagamento em prestações por efeito da lei, na sequência daquela notificação, sem necessidade de qualquer decisão da autoridade administrativa nesse sentido, o despacho que subsequentemente mande prosseguir a execução fiscal constitui mero acto de execução e não um acto administrativo denegatório de quaisquer direitos ou interesses que demande a observância do princípio da participação (art. 60.º da LGT). Texto Integral: Acordam na Secção do Contencioso Tributário do Supremo Tribunal Administrativo 1 A., S.A., com os demais sinais dos autos, recorreu para Tribunal Central Administrativo Sul da sentença do Tribunal Administrativo e Fiscal de Leiria de 17-01-2014, que julgou improcedente a reclamação por ela deduzida contra a decisão do Chefe do Serviço de Finanças de Leiria que indeferiu o pedido de reformulação dos planos prestacionais nºs 1384.2012.359 e 1384.2012.382 e consequentemente determinou o prosseguimento do

Página 2 de 12 processo de execução fiscal contra si instaurado para cobrança de dívidas de imposto sobre o Álcool e Bebidas Alcoólicas referente ao ano de 2012, no montante total de 14.049,46. Termina as suas alegações de recurso, formulando as seguintes conclusões: «A. A Autoridade tributária devia ter notificado a Recorrente do projecto de despacho que determinaria a respectiva interrupção dos planos prestacionais e que, consequentemente, impulsionaria a continuação dos termos dos processos executivos, antes de a notificar da realização da penhora do bem dado para garantia. B. Salvo melhor opinião, o Tribunal a quo andou mal ao ter indeferido a pretensão da aqui Recorrente. C. A Recorrente foi notificada, no âmbito dos planos prestacionais, que se encontrava em incumprimento e que a falta de pagamento das prestações em falta, num prazo determinado, tinha certa cominação legal. Ora, uma coisa é ser notificada que, se não proceder a determinado cumprimento, a Autoridade Tributária irá determinar a interrupção dos planos prestacionais, o que terá certas consequências; outra coisa é, efectivamente, a Autoridade Tributária tomar a decisão de interromper os planos prestacionais, e nem sequer notificar a Recorrente para audiência prévia, ou mesmo para a decisão final. D. Tendo em conta que, a decisão de interrupção dos planos prestacionais é um acto administrativo - não obstante encontrar-se inserido num processo com natureza judicial, não deixa de ser uma decisão proferida num procedimento administrativo que traz consequências, possivelmente nocivas, para o contribuinte, o mesmo tem sempre que ser notificado para se pronunciar sobre o mesmo, nos termos do disposto no artigo 60.º, n.º 1, al. c), da LGT - A participação dos contribuintes na formação das decisões que lhes digam respeito pode efectuar-se, sempre que a lei não prescrever em sentido diverso, por qualquer das seguintes formas: Direito de audição antes da revogação de qualquer benefício ou acto administrativo em matéria fiscal, negrito nosso. E. O facto de ter deixado de cumprir com três prestações mensais, de forma seguida, demonstra que a Recorrente se encontrava com um falta de liquidez e de tesouraria, causadas por dificuldades financeiras que a interrupção dos planos prestacionais ainda iria piorar. F. Se a Autoridade Tributária tivesse dado uma

Página 3 de 12 oportunidade à Recorrente para se refazer, e começar, novamente, com o cumprimento dos planos prestacionais, os processos executivos não estariam novamente activos, não sendo efectuadas mais penhoras dos bens da Recorrente e deixando esta proceder aos actos necessários para conseguir liquidez para cumprimento das suas obrigações. G. Se, no âmbito de tais planos prestacionais, a Autoridade Tributária tivesse notificado a Recorrente para audiência prévia do projecto de despacho que determinaria a interrupção dos respectivos planos, a Recorrente teria tido tempo para elaborar um projecto e um novo plano de pagamentos que apenas beneficiaria o Estado, visto que dar-se-ia o cumprimento das obrigações fiscais e a, consequente, diminuição do valor das quantias em dívida. H. Não obstante a Autoridade Tributária não ser um credor comum, se agisse como um, não sendo cega aquando do incumprimento dos seus devedores, e procurasse apurar a razão da falta de cumprimento, teria, com maior probabilidade, o pagamento dos seus créditos, em menor tempo, do que com a manutenção de execuções fiscais que apenas desgastam, visto que, muitas das vezes, apenas perduram no tempo, sem o benefício do pagamento da dívida, terminando com o esgotamento das empresas devedoras. I. A Autoridade Tributária não notificou a Recorrente, para audiência prévia, de um acto que lhe foi prejudicial, cuja participação do contribuinte era imposta por lei. J. Não existiu nenhuma notificação que tenha dado a conhecer à Recorrente a interrupção dos planos prestacionais, pois a Recorrente apenas teve conhecimento da interrupção dos dois planos, aquando da notificação da penhora do bem dado para garantia.» 2 A recorrida, Fazenda Publica não apresentou contra alegações. 3 O recurso foi interposto no TCA Sul, sendo que este, por acórdão exarado a fls. 196 e segs. dos autos, veio declarar-se incompetente em razão da hierarquia para dele conhecer, por ter como fundamento, exclusivamente, matéria de direito declarando competente para esse efeito, a Secção de Contencioso Tributário do Supremo Tribunal Administrativo. 4 O Exmº Procurador Geral Adjunto emitiu parecer, no

Página 4 de 12 sentido da improcedência do recurso e da manutenção do julgado, argumentado em síntese que cessando o beneficio do pagamento em prestações por efeito da lei, na sequência da notificação para o pagamento das prestações em falta, sem necessidade de qualquer decisão da autoridade administrativa nesse sentido, o despacho que subsequentemente mande prosseguir a execução fiscal constitui mero acto de execução e não um acto administrativo denegatório de quaisquer direitos ou interesses que demande a observância do princípio da participação inserto no art. 60.º da LGT. E que, de todo modo, não houve, nem tinha que haver, no caso dos autos, qualquer decisão da autoridade administrativa que pusesse termo ao pagamento em prestações ou interrompesse os planos prestacionais pelo que, quanto a esse aspecto, nem sequer seria configurável o cumprimento do art. 60.º da LGT. 5 Com dispensa de vistos, dada a natureza urgente do processo, cumpre apreciar e decidir. 6- Em sede factual apurou-se a seguinte matéria de facto fixada na primeira instância: A) Em 07-09-2012 o Serviço de Finanças de Leiria 1 instaurou contra A, S.A., NIPC., o processo de execução fiscal n.º 1384201201067524, para cobrança de dívida proveniente de Imposto de consumo sobre outros produtos intermédios e de imposto de consumo sobre bebidas espirituosas (IEC), do ano de 2012, liquidado pela Alfândega de Peniche, no valor total de 6.445,72. - (cfr. fls. 1 a 3 dos presentes autos). B) Em 17-10-2012, a ora reclamante requereu ao Chefe do Serviço de Finanças de Leiria 1 o pagamento da dívida identificada na alínea anterior em 36 prestações - (cfr. fls. 7 e 8 dos autos). C) Em 19-10-2012 o Serviço de Finanças de Leiria 1 instaurou contra A., S.A., NIPC., o processo de execução fiscal n.º 1384201201078461, para cobrança de dívida proveniente de Imposto de consumo sobre outros produtos intermédios e de imposto de consumo sobre bebidas espirituosas, do ano de 2012, liquidado pela Alfândega de Peniche, no valor total de 7.603,74. - (cfr. fls. 62 a 64 dos presentes autos). D) Em 2-11-2012 o Chefe do Serviço de Finanças de Leiria 1 proferiu despacho de deferimento do pedido referido em B) autorizando o pagamento da dívida exequenda e acrescido em 36 prestações mensais, plano

Página 5 de 12 a que foi atribuído o número 1384.2012.359 - (cfr. fls. 11 e 12 dos autos). E) Em 13-11-2012, a ora reclamante requereu ao Chefe do Serviço de Finanças de Leiria 1 o pagamento da dívida identificada em C) em 36 prestações. - (cfr. fls. 68 e 69 dos autos). F) Em 19-11-2012 o Chefe do Serviço de Finanças de Leiria 1 proferiu despacho de deferimento do pedido referido na alínea anterior, autorizando o pagamento da dívida exequenda e acrescido em 36 prestações mensais, plano a que foi atribuído o número 1384.2012.382. - (cfr. fls. 71 e 72 dos autos). G) Em 21-11-2012, o Serviço de Finanças de Leiria 1 notificou a reclamante mediante carta registada com aviso de receção dos despachos de deferimento dos planos prestacionais números 1384.2012.359 e 1384.2012.382. - (cfr. fls. 12-V e 72-V dos autos). H) No âmbito do plano prestacional n.º 1384.2012.359, identificado em D), a Reclamante procedeu ao pagamento de 5 prestações, nos seguintes termos: Prestação n.º 1 - Dezembro de 2012 - paga em 02-01- 2013; Prestação n.º 2 - Janeiro de 2013 - paga em 31-01-2013; Prestação n.º 3 - Fevereiro de 2013 - paga em 28-03- 2013; Prestações n.º 4 e 5-Março e Abril de 2013 - pagas em 31-07-2013. - (cfr. docs. de fls. 23 a 25 e 29 dos autos). I) No âmbito do plano prestacional n.º 1384.2012.382, identificado em F), a Reclamante procedeu ao pagamento de 5 prestações, nos seguintes termos: Prestação n.º 1 - Dezembro de 2012 - paga em 02-01- 2013; Prestação n.º 2 - Janeiro de 2013 - paga em 31-01-2013; Prestação n.º 3 - Fevereiro de 2013 - paga em 28-03- 2013; Prestações n.º 4 e 5 - Março e Abril de 2013 - pagas em 31-07-2013. - (cfr. docs, de fls. 83 a 85 e 89 dos autos). J) Em 05-07-2013 o Serviço de Finanças de Leiria 1 notificou a ora reclamante de que se encontrava em situação de incumprimento dos planos de pagamento em prestações referidos em C) e F), por falta de pagamento de três prestações sucessivas (registos CTT nº RQ279392227PT e RQ279392235PT, emitidos em 2013-07-03. - (cfr. fls. 26, 27, 86 e 87 dos autos). K) Em 30-08-2013, a reclamante efetuou um pagamento

Página 6 de 12 por conta no processo de execução fiscal identificado em A) no montante de 306,00. - (cfr. doc. de fls. 30 dos autos) E) Em 10-09-2013, a reclamante requereu ao Chefe do Serviço de Finanças de Leiria 1 a reformulação dos planos prestacionais n.º 1384.2012.359, relativo ao PEF n.º 1384201201067524 e n.º 1384.2012.382, relativo ao PEF 1384201201078461 alegando ter pago as prestações em atraso e o plano ter sido interrompido. - (cfr. doc. de fls. 31 dos autos). M) Em 25-09-2013, no processo de execução fiscal identificado em A), foi proferida informação, designadamente, com o seguinte teor: Em 10-09-2013 deu entrada neste Serviço de Finanças, um requerimento registado com o número 2012E002 793856, onde a executada requer a reformulação do plano prestacional 1384.2012359, após a interrupção do mesmo por incumprimento. (...) Foram pagas cinco prestações, encontrando-se o plano com 4 prestações em atraso nesta data. A executada foi notificada para regularizar as prestações em falta em 05-07-2013, a mesma efectuou o pagamento de duas prestações em 31-07-2013, tendo o plano sido interrompido em 04-08-2013, então com três prestações em atraso. A executada, na pessoa do seu gerente, dirigiu-se a este Serviço em 30-08-2013 para regularizar as restantes prestações em falta, todavia, estando o plano prestacional já interrompido, efectuou um pagamento por conta no valor de 306,00. Face ao exposto e nos termos do estipulado no n.º 1 do artigo 200.º do Código de Procedimento e de Processo Tributário (CPPT), devem os autos prosseguir seus termos (...). - (cfr. fls. 32 dos autos). N) Na mesma data, no processo de execução fiscal identificado em C), foi proferida informação, designadamente, com o seguinte teor: Em 10-09-2013 deu entrada neste Serviço de Finanças, um requerimento registado com o número 2012E002 793856, onde a executada requer a reformulação do plano prestacional 1384.20123 82, após a interrupção do mesmo por incumprimento. (...). Foram pagas cinco prestações, encontrando-se o plano com 4 prestações em atraso nesta data. A executada foi notificada para regularizar as prestações em falta em 05-07-2013, a mesma efectuou o pagamento de duas prestações em 31-07-2013, tendo o plano sido

Página 7 de 12 interrompido em 04-08-2013, então com três prestações em atraso. Face ao exposto e nos termos do estipulado no nº 1 do artigo 200.º do Código de Procedimento e de Processo Tributário (CPPT), devem os autos prosseguir seus termos (...). (cfr. fls. 90 dos autos) O) Em 24-10-2013, o Chefe do Serviço de Finanças de Leiria 1, no âmbito dos processos de execução fiscal identificado em A) e C), proferiu despacho com o seguinte teor: Concordo com a informação supra. Considerando que se venceram todas as prestações, uma vez que, notificada a executada em 05-07-2013 (...), nos termos do nº 1 do artigo 200.º do CPPT, para apagamento de todas as prestações incumpridas no prazo de 30 dias, tal não se veio a concretizar, o processo de execução fiscal prossegue de imediato os seus termos, conforme determina o nº 6 do artigo 189.º e n.º 1 do artigo 200.º do CPPT Assim, indefiro o pedido de reformulação do plano prestacional 1384.2012359 /1384.2012382. Verificando-se que os autos se encontram suspensos (...), determino que se proceda à citação da entidade que prestou a garantia para, no prazo de 30 dias, conforme dispõe o n.º 2 do artigo 200.º do CPPT, efectuar o pagamento da dívida ainda existente nos autos e acrescidos até ao montante da garantia prestada (...).. (cfr. fls. 32 e 90 dos autos). P) Em 30-10-2013 o Serviço de Finanças de Leiria 1, através do oficio n.º 3952 e 3953, notificou a Reclamante do teor do despacho descrito na alínea anterior. (cfr. fls. 33, 33-V, 91 e 91-V dos autos). Q) Em 13-11-2013, deu entrada no Serviço de Finanças de Leiria 1 a presente reclamação, acompanhada de requerimento de apensação dos processos de execução fiscal referidos em A) e C). - (cfr. fls. 34 dos autos). R) Em 21-11-2013, o Chefe do Serviço de Finanças de Leiria 1 deferiu o requerimento mencionado na alínea anterior e determinou a apensação dos processos de execução fiscal em causas, tendo sido considerado processo principal o PEF n.º 1384201201067524. - (cfr. fls. 34 dos autos). 7. Do mérito do recurso: A questão a decidir no presente recurso é a de saber padece de erro de julgamento a sentença do Tribunal Administrativo e Fiscal de Leiria que julgou improcedente a reclamação deduzida pela recorrente contra a decisão proferida pelo Chefe do Serviço de Finanças de Leiria 1

Página 8 de 12 que indeferiu o pedido de reformulação dos planos prestacionais n.º 1384.2012.359 e n.º 1384.2012.382, e determinou a prosseguimento dos processos de execução fiscal números 1384201201067524 e apenso (1384201201078461), por ter entendido que não ocorreu preterição do dever de notificação dos actos que se mostram desfavoráveis ao destinatário e também que não havia lugar ao cumprimento do art. 60.º da LGT antes da decisão que indeferiu a reformulação dos planos prestacionais. 7.1 Da invocada preterição do dever de notificação da decisão de interrupção de cada um dos planos prestacionais ao destinatário. Alega a recorrente que devia ter sido notificada pela Autoridade Tributária do projecto de despacho que determinaria a respectiva interrupção dos planos prestacionais e que, consequentemente, impulsionaria a continuação dos termos dos processos executivos, antes de a notificar da realização da penhora do bem dado para garantia. Argumenta para o efeito que, pese embora tenha sido notificada, no âmbito dos planos prestacionais, de que se encontrava em incumprimento e que a falta de pagamento das prestações em falta, num prazo determinado, tinha certa cominação legal, deveria ter sido notificada também da decisão interrupção dos planos prestacionais, decisão essa que considera constituir um acto administrativo com consequências possivelmente nocivas para o contribuinte. Em resumo, na tese da recorrente, posteriormente à notificação imposta pelo artº 200º, nº 1 do Código de Procedimento e Processo Tributário, impunha-se uma notificação subsequente a comunicar a exclusão do procedimento de pagamento em prestações. Entendemos que carece de razão e que a sua pretensão não tem fundamento legal. O regime regra de pagamento em prestações das dívidas tributárias após a instauração da execução fiscal decorre do disposto nos artº 196º e segs. do Código de Procedimento e Processo Tributário. Dispõe o referido artº 196º que as dívidas exigíveis em processo executivo podem ser pagas em prestações mensais e iguais, mediante requerimento a dirigir, até à marcação da venda, ao órgão da execução fiscal. (Redacção dada pela Lei n.º 64-B/2011, de 30 de Dezembro),

Página 9 de 12 Esta forma de pagamento da dívida exequenda apenas pode ser autorizada nos casos previstos na lei, pois consubstancia uma moratória, para efeitos do nº 3 do art. 85.º do Código de Procedimento e Processo Tributário. Há assim necessidade expressa de previsão legal, constituindo este artº 85º, nº 3 do Código de Procedimento e Processo Tributário um afloramento do princípio da indisponibilidade dos créditos tributários, genericamente enunciado no art. 30º da LGT que proíbe à administração tributária, fora de casos especialmente previstos, retardar a cobrança dos tributos.(ver neste sentido Código de Procedimento e Processo Tributário anotado de Jorge Lopes de Sousa, vol. I, pag. 695.) Daí que, em matéria de pagamento da dívida tributária e de execução do respectivo plano, o artº 200º do mesmo diploma legal estabeleça as consequências da falta de pagamento determinando que a falta de pagamento sucessivo de três prestações, ou de seis interpoladas, importa o vencimento das seguintes se, no prazo de 30 dias a contar da notificação para o efeito, o executado não proceder ao pagamento das prestações incumpridas, prosseguindo o processo de execução fiscal os seus termos. Assim, por força desta norma, o incumprimento do plano prestacional nos termos aí previstos implica a perda do direito ao pagamento em prestações, com vencimento imediato das restantes e com a consequente exigência imediata das mesmas no processo de execução fiscal. Por sua vez a entidade que tiver prestado a garantia será citada para, no prazo de 30 dias efectuar o pagamento da dívida subsistente e do acrescido até ao montante da garantia, sob a cominação de ser executada no processo (nº 2 deste artigo). E, paralelamente, o processo de execução fiscal seguirá também os seus termos contra o executado. Acresce que o artº 189º, nº 6 do Código de Procedimento e Processo Tributário estabelece que, caso se vençam as prestações, nos termos previstos no n.º 1 do artigo 200.º, ou logo que notificado o indeferimento do pedido do pagamento em prestações ou da dação em pagamento, prossegue de imediato o processo de execução. Note-se que este nº 1 do artº 200º, cuja redacção actual foi introduzida pela lei nº 3-B/2010 de 18 de Abril, veio tornar menos restritivas as consequências da falta de pagamento das prestações já que na redacção anterior a falta de pagamento de qualquer prestação implicava a perda do direito ao pagamento em prestações.

Página 10 de 12 Na redacção actual, e aplicável ao caso em apreço, só a falta de pagamento sucessivo de três prestações ou de seis interpoladas implica o vencimento imediato das seguintes. E, ainda assim, há-de o executado ser notificado previamente, para proceder ao pagamento das prestações incumpridas. Porém, se o executado não proceder ao pagamento das prestações em falta neste prazo de trinta dias, perde o direito ao pagamento em prestações, ocorrendo o vencimento imediato das seguintes e prosseguindo o processo de execução fiscal os seus termos. Ou seja, o legislador flexibilizou um pouco as condições de pagamento das prestações, mas nada alterou quanto às consequências da falta de pagamento, que são, tal como na anterior redacção, o vencimento imediato de toda a dívida ainda por pagar com o prosseguimento da execução fiscal até à extinção. Decorre, pois, destes normativos, nomeadamente do nº 1 do artº 200º e do nº 6 do artº 189º do CPPT, que estipula o prosseguimento imediato da execução, que não há lugar a qualquer decisão da autoridade administrativa que faça cessar o pagamento em prestações ou interrompa o plano prestacional, não resultando, aliás do probatório, que tenha sido proferida qualquer decisão dessa natureza. Como bem nota o ilustre magistrado do Ministério Público neste Supremo Tribunal Administrativo o acto que a lei impõe que seja praticado é o da notificação para o pagamento das prestações em falta, sendo o vencimento das prestações seguintes e o prosseguimento da execução fiscal as consequências previstas na norma para o não pagamento no prazo nela fixado. Em suma a sentença recorrida decidiu acertadamente ao concluir que não decorre do artº 200º, nº 1 do Código de Procedimento e Processo Tributário a necessidade de existência de um despacho de exclusão para fazer cessar o regime do pagamento em prestações uma vez que essa produção de efeitos ocorre automaticamente por força da lei. 8.2 Da invocada preterição de formalidade essencial por incumprimento do direito de audição (art. 60.º da Lei Geral Tributária) antes da decisão que indeferiu a reformulação dos planos prestacionais. Segundo a recorrente a decisão de interrupção dos planos prestacionais é um acto administrativo que traz consequências, possivelmente nocivas, para o

Página 11 de 12 contribuinte, pelo que o mesmo tem sempre que ser notificado para se pronunciar sobre tal acto, nos termos do disposto no artigo 60.º, n.º 1, al. c), da LGT Alega também que o facto de ter deixado de cumprir com três prestações mensais, de forma seguida, demonstra que se encontrava com falta de liquidez e de tesouraria, causadas por dificuldades financeiras que a interrupção dos planos prestacionais ainda iria piorar. Prosseguindo neste discurso argumentativo conclui que se a Autoridade Tributária tivesse notificado a Recorrente para audiência prévia do projecto de despacho que determinaria a interrupção dos planos prestacionais, a Recorrente teria tido tempo para elaborar um projecto e um novo plano de pagamentos que apenas beneficiaria o Estado, porque se permitiria o cumprimento das obrigações fiscais e a, consequente, diminuição do valor das quantias em dívida. Esta argumentação não pode, no entanto, proceder. Em primeiro lugar pelas razões atrás expostas que se prendem com a natureza do pagamento em prestações e as disposições que o regem. Por outro lado, se a lei (arts. 189º, nº 6 e 200º, nº 1) fala em prosseguimento imediato do processo de execução fiscal, verificado que seja o incumprimento de três prestações seguidas ou seis interpoladas, então é manifesto que não há lugar a mais diligências ou a audição prévia. O vencimento das prestações seguintes e o prosseguimento a execução constituem as consequências previstas na norma para o incumprimento no prazo nela fixado, não prevendo o regime legal a análise de causas de relevação desse incumprimento ou a audição do contribuinte sobre tal matéria. Trata-se, no que respeita às consequências da falta de pagamento, de um regime semelhante ao consagrado no artº 781º do Código Civil, que dispõe que, se a obrigação puder ser liquidada em duas ou mais prestações, a falta de realização de uma delas importa o vencimento de todas (Ver neste sentido João António Valente Torrão, no seu Código de Procedimento e de Processo Tributário, pag. 772.). No caso em apreço resulta do probatório (al. J) que em 05-07-2013 o Serviço de Finanças de Leiria 1 notificou a recorrente de que se encontrava em situação de incumprimento dos planos de pagamento em prestações referidos em C) e F), por falta de pagamento de três prestações sucessivas (registos CTT nº RQ279392227PT e RQ279392235PT, emitidos em 2013-07-03. - (cfr. fls. 26,

Página 12 de 12 27, 86 e 87 dos autos) E que esta efectuou apenas um pagamento por conta no processo de execução fiscal identificado em A) Em 30-08- 2013, no montante de 306,00. - (cfr. doc. de fls. 30 dos autos) não tendo pago as prestações seguintes. Ora, como bem nota o Ministério Público, cessando o beneficio do pagamento em prestações por efeito da lei, na sequência daquela notificação, sem necessidade de qualquer decisão da autoridade administrativa nesse sentido, o despacho que subsequentemente mande prosseguir a execução fiscal constitui mero acto de execução e não um acto administrativo denegatório de quaisquer direitos ou interesses que demande a observância do princípio da participação inserto no art. 60.º da LGT. A sentença recorrida que decidiu neste pendor não merece, pois, censura pelo que deve ser confirmada. 7. Decisão: Termos em que, face ao exposto, acordam os juízes da Secção de Contencioso Tributário do Supremo Tribunal Administrativo em negar provimento ao recurso e confirmar, com esta fundamentação, a sentença recorrida. Custas pela recorrente. Lisboa, 2 de Julho de 2014. - Pedro Delgado (relator) - Fonseca Carvalho - Isabel Marques da Silva.