Beneficiários do RGPS, qualidade de segurado e carência

Documentos relacionados
Treinamento Presencial dos Peritos Médicos Previdenciários

Aula 06. a) 180 meses: para os benefícios programados (aposentadoria por idade, por tempo de contribuição e especial).

DIREITO Previdenciário

Informativo 17/2015. PUBLICADA LEI QUE PROMOVE ALTERAÇÕES NOS BENEFÍCIOS PREVIDENCIÁRIOS Lei nº , de 17 de junho de DOU de

XVII Congresso Brasileiro de Perícia Médica

DIREITO PREVIDENCIÁRIO QUADRO 02

Isenção. Isenção. Prova de Inexistência de Débito (art. 257) Prova de Inexistência de Débito (art. 257)

DIREITO Previdenciário

REGRAS DE APOSENTADORIA

Dr. Jorge Abissamra Filho

AULA CONTEÚDO DA AULA: Carência. Renda mensal inicial. Renda mensal do benefício. REGIME GERAL DA PREVIDÊNCIA SOCIAL (cont.)

MITOS E VERDADES NOS BENEFÍCIOS POR INCAPACIDADE

LEI Nº , DE 17 DE JUNHO DE 2015

RESOLUÇÃO DE QUESTÕES

Benefícios Previdenciários

Benefício auxílio-doença: antigo e novo modelo de concessão. João Silvestre da Silva-Júnior twitter.com/joaosilvestrejr

RGPS CÁLCULO DA RENDA MENSAL INICIAL.

REGRAS DE APOSENTADORIA

REGIME PRÓPRIO DOS SERVIDORES PÚBLICOS

1. DEPENDENTES. Art. 16 Lei A classe é fixada no momento do óbito do segurado.

Previdencia e Perícia Medicina do Trabalho. Regime Previdenciário

Diário Oficial da União - Seção 1 - págs. 1 a 3-18/06/15

Lei e MP Novas Regras para Previdência Social

Aula 11 REGRAS GERAIS

Cálculo da Renda Mensal Inicial - RGPS

Rioprevidência com Você SEAERJ. Coordenadoria de Aposentadoria

Pontifícia Universidade Católica de Goiás Faculdade de Direito Direito Previdenciário Profª. Ms. Tatiana Riemann QUALIDADE DE SEGURADO

CÁLCULOS DE REVISÕES DE BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIOS - RGPS

Presidência da República Casa Civil Subchefia para Assuntos Jurídicos

Cálculo da Renda Mensal Inicial - RGPS

RMI: valor do primeiro pagamento recebido pelo segurado, obtida mediante a aplicação de um percentual ao salário de benefício (SB)

CONSELHO FEDRAL DE MEDICINA. Nota Técnica de Expediente nº 50/2007, do SEJUR.

ANO XXX ª SEMANA DE MARÇO DE 2019 BOLETIM INFORMARE Nº 12/2019

RESOLUÇÃO DE QUESTÕES

Beneficiários do RGPS, qualidade de segurado e carência

APOSENTADORIA POR INVALIDEZ PROF. THIAGO LUIS ALBUQUERQUE

DIREITO Previdenciário

PLANO DUPREV CD. Janeiro de 2018

AULA Existem cinco perguntas para qualquer tipo de benefícios:


A perda da qualidade de segurado não será considerada para a concessão da aposentadoria por tempo de contribuição.

PLANO DUPREV CD. Janeiro de 2018

Auxílio Doença: Empregador será responsável pela remuneração dos primeiros 30 dias de afastamento do empregado.

PROJETO DE LEI DO SENADO Nº, DE 2011

Cálculo da Renda Mensal Inicial - RGPS

Direito Previdenciário. Prof. Kerlly Huback

DIREITO PREVIDENCIÁRIO Questões realizadas pela Fundação Carlos Chagas FCC. 1. O financiamento da Seguridade Social, incluindo a assistência social:

A carência é o número mínimo de contribuições mensais necessário a fruição de determinados benefícios.


Sabemos que existem 3 regimes: a) RGPS Social. Regime Geral de Previdência. b) Regimes Próprios. c) Regime de Previdência Complementar.

Aula 15. Para que se possa estudar os benefícios por espécie, é bom ter conhecimento do quadro das prestações previdenciárias: DEVIDOS AOS SEGURADOS

PROJETO DE LEI DO SENADO Nº 389, DE

TEMA: BENEFICIÁRIOS DO RGPS, QUALIDADE DE SEGURADO E CARÊNCIA

Benefícios por incapacidade no RGPS

ANO XXIX ª SEMANA DE JUNHO DE 2018 BOLETIM INFORMARE Nº 26/2018

Se as contribuições não estão no CNIS, presume-se que estão porque a responsabilidade é do empregador. Ainda que não tenha sido feito.

Beneficiários do RGPS, qualidade de segurado e carência

RGPS CÁLCULO DA RENDA MENSAL INICIAL

2) Como localizar o Comprovante de Rendimentos? Para localizar o Comprovante de Rendimentos o servidor deve proceder da seguinte forma:

Advocacia previdenciária: temas em destaque no Direito Previdenciário na atualidade.

OS EFEITOS DOS BENEFÍCIOS PREVIDENCIÁRIOS NO CONTRATO DE TRABALHO

O que são benefícios previdenciários? São importâncias, em dinheiro, que a Previdência Social paga aos beneficiários.

MANUAL DE DIREITO PREVIDENCIÁRIO Atualização da 9ª para a 10ª edição Hugo Goes

Universidade Federal do Recôncavo da Bahia Pró - Reitoria de Gestão de Pessoal Coordenadoria de Administração de Pessoal

Resumo Aula-tema 04: Benefícios Previdenciários - Regras Gerais

CEM CADERNO DE EXERCÍCIOS MASTER. Direito Previdenciário. Analista TRF2 FCC

RGPS CÁLCULO DA RENDA MENSAL INICIAL

A partir de que momento começa a contar o benefício? Para o segurado empregado, é a contar do 16.º dia do afastamento da atividade.

Beneficiários do RGPS, qualidade de segurado e carência

LEI COMPLEMENTAR Nº 2663, DE 29 DE DEZEMBRO DE 2006.

Período de graça O que é e como funciona?

REGIMES DE PREVIDÊNCIA SOCIAL

Grupo de Gestão de Pessoas Coordenadoria de Recursos Humanos Secretaria de Saúde Governo do Estado de São Paulo

DIREITO PREVIDENCIÁRIO

DIREITO Previdenciário

(Lei 8.213/91, art. 24)

Ministério da Previdência Social Conselho de Recursos da Previdência Social 1ª Composição Adjunta da 14ª Junta de Recursos

NOÇÕS ELEMENTARES SOBRE DIREITO PREVIDENCIÁRIO

ALTERAÇÕES PREVIDENCIÁRIAS: MEDIDA PROVISÓRIA Nº 664 POSTERIOR CONVERSÃO NA LEI Nº MEDIDA PROVISÓRIA Nº 676/2015 2

PROJETO DE LEI Nº, DE 2014

DIREITO PREVIDENCIÁRIO CONCURSO INSS. PROF. ADRIANA MENEZES

Acerca do conceito e dos princípios da seguridade social no Brasil, julgue os itens que se seguem.

Cálculos Previdenciários

Bom dia, hoje farei breves considerações sobre a aposentadoria por idade urbana. Espero que seja útil.

MÓDULO BENEFÍCIOS PREVIDENCIÁRIOS 7.4 AUXÍLIO-DOENÇA

Michel Gouveia. Prof. Michel Gouveia. Professor Michel Gouveia / Previtube. michelogouveia.

Presidência da República Casa Civil Subchefia para Assuntos Jurídicos. LEI No , DE 29 DE DEZEMBRO DE 2004

Prefeitura Municipal de Resende

Art. 201, 11 da CF Autoriza a incidência de contribuição previdenciária sobre os ganhos habituais. Verba indenizatória não é ganho habitual.

Prof. Michel Gouveia. Professor Michel Gouveia / Previtube. michelogouveia.

Unidade I DIREITO SOCIAL. Prof. Ligia Vianna

Atualização da 5ª edição do Resumo de Direito Previdenciário Hugo Goes

Cálculo da Renda Mensal Inicial - RGPS

TABELA COMPARATIVA ENTRE AS PRINCIPAIS MUDANÇAS NA LEI RELACIONAS À MP 664

DIREITO Previdenciário

"V Curso de Atualização em Medicina do Trabalho com foco na Prova de Título da ANAMT"

Medida Provisória nº 529, de 2011

NOTA TÉCNICA Nº 749/2009/COGES/DENOP/SRH/MP. Assunto: Aposentadoria por invalidez, integralização dos proventos de aposentadoria.

A Lei Complementar nº 4 5 0, de 06 de dezembro de 2005, reestruturou o Regime

Aposentadoria Aposentadoria por idade Quem tem direito? Qual a carência exigida? Que benefícios podem ser transformados em aposentadoria por idade?

Transcrição:

Beneficiários do RGPS, qualidade de segurado e carência Continuação... Carência é o número de contribuições mensais indispensáveis para que o beneficiário faça jus ao benefício, consideradas a partir do transcurso do primeiro dia dos meses de suas competências (art. 24, da Lei 8.213/91).

Carência para concessão dos benefícios: Auxílio-doença e aposentadoria por invalidez: necessário carência de 12 contribuições mensais. Aposentadoria por idade, aposentadoria por tempo de contribuição e aposentadoria especial: necessário carência de 180 contribuições mensais. Salário-maternidade para as seguradas contribuinte individual, facultativo e especial: necessário carência de 10 contribuições mensais, respeitado o disposto no parágrafo único do art. 39 da LB. Auxílio-reclusão: necessário carência de 24 contribuições mensais (na vigência da MP 871/19). OBS.: APOSENTADORIA POR IDADE. Regra de 180 contribuições é para quem se inscreveu depois de 25 de julho de 1991. Quem se inscreveu até um dia antes, vai entrar na regra de transição de acordo com a tabela abaixo (Art. 142, da Lei 8.213/91). O que se leva em conta na tabela é o ano em que implementou as condições para a obtenção do benefício, na parte esquerda da tabela tem a carência necessária para concessão.

Ex. Segurada mulher que completou 60 anos no ano de 2.000, pela tabela precisaria de 114 meses de carência. Mas digamos que nesse momento ela só tenha 100 meses de carência. Isso não importa, se ela fez 60 anos no ano 2.000 e nesse ano precisaria de 114 meses de carência, quando ela chegar aos 114 meses de carência ela terá direito de se aposentar, mesmo que isso tenha ocorrido no ano de 2001 ou 2002. O que vale para limitar a carência necessária é o ano em que ela completa 60 anos. CARÊNCIA (continuação) Na forma do art. 26, da Lei 8.213/91, independe de carência: pensão por morte, salário-família e auxílio-acidente Estando filiado, mesmo que apenas a um dia, tem direito a esses benefícios. Art. 26, II, da Lei 8.213/91: Art. 26. Independe de carência a concessão das seguintes prestações:

II - auxílio-doença e aposentadoria por invalidez nos casos de acidente de qualquer natureza ou causa e de doença profissional ou do trabalho, bem como nos casos de segurado que, após filiar-se ao RGPS, for acometido de alguma das doenças e afecções especificadas em lista elaborada pelos Ministérios da Saúde e da Previdência Social, atualizada a cada 3 (três) anos, de acordo com os critérios de estigma, deformação, mutilação, deficiência ou outro fator que lhe confira especificidade e gravidade que mereçam tratamento particularizado; Estando filiado, mesmo que apenas a um dia, tem direito Portaria MPAS/MS 2.998/01 (Lista de doenças que isentam o segurado da carência) e art. 151, da Lei 8.213/91. Art. 151 da Lei 8.213/91. Até que seja elaborada a lista de doenças mencionada no inciso II do art. 26, independe de carência a concessão de auxílio-doença e de aposentadoria por invalidez ao segurado que, após filiar-se ao RGPS, for acometido das seguintes doenças: tuberculose ativa, hanseníase, alienação mental, esclerose múltipla, hepatopatia grave, neoplasia maligna, cegueira, paralisia irreversível e incapacitante, cardiopatia grave, doença de Parkinson, espondiloartrose anquilosante, nefropatia grave, estado avançado da doença de Paget (osteíte deformante), síndrome da deficiência imunológica adquirida (aids) ou contaminação por radiação, com base em conclusão da medicina especializada. Portaria MPAS/MS 2.998/01. Art. 1º As doenças ou afecções abaixo indicadas excluem a exigência de carência para a concessão de auxíliodoença ou de aposentadoria por invalidez aos segurados do Regime Geral de Previdência Social - RGPS: I - tuberculose ativa; II - hanseníase; III- alienação mental; IV- neoplasia maligna; V - cegueira VI - paralisia irreversível e incapacitante; VII- cardiopatia grave; VIII - doença de Parkinson; IX - espondiloartrose anquilosante; X - nefropatia grave; XI - estado avançado da doença de Paget (osteíte deformante); XII - síndrome da deficiência imunológica adquirida - Aids; XIII - contaminação por radiação, com base em conclusão da medicina especializada; e XIV - hepatopatia grave. OBS.: Precisa ter desenvolvido alguma dessas doenças APÓS se filiar ao RGPS.

Ex.: Segurado internado descobre que é portador de um câncer. Após descobrir ele começa a recolher contribuições. Se esse segurado quiser um auxílio-doença ele provavelmente será negado com base no 1º do Art. 59 da Lei 8.213/91. Antes da MP 871/19: Art. 59. O auxílio-doença será devido ao segurado que, havendo cumprido, quando for o caso, o período de carência exigido nesta Lei, ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividade habitual por mais de 15 (quinze) dias consecutivos. Parágrafo único. Não será devido auxílio-doença ao segurado que se filiar ao Regime Geral de Previdência Social já portador da doença ou da lesão invocada como causa para o benefício, salvo quando a incapacidade sobrevier por motivo de progressão ou agravamento dessa doença ou lesão. (Revogado pela Medida Provisória nº 871, de 2019) Na vigência da MP 871/19 Parágrafo único. Não será devido auxílio-doença ao segurado que se filiar ao Regime Geral de Previdência Social já portador da doença ou da lesão invocada como causa para o benefício, salvo quando a incapacidade sobrevier por motivo de progressão ou agravamento dessa doença ou lesão. (Revogado pela Medida Provisória nº 871, de 2019) 1º Não será devido o auxílio-doença ao segurado que se filiar ao Regime Geral de Previdência Social já portador da doença ou da lesão invocada como causa para o benefício, exceto quando a incapacidade sobrevier por motivo de progressão ou agravamento da doença ou da lesão. (Redação dada pela Medida Provisória nº 871, de 2019) Logo, a principio, não terá direito ao auxílio-doença, a não ser que a doença progrida e gere a incapacidade. Mas se ele morrer, os dependentes terão direito a pensão por morte. Carência começa a contar da data da filiação (a filiação para o segurado empregado se dá com o início do exercício da atividade remunerada, mesmo não tendo sido inscrito ainda). A responsabilidade de recolhimento da contribuição para segurados empregados, inclusive os domésticos, e dos trabalhadores avulsos é do empregador, se o empregador não recolheu, o trabalhador não pode ser prejudicado.

Já para o contribuinte individual e para o facultativo, começa a contar a partir do primeiro pagamento em dia. Se paguei a primeira em dia, e atrasei as demais, ao pagar essas atrasadas, elas contaram como carência. Art. 4 da Lei 10.666 a responsabilidade pelo recolhimento da contribuição do individual que presta serviço para empresa é do tomador de serviço, ou seja, da empresa. Mesmo que a empresa não tenha recolhido, vai contar como tempo de contribuição e carência. Recuperação da qualidade de segurado Até a MP 739 O SEGURADO QUE PERDEU a condição de segurado, para recuperá-la precisava cumprir um terço da carência exigida. A MP 739 e depois a 767 passaram a prever que para recuperar a qualidade de segurado, deverá recolher o período integral. A MP 767 foi convertida na lei 13.457/2017 porém prevendo que para recuperar a qualidade se segurado, precisava cumprir 50% da carência. MP 871/19 passou a prever que é necessário o recolhimento da carência INTEGRAL para ter acesso aos benefícios. Ex.: Dona Maria, 62 anos, exerceu atividade remunerada por 12 anos na condição de doméstica. Contraiu uma doença e ficou por 8 anos em gozo de auxílio-doença. Esse período em gozo de auxílio-doença será considerado como tempo de contribuição, desde que o período esteja intercalado entre contribuições. Totalizou então 20 anos de tempo de contribuição. Você então pediu que ela fizesse uma contribuição como individual e requereu benefício de aposentadoria por idade. Nesse caso, em regra, o INSS negará o benefício sob a alegação de que de fato ela possui 20 anos de tempo de contribuição, mas apenas 114 meses de carência (12 anos). Aposentadoria por idade exige 180 contribuições de carência. Art. 55, II, da Lei de Benefícios. Art. 60, IX, RPS Se o benefício decorre de acidente de trabalho, pouco importa se está intercalado ou não. Art. 29, 5º, da Lei 8.213/91.

Mas está correto, o INSS não deve considerar como carência? Existe uma vasta discussão sobre isso. Mas no Processo 5007252-92.2018.403.6183 (ACP ajuizada pelo IBDP 6ª Vara Previdenciária de São Paulo)), houve uma liminar mandando o INSS considerar como carência o período em gozo de benefício por incapacidade. Essa decisão é para todo país. No mesmo sentido Súmula 73, da TNU. Súmula 73 da TNU Enunciado O tempo de gozo de auxílio-doença ou de aposentadoria por invalidez não decorrentes de acidente de trabalho só pode ser computado como tempo de contribuição ou para fins de carência quando intercalado entre períodos nos quais houve recolhimento de contribuições para a previdência social. Intercalado: Para considerar como intercalado, eu preciso recolher no mês imediatamente seguinte? Tem decisões nesse sentido, mas a lei não limita esse tempo. Isso é um entendimento restritivo. Professor entende que não precisa ser no mês imediatamente posterior, mas se possível, recolha logo para se resguardar. O auxílio-acidente é um benefício por incapacidade? O STJ entende que sim! STJ: O auxílio-acidente - e não apenas o auxílio-doença e a aposentadoria por invalidez - pode ser considerado como espécie de "benefício por incapacidade", apto a compor a carência necessária à concessão da aposentadoria por idade. É de ser observada a vetusta regra de hermenêutica, segundo a qual "onde a lei não restringe, não cabe ao intérprete restringir" (STJ, REsp 1.243.760/PR, Rel. Ministra LAURITA VAZ, QUINTA TURMA, julgado em 02/04/2013, DJe 09/04/2013)

Cálculo da Renda Mensal Inicial - RGPS Renda Mensal Inicial: obtido pela aplicação de uma alíquota percentual ao salário de Benefício. Salário de Benefício (SB) Base de cálculo da RMI. Então antes de encontrar a RMI, preciso achar o Salário de Benefício (art. 28 da Lei 8.213/91 -Lei de Benefício) Como calcular o SB? Art. 29 da LB = média aritmética simples dos 80% maiores salários de contribuição, multiplicados quando for o caso, pelo fator previdenciário. Em 1960 o salário de benefício era calculado pela média das 12 últimas contribuições. Em 1973 (Lei 5.890/73) o salário de benefício seria calculado com base nos 12 últimos salários de contribuição, ou com base nos últimos 36 salários de contribuição, dependendo do benefício. Para os últimos 12 meses teríamos o auxílio-doença, auxilioreclusão, aposentadoria por invalidez e pensão por morte. Com base nos últimos 36 seria a aposentadoria por velhice (nomenclatura da época), tempo de serviço, especial e abono de permanência. Essa vigorou até a CF/1988 CF/1988 Todos os benefícios passaram a ser considerados com base os últimos 36 salários de contribuição (art. 202) Lei 8213/91 Em sua redação original previa também a média dos últimos 36 salários de contribuição. Essa redação durou até 1999 quando passou a vigorar a média dos 80% maiores salários de contribuição. Achando então o salário de benefício, aplico sobre esse o percentual para chegar ao RMI. Alíquota dos benefícios: a) Auxílio-Acidente (B/36 ou B/94): 50%; b) Auxílio-Doença (B/31 ou B/91): 91%; c) Aposentadoria Por Invalidez (B/32 ou B/92): 100%;

d) Aposentadoria Por Tempo de Cont. (B/42): 100%; e) Aposentadoria Especial (B/46): 100%; f) Aposentadoria Por Idade (B/41): A partir de 70% até no máximo 100%; g) Pensão Por Morte (B/21 ou B/93) e Auxílio-Reclusão (B/25): 100%. Salário de Contribuição é a base de cálculo do tributo. Remuneração do segurado limitado do teto no RGPS. Art. 201, p. 11, da CF/1988. Para o Trabalhador Empregado ou Avulso: Artigo 28, I da Lei nº 8.212/91. Para o Empregado Doméstico: Artigo 28, II da Lei nº 8.212/91. Para o Contribuinte Individual: Artigo 28, III da Lei nº 8.212/91. Para o Segurado Facultativo: Artigo 28, IV da Lei nº 8.212/91. O facultativo recolhe sobre o valor que declarar, isso pode variar de um mês para o outro. Sua contribuição deve respeitar o limite do teto. Alíquotas de Contribuição Salário de contribuição do segurado empregado é a soma de suas remunerações. Ex.: Logo se recebe $1000 em uma empresa e $ 1000 em outra empresa, a sua remuneração é $ 2000. Logo, sua alíquota será de 9% e não 8%. Precisa informar ao empregador. Ex2: Recebe $ 5.000 na primeira empresa e $ 3.000 na segunda empresa (renda $ 8mil). O teto é de R$ 5.839,45, logo não vai recolher sobre $ 8 mil e sim sobre o teto. Na primeira empresa vai recolher 11% sobre 5 mil e na segunda 11% sobre $ 839,45.

Obs.: Artigo 21 da Lei nº 8.212/91 2 o, o contribuinte individual e o facultativo podem abrir mão da aposentadoria por tempo de contribuição e recolher apenas 11% sobre o saláriomínimo. Se quiser se aposentar por tempo, poderá complementar o valor. Obs.: Artigo 21 da Lei nº 8.212/91 2, II, o MEI e o segurado facultativo sem renda própria, pertencente à família de baixa renda (precisa estar inscrito no CadUnico) recolhem com alíquota de 5%, mas também não tem direito a aposentadoria por tempo. Obs.: O tomador do serviço do contribuinte individual (quando este presta serviço para empresa), é o responsável pelo recolhimento previdenciário e a alíquota contributiva nesse caso será de 11%. Artigo 30, 4º da Lei nº 8.212/91: Alíquota 11% (onze por cento) Logo temos uma previsão de redução de alíquota para o individual que presta serviço para empresa, aqui não temos a exclusão da aposentadoria por tempo de contribuição. Salário de Contribuição e presunção de recolhimento: Pode ocorrer do empregador reter a contribuição e não repassar para o INSS. Ou ainda de não reter, mas o art. 33, p. 5 da Lei de Custeio (Lei 8.212/91), presume sempre como recolhido, por ser obrigação da empresa. Art. 34 da Lei 8.213, no calculo do RMI, SERÁ COMPUTADO : i para o segurado empregado, inclusive o doméstico, e o trabalhador avulso, os salários de contribuição referentes aos meses de contribuições devidas, ainda que não recolhidas pela empresa ou pelo empregador doméstico, sem prejuízo da respectiva cobrança e da aplicação das penalidades cabíveis, observado o disposto no 5 o do art. 29-A; [...] Na prática, se a empresa não recolheu, o INSS considera no salário de contribuição 1 salário mínimo. O segurado então precisa comprovar que a renda dele não é de um salário mínimo.