RELATÓRIO ANUAL DE ATIVIDADES 2018

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Transcrição:

Unidade de Farmacovigilância Setúbal e Santarém (UFS) RELATÓRIO ANUAL DE ATIVIDADES 2018 Introdução I Atividades UFS 2018 I Dados UFS 2018 I Apreciação crítica dos resultados I Conclusões

ÍNDICE 1. INTRODUÇÃO... 3 1.1. Unidade de Farmacovigilância Setúbal e Santarém (UFS)... 4 2. ATIVIDADES DA UFS... 8 2.1. Atividades de Formação... 8 2.2.. Atividades de Divulgação... 10 2.3. Atividades de Investigação da UFS... 11 3. DADOS DA UFS 2018... 13 3.1. Nº total de NE provenientes da região de Setúbal e Santarém (2007-2018)... 13 3.2. Distribuição por Distrito... 13 3.3. Nº total de NE recebidas, ao nível nacional e por região, em 2018... 14 3.4. Distribuição segundo o tipo de instituição... 16 3.5. Distribuição segundo a categoria profissional do notificador... 17 3.6. Contribuição dos Delegados de Farmacovigilância... 18 3.7. Distribuição por via de notificação... 18 3.8. Distribuição de acordo com o doente... 19 3.8.1. Género do doente... 19 3.8.2. Grupo Etário do doente... 19 3.9. Distribuição de acordo com a RAM... 20 3.9.1. Grave/Não Grave... 20 3.9.2. Descrição/ não descrição em RCM (Total)... 21 3.10. Distribuição segundo a Evolução da RAM... 21 3.11. Distribuição segundo a Imputação de Causalidade... 22 3.12. Sistemas Orgânicos afetados... 22 3.13. Distribuição por Medicamento Suspeito... 24 3.13.1. Medicamentos de Marca vs Medicamentos Genéricos... 24 3.13.2. ATC 3º Nível (Subgrupo terapêutico)... 24 3.13.3. ATC de 5º nível (Entidade química)... 25 4. APRECIAÇÃO CRÍTICA DOS RESULTADOS... 26 4.1. 1º Quadrimestre... 26 4.2. 2º Quadrimestre... 27 4.3. 3º Quadrimestre... 28 5. CONCLUSÕES... 29 2

1. INTRODUÇÃO O Sistema Nacional de Farmacovigilância foi criado no ano de 1992 através do Despacho Normativo n.º 107/92. Em 2000 foi sentida a necessidade de descentralizar o sistema e foram criadas as primeiras Unidades Regionais de Farmacovigilância. Foi no ano de 2004 que, através de um protocolo celebrado entre o INFARMED, I.P. e a Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa, foi estabelecida a criação e funcionamento da Unidade de Farmacovigilância do Sul (UFS) sob a coordenação desta academia. Em Janeiro de 2017, fruto de uma reorganização do Sistema Nacional de Farmacovigilância (SNF), a Unidade de Farmacovigilância em causa passou a monitorizar a região adstrita aos Distritos de Setúbal e Santarém, transitando assim para a designação Unidade de Farmacovigilância Setúbal e Santarém, ainda que mantendo o seu acrónimo, UFS. Em Janeiro de 2018 a região monitorizada pela UFS sofreu um alargamento, com a anexação de 9 concelhos pertencentes ao distrito de Lisboa, motivado pelo desaparecimento da Unidade de Farmacovigilância do INFARMED. Enquanto parte integrante do SNF a UFS tem como missão contribuir para a proteção da saúde pública através da monitorização do perfil de segurança dos medicamentos de uso humano comercializados em território nacional. O sistema de notificação espontânea constitui uma metodologia passiva da Farmacovigilância e suporta a maioria dos Sistemas de Farmacovigilância em todo o mundo. Este método apresenta limitações importantes como seja a baixa sensibilidade consequência da subnotificação verificada e mencionada no âmbito de alguns estudos, que referem um conhecimento de apenas 6% dos episódios de reação adversa que ocorrem. Contudo, apresenta a clara vantagem de permitir a vigilância de todos os medicamentos do mercado durante todo o seu ciclo de vida e em amplas populações. A notificação espontânea permite a geração de sinais precoces e deste modo, a constituição de hipóteses a serem confirmadas com recurso a outras metodologias. Esta metodologia constitui sem dúvida um importante contributo para a adoção de medidas regulamentares que se podem traduzir na implementação de medidas de minimização de risco. 3

1.1. Unidade de Farmacovigilância Setúbal e Santarém (UFS) A região sob a responsabilidade da UFS é composta pelos Distritos de Setúbal e Santarém, com 1.284.741 habitantes (INE 2017), aos quais se adicionaram 433.609 habitantes residentes nos concelhos do distrito de Lisboa, Alenquer, Arruda dos Vinhos, Azambuja, Cadaval, Lourinhã, Mafra, Sobral de Monte Agraço, Torres Vedras e Vila Franca de Xira. Conforme tabela 1 infra. Tabela 1 Distritos/Concelhos UFS Distritos / Concelhos UFS Santarém [21] Lisboa [9] Setúbal [13] Abrantes 35.839 Alenquer 43.493 Álcacer do Sal 11.853 Alcanena 12.961 Arruda dos Vinhos 14.925 Alcochete 19.285 Almeirim 22.782 Azambuja 22.358 Almada 169.152 Alpiarça 7.155 Cadaval 13.717 Barreiro 75.715 Benavente 30.073 Lourinhã 25.674 Grândola 14.626 Cartaxo 23.855 Mafra 83.289 Moita 64.616 Chamusca 9.385 Sobral de Monte Agraço 10.408 Montijo 56.305 Constância 3.998 Torres Vedras 78.518 Palmela 64.230 Coruche 17.980 Vila Franca de Xira 141.227 Santiago do Cacém 28.892 Entroncamento 21.035 Seixal 165.971 Ferreira do Zêzere 8.056 Setúbal 116.330 Golegã 5.447 Sesimbra 51.282 Mação 6.452 Sines 13.662 Ourém 44.406 Rio Maior 20.437 Salvaterra de Magos 21.420 Santarém 57.823 Sardoal 3.778 Tomar 37.351 Torres Novas 35.208 Vila Nova da Barquinha 7.381 No que concerne aos profissionais de saúde, o nº total é de 15.575 dos quais 4.461 são médicos, a classe farmacêutica está representada por 1.976 profissionais, 8.123 são enfermeiros e ainda 1.015 são dentistas. Estão implantados nesta zona geográfica 12 Hospitais, dos quais se destacam, o Hospital de Santarém, EPE, o Centro Hospitalar Médio Tejo, EPE (Hospital Dr. Manoel Constâncio Abrantes, Hospital Nossa Senhora da Graça Tomar, Hospital Rainha Santa Isabel - Torres Novas), Centro Hospitalar Barreiro Montijo, EPE, Hospital Garcia de Orta, EPE, Hospital Litoral Alentejano, Centro Hospitalar de Setúbal, EPE (Hospital Ortopédico Sant'Iago do Outão, Hospital São Bernardo), o Hospital de Vila Franca de Xira e o hospital de Torres Vedras integrado no Centro Hospitalar do Oeste. A região apresenta, no que se refere a Cuidados Primários 53 Centros de Saúde integrados nos seguintes agrupamentos, Agrupamento de Centros de Saúde Estuário do Tejo, Agrupamento de 4

Centros de Saúde Lezíria, Agrupamento de Centros de Saúde Médio Tejo, Agrupamento de Centros de Saúde Oeste Sul, Agrupamento de Centros de Saúde Almada-Seixal, Agrupamento de Centros de Saúde Arrábida, Agrupamento de Centros de Saúde Alentejo Litoral (Unidade Local de Saúde do Litoral Alentejano, EPE), Agrupamento de Centros de Saúde Arco Ribeirinho. No que se refere a Farmácias Comunitárias, o território encontra-se coberto por 481 estabelecimentos. A região encontra-se caracterizada com mais detalhe na tabela 2 infra. Tabela 2 Caracterização da região afeta à UFS UFS REGIÂO DISTRITOS SETÚBAL SANTARÉM LISBOA TOTAIS Nº habitantes (Pordata 2017) 851.919 432.822 433.609 1.718.350 Nº Médicos (Pordata 2017) 2.590 1.063 798 4.461 Nº Farmacêuticos (Pordata 2017) 956 480 540 1.976 Nº Enfermeiros (Pordata 2016) 4.328 2.371 1.424 8.123 Nº Dentistas (Pordata 2016) 598 237 180 1.015 Hospitais (Pordata 2014) 6 4 2 12 Centros de saúde (Pordata 2011) 20 22 11 53 Farmácias (Pordata 2017) 211 167 103 481 A sua equipa multidisciplinar é constituída por elementos com experiência na área da Farmacovigilância, com formação académica de grau de mestre ou doutorado e encontra-se estruturada segundo o organigrama apresentado infra. Figura 1 Organigrama da Unidade de Farmacovigilância Setúbal e Santarém 5

A UFS estende a sua ação, de forma mais próxima dos potenciais notificadores e doentes, através dos 13 Delegados de Farmacovigilância, conforme tabela 3 infra, que colaboram na divulgação e promoção da notificação espontânea nas áreas hospitalar e comunitária. Tabela 3 Equipa de Delegados de Farmacovigilância UFS Nome Instituição de Saúde Função Drª Deolinda Matos Hospital Garcia de Orta Médica Pediatria/Comissão de Gestão do Risco Clínico Drª Maria Manuela Farmacêutica Hospitalar/Comissão de Gestão do Hospital Garcia de Orta Rodrigues Risco Clínico Drª Andreia Fernandes Hospital Garcia de Orta Farmacêutica Hospitalar/Comissão de Gestão do Risco Clínico Drª Isabel Margarida Sebastião Centro Hospitalar do Médio Tejo Farmacêutica Hospitalar/Comissão de Farmácia e Terapêutica Dr. Carlos Santos Carvalho Centro Hospitalar de Setúbal Médico Assistente Graduado em Medicina Interna /Presidente da Comissão de Farmácia e Terapêutica Dra. Isabel Ribeiro Chaves Centro Hospitalar de Setúbal Diretora dos Serviços Farmacêuticos/Comissão de Farmácia e Terapêutica Dra. Vera Manuela Batista Centro Hospitalar de Farmacêutica Hospitalar Especialista/Comissão de Setúbal Farmácia e Terapêutica Dr. Fernando Fausto Cardoso Centro Hospitalar de Setúbal Enfermeiro chefe/comissão de Gestão do Risco Clínico Dra. Vânia Barradas Centro Hospitalar Farmacêutico Hospitalar/Comissão de Farmácia e Barreiro Montijo Terapêutica Dr. Ivo Broncas ULSLA - Hospital Farmacêutico Hospitalar/Comissão de Farmácia e Terapêutica Drª Ema Paulino Grupo Holon Farmacêutica/Diretora do Grupo Holon/ Presidente da Secção Regional do Sul da Ordem dos Farmacêuticos Drª Ana Sarmento Grupo 24 Farmacêutica Comunitária Drª Joana Ferreira HVFX Farmacêutica Hospitalar A UFS possui responsabilidades na área da receção, validação, análise e avaliação das notificações espontâneas de suspeitas de reações adversas a medicamentos de uso humano provenientes de reportes de notificadores da região de Setúbal, Santarém e alguns concelhos de Lisboa. As suas atividades contemplam igualmente a divulgação da atividade da Farmacovigilância, em particular da notificação de efeitos adversos e do próprio sistema, a formação sobre esta mesma temática para a população que lhe está afeta e a elaboração e participação em projetos de carácter científico. Implementação de Sistema de Gestão da Qualidade (SGQ) A UFS em colaboração com o perito para a Qualidade implementou um SGQ em Julho 2013. Este sistema considerou 2 processos para as atividades exercidas pela UFS, um relacionado com o tratamento da notificação espontânea e outro com as ações de formação, divulgação e investigação. 6

O sistema é auditado interna e externamente com uma periodicidade anual. Durante o ano de 2018 foi realizada uma auditoria de fornecedor INFARMED, I.P. à UFS a 30.07.2018. Tratamento da Notificação Espontânea A notificação espontânea após a sua receção pela UFS é submetida a um conjunto de procedimentos, que culmina com a sua avaliação clínica pelo perito e que se encontra esquematizado no fluxograma a seguir. Utente PS Notificador Setúbal/Santarém/Lisboa Suspeita de RAM Notificação Espontânea PortalRAM Online Ficha notificação (correio, fax, email) Telefone UFS Validação Processamento Comunicação com o notificador Análise Avaliação Relatório IC Imputação Causalidade Perito clínico INFARMED Figura 2 Fluxograma simplificado do fluxo da Notificação UFS 7

2. ATIVIDADES DA UFS Apresentamos infra as atividades desenvolvidas pela UFS nas áreas de formação, divulgação e investigação durante o ano de 2018. 2.1. Atividades de Formação Durante o ano de 2018 foram realizadas 16 ações de formação no contexto da Farmacovigilância, conforme tabela 4 infra: Tabela 4 Ações de formação 2018 UFS 1 09.02 2 21.02 3 02.03 4 23.03 Data Local Duração Universidade Sénior Dom Sancho I Almada Universidade sénior Unisseixal Centro Hospitalar Barreiro Montijo Centro Hospitalar de Setúbal Nº Participantes Categorias Prof Satisfação (média) 2 h 16 Utentes 17.6 2 h 37 Utentes 17.05 2 h 29 2h 27 Médicos/Enfermeiros/Farm acêuticos/tec farmácia e radiologia Médicos/Enfermeiros/Farm acêuticos 5 06.04 USF Poente 2h 15 Médicos/Enfermeiros 18.4 6 04.05 USF São Filipe 1,5h 9 Médicos 18.75 7 25.05 8 28.05 9 19.07 10 24.08 11 12.09 12 15.11 13 29.11 14 03.12 15 05.12 16 17.12 Centro Hospitalar de Setúbal Serviço de Pediatria Hospital CUF Santarém ULSLA Hospital do Litoral Alentejano Santiago do Cacém Hospital Reynaldo dos Santos Vila Franca de Xira Hospital da Luz de Setúbal Hospital de Vila Franca de Xira Serviço de Pediatria Farmácia Fonseca Holon Seixal Reunião Delegados de Farmacovigilância Centro de Saúde de Vila Franca de Xira Farmácia Portugal, Alhos Vedros 18.0 1,5h 21 Médicos/Internos 18.83 1,5h 12 1,5h 10 Médicos/Enfermeiros/Farm acêuticos//auxiliares Médicos/Enfermeiros/Farm acêuticos NA 18.4 18.0 1,5h 6 Médicos/Enfermeiros NA 1 hora 1+1 hora 1+1 hora 7 horas 1 hora 1+1 hora 14 Médicos, Farmacêuticos, Enfermeiros e Não Profissionais de Saúde NA 11 Médicos e Estudantes 19 6 Farmacêuticos e Outros 19,2 profissionais de Saúde 5 Farmacêuticos 19 18 Enfermeiros e Médicos 18,5 3 Farmacêutico e Outro Profissional de Saúde 20 8

Caracterização e avaliação das Ações de Formação realizadas em 2018 Tabela 5- Caracterização das Ações de Formação realizadas em 2018 2018 Variável Valor Observações Nº total de ações de formação 16 Cumprido Nº total de formandos 239 Nº total de formandos sem 22 A melhorar questionário Nº de questionários de avaliação 239 da formação fornecidos Nº de questionários de avaliação 204 da formação respondidos Taxa de resposta 85,4% Satisfatório Tipo de instituição Hospital 8 Centro de Saúde 3 Farmácia Comunitária 2 Universidade 2 Outra 1 Categoria profissional participantes (n = 148) Farmacêutico 18 Médico 98 Enfermeiro 36 Outra 74 Avaliação da Ação Formação Interesse dos temas 4,63 [1, 5] Duração global da ação 4,33 [1, 5] Meios audiovisuais 4,47 [1, 5] Preletor / Domínio do tema 4,77 [1, 5] Preletor Clareza na 4,8 [1, 5] explicação Preletor / Intervenção 4,63 [1, 5] adaptada ao grupo Preletor / Fomento da 4,33 [1, 5] participação dos formandos Aplicação dos 4,6 [1, 5] conhecimentos ministrados Apreciação global 18,47 [1, 20] Pontes Fortes Clareza de exposição, domínio do tema, importância da informação. Bons exemplos e exemplos adaptados; Apresentação prática, resumida, bem estruturada; Explicação step-by-step para notificação e a identificação de situações a notificar; Incentivo à participação e discussão. Pontos a melhorar: Reduzir o tempo de formação 9

2.2. Atividades de Divulgação Durante o ano de 2018 foram realizadas as 19 seguintes ações de divulgação no contexto da Farmacovigilância: Tabela 6 Ações de divulgação 2018 UFS Natureza Observações 1 Curiosidade Científica 9 edições Divulgação mensal de artigos científicos no âmbito da Farmacovigilância com os Delegados 2 Site da UFS Atualização contínua com informação de qualidade e segurança 3 Guia de Reações Adversas Cardiovasculares Novos fascículos 4 Guia de Reações Adversas Gastrointestinais Novos fascículos 5 Facebook Divulgação regular de informação de segurança e qualidade do medicamento e sensibilização para a importância da notificação espontânea 6 LinkedIN 7 Estágio de pré-graduação 2+4 Mariana Costa (MICF) 5H/semana; Francisco Torgal (MICF) 5H/semana; Joana Coelho Diniz (MICF) 4H/dia 15 dias; Cristina Pereira Gomes (MICF) 4H/dia 15 dias; Mariana Sofia Gregório Castanheira (MICF) 4H/dia 15 dias 8 Estágio de pós-graduação - 1 Eva Carvalho 8h/dia durante 6 meses 9 Envio de e-mail de proposta de ação de formação Centros de Saúde/Universidades Senior a 03.01.2018 10 Realização de Vídeo Educast sobre o tema Reações 28.02.2018 Adversas a ser disponibilizado aos alunos da Escola Superior de Enfermagem de Lisboa 11 APFH Farmacovigilância dos biossimilares 10.03.2018 Farmacêuticos hospitalares 12 Ordem dos Farmacêuticos Norte 27.04.2018 Profissionais de saúde Avaliação de previsibilidade, gravidade e causalidade de acontecimentos adversos 13 Apresentação Farmacovigilância dos Biológicos e 09.07.2018 Biosimilares, Curso de Formação em Biossimilares para Gestores Farmacêuticos FFULisboa 14 Curso de Farmacovigilância UFS/FFULisboa 2018 6ª 8 a 23.06.2018 (27 horas) 50 participantes edição 15 Pharmacovigilance: Implications on Biopharmaceuticals 04.10.2018 (1 hora) - Course BioPharmaceuticals and Advanced Therapies FFULisboa 16 Setubal and Santarem Pharmacovigilance Centre 30.10.2018 (1 hora) - 13th Annual Meeting IMSN 17 Farmacovigilância e Segurança do Medicamento / Monitorização intensiva de segurança / Segurança na avaliação benefício-risco do medicamento 18 Identificação de eventos adversos de Medicamentos inovadores através da Metodologia da Monitorização Intensiva em Farmácias Comunitárias Comunicação oral 19 4 Pósteres Construção e Validação de Procedimentos de Farmacovigilância para a Farmácia Comunitária e Hospital / Eficácia da Monitorização Adicional nos Contracetivos Hormonais Combinados / Segurança dos Psicostimulantes na PHDA em Portugal: Resultados de Inquérito a Doentes e Notificações ao SNF 14.11.2018 (4 horas) - Módulo Opcional Análise da Utilização do Medicamento em Portugal (AUMP) Escola Nacional de Saúde Pública 10.12.2018 - Simpósio Inovação em Farmacovigilância 10.12.2018 - Simpósio Inovação em Farmacovigilância 10

2.3. Atividades de Investigação da UFS Durante o ano de 2018 a UFS esteve envolvida nas seguintes ações de investigação no contexto da Farmacovigilância: Tese Doutoramento 1. 'Patients' Reporting of Adverse Drug Reactions: Beyond Frequency Towards Pharmacovigilance Quality - A contextual and linguistic assessment of spontaneous reporting and correlated pharmacovigilance activities in two European Union countries'. Doutorando Pedro Inácio sob orientação do Prof. Doutor Afonso Cavaco Tese Mestrado 2º Ciclo 2. Parental risk perception of vaccine s adverse reactions in paediatric population and its impact on vaccine compliance: the case of Portugal since 2012 por Marta Fernandes e orientada por Profª Doutora Ana Paula Martins e Mestre Paula Barão 3. Farmacovigilância dos Biosimilares em Portugal: o exemplo do Infliximab por Sara Barbosa e orientada por Profª Doutora Ana Paula Martins e Mestre Paula Barão 4. Eficácia da Monitorização Adicional nos Contracetivos Hormonais Combinados por Catarina Calado e orientada por Profª Doutora Ana Paula Martins e Mestre Paula Barão 5. O Impacto do Sistema Nacional de Farmacovigilância no Resumo de Características do Medicamento de alguns imunomoduladores por Mariana Marta Alves Silva e orientada por Prof Doutor Manuel Rosário Caneira Silva e Mestre Paula Barão (em curso). Tese de Mestrado Integrado 6. Desenvolvimento e validação de Procedimento de Farmacovigilância para o contexto hospitalar por Mariana Costa e orientada por Profª Doutora Ana Paula Martins, Mestre Paula Barão e Mestre João Pedro Aguiar 7. Desenvolvimento e validação de Procedimento de Farmacovigilância para o contexto dos Cuidados Primários por Catarina Gomes e orientada por Profª Doutora Ana Paula Martins, Mestre Paula Barão e Mestre João Pedro Aguiar 8. Desenvolvimento e validação de Procedimento de Farmacovigilância para o contexto da Farmácia Comunitária por João Pedro Geraldes e orientada por Profª Doutora Ana Paula Martins, Mestre Paula Barão e Mestre João Pedro Aguiar 9. Concordância entre as metodologias de imputação de causalidade, introspeção global vs Algoritmo de Naranjo, com base na análise de casos notificados entre 2013 e 2017 por Carlos Miranda Costa e orientada por Profª Doutora Ana Paula Martins e Mestre Paula Barão 11

Posters 10. Sousa Ferreira P, Neres AT, Martins AP. Impact of the Healthcare Professionals and Patients/Citizens Information on the Spontaneous Report of Suspected Adverse Reactions. XIII Jornadas APDIS Bibliotecas da Saúde. Da Ciência Aberta à Investigação e Prática Clínica. 14 a 16 Março de 2018. ESTeSL Lisboa 11. Sousa Ferreira P, Aguiar JP, Martins AP. Intervenções formativas no cidadão idoso para promoção da Notificação Espontânea de Reações Adversas a Medicamentos na região de Setúbal e Santarém. III Congresso SNS: Património de todos. 18 e 19 de Maio de 2018. Convento de São Francisco, Coimbra 12. Soares MA, Neres AT, Pinheiro S, Martins AP. Segurança dos Psicostimulantes na PHDA em Portugal: Resultados de inquérito a doentes e notificações ao SNF. INOVAÇÃO em FARMACOVIGILÂNCIA 10 de Dezembro 2018 Auditório do INFARMED Parque Saúde Lisboa 13. Calado C, Sousa Ferreira P, Martins AP. Eficácia da Monitorização Adicional nos Contracetivos Hormonais Combinados. INOVAÇÃO em FARMACOVIGILÂNCIA 10 de Dezembro 2018 Auditório do INFARMED Parque Saúde Lisboa 14. Geraldes JP, Aguiar JP, Sousa Ferreira P, Martins AP. Desenvolvimento e Validação de um Procedimento de Farmacovigilância para o contexto da Farmácia Comunitária. INOVAÇÃO em FARMACOVIGILÂNCIA 10 de Dezembro 2018 Auditório do INFARMED Parque Saúde Lisboa 15. Costa M, Aguiar JP, Sousa Ferreira P, Martins AP. Desenvolvimento e Validação de um Procedimento de Farmacovigilância para o contexto Hospitalar. INOVAÇÃO em FARMACOVIGILÂNCIA 10 de Dezembro 2018 Auditório do INFARMED Parque Saúde Lisboa Comunicações Orais 16. Carla Torre. Identificação de eventos adversos de Medicamentos inovadores através da Metodologia da Monitorização Intensiva em Farmácias Comunitárias. INOVAÇÃO em FARMACOVIGILÂNCIA 10 de Dezembro 2018 Auditório do INFARMED Parque Saúde Lisboa 17. Paula Barão Sousa Ferreira e Rita da Mota Alves. Setubal and Santarem Pharmacovigilance Centre. 13th Annual Meeting IMSN. 30 de Outubro de 2018. Cascais. Lisboa. 12

3. DADOS DA UFS 2018 3.1. Nº total de NE provenientes da região de Setúbal e Santarém (2007-2018) O número total de notificações espontâneas (NE) rececionadas pela UFS em 2018 foi de 490 (total de 502 a que se retiram os casos inválidos) tendo-se verificado um crescimento de 151% relativamente ao ano anterior (2017). Esta variação pode ser essencialmente atribuída às ações de divulgação e formação realizadas pela UFS e INFARMED, ao trabalho desenvolvido pelos novos Delegados de Farmacovigilância, nos Hospitais e Farmácias Comunitárias da região de Setúbal e Santarém e pela anexação de 9 Concelhos do distrito de Lisboa à região adstrita à UFS. [2017/1.304.292 hab; 2018/1.718.350 hab] 600 500 490 400 300 200 100 77 77 124 84 98 78 84 168 60 82 195 0 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 Figura 3 Evolução do nº total de notificações recebidas anualmente provenientes da região de Setúbal e Santarém entre 2007 e 2018 3.2. Distribuição por Distrito Em 2018, a UFS recebeu NE dos vários Distritos que lhe estão atribuídos, tendo sido a região de Setúbal aquela que mais contribuiu para os casos reportados à UFS (73% n=358), seguindo-se o Distrito de Lisboa (14% n=67), representado apenas por 9 concelhos e finalmente, com uma contribuição mais tímida, Santarém (13% n=65). 13

14% 13% 73% Lisboa Santarém Setúbal Figura 4 Distribuição das NE recebidas pela UFS em 2018 segundo o distrito do notificador 3.3. Nº total de NE recebidas, ao nível nacional e por região, em 2018 O número total de notificações espontâneas recebidas em território nacional tem apresentado sempre uma tendência de crescimento, com o ano de 2018 a apresentar um total de 10.781 casos (via direta + via indireta) o que revela um crescimento de 77% face a 2017. A via direta (UF) foi responsável por cerca de 32,4% (n=3489) deste valor e a Indústria (via indireta) pelos restantes 67,6%. No que se refere à distribuição regional da notificação por via direta a destacar Porto e Lisboa com os valores mais expressivos, segundo figura 5. 2017 2018 800 700 600 500 400 300 200 100 0 404 363 751 685 403 520 83 187 556 740 502 195 199 306 166 74 Figura 5 Nº total de notificações recebidas pelo sistema de farmacovigilância em Portugal no presente ano 2018 em comparação com o ano anterior, 2017 14

A UFS alcançou em 2018 um índice de 292 NE/10 6 hab, continuando a superar o objetivo da OMS de, 200 a 300 NE/10 6 hab/ano, para um Sistema de Farmacovigilância eficaz e que, coincide com o indicador contratado com o INFARMED. De salientar a excelente performance da totalidade das Unidades, com destaque para as Unidades do Porto e Lisboa a apresentarem um índice que supera significativamente os objetivos estabelecidos. Tabela 7- Índice NE/ano/milhão de hab. para as URF em 2018 2018 UFG UFP UFC UFBI UFL UFS UFAA UFA População afeta 1.437.034 1.816.045 1.614.830 735.046 1.823.357 1.718.350 889.576 246.102 Nº Total de NE 404 751 520 187 740 502 306 42 NE/10 6 Habitantes 281 414 322 254 406 292 344 171 15

3.4. Distribuição segundo o tipo de instituição Representando cerca de 57% (NE=280) do total das NE recebidas, o Hospital foi a instituição de saúde que maior número de casos de RAM reportou à UFS, em 2018, seguido dos Centros de Saúde (16%) (NE=77), da Farmácia Comunitária (11%) (NE=55) e das Clínicas (0,61%) (NE=3). De salientar que a categoria Outros correspondeu a notificações da autoria de Utentes e que por este facto não possui uma instituição associada. Esta categoria apresentou um valor de 15% (NE=75). 1% 15% 11% 16% 57% Hospital Farmácia comunitária Outros Centros de Saúde Clínica Figura 6 Distribuição das NE recebidas pela UFS em 2018 segundo o tipo de instituição do notificador Considerando o aumento global do número de notificações era já expectável que nesta análise fosse encontrado esse mesmo crescimento refletido para cada uma das instituições. 280 260 240 220 200 180 160 140 120 100 80 60 40 20 0 80 280 2017 2018 55 30 24 Hospital Farmácia Centro de Saúde 77 75 51 Outros Figura 7 Evolução da distribuição das NE recebidas pela UFS segundo o tipo de instituição do notificador 16

3.5. Distribuição segundo a categoria profissional do notificador O Médico foi, em 2018, o principal notificador à UFS, tendo sido responsável por cerca de 56% (n=272) das notificações. A participação do Farmacêutico expressou-se em 21% (n=105) dos reportes e o Utente foi responsável pela comunicação de 15% (n=75) dos casos, tendo já ultrapassado a classe dos Enfermeiros que apenas contribuíram com 33 (7%) notificações de casos em 2018. Enfermeiro 7% Outro 1% Utente 15% Farmacêutico 21% Médico 56% Figura 8 Distribuição das NE recebidas pela UFS em 2018 segundo a categoria profissional do notificador Mais uma vez, considerando o aumento global do número de notificações era já expectável que nesta análise fosse encontrado esse mesmo crescimento refletido para cada uma das categorias do notificador. De salientar o significativo aumento (616%) verificado no grupo dos Médicos, fundamentado pelo Protocolo estabelecido com o Serviço de Imunoalergologia do Centro Hospitalar de Setúbal. 2017 2018 300 250 272 200 150 100 50 0 105 87 75 52 38 33 15 Farmacêutico Médico Enfermeiro Utente Figura 9 Evolução da distribuição das NE recebidas pela UFS segundo a categoria profissional do notificador 17

3.6. Contribuição dos Delegados de Farmacovigilância O número de casos notificados diretamente pelos Delegados de Farmacovigilância, 23 (4,7%) assume um valor pouco significativo, contudo, a ação destes colaboradores não se reflete apenas nas suas notificações mas também nas comunicações provenientes da sua instituição, uma vez que a sua ação de estende à divulgação e formação sobre a importância da atividade da Farmacovigilância. Tabela 8 Distribuição das NE recebidas pela UFS em 2018 segundo a instituição dos Delegados Instituição Unidade Local de Saúde do Litoral Alentejano Delegados Nº/Categoria Notificações Frequência 1 / Farmacêutico 4 Centro Hospitalar de Setúbal 4 / 1Médico+1Enfermeiro+2Farmacêuticos 186 / 5+181 Protocolo Centro Hospitalar do Barreiro Montijo 1 / Farmacêutico 15 Hospital Garcia da Orta 3 / 1Médico+2Farmacêuticos 36 Centro Hospitalar Médio Tejo 1 / Farmacêutico 0 Hospital de Vila Franca de Xira 1 / Farmacêutico 34 Grupo Holon 1 / Farmacêutico 2 Grupo 24 1 / Farmacêutico 5 TOTAL = 101 (21%) 3.7. Distribuição por via de notificação A principal via de notificação no ano de 2018 foi a notificação online disponível no PortalRAM com 45% (221), seguida do Protocolo de Imunoalergologia com 37% (181) e em 3º lugar surge o Telefone com 7% (36). O destaque do telefone como via de notificação poder-se-á atribuir à ação do Utente, fomentada pela referência ao contacto telefónico do Infarmed, para efeitos de reporte de reações adversas, no Folheto Informativo (FI). De salientar a ausência de notificações por Correio e Fax. O PortalRAM registou um crescimento de 1005% face a 2017. 181 14 3 10 36 15 Site Telefone Infarmed Portal RAM 221 Email Protocolo Reuma.PT 10 Outra Figura 10 Distribuição das NE recebidas pela UFS em 2018 segundo a via de notificação 18

3.8. Distribuição de acordo com o doente 3.8.1. Género do doente O género feminino apresentou, como expectável, a maior incidência de reações adversas, que poderemos associar às características farmacocinéticas e farmacodinâmicas próprias deste género, assim como, ao maior consumo de cuidados de saúde em geral e de medicamentos em particular, que torna este grupo mais vulnerável a RAM. Masculino 34% Feminino 66% Figura 11 Distribuição das NE recebidas pela UFS em 2018 segundo o género do doente 3.8.2. Grupo Etário do doente Os grupos etários mais atingidos por reações adversas durante o ano de 2018 na região de Setúbal e Santarém foram os dos indivíduos com idade superior a 65 anos (25% n=120) e entre os 18 e os 65 anos (55% n=270). A faixa etária dos idosos apresenta uma elevada incidência pela sua vulnerabilidade, alterações fisiológicas e polimedicação. A faixa dos adultos por serem os maiores utilizadores dos grupos de fármacos de maior risco. 1% 6% 8% 25% 3% 0% 55% Adulto Idoso Bebé Criança Desconhecida Adolescente Recém-nascido Figura 12 Distribuição das NE recebidas pela UFS em 2018 segundo o grupo etário do doente 19

3.9. Distribuição de acordo com a RAM 3.9.1. Grave/Não Grave 44% 56% Graves Não Graves Figura 13 Distribuição das NE recebidas pela UFS em 2018 segundo a gravidade da RAM A distribuição dos casos segundo a sua gravidade revela-nos que a taxa de casos graves (56%), apresentada em 2018, ainda não aproximou suficientemente, como desejaríamos, a UFS do indicador contratado com o INFARMED, I.P. Destes foram identificados 119 casos com termos MedDRA pertencentes à IME list e 72 com termos da DME list. Evolução de RAM Graves 2017-2018 O gráfico infra reflete o esforço que tem sido realizado pela UFS no sentido de atingir os 70% de casos graves e, como se pode observar, de 2017 para 2018 verificou-se um aumento da taxa de notificação de casos graves de 34% para 56%. 66% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% 34% Graves 56% Não graves 45% 2017 2018 Figura 14 Evolução da distribuição das NE recebidas pela UFS segundo a gravidade da RAM 20

3.9.2. Descrição/ não descrição em RCM (Total) Face ao ano anterior, verificou-se uma manutenção da percentagem de casos cujas RAM não se encontram descritas em RCM, cerca de 30%. 600 500 400 148 300 200 100 0 69 338 119 2017 2018 Descrita no RCM Não descrita no RCM Figura 15 Distribuição das NE recebidas pela UFS em 2017 e 2018 segundo o conhecimento prévio da RAM 3.10. Distribuição segundo a Evolução da RAM 0% 1% 13% 4% 7% Cura Desconhecida Em recuperação Persiste sem recuperação Cura com sequelas 75% Morte Figura 16 Distribuição das NE recebidas pela UFS em 2018 segundo a evolução da RAM No ano de 2018, a parcela maior é de 75% para os casos reportados que evoluíram para Cura. De salientar que o número de casos com evolução Desconhecida é significativo o que reflete dificuldades por parte dos notificadores no acompanhamento dos doentes. Foram notificados 4 casos de Morte no ano em análise. 21

3.11. Distribuição segundo a Imputação de Causalidade 41 6 188 248 Possível Provável Definitiva Improvável Figura 17 Distribuição das NE recebidas pela UFS em 2018 segundo a imputação de causalidade atribuída aos casos A Imputação de Causalidade dos casos do ano de 2018 encontra-se distribuída, em cerca de 89% dos casos, pelos valores de probabilidade da escala de causalidade: Provável e Possível. Com avaliação Definitiva 8,4% dos casos e Improvável 1,2%. Estes dados confirmam o facto de os notificadores concretizarem o seu reporte apenas quando se encontram seguros da relação causal entre o medicamento suspeito e a RAM. 3.12. Sistemas Orgânicos afetados As NE recebidas na UFS, em 2018, prenderam-se na sua maioria com casos de RAM referentes a Afeções cutâneas e subcutâneas, Perturbações gerais e alterações no local de administração, Doenças gastrointestinais, e Perturbações do sistema nervoso. Tabela 9 Distribuição das NE recebidas pela UFS em 2018 segundo o termo MedDRA SOC das RAM (n=846) SOC Termos MedDRA SOC Frequência SOC1 Doenças do sangue e do sistema linfático 9 SOC2 Doenças cardíacas 16 SOC3 Afeções congénitas, familiares e genéticas 0 SOC4 Afeções do ouvido e do labirinto 4 SOC5 Doenças endócrinas 0 SOC6 Afeções oculares 21 SOC7 Doenças gastrointestinais 111 SOC8 Perturbações gerais e alterações no local de administração 130 SOC9 Afeções hepatobiliares 4 22

SOC10 Doenças do sistema imunitário 18 SOC11 Infeções e infestações 14 SOC12 Complicações de intervenções relacionadas com lesões e intoxicações 9 SOC13 Exames complementares de diagnóstico 14 SOC14 Doenças do metabolismo e da nutrição 11 SOC15 Afeções musculosqueléticas e dos tecidos conjuntivos 23 SOC16 Neoplasias benignas malignas e não especificadas (incl.quistos e polipos) 2 SOC17 Doenças do sistema nervoso 75 SOC18 Situações na gravidez, no puerpério e perinatais 1 SOC19 Problemas de produtos 22 SOC20 Perturbações do foro psiquiátrico 19 SOC21 Doenças renais e urinárias 11 SOC22 Doenças dos órgãos genitais e da mama 7 SOC23 Doenças respiratórias, torácicas e do mediastino 62 SOC24 Afeções dos tecidos cutâneos e subcutâneos 235 SOC25 Circunstâncias sociais 0 SOC26 Procedimentos cirúrgicos e médicos 0 SOC27 Vasculopatias 28 Total 846 Perturbações do foro psiquiátrico Afeções oculares Problemas com produtos Afecções musculosqueléticas e dos tecidos conjuntivos Vasculopatias 2,20% 2,50% 2,60% 2,70% 3,30% Doenças respiratórias, torácicas e do mediastino Doenças do sistema nervoso 7,30% 8,90% Doenças gastrointestinais Perturbações gerais e alterações no local de administração 13,10% 15,40% Afeções dos tecidos cutâneos e subcutâneos 27,80% Figura 18 Distribuição das NE recebidas pela UFS em 2018 segundo o Top 10 dos termos MedDRA SOC das RAM 23

3.13. Distribuição por Medicamento Suspeito 3.13.1. Medicamentos de Marca vs Medicamentos Genéricos As NE recebidas na UFS em 2018 foram maioritariamente atribuídas a medicamentos de marca (44%), sendo 18% dos casos associados a medicamentos genéricos. Registaram-se ainda situações (38%) em que a RAM foi atribuída apenas à substância (s) ativa (s), sendo desconhecida a sua marca ou laboratório. 44% 38% N = 490 18% Não identificado Medicamentos Genéricos Medicamentos de Marca Figura 19 Distribuição das NE recebidas pela UFS em 2018 segundo a natureza do medicamento suspeito 3.13.2. ATC 3º Nível (Subgrupo terapêutico) Em 2018, na região da UFS, os ATC de 3º nível geradores de maior nº de casos de reações adversas notificadas, responsáveis por 1/3 dos medicamentos notificados, foram Antiinflammatory and antirheumatic products, non-steroids, Beta-lactam Antibacterials, Penicillins, Analgesics - Other analgesics and antipyretics e Antineoplastic Agents - Other antineoplastic agents. Tabela 10 - Distribuição das NE recebidas pela UFS em 2018 segundo o ATC 3º nível do medicamento suspeito (TOP 15) (n=554) ATC 3º Nível (WHO) Frequência (%) M01A / Antiinflammatory and antirheumatic products, non-steroids 72 13% J01C / Beta-lactam Antibacterials, Penicillins 55 9,93% N02B / Analgesics - Other analgesics and antipyretics 37 6,68% 24

ATC 3º Nível (WHO) Frequência (%) L01X / Antineoplastic Agents - Other antineoplastic agents 18 3,24% J07B / Viral Vaccines 17 3,07% J07A / VACCINES - Bacterial vaccines 15 2,71% L04A / Immunosuppressants 15 2,71% N02A / Opioids 15 2,71% J01F / Macrolides, Lincosamides And Streptogramins 14 2,53% N03A / Antiepileptics 13 2,35% C09A / Ace Inhibitors, Plain 12 2,17% C10A / LIPID MODIFYING AGENTS - Lipid modifying agents, plain 11 1,99% A10B / Blood Glucose Lowering Drugs, Excl. Insulins 11 1,99% B01A / ANTITHROMBOTIC AGENTS - Antithrombotic agents 11 1,99% J01M / Quinolone Antibacterials 11 1,99% 3.13.3. ATC de 5º nível (Entidade química) Em 2018 na região da UFS, os ATC de 5º nível, geradores de maior nº de casos de reações adversas notificadas, foram: Amoxicillin and beta-lactamase inhibitor, Ibuprofen, Diclofenac, amoxicillin e levobupivacaine. rituximab immunoglobulins, normal human, for intravascular adm. clarithromycin ciprofloxacin azithromycin paracetamol Metamizol sodium Pyrazolones levobupivacaine amoxicillin diclofenac ibuprofen amoxicillin and beta-lactamase inhibitor 7 7 7 8 9 9 9 10 10 15 15 26 34 Figura 20 Distribuição das NE recebidas pela UFS em 2018 segundo o ATC 5º nível do medicamento suspeito (TOP 13) (n=554) 25

4. APRECIAÇÃO CRÍTICA DOS RESULTADOS De seguida, são apresentadas as apreciações críticas referentes ao desempenho da UFS durante o ano de 2018. 4.1. 1º Quadrimestre A apreciação global dos resultados obtidos pela UFS no 1º quadrimestre de 2018, considerando os indicadores contratados, foi considerada favorável, uma vez que a taxa de execução global calculada apresentou um valor de 95%, valor que revelou um crescimento significativo face às taxas de execução global alcançadas, pela UFS em 2017, 67%/66%/59%. Este resultado foi essencialmente suportado pelo franco crescimento da taxa de notificação global e da taxa de RAM graves, face aos anteriores quadrimestres. Esta variação pode ser atribuída à renovação e divulgação do PortalRAM, ao protocolo de colaboração encetado com o Serviço de Imunoalergologia do Centro Hospitalar de Setúbal, ao número significativo de ações de formação e divulgação realizadas no ano transato, aos novos concelhos atribuídos à UFS e ao recrutamento de 2 novos Delegados de Farmacovigilância. O resultado obtido expressou igualmente o incumprimento de alguns indicadores, designadamente, os referentes à taxa de RAM com imputação de causalidade atribuída, à taxa de RAM com imputação de causalidade atribuída no prazo 30dias para as graves, à taxa de notificações de RAM (iniciais) finalizadas na base de dados no prazo de 7 dias e às taxas de distribuição de notificação por instituição de saúde e por profissional de saúde. Esta falta de compliance pôde ser atribuída à redução temporária de recursos humanos, verificada na Unidade. Assim, os indicadores acima referidos constituíram aspetos em melhoria no quadrimestre seguinte, designadamente através das seguintes medidas: Completar a equipa na UFS Melhorar a monitorização dos prazos de execução de atividades contratadas Novos protocolos com serviços hospitalares de Imunoalergologia/Oncologia/Infeciologia/outros Renovação da notificação online do site da UFS Recrutamento de Delegados nos Hospitais de Santarém e Torres Vedras Colaboração grupo Holon/Ordem Farmacêuticos Conclusão e distribuição dos Procedimentos FV Intensificação e diversificação das ações de formação Hospitais e Clínicas privados, Misericórdias, Juntas de freguesia, Centros de dia/lares, Bombeiros, Paróquias, Escolas de Saúde, outros Intensificação dos estágios Cursos dirigidos aos Delegados de Farmacovigilância Cursos de Farmacovigilância e SGQ Participação em Congressos/Jornadas/outros Realização de Journal Club Distribuição de cartazes 26

4.2. 2º Quadrimestre A apreciação global dos resultados obtidos pela UFS no 2º quadrimestre de 2018, considerando os indicadores contratados, foi considerada favorável uma vez que a taxa de execução global calculada apresentou um valor de 91%, valor que, apesar de menor do que o alcançado no quadrimestre anterior (95%) continuou a corresponder aos objetivos estabelecidos e mais uma vez revelou um crescimento face às taxas de execução global alcançadas, pela UFS em 2017, 67%/66%/59%. Estes resultados continuam a poder ser atribuídos à renovação e divulgação do PortalRAM, ao protocolo de colaboração encetado com o Serviço de Imunoalergologia do Centro Hospitalar de Setúbal, ao número significativo de ações de formação e divulgação realizadas no ano transato, aos novos concelhos atribuídos à UFS e ao recrutamento de 2 novos Delegados de Farmacovigilância. Adicionalmente, o recrutamento de um novo elemento (Técnico de Farmacovigilância) para a Unidade constituiu um fator consolidador desta melhoria nos resultados. Neste 2º quadrimestre gostaríamos de assinalar o cumprimento integral (100%), não alcançado no anterior quadrimestre, dos indicadores relativos à distribuição da taxa de RAM por profissionais e instituições de saúde, e dos relacionados com a imputação de causalidade e finalização dentro dos prazos estipulados. O resultado obtido expressou igualmente o incumprimento de alguns indicadores, designadamente, os referentes à taxa de notificação de RAM e à taxa de RAM graves. Esta falta de compliance pôde ser atribuída ao período de férias que caracterizou este 2º quadrimestre do ano. O indicador relativo à Taxa de Follow-up's finalizados na base de dados no prazo de 10 dias atingiu apenas o valor de 98%, o que motivou uma maior atenção por parte da UFS à informação transmitida tardiamente pelos notificadores via eletrónica. Assim, os indicadores acima referidos constituiram aspetos em melhoria no quadrimestre seguinte, designadamente através das seguintes medidas: Melhorar a monitorização dos prazos de execução de atividades contratadas Novos protocolos com serviços hospitalares de Imunoalergologia/Oncologia/Infeciologia/outros Renovação da notificação online do site da UFS Recrutamento de Delegados nos Hospitais de Santarém e Torres Vedras Colaboração grupo Holon e Ordem Farmacêuticos (Geração Saudável) Conclusão e distribuição dos Procedimentos FV Intensificação e diversificação das ações de formação Hospitais e Clínicas privados, Misericórdias, Juntas de freguesia, Centros de dia/lares, Bombeiros, Paróquias, Escolas de Saúde, outros Intensificação dos estágios Cursos dirigidos aos Delegados de Farmacovigilância Cursos de Farmacovigilância e SGQ Participação em Congressos/Jornadas/outros Realização de Journal Club Distribuição de cartazes 27

4.3. 3º Quadrimestre A apreciação global dos resultados obtidos pela UFS no 3º quadrimestre de 2018, considerando os indicadores contratados, foi considerada muito favorável uma vez que a taxa de execução global calculada apresentou um valor de 95%, valor que superou os 91% alcançados no quadrimestre anterior e que continua a corresponder aos objetivos estabelecidos contratualmente. Esta taxa de execução global revelou ainda um crescimento muito significativo face às taxas de execução global alcançadas, pela UFS em 2017, 67%/66%/59%. Estes resultados continuam a poder ser atribuídos à renovação e divulgação do PortalRAM, ao protocolo de colaboração encetado com o Serviço de Imunoalergologia do Centro Hospitalar de Setúbal, ao número significativo de ações de formação e divulgação realizadas no ano transato, aos novos concelhos atribuídos à UFS e ao recrutamento de 2 novos Delegados de Farmacovigilância. Adicionalmente, o recrutamento de um novo elemento (Técnico de Farmacovigilância) para a Unidade constituiu um fator consolidador desta melhoria nos resultados. No 3º quadrimestre foi pertinente assinalar o cumprimento integral (100%) da totalidade dos indicadores constantes do contrato, à exceção do valor referente à taxa de notificações graves (cumprimento de 81%), que ainda assim com um valor de 57% esteve acima do que tem sido a performance mais recente do SNF no seu todo, com uma média de 55%. Assim, os indicadores acima referidos continuaram a constituir aspetos em manutenção ou melhoria no quadrimestre seguinte, designadamente através das seguintes medidas: Novos protocolos com serviços hospitalares de Imunoalergologia/Oncologia/Infeciologia/outros Recrutamento de Delegados nos Hospitais de Santarém e Torres Vedras Colaboração grupo Holon e Ordem Farmacêuticos Conclusão e distribuição dos Procedimentos FV Intensificação e diversificação das ações de formação Hospitais e Clínicas privados, Misericórdias, Juntas de freguesia, Centros de dia/lares, Bombeiros, Paróquias, Escolas de Saúde, outros Intensificação dos estágios Cursos dirigidos aos Delegados de Farmacovigilância Cursos de Farmacovigilância e SGQ Participação em Congressos/Jornadas/outros Realização de Journal Club Distribuição de cartazes 28

5. CONCLUSÕES A taxa de notificação na UFS em 2018 sofreu um crescimento muito significativo, de 151%, face ao ano anterior, esta variação pode ser essencialmente atribuída à renovação e divulgação do PortalRAM, ao protocolo de colaboração encetado com o Serviço de Imunoalergologia do Centro Hospitalar de Setúbal, ao número significativo de ações de formação e divulgação realizadas no ano transato, aos novos concelhos atribuídos à UFS e ao recrutamento de 2 novos Delegados de Farmacovigilância. Adicionalmente, o recrutamento de um novo elemento (Técnico de Farmacovigilância) para a Unidade constituiu um fator consolidador desta melhoria nos resultados. O índice alcançado em 2018 pela UFS foi de 292 NE/10 6 hab, considerado muito satisfatório segundo os critérios da OMS e do INFARMED, o que nos aponta para a premência de o manter. Em 2018 na região sob a responsabilidade da UFS verificou-se um crescimento na participação da generalidade das instituições de saúde, com o Hospital a destacar-se como principal fonte de notificação (57%), contudo, consideramos que os Centros de Saúde (16%) e as Farmácias Comunitárias (11%) apresentam uma contribuição muito aquém do seu potencial, o que nos indica a necessidade de dirigir a sensibilização e formação para os profissionais destes níveis de cuidados. Na região de Setúbal e Santarém em 2018 verificou-se que a contribuição para a NE dos farmacêuticos (21%) e enfermeiros (7%) é muito limitada face à dos médicos (56%), o que implica uma atenção reforçada a estes profissionais durante o ano de 2019. No ano de 2018 a UFS registou 75 notificações realizadas por utentes, registando-se assim um aumento de 44% face a 2017. Estas foram essencialmente realizadas via telefone. Esta constitui uma área a continuar a promover pela UFS através de estratégias criativas. A influência dos delegados de farmacovigilância para a NE em 2018 exprimiu-se em 21% o que nos mostra a relevância destes colaboradores para a atividade da UFS, Em 2018 a via preferencial para a NE foi o PortalRAM (45%) assinalando um crescimento relativamente ao ano transato de 1005%. O telefone surge curiosamente em 3º lugar, com 7%, tendo sido a via preferencial da notificação pelo Utente. A quota de casos graves em 2018 (56%), revela um crescimento face ao ano anterior (34%), contudo, apresenta-se ainda abaixo do objetivo proposto pelo INFARMED, o que nos alerta para a necessidade de, por um lado, aumentar a participação dos médicos e enfermeiros hospitalares na notificação e, por outro, aumentar a sensibilidade dos delegados de Farmacovigilância para este aspeto. Ainda assim este valor de 57% está acima do que tem sido a performance mais recente do SNF no seu todo, com uma média de 55%. A notificação espontânea continua a mostrar-se potencialmente relevante para a identificação de novas reações adversas, uma vez que se encontrou uma taxa de 30% de reações notificadas não descritas. O perfil do doente mais atingido por reações adversas no ano de 2018 foi do género feminino e do grupo etário dos adultos. 29

A distribuição da taxa de notificação em 2018 mostra-nos que o distrito de Santarém (13%) foi o menos participativo alertando-nos para a necessidade de incidir de forma mais intensiva as ações de sensibilização e formação para esta zona geográfica. Os ATC de 3º nível mais associados a RAM em 2018 foram, Antiinflammatory and antirheumatic products, non-steroids, Beta-lactam Antibacterials, Penicillins, Analgesics - Other analgesics and antipyretics e Antineoplastic Agents - Other antineoplastic agents, o que nos chama a atenção para o interesse que poderá constituir o desenvolvimento de estudos para aprofundamento do conhecimento do perfil de segurança destes grupos de medicamentos. Os sistemas orgânicos mais atingidos por RAM foram, em 2018, Afeções cutâneas e subcutâneas, Perturbações gerais e alterações no local de administração, Doenças gastrointestinais, e Perturbações do sistema nervoso, pela ordem indicada. A evolução das reações foi na sua maioria para cura (75%), tendo-se verificado 13% de casos com evolução desconhecida o que reflete as dificuldades existente no acompanhamento posterior dos doentes, pelos notificadores. A relação causal entre o medicamento e a reação foi avaliada em 89% dos casos como possível ou provável o que reflete a segurança das suspeitas dos notificadores. A Unidade de Farmacovigilância Setúbal e Santarém apresentou uma performance em 2018 muito satisfatória, tendo alcançado a maioria dos indicadores contratados e demonstrado assim capacidade e competência para monitorizar a segurança dos medicamentos na região, que muito recentemente, lhe foi atribuída. 30