Assim, antes de mais nada, para melhor compreensão da questão, segue transcrito o dispositivo legal sobre o qual se debate:

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Transcrição:

Porto Alegre, 28 de fevereiro de 2013. Atendendo consulta, relacionada à interpretação do parágrafo 1º do artigo 19, da Lei nº 13.840/2010, que trata do interstício nas classes e níveis para fins de promoção dos servidores do Quadro de Pessoal de Serviços Auxiliares da Procuradoria-Geral do Estado do Rio Grande do Sul. A referida consulta decorre da controvérsia criada com a divulgação da Informação nº 110/2012 que, por solicitação do Exmo. Sr. Dr. Procurador-Geral do Estado, indicou parâmetros para a aplicação do referido dispositivo legal pela Comissão Permanente de Avaliação e de Promoções. Assim, antes de mais nada, para melhor compreensão da questão, segue transcrito o dispositivo legal sobre o qual se debate: Artigo 19 A promoção na carreira será realizada observado o juízo de conveniência e oportunidade do Administrador, se possível anualmente, e dar-se-á pelas progressões nas classes e nos níveis, admitidas a promoção vertical e a progressão horizontal. 1º - Não poderá ser promovido o servidor em estágio probatório, nem aquele que, já tendo sido confirmado na carreira, não conte com o interstício de 1 (um) ano de efetivo exercício na classe e no respectivo nível. Diz, portanto, a Lei que o servidor não poderá ser promovido durante o estagio probatório e que, após a confirmação como servidor efetivo, respeitará o interstício de 1 (um) ano de efetivo exercício na classe no nível para haver movimentação na carreira. A redação do dispositivo legal, portanto, é clara ao definir que é a contar da efetivação e, após, periodicamente, da data em que se completar 1 (um) ano no exercício na classe

e/ou no nível que está permitida a promoção do servidor. Desta forma, a referência para a contagem do interstício é a data constante no ato anual de promoção, a partir do qual o servidor passa para a nova classe e/ou nível. Surpreendentemente, entretanto, a Informação nº 110/2012 afirma, no item 27, página 14, que não há norma expressa fixando o marco temporal para a sua verificação. Ou seja, que norma do parágrafo 1º, do artigo 19, da Lei nº 13.380/2010, não estabelece o tempo ou momento que deve ser considerado para contagem do interstício na classe ou no nível, para fins de realização das promoções anuais. Na verdade, a afirmação constante na Informação nº 110/2012, de que inexiste marco temporal para a verificação da periodicidade da promoção decorre de uma confusão entre dois momentos jurídicos distintos. Um que é o da verificação do interstício autorizador da promoção do servidor e outro o da periodicidade da prática do ato de promoção. A periodicidade anual das promoções, flexibilizada na exigência da realização anual de seus atos pela expressão se possível anualmente, está disciplinada pelo caput do artigo 19. De outra feita, o interstício de 1 (um) ano, que é a exigência para a promoção de classe e/ou de nível, não tem margem de flexibilidade, pois o dispositivo do parágrafo único remete para o ato de promoção e é dele e não de qualquer outra referência que se pode fazer a contagem. Portanto, o que se está discutindo não é o interstício exigido para a promoção, mas sim o a existência ou não de periodicidade anual da mesma. A discussão não é nova mas, no Estado, ganhou, nos últimos anos, um modo de ser tratada que terminará, se confirmada, desconstituindo, inteiramente, as carreiras dos servidores.

É sabido que a jurisprudência dos tribunais pátrios tem entendimento majoritário no sentido de que as promoções das carreiras dos servidores públicos, sempre que tiverem em suas avaliações critérios de merecimento, dependerão do exercício do poder discricionário do gestor que tiver competência para praticar os respectivos atos. Ou seja, que as concessões de promoções por merecimento dependem da conveniência e oportunidade para a sua realização, cuja decisão dependerá do juízo discricionário do gestor. Essa questão merece, entretanto, ser compreendida nos limites exatos do que significa, para que não se conclua, equivocadamente, como, data vênia, faz a Informação nº 110/2012, da Procuradoria-Geral do Estado, de que, se quiser, a Administração poderá, simplesmente e indefinidamente, não realizar promoções. Mais do que isso, de que, com fundamento no poder discricionário que detêm de escolher a oportunidade conveniente para praticar os atos de promoção, possa suprimir a anualidade das movimentações previstas para a carreira. A mobilidade defendida pela respeitável Informação da PGE, para a verificação do interstício para concorrer às promoções, se observada, levaria a um sistema no qual a própria anualidade deixaria de existir, pois o seu prazo ficaria subordinado apenas ao ato discricionário de publicação do Edital de Abertura das movimentações na carreira. Repita-se, se é verdade que realização das promoções está condicionada ao juízo discricionário de conveniência e oportunidade da Administração, que flexibiliza a sua anualidade, é, também, inquestionável a indeclinável anualidade do interstício, que só se pode contar da data em que se completa o lapso de tempo de investidura formal em cada classe e/ou nível. A questão colocada, então, não é a do prazo para a realização das promoções, que inegavelmente está flexibilizado pela Lei e tem interpretação respaldada pela doutrina e jurisprudência, em razão do poder discricionário que compõe os motivos do ato. Dialeticamente, em contrapartida com essa

mobilidade, a exigência, nos próprios termos do artigo 19 e do conjunto normativo da Lei nº 13.840/2010, é que os efeitos dos atos de promoção, nos termos do interstício estabelecido pelo 1º, respeitem a anualidade. Não é por outra razão que o Superior Tribunal de Justiça, em situação similar, da Carreira dos Técnicos- Científicos do Estado do Rio Grande do Sul reconheceu o direito à periodicidade anual das promoções dos servidores daquele Quadro, conforme demonstra a Ementa do Acórdão ( AgRG no Recurso de Mandado de Segurança nº 20.578-RS (2005/0149025-8), julgado, em 11 de dezembro de 2009, unanimemente pela Sexta Turma do STJ), que segue transcrito: EMENTA RECURSO ORDINÁRIO. MANDADO DE SEGURANÇA. ADMINISTRATIVO. SERVIDOR PÚBLICO ESTADUAL. TÉCNICO CIENTÍFICO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL. PROMOÇÃO POR MERECIMENTO. PERIODICIDADE ANUAL. LEI ESTADUAL 8.186/86 E DECRETO ESTADUAL Nº 30.476/86. RECONHECIMENTO DO DIREITO À PROMOÇÃO COM EFEITOS RETROATIVOS. 1. Os servidores Técnicos-Científicos do Estado do Rio Grande do Sul que tiverem reconhecido seu direito à promoção por merecimento têm direito à observância da periodicidade anual prevista na legislação específica, bem como à fixação do termo inicial da promoção em 1º de julho (arts. 7º da Lei Estadual nº 8.186/86 e 42, 1º, do Decreto Estadual nº 30.476/81. 2. Agravo Regimental improvido. A jurisprudência acima transcrita confirma o entendimento de que, havendo previsão legal da periodicidade anual de promoção na carreira, esta deve ser obedecida pelo ato concessivo, mesmo que não esteja a Administração obrigada a praticá-lo dentro desse prazo. É preciso esclarecer, ainda, para não deixar de enfrentar argumento utilizado na Informação nº 110/2012, de

que a relativização da anualidade, constante do caput do artigo 19 teria força de comando superior ao prazo anual do interstício, visto que o segundo comando, presente no, teria força menor do que o primeiro. O deslinde dessa questão está posto na Lei Complementar Federal nº 95/1998 que, em seu artigo 11 dispõe sobre a redação das normas na ordem jurídica brasileira, prevendo, inclusive, a função do caput, dos parágrafos e dos incisos, na obtenção da clareza dos textos legais. Como se pode ver a seguir, o artigo 11, inciso II, letra c, estabelece o conteúdo que deve ser expresso pelos parágrafos dos artigos: Art. 11. As disposições normativas serão redigidas com clareza, precisão e ordem lógica, observadas, para esse propósito, as seguintes normas: I - para a obtenção de clareza: a) usar as palavras e as expressões em seu sentido comum, salvo quando a norma versar sobre assunto técnico, hipótese em que se empregará a nomenclatura própria da área em que se esteja legislando; b) usar frases curtas e concisas; c) construir as orações na ordem direta, evitando preciosismo, neologismo e adjetivações dispensáveis; d) buscar a uniformidade do tempo verbal em todo o texto das normas legais, dando preferência ao tempo presente ou ao futuro simples do presente; e) usar os recursos de pontuação de forma judiciosa, evitando os abusos de caráter estilístico; II - para a obtenção de precisão: a) articular a linguagem, técnica ou comum, de modo a ensejar perfeita compreensão do objetivo da lei e a permitir que

seu texto evidencie com clareza o conteúdo e o alcance que o legislador pretende dar à norma; b) expressar a idéia, quando repetida no texto, por meio das mesmas palavras, evitando o emprego de sinonímia com propósito meramente estilístico; c) evitar o emprego de expressão ou palavra que confira duplo sentido ao texto; d) escolher termos que tenham o mesmo sentido e significado na maior parte do território nacional, evitando o uso de expressões locais ou regionais; e) usar apenas siglas consagradas pelo uso, observado o princípio de que a primeira referência no texto seja acompanhada de explicitação de seu significado; f) grafar por extenso quaisquer referências feitas, no texto, a números e percentuais; f) grafar por extenso quaisquer referências a números e percentuais, exceto data, número de lei e nos casos em que houver prejuízo para a compreensão do texto; (Redação dada pela Lei Complementar nº 107, de 26.4.2001) g) indicar, expressamente o dispositivo objeto de remissão, em vez de usar as expressões anterior, seguinte ou equivalentes; (Alínea incluída pela Lei Complementar nº 107, de 26.4.2001) III - para a obtenção de ordem lógica: a) reunir sob as categorias de agregação - subseção, seção, capítulo, título e livro - apenas as disposições relacionadas com o objeto da lei; b) restringir o conteúdo de cada artigo da lei a um único assunto ou princípio;

c) expressar por meio dos parágrafos os aspectos complementares à norma enunciada no caput do artigo e as exceções à regra por este estabelecida; d) promover as discriminações e enumerações por meio dos incisos, alíneas e itens. Ou seja, os parágrafos não são meros acessórios do caput dos artigos de lei, sem poder de comando. Ao contrário, só existem e, por isso, são necessários, porque complementam o caput e estabelecem suas exceções. No caso em debate, o 1º do artigo 19 complementa o caput, para estabelecer o interstício entre cada promoção que, objetivamente, é o prazo no qual as mesmas deverão produzir efeitos jurídicos sobre a vida funcional dos servidores em suas movimentações na carreira. Assim, não há subordinação do caput sobre os parágrafos, mas sim complementariedade, pois seria ilógico dispor em um enunciado com determinado comando e em outro com direção oposta. Isso se diz porque seria absurdo que a Lei determinasse a realização anual de promoções apenas para constar e não para realizá-las. A flexibilização do caput é, portanto, meramente destinada a não vincular de forma rígida o momento e não para deixar de realizá-la com os efeitos jurídicos da periodicidade do interstício que o 1º, complementarmente, estabelece. Deixamos de desenvolver conteúdos doutrinários explicativos dos conceitos de discricionariedade, conveniência, oportunidade e motivo dos atos administrativos por considerar desnecessário fazê-lo neste momento, o que não impede de, caso se desenvolva a controvérsia, abordar essas matérias, que dão suporte às conclusões a que chegamos. Consideramos, por último, correto e adequada a recomendação da Informação nº 110/2012 de que o regulamento estabeleça a periodicidade da verificação do interstício das promoções. Mesmo que exista o parâmetro legal

para tal sua colocação em regulamento evitará controvérsias desnecessárias e demonstrará o interesse da Administração em cumprir com as promoções da carreira disciplinada pela Lei nº 13.840/2010. Era o que tínhamos, de momento, a apresentar em resposta à Consulta. Atenciosamente. Jorge Santos Buchabqui OAB-RS nº 11.516