AVALIAÇÃO DA QUALIDADE FÍSICO-QUÍMICA DA POLPA DE JABUTICABA EM DIFERENTES ESTÁDIOS DE MATURAÇÃO

Documentos relacionados
CARACTERIZAÇÃO FÍSICO-QUÍMICA DA CASCA DE JABUTICABA EM DIFERENTES ESTÁDIOS FISIOLÓGICOS

QUALIDADE FÍSICO-QUÍMICA DE POLPAS DE MANGA E UMBU PROVENIENTES DO SEMIÁRIDO PARAIBANO

APLICAÇÃO DE RECOBRIMENTOS À BASE DE CARBOIDRATOS CONTENDO DIFERENTES FONTES LIPÍDICAS EM MANGA TOMMY ATKINS

QUALIDADE E POTENCIAL DE UTILIZAÇÃO DE FRUTOS DE CAJAZEIRAS (Spondias mombin L.) ORIUNDOS DA REGIÃO MEIO-NORTE DO BRASIL

ATRIBUTOS FÍSICOS DE VARIEDADES DE LARANJA DA MICRORREGIÃO DA BORBOREMA

CARACTERIZAÇÃO DE ACESSOS DE ACEROLEIRA COM BASE EM DESCRITORES DO FRUTO MATERIAL E MÉTODOS

Obtenção e avaliação de parâmetros físico-químicos da polpa de goiaba (Psidium guajava L.), cultivar Paluma

MUDANÇAS NOS ATRIBUTOS FÍSICOS E FÍSICO-QUÍMICOS DE LARANJA BAÍA DURANTE A MATURAÇÃO

Caracterização física e físico-química da polpa da manga cv. Haden integral

COMPOSIÇÃO CENTESIMAL DE FRUTOS DE JUAZEIRO NO ESTÁDIO DE MATURAÇÃO MADURO CENTESIMAL COMPOSITION OF JUAZEIRO FRUIT AT MATURE MATURATION STAGE

CARACTERÍSTICAS FÍSICO-QUÍMICAS DO SUCO DE AMORA-PRETA (Rubus sp.) PASTEURIZADO

CARACTERIZAÇÃO FÍSICO-QUÍMICA DE POLPA DE ACEROLA IN NATURA E LIOFILIZADA PARA PREPARAÇÃO DE SORVETES

PARÂMETROS QUÍMICOS, FÍSICOS E FÍSICO-QUÍMICOS DE TRÊS VARIEDADES DE MELÃO

EFEITO DA TEMPERATURA DE ARMAZENAMENTO SOBRE A QUALIDADE DO MAROLO IN NATURA

PARÂMETROS DE QUALIDADE DA POLPA DE LARANJA

AVALIAÇÃO FÍSICO-QUÍMICA E SENSORIAL DE ABACAXI PÉROLA CULTIVADO NO SISTEMA ORGÂNICO DE PRODUÇÃO

Área de Publicação: Controle de Qualidade na Indústria de Alimentos / Físico-química de Alimentos

QUALIDADE PÓS-COLHEITA DE Citrus deliciosa Tenore SUBMETIDA A ARMAZENAMENTO REFRIGERADO.

Conservação Pós-Colheita de Umbu sob Diferentes Temperaturas de Armazenamento

RAIMUNDO WILANE DE FIGUEIREDO, FRANCO MARIA LAJOLO, RICARDO ELESBÃO ALVES, HELOÍSA ALMEIDA CUNHA FILGUEIRAS

Efeito da temperatura de armazenamento na pós colheita da cagaita(eugenia dysenterica)

Congresso Brasileiro de Fruticultura Natal/RN 17 a 22 de Outubro de 2010

DETERMINAÇÃO DO PONTO DE COLHEITA DE CAMU-CAMU (Myrciaria dúbia (H.B.K.) McVaugh)

PROCESSAMENTO E CARACTERIZAÇÃO QUÍMICA E FÍSICA DE FRUTOS DE MURICI-PASSA (Byrsonima verbascifolia)

COMPARAÇÃO DAS QUALIDADES FÍSICO-QUIMICAS DA MAÇÃ ARGENTINA RED COM A MAÇÃ NACIONAL FUJI

Vitória da Conquista, 10 a 12 de Maio de 2017

CONSERVAÇÃO DA POLPA DO FRUTO DO IMBUZEIRO (Spondias tuberosa Arruda) EM TEMPERATURA AMBIENTE

AVALIAÇÃO DE VARIEDADES DE MANGA VISANDO O MERCADO DE CONSUMO IN NATURA LAERTE SCANAVACA JUNIOR 1 ; NELSON FONSECA 2

Hortic. bras., v. 30, n. 2, (Suplemento - CD Rom), julho 2012 S 7254

COMPOTA DE ABACAXI ADICIONADO DE DIFERENTES CONCENTRAÇÕES DE CANELA EM PAU

CARACTERIZAÇÃO FÍSICO-QUÍMICA DE FARINHAS DE FRUTAS TROPICAIS Physical-chemical characterization of tropical fruit flour

TÍTULO: AVALIAÇÃO FÍSICO-QUÍMICA DE POLPAS DE FRUTAS COMERCIALIZADAS EM MONTES CLAROS-MG

TRANSFORMAÇÕES FÍSICAS E QUÍMICAS DE DIFERENTES VARIEDADES DE BANANA EM TRÊS ESTÁDIOS DE MATURAÇÃO

AVALIAÇÃO FÍSICO-QUÍMICA E SENSORIAL DE ABÓBORA E MORANGA CRISTALIZADAS PELO PROCESSO DE AÇUCARAMENTO LENTO.

FORMULAÇÃO E QUALIDADE DE NÉCTAR DE CAJÁ ADICIONADO COM LINHAÇA E EXTRATO DE SOJA

ELABORAÇÃO DE DOCE EM PASTA DO TIPO EM MASSA A PARTIR DE FRUTAS DO SEMIÁRIDO

ALTERNATIVA PARA CONSERVAÇÃO DA POLPA DO FRUTO DO IMBUZEIRO (Spondias tuberosa Arruda)

MELO, Christiane de Oliveira 1 ; NAVES, Ronaldo Veloso 2. Palavras-chave: maracujá amarelo, irrigação.

ANÁLISE FÍSICO-QUÍMICA DE SUCO DE CAJU. Iwalisson Nicolau de Araújo 1 Graduando em Licenciatura em Química pela Universidade Estadual da Paraíba.

Estádio de Maturação para a Colheita de Caquis Costata em Sistema Produtivo no Vale do São Francisco

Caracterização física e química da lima ácida Tahiti 2000 sobre o porta-enxerto Índio em Petrolina, PE

CARACTERÍSTICAS FÍSICO QUÍMICAS E VIDA ÚTIL DE BANANAS ARMAZENAEDAS SOB REFRIGERAÇÃO E SOB CONDIÇÃO AMBIENTE

Efeito da Embalagem e Corte na Manutenção da Qualidade Química de Mamão Formosa Minimamente Processado e Armazenado à 8 C

CARACTERIZAÇÃO FÍSICA E FÍSICO-QUÍMICA DE FRUTOS DA PALMA GIGANTE EM DIFERENTES ESTÁDIOS DE MATURAÇÃO

AVALIAÇÃO DE PARÂMETROS DE QUALIDADE FÍSICO- QUÍMICOS DE SUCOS TROPICAIS

CARACTERIZAÇÃO DOS ESTÁDIOS DE MATURAÇÃO DE BANANA RESISTENTE À SIGATOKA NEGRA VARIEDADE CAIPIRA

Caracterização físico-química de frutos de acessos brasileiros de mangueiras do Banco Ativo de Germoplasma da Embrapa Semiárido

CARACTERÍSTICAS FÍSICAS E QUÍMICAS DE ABACATES DAS VARIEDADES MARGARIDA E BREDA

AVALIAÇÃO FÍSICO-QUÍMICA DE MELÃO

ANÁLISES DE COMPONENTES PRINCIPAIS DAS CARACTERÍSTICAS FÍSICAS E FÍSICO-QUÍMICAS DE HÍBRIDOS E LINHAGENS DE MAMOEIRO

PARÂMETROS FÍSICOS E QUÍMICOS DA ACEROLA (Malpighia punicifolia, L.) EM DIFERENTES FASES DE MATURAÇÃO

XIX CONGRESSO DE PÓS-GRADUAÇÃO DA UFLA 27 de setembro a 01 de outubro de 2010

CONSERVAÇÃO PÓS-COLHEITA DE FRUTOS DE GRAVIOLA (Annona muricata L.) SOB ATMOSFERA MODIFICADA

COMPORTAMENTO DA MASSA DURANTE A ETAPA DE PRENSAGEM NA FABRICAÇÃO DE FARINHA DE MANDIOCA

EFEITO DO TRATAMENTO TÉRMICO NOS COMPOSTOS FENÓLICOS E ATIVIDADE ANTIOXIDANTE EM POLPA DE JABUTICABA

CARACTERIZAÇÃO DO PONTO DE COLHEITA DE Physalis peruviana L. NA REGIÃO DE SÃO MATEUS, ES

Aumento da vida de prateleira de goiaba utilizando tratamento com radiação ionizante

BEBIDA MISTA DE TAMARINDO A BASE DE AGUA DE COCO

Qualidade e vida útil de melão amarelo cultivado com diferentes tipos de coberturas do solo e uso de manta agrotêxtil: terceiro ciclo de avaliação

AVALIAÇÃO FÍSICO-QUÍMICA DE CINCO CULTIVARES DE MARACUJÁ AMARELO NA REGIÃO SUL DE MINAS GERAIS

CARACTERIZAÇÃO FISICO QUÍMICA DE GELEIA DE JABUTICABA ( Myciaria jaboticaba (vell) Berg ) COM ADIÇÃO DE CHIA E BIOMASSA DE BANANA VERDE

AVALIAÇÃO FISICO-QUIMICA E MEDIDAS INSTRUMENTAIS DO DOCE DE CORTE DE GOIABA E MARACUJÁ

QUALIDADE PÓS-COLHEITA DE BERGAMOTAS PONKAN SUBMETIDAS AO EFEITO DE DANOS MECÂNICOS NA SAFRA 2016

DETERMINAÇÃO DO PONTO DE COLHEITA DE TAPEREBÁ (Spondias mombin L.)

CARACTERIZAÇÃO DE ACEROLA ORGÂNICA EM DOIS ESTÁDIOS DE MATURAÇÃO. Apresentação: Pôster

Características de qualidade da casca, polpa e miolo de goiaba em diferentes estádios de maturação

ELABORAÇÃO DE LICOR DE FRUTAS NATIVAS E TROPICAIS

ABACAXI MINIMAMENTE PROCESSADO EM DIFERENTES CORTES

Journal of Fruits and Vegetables, v. 1, n. 1, p , 2015

DETERMINAÇÃO FÍSICO-QUÍMICA E PERFIL DE TEXTURA DE BOLACHA TIPO CREAM CRACKER

Evaluation physical and physical-chemical of fruit juazeiro (Zizyphus joazeiro Mart.) in different stages of maturity

Características Químicas de Néctar e Suco de Mirtilo Obtido pelo Método de Arraste de Vapor

CARACTERIZAÇÃO DOS ESTÁDIOS DE MATURAÇÃO DE BANANA RESISTENTE À SIGATOKA NEGRA VARIEDADE THAP MAEO

CARACTERIZAÇÃO FÍSICO-QUÍMICA DE BLEND À BASE DE ACEROLA (Malpighia emarginata) E GOIABA (Psidium guajava)

Características físicas e físico-químicas de cultivares de milho-verde produzidos em sistemas de cultivo orgânico e convencional.

COMPOSTOS FENÓLICOS TOTAIS E ATIVIDADE ANTIOXIDANTE EM DIFERENTES ESPÉCIES DE FRUTOS NATIVOS

Avaliação dos Atributos Sensoriais de Umbuzada (Spondias tuberosa Arruda Câmara)

AVALIAÇÃO DE POLPAS DE FRUTAS CONGELADAS PRODUZIDAS NO MACIÇO DE BATURITÉ

CARACTERÍSTICAS FÍSICO QUÍMICAS, NUTRICIONAIS E VIDA ÚTIL DE JILÓ (Solanum gilo Raddi) RESUMO

QUALIDADE FÍSICO-QUÍMICA E SENSORIAL DE ABACAXI PÉROLA CULTIVADO SOB DIFERENTES DOSES DE ADUBAÇÃO

Armazenamento refrigerado de melão Cantaloupe Torreon, sob atmosfera modificada. Fábio V. de S. Mendonça; Josivan B. Menezes;

ELABORAÇÃO DE GELEIA TRADICIONAL E LIGHT DE GUABIROBA BRUNA NAPOLI¹; DAYANNE REGINA MENDES ANDRADE²; CRISTIANE VIEIRA HELM³

DIFERENTES CORTES PARA MELÃO MINIMAMENTE PROCESSADO

CONSERVAÇÃO PÓS-COLHEITA DE MELÕES AF 646 E ROCHEDO EM DIFERENTES TEMPERATURAS

Qualidade Durante a Maturação da Uva BRS Magna Cultivada sobre o Porta-enxerto IAC 313 : Quarto Ciclo de Produção

EFEITO DO TRATAMENTO COM SANITIZANTE ORGÂNICO VEROMAX 80 COMBINADO COM ANTIOXIDANTES ORGÂNICOS SOBRE A QUALIDADE EM RAÍZES DE MANDIOCA DE MESA.

CONSERVAÇÃO PÓS-COLHEITA DO ABACAXI (CULTIVAR PÉROLA) EM DIFERENTES EMBALAGENS SOB ARMAZENAMENTO REFRIGERADO

Caracterização físico-química do fruto de ameixa selvagem (Ximenia americana L.)

Revista Verde de Agroecologia e Desenvolvimento Sustentável ISSN

Qualidade em melões comercializadas em diferentes nichos de mercado. Kelly J. A. de OLIVEIRA 1 ; Adriana F. dos Santos 2 ; Ana Marina. A.

VIDA ÚTIL E EMBALAGEM PARA MELANCIA MINIMAMENTE PROCESSADA. Graduanda do Curso de Engenharia Agrícola, UnUCET Anápolis - UEG.

QUALIDADE DE FRUTOS DE LIMEIRA ÁCIDA TAHITI EM COMBINAÇÃO COM DIFERENTES PORTA-ENXERTOS

Avaliação das características físico-químicas de bananas desidratadas

ABSTRACT. Anais 1 o Congresso Brasileiro de Processamento mínimo e Pós-colheita de frutas, flores e hortaliças (CD ROM), Maio de 2015.

EFEITO DA EMBALAGEM NA QUALIDADE DE FARINHAS DE MANDIOCA TEMPERADAS DURANTE O ARMAZENAMENTO

QUALIDADE EM BLENDS DE FRUTAS TROPICAIS ADICIONADOS DE EXTRATOS VEGETAIS

CARACTERIZAÇÃO QUÍMICA E FÍSICA DE FRUTOS DO BIRIBAZEIRO (Rollinia mucosa)

218 Caracterização dos Frutos de Variedades do Banco Ativo de Germoplasma de Mangueira. da Embrapa Semi-Árido

AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE UVAS SWEET GLOBE SUBMETIDAS AO PROCESSAMENTO MÍNIMO INTRODUÇÃO

Influência da Época e de AIB na Propagação de Jabuticabeira (Plinia sp.) por Alporquia

Transcrição:

Congresso Técnico Científico da Engenharia e da Agronomia CONTECC 2018 Maceió - AL 21 a 24 de agosto de 2018 AVALIAÇÃO DA QUALIDADE FÍSICO-QUÍMICA DA POLPA DE JABUTICABA EM DIFERENTES ESTÁDIOS DE MATURAÇÃO THALIS LEANDRO BEZERRA DE LIMA 1 *; FRANCISLAINE SUELIA DOS SANTOS 2 ; RAPHAELA MACEIÓ DA SILVA 2 ; ROSSANA FEITOSA DE FIGUEIRÊDO 3 ; ALEXANDRE JOSÉ DE MELO QUEIROZ 3 1 Graduando em Engenharia Agrícola, UFCG, Campina Grande-PB, tthallisma@gmail.com 2 Doutoranda em Engenharia Agrícola, UFCG, Campina Grande-PB, francislainesuelis@gmail.com; maceiosilva@hotmail.com 4 Dr. Prof. Titular, UFCG, Campina Grande-PB, rossana@deag.ufcg.edu.br; alex@deag.ufcg.edu.br Apresentado no Congresso Técnico Científico da Engenharia e da Agronomia CONTECC 2018 21 a 24 de agosto de 2018 Maceió-AL, Brasil RESUMO: A jabuticaba é um fruto da família Myrtaceae muito utilizado na produção de licores, geleias, sucos e bebidas fermentadas. Diante disso, o objetivo deste trabalho foi avaliar os parâmetros fisíco-químicos da polpa de jabuticaba cv. Sabará em diferentes estádios de maturação. No estádio I os frutos apresentam textura dura e coloração verde; no estádio II os frutos têm textura dura e coloração verde com pigmentos vermelhos; no estádio III os frutos têm textura dura e coloração verde com pigmentos vermelhos mais definidos; no estádio IV os frutos apresentam textura mole e pigmentos vermelhos e escuros e no estádio V os frutos estão totalmente maduros, com casca escura e textura mole. Foram determinados nas polpas de jabuticaba em cinco estádios de maturação os seguintes parâmetros físico-químicos, em triplicata: teor de água, acidez total titulável, cinzas, ph, sólidos solúveis totais e cor. Para a análise estatística foi utilizado o programa ASSISTAT versão 7.7 beta. Conclui-se que as polpas de jabuticaba em diferentes estádios de maturação apresentaram alto teor de água, indicando alta perecibilidade, ph ácido e altos teores de sólidos solúveis totais; e houve tendência de redução da luminosidade e da intensidade de amarelo com o avanço do estádio de maturação. PALAVRAS-CHAVE: Myrciaria jaboticaba, cor, maturidade fisiológica. EVALUATION OF THE PHYSICAL-CHEMICAL QUALITY OF JABUTICABA PULP IN DIFFERENT MATURATION STAGES ABSTRACT: The jabuticaba is a fruit of the family Myrtaceae very used in the production of liqueurs, jellies, juices and fermented drinks. Therefore, the objective of this study was to evaluate the physico-chemical parameters of the pulp of jabuticaba cv. Sabará at different maturation stages. In stage I fruits present hard texture and green coloration; in stage II the fruits have hard texture and green coloration with red pigments; in stage III fruits have hard texture and green coloration with more red pigments defined; in stage IV fruits are presented with soft texture and red and black pigments and in stage V the fruits are fully ripe, with black rind and soft texture. The following physico-chemical parameters were determined in the jabuticaba pulp in five maturation stages, in triplicate: moisture content, titratable total acidity, ash, ph, total soluble solids and color. For statistical analysis, the ASSISTAT version 7.7 beta program was used. It was concluded that the pulp of jabuticaba in different maturation stages presented high moisture content, indicating high perishability, acid ph and high soluble solids contents; and there was a tendency of reduction of the luminosity and the yellowness with the advancement of the stage of maturation. KEYWORDS: Myrciaria jaboticaba, color, physiological maturity.

INTRODUÇÃO A jabuticabeira é uma frutífera nativa do Brasil, pertence a família Myrtaceae, encontrada em regiões de serra com temperaturas amenas (Danner et al., 2006). Seus frutos são utilizados na produção de licores, geleias, sucos e outras bebidas fermentadas, são ricos em carboidratos, minerais e vitamina C (Brasil, 2011). A jabuticaba é rica em compostos fenólicos, com ação antioxidante, favorecendo seu uso na dieta alimentar dos consumidores que estão cada dia mais em busca de alimentos funcionais (Wu et al., 2013). É muito perecível, com apenas três dias de vida útil quando colhidos maduros (Ascheri et al., 2006). Após a colheita ser realizada do fruto ocorre rapidamente alterações nas características externas e internas no produto, como perda de consistência na sua textura, a casca fica mais passível de ser arrebentada (Leite-Legatti et al., 2012). Sato & Cunha (2009) ainda indicam que ocorre nesse caso a fermentação da polpa está num ritmo muito acelerado, que acaba sucedendo à rápida deterioração da polpa justificada pelo alto teor de água e açucares presente no fruto. Por isso, é muito comum que a polpa da fruta seja armazenada em congeladores que permitem a conservação de forma facilitada e disponibiliza assim o envio do produto para outras regiões permitindo que seja difuso em muitos mercados (Guedes, 2009). Os produtos derivados de jabuticaba utilizam geralmente a polpa in natura que passa por vários processos industriais. Conhecer a composição físico-química da polpa de jabuticaba nos seus diferentes estádios de maturação fisiológica é de fundamental importância para o correto processamento, afim de obter a conservação das suas características originais e evitar as perdas ocasionadas pós-colheita. Tendo em vista que a qualidade dos alimentos é determinada por suas características, o objetivo deste trabalho foi avaliar os parâmetros físico-químicos da polpa de jabuticaba em cinco diferentes estádios de maturação. MATERIAL E MÉTODOS O experimento foi conduzido no Laboratório de Armazenamento e Processamento de Produtos Agrícolas (LAPPA) da Unidade Acadêmica de Engenharia Agrícola (UAEA), da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), Campina Grande-PB. Foram utilizadas jabuticabas da variedade Sabará (Myrciaria jaboticaba (Vell.) O. Berg). A coleta dos frutos foi na zona rural da Serra das Laranjeiras, município de Fagundes, situado nas coordenadas de latitude 7 21 18 S e longitude 35 46 30 W, na mesorregião do Agreste da Paraíba. O clima da região é do tipo Tropical Semiárido, com chuvas de verão, com média de 981,3 mm de precipitação anual média (AESA, 2012). Os frutos foram transportados até o laboratório, selecionados de acordo com o estádio de maturação e pela ausência de defeitos visuais, lavados em água corrente, sanitizados com solução de hipoclorito de sódio a 100 ppm por 10 minutos e enxáguados em água corrente. Em seguida foi separada manualmente a polpa da casca para posterior realização das análises, com armazenamento em freezer horizontal à -18 C. Os frutos foram separados de acordo com os seguntes estádios de maturação: Estádio I frutos com textura dura e coloração verde; Estádio II frutos com textura dura e coloração verde com pigmentos vermelhos; Estádio III frutos com textura dura e coloração verde com pigmentos vermelhos mais definidos; Estádio IV frutos com textura mole com pigmentos vermelhos e escuros; e Estádio V frutos totalmente maduros. As polpas de jabuticaba nos diferentes estádios de maturação foram analisadas, em triplicata, quanto aos seguintes parâmetros: teor de água, acidez total titulável, cinzas, ph e sólidos solúveis totais ( Brix) conforme as normas analíticas do Instituto Adolfo Lutz (IAL, 2008). Os parâmetros de cor foram determinados por meio de espectrofotômetro MiniScan XE Plus da marca Hunterlab, modelo 4500L com base no sistema CIELAB, no qual a cor foi lida em termos de L* (luminosidade), +a* (intensidade de vermelho) e +b* (intensidade de amarelo). Para a análise estatística dos dados obtidos na caracterização físico-química das polpas de jabuticaba em diferentes estádios de maturação foi utilizado o programa ASSISTAT versão 7.7 beta. Os dados em delineamento experimental inteiramente casualizado (DIC) com cinco tratamentos e três repetições foram submetidos à análise de variância (ANOVA) e as médias comparadas pelo teste de Scott-Knott a 5% de probabilidade.

RESULTADOS E DISCUSSÃO Apresentam-se na Tabela 1 os resultados referentes às análises físico-químicas da polpa de jabuticaba em diferentes estádios de maturação. Tabela 1. Valor médio e desvio padrão das caracterizações físico-química da polpa de jabuticaba em diferentes estádios de maturação Estádio de maturação Parâmetros I II III IV V Teor de água (%) 82,95 ± 0,51 d 83,63 ± 0,36 c 83,70 ± 0,18 c 84,64 ± 0,17 b 88,47 ± 0,13 a Acidez (% ác. cítrico) 1,21 ± 0,30 a 0,92 ± 0,27 a 0,78 ± 0,13 b 0,60 ± 0,02 c 0,62 ± 0,13 c ph 3,68 ± 0,03 3,69 ± 0,01 3,68 ± 0,00 3,76 ± 0,00 3,94 ± 0,02 Solido solúveis totais ( Brix) 13,27 ± 0,25 e 15,78 ± 1,08 d 16,40 ± 0,87 c 17,70 ± 0,35 b 18,05 ± 0,28 a Cinzas (%) 0,31 ± 0,01 c 0,34 ± 0,01 b 0,33 ± 0,01 b 0,35 ± 0,01 a 0,37 ± 0,01 a Médias seguidas pela mesma letra nas linhas não diferem estatisticamente pelo teste Scott-Knott a 5% de probabilidade. Observa-se que houve tendência de aumento do teor de água com o avanço do estádio de maturação, não havendo diferença entre o estádio II e III e destacando-se com maior teor a polpa no estádio V. Valores próximos ao reportado foram encontrados por Almeida et al. (2018) ao caracterizarem duas espécies de jabuticaba, Myrciaria grandifolia e Myrciaria jabuticaba, encontrando valores do teor de água para a polpa de frutos maduros de 87,35 a 89,03%, respectivamente. A jabuticaba apresenta alta perecibilidade pós-colheita em razão do alto teor de umidade e de açúcares da polpa, ocasionando restrito período de comercialização do fruto in natura, incentivando os estudos sobre melhor período para a colheita, assim como as técnicas de conservação e métodos de processamento dos frutos (Ascheri et al., 2006). Em relação a acidez total titulável da polpa observa-se que com a evolução do estádio de maturação, houve tendência de redução, mantendo-se sem diferença significativa entre os estádios IV e V. Segundo Chitarra e Chitarra (2005) com o amadurecimento, geralmente, os frutos perdem rapidamente a acidez, influenciando diretamente no sabor, odor, cor, estabilidade e na manutenção da qualidade. A acidez titulável de frutas varia de 0,2 a 0,3% em frutas de baixa acidez até 6% em frutas ácidas, com os produtos mais ácidos sendo naturalmente mais estáveis quanto à deterioração e a proporção relativa de ácidos orgânicos presente em frutas e vegetais que varia com o grau de maturação e com as condições de crescimento (Cecchi, 2003). Valor próximo aos estádios I e II foi reportado por Nunes et al. (2014) para a polpa da espécie M. cauliflora obtendo teor médio de 1,09% de ácido cítrico. Observa-se que o ph apresentou tendência de aumento com o aumento do estádio de maturação, com valores de ph < 4,0, sendo classificadas as polpas de jabuticaba como muito ácidas (GAVA et al., 2014). Constata-se a relação inversa da acidez com o ph, com a tendência de redução da acidez e a elevação do ph. Valores próximos de ph foram obtidos por Lima et al. (2008) que encontraram ph de 3,50 para o mesmo material em estudo e por Almeida et al. (2018) ao caracterizarem duas espécies de jabuticaba Myrciaria grandifolia e Myrciaria jabuticaba encontrando valores para o fruto maduro de 3,39 e 3,10, respectivamente. Quanto aos teores de sólidos solúveis totais verifica-se que houve um aumento significativo com o aumento do estádio de maturação, atingindo um aumento de cerca de 36% no estádio de maturação V em relação ao estádio I. Os sólidos solúveis totais estão diretamente ligados a maturação do fruto, onde com o seu avanço o mesmo tende a aumentar, estando diretamente correlacionados aos seus teores de açúcares (Chitarra & Chitarra, 2005). Oliveira et al. (2003) ao caracterizarem os frutos de M. jabuticaba provenientes de diferentes regiões de cultivo observaram que, em sua polpa, o teor de sólidos solúveis totais variou de 11,5 a 17,9 ºBrix, sendo inferiores ao reportado no estudo. Em relação ao teor de cinzas, verifica-se que houve uma tendência dos minerais com o avanço do estádio de maturação. As médias do teor de cinzas encontradas estão próximas dos valores reportado na TACO (2011) que apresentou um teor de cinzas médio de 0,4% de parte comestível. Apresenta-se na Tabela 2 os valores médios dos parâmetros colorimétricos da polpa da jabuticaba nos diferentes estádios de maturação.

Tabela 2. Valores médios e desvios padrão dos parâmetros de cor (L*, a* e b*) da polpa de jabuticaba em diferentes estádios de maturação Estádio de maturação Parâmetros de cor I II III IV V L* 54,30 ± 0,32 a 51,52 ± 0,18 b 49,91 ± 0,05 c 47,71 ± 0,16 d 45,45 ± 0,21 e +a* 4,55 ± 0,15 d 5,30 ± 0,06 c 5,39 ± 0,04 c 6,27 ± 0,09 b 7,17 ± 0,11 a +b* 13,16 ± 0,31 a 10,14 ± 0,34 b 10,12 ± 0,21 b 9,40 ± 0,31 c 9,18 ± 0,09 c Médias seguidas pela mesma letra nas linhas não diferem estatisticamente pelo teste de Scott-knott a 5% de probabilidade. A cor é um atributo de importância fundamental no julgamento da qualidade de um alimento, uma vez que a apreciação visual é o primeiro dos sentidos a ser usados, sendo, portanto, uma característica decisiva na escolha e aceitação do produto. Verifica-se que a luminosidade da polpa reduziu com o aumento do estádio de maturação, indicando que a polpa ficou mais escura. Em relação as coordenadas +a* (intensidade de vermelho) e +b* (intensidade de amarelo) observa-se a predominância da intensidade de amarelo com uma tendência de redução com o avanço da maturação e a intensidade de vermelho aumentou com a maturação. Valores inferiores para a luminosidade L* (21,57) e superiores para +a* (11,40) e +b* (13,99) foram reportados por Nunes et al. (2014) para a polpa congelada de jabuticaba madura, indicando que a polpa do presente estudo era mais clara. CONCLUSÕES As polpas de jabuticaba em diferentes estádios de maturação apresentaram alto teor de água indicando alta perecibilidade, ph ácido e alto teor de sólidos solúveis totais. Houve tendência de redução da luminosidade e da intensidade de amarelo com o avanço do estádio de maturação do fruto. REFERÊNCIAS AOAC - Association of Official Analytical Chemists. Official Methods of Analysis. Washington, 2000. Almeida, E. S.; Silva, R. J. N.; Gonçalves, E. M. Compostos fenólicos totais e características físicoquímicas de frutos de jabuticaba. Gaia Scientia, v.12, n.1, p.81-89, 2018. Ascheri, D. P. R.; Ascheri, J. L. R.; Carvalho, C. W. P. Caracterização da farinha de bagaço de jabuticaba e propriedades funcionais dos extrusados. Ciência e Tecnologia de Alimentos, v.26, n.4, p.897-905, 2006. Cecchi, H. M. Fundamentos teóricos e práticos em análise de alimentos. Campinas: Editora da Unicamp, 2003, 208 p. Chitarra, M. I. F; Chitarra, A. B. Pós-colheita de frutas e hortaliças: fisiologia e manuseio. Lavras: Ed. UFLA, 2005, 784 p. Danner, M. A.; Citadin, I.; Fernandes Junior, A. A.; Assmann, A. P.; Mazaro, S. M.; Donazzolo, J.; Sasso, S. A. Z. Enraizamento de jabuticabeira (Plinia trunciflora) por mergulhia aérea. Revista Brasileira de Fruticultura, v.28, p.530-532, 2006. IAL - Instituto Adolfo Lutz. Métodos físico-químicos para análise de alimentos. 4.ed. São Paulo: IAL, 2008. Gava, A. J.; Silva, C. A. B.; Frias, J. R. G. Tecnologia de alimentos: princípios e aplicações. São Paulo: Nobel, 2014. 512p. Guedes, M. N. S. Diversidade de acessos de jabuticabeira Sabará em Diamantina/MG por meio da caracterização biométrica e físico-química dos frutos e fisiológica das sementes. Dissertação (Mestrado em Produção Vegetal). Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri. Diamantina, 2009. Leite-Legatti, A. V.; Batista, A. G.; Dragano, N. R. V.; Marques, A. C.; Malta, L. G.; Riccio, M. F.; Eberlin, M. N.; Machado, A. R. T.; Carvalho-Silva, L. B.; Ruiz, A. L. T. G.; Carvalho, J. E.; Pastore, G. M.; Morástica-Júnior, M. R. Jaboticaba peel: antioxidant compounds, antiproliferative and antimutagenic activities. Food Research International, v.49, p.596 603, 2012.

Lima, A. J. B.; Corrêa, A. D.; Alves, A. P. C.; Abreu, C. M. P.; Dantas-Barros, A. M. Caracterização do fruto jabuticaba (Myrciaria cauliflora) e de suas frações. Archivos Latinoamericanos de Nutricion, v.58, p.426-421, 2008. Nunes, J. S; Castro, D. S; Sousa, F. C; Silva, L. M. M; Gouveia, J. P. G. Obtenção e caracterização físico-química de polpa de jabuticaba (Myrciaria cauliflora Berg) congelada. Revista Verde, v.9, n.1, p.234-237, 2014. Oliveira, A. L; Brunini, M. A; Salandini, C. A. R; Bazzo, F. R. Caracterização tecnológica de jabuticabas Sabará provenientes de diferentes regiões de cultivo. Revista Brasileira de Fruticultura, v.25, n.3, p.397-400, 2003. Sato, A. C. K.; Cunha, R. L. Effect of particle size on rheological properties of jaboticaba pulp. Journal of Food Engineering, v.91, p.566-570, 2009. TACO - Tabela brasileira de composição de alimentos. 4. ed. rev. e ampliada. Campinas: Nepa - Unicamp, 2011, p.161.