Deontologia Profissional

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Transcrição:

Deontologia Profissional INTRODUÇÃO Este Código Deontológico destinado ao exercício da Medicina Tradicional Chinesa Acupunctura, pelos associados da Associação Profissional de Acupunctura e Medicina Tradicional Chinesa (APAMTC) é um conjunto de normas de comportamento que deve servir de orientação na relação humana que se estabelece na prática profissional. O normativo segue a generalidade das regras deontológicos fundamentais que são aceites pelos profissionais de saúde, cujo modelo civilizacional se norteia pelo respeito dos Direitos Humanos e pelo que é reconhecido pela Organização Mundial de Saúde. Acrescenta-se ainda o reconhecimento do conceito holístico subjacente. CAPÍTULO I Princípios Gerais Artigo 1º ( Deontologia da Medicina Tradicional Chinesa Acupunctura ) A Deontologia da Medicina Tradicional Chinesa - Acupunctura ( MTC- A ) é o conjunto de normas de natureza ética que devem ser observadas pelos seus profissionais. Artigo 2º ( Normas Complementares ) A Comissão de Ética, Disciplina e de Admissibilidade (CEDA) tendo em conta os usos e costumes da profissão, depois de ouvida a Direcção da Associação Profissional de Acupunctura e Medicina Tradicional Chinesa ( APAMTC ) pode complementar/alterar, sempre que necessário, as normas deste Código. APAMTC Associação Profissional de Acupunctura e Medicina Tradicional Chinesa 1

Artigo 3º ( Âmbito ) 1. O normativo da Deontologia da MTC-A é aplicável a todos os profissionais da MTC-A, no exercício da sua profissão, independentemente do regime político existente e das Leis Gerais em vigor. Artigo 4º ( Independência dos Especialistas ) 1. O profissional de MTC-A é, no exercício da sua profissão, técnica e deontologicamente independente e responsável pelos seus actos, não podendo ser subordinado à orientação técnica e deontológica de estranhos à profissão, nem de qualquer modo coagido à prática de actos contrários à sua vontade. 2. É aceite a existência de hierarquia técnica nos termos em que vierem a ser legal ou contratualmente estabelecidas. Artigo 5º ( Competência exclusiva da APAMTC ) 1. É da competência exclusiva da APAMTC o exercício da acção disciplinar decorrente das infracções à Deontologia da MTC-A, pelos seus associados, devendo a ela serem comunicadas as respectivas infracções. 2. A responsabilidade disciplinar é independente da responsabilidade criminal ou civil 3. Se, relativamente aos mesmos factos, tiver sido instaurado processo criminal contra profissional de MTC-A, poderá ser ordenada a suspensão do processo disciplinar até sentença transitada em julgado no processo crime. APAMTC Associação Profissional de Acupunctura e Medicina Tradicional Chinesa 2

CAPÍTULO II DEVERES DOS PROFISSIONAIS Artigo 6º ( Geral ) 1. Ao profissional de MTC-A é exigido reconhecer que a sua actividade tem como objectivo a prevenção da doença, a promoção e recuperação da saúde, individual e colectiva do meio em que se insere, semprejuízo do seu direito a auferir remuneração pelo exercício da sua actividade. 2. O profissional de MTC-A está impedido da prática de quaisquer acções desnecessárias cujo intento se dirija à obtenção de maiores lucros, em prejuízo dos que a ele recorrem. Artigo 7º ( Proibição de discriminação ) Ao profissional de MTC-A é norma de honra a não aceitação de qualquer pressuposto discriminatório seja de que espécie for. Artigo 8º ( Situação de Urgência ) O profissional de MTC-A deve, em qualquer lugar ou circunstância prestar assistência e socorro de urgência a quem se encontre em perigo imediato, ou que à evidência necessite de pronta intervenção. Artigo 9º (Calamidade Pública ou Epidemia) Em caso de calamidade pública ou de epidemia, o profissional de MTC- A, sem abandonar os seus utentes, deve pôr-se à disposição das autoridades competentes para prestar serviços profissionais que nessas circunstâncias sejam necessários e possíveis. APAMTC Associação Profissional de Acupunctura e Medicina Tradicional Chinesa 3

Artigo 10º (Actualização e preparação científica) O profissional de MTC-A deve velar pela sua permanente actualização e preparação técnica. Artigo 11º ( Outros deveres ) São ainda deveres do Profissional de MTC-A, o respeito integral das disposições estatutárias, nomeadamente: a. Cumprir o Estatuto da APAMTC e respectivos regulamentos. b. Participar nas actividades da APAMTC e manter-se delas informado, tomando parte nas Assembleias ou Grupos de Trabalho; c. Desempenhar as funções para que cada um for eleito ou designado; d. Cumprir e fazer cumprir as deliberações e decisões dos Orgãos da APAMTC, todas de acordo com o Estatuto; e. Defender o bom nome e prestígio da Associação. f. Agir solidariamente em todas as circunstâncias na defesa dos interesses colectivos. g. Comunicar à APAMTC no prazo máximo de trinta dias, a mudança de residência, a reforma e os impedimentos por doença prolongada ou serviço militar. h. Pagar as quotas e demais débitos regulamentares. CAPÍTULO III PUBLICIDADE Artigo 12º ( Publicidade ) Sem prejuízo das normas especialmente previstas em legislação especial, a publicidade da MTC-A deverá respeitar os usos e costumes dos demais profissionais de saúde e o disposto no DL 330/90, de 23 OUT, na sua redacção actual. APAMTC Associação Profissional de Acupunctura e Medicina Tradicional Chinesa 4

CAPITULO IV CONSULTÓRIOS MÉDICOS Artigo 13º ( Consultório ) 1. O consultório é o local de trabalho onde o profissional de MTC exerce, de um modo autónomo, actividade profissional privada. 2. O profissional de MTC-A tem obrigação de comunicar à APAMTC o local ou locais onde exerce a sua actividade. 3. As qualidades e capacidade do local para o exercício da actividade deverão ser vistoriadas em caso de suscitarem dúvidas quanto à sua adequação. Caberá à Direcção designar qual o Orgão Social da APAMTC que se irá, caso a caso, encarregar das vistorias. CAPÍTULO V QUALIDADE DOS CUIDADOS MÉDICOS Artigo 14º ( Princípio Geral ) 1. Constitui dever do profissional de MTC-A prestar aos seus utentes a melhor assistência na prossecução do seu objectivo funcional. Deverá ainda, em caso de dúvida, recorrer a outro profissional de MTC-A de reconhecida competência. 2. Dada a aceitação do princípio da transdisciplinaridade, sempre que a natureza da situação apresentada pelo utente o justifique, caberá ao profissional de MTC-A avaliar a necessidade de aconselhar o utente a recorrer a outra Medicina. APAMTC Associação Profissional de Acupunctura e Medicina Tradicional Chinesa 5

Artigo 15º ( Condições de Exercício ) O profissional de MTC deve procurar exercer a sua actividade por forma a que quaisquer interferências externas não condicionem a sua melhor actuação. Artigo 16º ( Respeito por qualificações e competências ) 1. O Profissional de MTC-A não deve ultrapassar os limites das suas qualificações e competências. 2. Quando lhe pareça indicado, deve pedir a colaboração de outro colega ou indicar ao utente o colega que julgue mais qualificado. Artigo 17º ( Objecção de consciência ) Há o direito do Profissional de MTC-A de recusar práticas que conflituam com a sua consciência ética, ou com o disposto no presente código. Artigo 18º ( Livre escolha do utente ) O utente tem o direito de escolher livremente o seu especialista de MTC- A, nisso residindo um princípio fundamental da relação entre o indivíduo e o Terapeuta que este deve respeitar e defender. Artigo 19º ( Direito de recusa de assistência ) Ao Profissional de MTC-A não há direito de recusa ou de omissão de assistência a quem o necessita, sem prejuízo de situações em que o profissional se reconhece tecnicamente inabilitado ou emocionalmente condicionado nas suas capacidades de intervenção, prejudicando-as, bem como se insira no disposto no Artº 17º deste código. APAMTC Associação Profissional de Acupunctura e Medicina Tradicional Chinesa 6

Artigo 20º ( Recusa de continuidade de assistência ) 1. O Profissional de MTC-A pode recusar-se a continuar a prestar assistência a um utente quando não haja prejuízo para este, nomeadamente por lhe ser possível assegurar assistência por outros profissionais qualificados, independentemente da Medicina utilizada ou tenha advertido o utente ou a família, com a devida antecedência, da cessação de assistência. 2. A pressuposta incurabilidade da doença não justifica o abandono do doente. Artigo 21º ( Dever de esclarecimento ) O profissional de MTC-A deve procurar esclarecer os seus utentes, ou quem legalmente os represente, acerca dos métodos terapêuticos que pretende aplicar e obter o seu consentimento, ainda que tácito, para a respectiva aplicação. Artigo 22º (Prognóstico e Diagnóstico) O prognóstico e o diagnóstico devem ser revelados ao utente, salvo se o Profissional de MTC-A julgue, em sua consciência, entender não o dever fazer. Artigo 23º ( Respeito pelas crenças e interesses do utente ) O Profissional de MTC-A deve respeitar escrupulosamente as opções religiosas, filosóficas ou ideológicas e os interesses legítimos do utente, sem prejuízo no disposto no Artº 18º deste código. APAMTC Associação Profissional de Acupunctura e Medicina Tradicional Chinesa 7

Artigo 24º ( Crianças, idosos e deficientes ) O profissional de MTC-A deve velar pela máxima solicitude em relação a crianças, idosos ou deficientes. Artigo 25º ( Protecção de diminuídos e incapazes ) O profissional de MTC-A deve participar às autoridades policiais todos os casos que reconheça de maus tratos a crianças, idosos e deficientes. Artigo 26º ( Práticas vedadas ou condicionadas ) O profissional de MTC deve abster-se de quaisquer práticas não fundamentadas, bem como de experimentação temerária, com diminuição da livre determinação ou responsabilidade do utente, ou provocar-lhe estados mórbidos, salvo havendo consentimento formal, deste ou de seu representante legal, prestado por escrito. Os possíveis riscos a que se expõe o utente, e sempre no interesse deste, deverão ser expressa e previamente anunciados. Artigo 27º ( Liberdade dos Profissionais da MTC ) O Profissional de MTC-A tem o direito à liberdade de diagnóstico e terapêutica, mas deve abster-se de práticas desnecessariamente onerosas ou supérfluas. APAMTC Associação Profissional de Acupunctura e Medicina Tradicional Chinesa 8

CAPÍTULO VI PROBLEMAS RESPEITANTES À VIDA E À MORTE Artigo 28º ( Princípio Geral ) 1. O profissional de MTC-A deve guardar respeito pela vida humana. 2. Constitui falta deontológica grave a prática terapêutica que possa induzir o aborto. 3. A eutanásia é proibida. 4. Todos os casos omissos deverão reger-se pela legislação geral em vigor. CAPÍTULO VII EXPERIMENTAÇÃO EM HUMANOS Artigo 29º ( Experimentação ) A experimentação em indivíduo saudável apenas pode admitir-se, se este for maior e puder prestar livremente o seu consentimento, por escrito, depois de devidamente informado quanto ao grau de risco e aos prováveis efeitos. Artigo 30º ( Garantias Éticas ) Qualquer experimentação de diagnóstico ou de terapêutica, deve revestirse de garantias éticas, apreciadas sempre que tal se justifique pela Comissão de Ética, Disciplina e Admissibilidade ( CEDA ), assim como de garantias científicas controladas se possível por comissão idónea e independente, devendo ainda usar-se de todo o rigor na escolha dos dados e na redacção dos protocolos. APAMTC Associação Profissional de Acupunctura e Medicina Tradicional Chinesa 9

Artigo 31º ( Limites éticos à experimentação ) É proibida toda e qualquer investigação susceptível de prejudicar a vida psíquica ou a consciência moral do indivíduo, ou de atentar contra a sua dignidade e integridade. APAMTC Associação Profissional de Acupunctura e Medicina Tradicional Chinesa 10

CAPÍTULO VIII SEGREDO PROFISSIONAL, ATESTADOS MÉDICOS E ARQUIVOS CLÍNICOS Artigo 32º ( Segredo profissional ) O segredo profissional impõe-se a todos os profissionais de MTC-A e constitui matéria de interesse moral e social. Artigo 33º ( Âmbito do segredo profissional ) 1. O segredo profissional abrange todos os factos que por qualquer meio tenham chegado ao conhecimento do profissional de MTC-A no exercício da sua actividade ou por causa dela. 2. A obrigação de segredo existe, quer o serviço solicitado tenha ou não sido prestado, seja ou não remunerado. 3. O segredo é extensivo a todas as categorias de utentes, incluindo os assistidos por instituições prestadoras de cuidados de saúde. 4. O segredo profissional abrange ainda documentos ou outras coisas que se relacionem directa ou indirectamente, com os factos sujeitos a sigilo. Artigo 34º (Escusa do segredo) Excluem o dever de segredo profissional: a) O consentimento do utente, ou seu representante, quando a revelação não prejudique terceiras pessoas com interesse na manutenção do segredo. b) O que for absolutamente necessário à defesa da dignidade, direitos e interesses legítimos do utente ou seu representante legal ou do profissional de MTC-A, não podendo em qualquer destes casos o profissional revelar mais do que o necessário e sem prévia consulta à APAMTC. c) O que é matéria do Artº 29º deste Código APAMTC Associação Profissional de Acupunctura e Medicina Tradicional Chinesa 11

Artigo 35º ( Manutenção do segredo em cobrança de honorários ) Na cobrança judicial ou extrajudicial de honorários, o Profissional de MTC não pode quebrar o segredo profissional a que está vinculado, salvo o disposto no artigo anterior. Artigo 36º ( Precauções que não violam o segredo ) A obrigação do segredo profissional não impede que o profissional de MTC-A tome as precauções necessárias, promova ou participe em medidas de defesa sanitária, indispensáveis à salvaguarda da vida e saúde de pessoas, nomeadamente dos membros da família e outras que residam ou se encontrem no local onde estiver o utente. Artigo 37º ( Intimação judicial ) a) O profissional de MTC-A que nessa qualidade seja devidamente intimado como testemunha ou perito, deverá comparecer no Tribunal, mas não poderá prestar declarações ou produzir depoimento sobre matéria de segredo profissional. b) Quando um Profissional de MTC-A alegue segredo profissional para não prestar esclarecimentos pedidos por entidade pública, pode solicitar à APAMTC declaração que ateste a natureza inviolável do segredo em causa. Artigo 38º ( Atestados ) O atestado ou certificado não deve especificar o mal de que o utente sofre, salvo por solicitação expressa deste, devendo o profissional de MTC-A fazer constar o condicionamento previsto, e declarar que o fez a pedido deste ou do seu representante legal. APAMTC Associação Profissional de Acupunctura e Medicina Tradicional Chinesa 12

Artigo 39º ( Proibição de atestado de complacência ) É considerada infracção deontológica o facto de o profissional de MTC-A emitir atestados de complacência ou relatórios tendenciosos sobre o estado de saúde de qualquer pessoa. Artigo 40º ( Auxiliares terapêuticos ) O Profissional de MTC-A deve zelar para que os seus auxiliares se conformem com as normas de segredo profissional. Artigo 41º ( Processo ou Ficha clínica e exames complementares ) O profissional de MTC-A tem o direito e o dever de registar cuidadosamente os resultados que considere relevantes das observações clínicas dos utentes a seu cargo, conservando-as ao abrigo de qualquer indiscrição, de acordo com as normas do segredo profissional. Artigo 42º ( Publicações ) O Profissional de MTC-A pode servir-se das suas observações clínicas para as suas publicações mas deve proceder de modo a que seja impossível a identificação dos utentes, a menos que previamente autorizado para tal. APAMTC Associação Profissional de Acupunctura e Medicina Tradicional Chinesa 13

CAPÍTULO IX HONORÁRIOS Artigo 43º ( Principio geral ) 1. Na fixação dos honorários deverá o profissional de MTC-A proceder com moderação, atendendo ao tempo gasto, à gravidade da doença, à sua cronicidade ou não, à importância do serviço prestado, às posses do utente e aos usos locais onde exerce. 2. Sem prejuízo do disposto no nº3, na fixação dos honorários deve o profissional de MTC-A norter-se pelo disposto nas tabelas de honorários aprovadas pela APAMTC. 3. O profissional de MTC-A poderá prestar assistência gratuita. 4. Os honorários deverão ser saldados em dinheiro. Artigo 44º ( Dever de gratuitidade ) O profissional de MTC-A deve tratar gratuitamente os membros da APAMTC e as pessoas de família que vivem a seu cargo, bem como as viúvas e os órfãos respectivos, salvo se haja entidades que cubram os custos da assistência prestada, podendo todavia cobrar-se das despesas originadas pelo material utilizado. Artigo 45º ( Chamadas ao domicílio ) O profissional de MTC-A chamado ao domicílio do utente, tem direito a honorários, mesmo que por motivo alheio à sua vontade, não chegue a prestar assistência médica. Artigo 46º ( Conferências ) Pelas conferências feitas a pedido do utente ou da família, o profissional assistente tem direito a receber honorários de conferente. APAMTC Associação Profissional de Acupunctura e Medicina Tradicional Chinesa 14

Artigo 47º ( Ajuste prévio ) Na medida do possível, deve ser previamente estabelecido entre o profissional de MTC-A e o utente, o montante exacto ou provável dos honorários do primeiro. Artigo 48º ( Comparticipações vedadas ) 1. Constitui infracção grave da ética profissional a exigência ou a aceitação de quaisquer benefícios, sejam de que natureza forem, por parte de comerciantes de produtos ligados à MTC-A, no intuito da prescrição ou utilização desses produtos. 2. São autorizadas as ofertas de cortesia, sem valor comercial, que é uso fazerem-se nas Festividades ou noutras ocasiões geralmente aceites. 3. Constituem infracção grave da moral profissional a dicotomia, assim como a sua oferta ou a sua exigência e a aceitação de oferta de montante significativo ( não simbólico e não comercializável ) de comerciantes ligados à saúde. APAMTC Associação Profissional de Acupunctura e Medicina Tradicional Chinesa 15

CAPÍTULO X SOLIDARIEDADE TERAPÊUTICA Artigo 49º ( Princípio geral ) A solidariedade entre profissionais de MTC-A constitui dever fundamental exercida no respeito dos interesses dos utentes. Artigo 50º ( Assistência moral ) Os profissionais de MTC-A devem uns aos outros assistência moral, cumprindo-lhes tomar a defesa do colega que dela careça. Artigo 51º ( Correcção e lealdade ) 1. Nas suas relações, os profissionais de MTC-A devem proceder com correcção e lealdade, abstendo-se de qualquer ataque pessoal ou alusão depreciativa, sem prejuízo do disposto no Regulamento Interno sobre disciplina. 2. Uma dissensão profissional não deve dar lugar a polémica pública. Artigo 52º ( Dever de substituição ) É dever do profissional de MTC-A substituir, sempre que possível, e o utente o deseje, o colega temporariamente impedido. APAMTC Associação Profissional de Acupunctura e Medicina Tradicional Chinesa 16

Artigo 53º CONFERÊNCIAS TÉCNICO-PROFISSIONAIS ( Convocação ) 1. Uma conferência técnico-profissional pode ser proposta quer pelo profissional assistente, quando as circunstâncias o exijam, quer pelo utente, seus familiares ou representante legal, indicando^o profissional de MTC-A assistente, sempre que solicitado, colegas qualificados, tomando em consideração os desejos do utente ou seus representantes. 2. O profissional de MTC-A não deve recusar reunir-se com qualquer colega, em conferência, salvo ocorrência de razões justificadas, e pode propor por sua iniciativa ou do utente, uma conferência técnicoprofissional. Artigo 54º ( Participantes ) A conferência prevista no Artº anterior pode realizar-se com vários profissionais de MTC-A consultores, escolhidos pelo profissional de MTC-A assistente ou pelo utente e/ou seus familiares, ou por uns e outros. Artigo 55º ( Recusa do conferente ) 1. O profissional de MTC-A assistente que justificadamente entenda não dever aceitar o Profissional de MTC-A conferente escolhido pelo utente ou seus familiares, pode recusar a sua participação, sem ter de explicitar as razões da recusa, desde que fique assegurada a continuidade do tratamento. 2. Do facto da recusa deve dar o seu conhecimento à APAMTC APAMTC Associação Profissional de Acupunctura e Medicina Tradicional Chinesa 17

Artigo 56º ( Marcação da conferência ) Compete ao Profissional de MTC-A assistente prevenir o profissional de MTC-A conferente e combinar com ele o dia, a hora e o local da conferência. Artigo 57º ( Conferência ) O profissional de MTC-A conferente, após ter recebido do profissional de MTC-A assistente todas as informações úteis, interrogará e examinará pessoalmente o utente, conferenciará com o profissional de MTC-A assistente e, na presença deste, transmitirá ao utente ou aos seus representantes, o resultado da conferência. Artigo 58º ( Dever e correcção ) O profissional de MTC-A assistente e o profissional de MTC-A conferente no decurso ou em acto seguido à conferência, devem evitar causar dúvidas ou apreensões injustificadas ao utente e seus familiares, abstendo-se nomeadamente de referências depreciativas à actuação dos colegas. Artigo 59º ( Divergência de opinião ) Em caso de divergência de opinião entre os profissionais de MTC-A envolvidos na conferência pode propor-se nova conferência com outro profissional de MTC-A. No caso desta não ser aceite e prevalecer a opinião do profissional de MTC-A conferente, o profissional de MTC-A assistente pode desligar-se da assistência ao utente, desde que a continuidade dos cuidados médicos fique assegurada. APAMTC Associação Profissional de Acupunctura e Medicina Tradicional Chinesa 18

CAPITULO XI Artº 60º ( relação com terceiros ) O profissional de MTC-A deve, nas relações com os seus auxiliares e outros profissionais de saúde em geral, proceder com a maior correcção e civilidade, respeitando a dignidade de cada um. Artº 61º ( contratos com Estabelecimento de cuidados de saúde ) A prática da MTC-A em Instituição pública, cooperativa ou privada, deve ser objecto de contrato escrito que não pode afectar a plena isenção e independência técnica do profissional de MTC-A, nem violar as normas deontológicas, nem as estabelecidas nos Estatutos e Regulamentos da APAMTC. Artigo 62º ( Conhecimentos científicos ) 1. A descoberta ou aperfeiçoamento de processos de diagnóstico ou terapêutica devem ser postos ao serviço da humanidade, não podendo ser objecto de apropriação individual. 2. O invento médico susceptível de exploração comercial ou industrial pode ser objecto de patente pelo inventor, mesmo que este seja profissional de MTC-A. APAMTC Associação Profissional de Acupunctura e Medicina Tradicional Chinesa 19

Artigo 63º ( Encobrimento do exercício ilegal de MTC-A ) 1. Incorre em falta deontológica grave o profissional de MTC-A que encubra, ainda que indirectamente, qualquer forma de exercício ilegal de MTC-A. 2. No quadro das relações profissionais com os seus colaboradores, deve o profissional abster-se de iniciativa que possa levá-los a exercerem ilegalmente a Medicina Tradicional Chinesa Acupunctura. 3. Comete falta deontológica grave o profissional de MTC-A que se apresente publicamente, com título diferente daquele que é reconhecido na sua carteira profissional. APAMTC Associação Profissional de Acupunctura e Medicina Tradicional Chinesa 20

APAMTC Associação Profissional de Acupunctura e Medicina Tradicional Chinesa 21

CAPITULO XII DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS Artigo 64º ( Responsabilidade disciplinar ) 1. A infracção dos deveres constantes na Legislação Geral, nos Estatutos e Regulamentos da APAMTC ou nas normas do presente Código Deontológico constitui o infractor em responsabilidade disciplinar, a conhecer pelos órgãos competentes da APAMTC, nos termos do Estatuto e Regulamento respectivo. 2. O exercício da competência disciplinar da APAMTC, as informações, o procedimento, e as sanções disciplinares, bem como os respectivos efeitos, regem-se pelo disposto no Regulamento Interno Disciplinar da APAMTC. APAMTC Associação Profissional de Acupunctura e Medicina Tradicional Chinesa 22