Parecer CME nº. 01/2011 Orientações sobre a não retenção e progressão continuada nos anos iniciais do ensino fundamental conforme a Resolução CNE nº 07/2010. I.HISTÓRICO O, criado através da Lei Municipal nº 1424 de 19 de Dezembro de 2001, que tem como um dos seus principais objetivos pensar a educação municipal através de seus diversos aspectos pedagógicos e administrativos. Cabe também a este Conselho o papel de articulador de estratégias e normas para o bom funcionamento do processo educacional. II. RELATÓRIO Em decorrência e ciente da Lei Federal nº 11.114, do dia 16 de maio de 2005, que torna obrigatória a matrícula das crianças de 6(seis) anos de idade no Ensino Fundamental, pela alteração dos artigos 6, 32 e 87 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei nº 9.394/1996), medida que incide na antecipação da idade escolar e na definição do direito à educação e do dever de educar de forma a exigir providências das famílias, escolas, mantenedoras públicas e privadas e dos órgãos normativos e e de supervisão dos sistemas de ensino, e no uso de suas atribuições, busca estabelecer uma orientação sobre a não retenção nos anos iniciais do ensino básico. Tendo como base a Resolução CNE nº. 07/2010, que estabelece no artigo 29 A necessidade de assegurar aos alunos um percurso contínuo de aprendizagens torna imperativa a articulação de todas as etapas da educação, especialmente do Ensino Fundamental com a Educação Infantil, dos anos iniciais e dos anos finais no interior do Ensino Fundamental, bem
como do Ensino Fundamental com o Ensino Médio, garantindo a qualidade da Educação Básica Estabelecendo os primeiros anos do Ensino Básico como um bloco onde 1º, 2º e 3º anos estão diretamente conectados e as aprendizagem constroem-se de maneira contínua conforme o Art. 30º Inciso I da Resolução CNE nº. 07/2010, que ressalta ainda que os três anos iniciais do Ensino Fundamental devem assegurar: a alfabetização e o letramento; o desenvolvimento das diversas formas de expressão, incluindo o aprendizado da Língua Portuguesa, a Literatura, a Música e demais Artes, a Educação Física, assim como o aprendizado da Matemática, da Ciência, da História e da Geografia; a continuidade da aprendizagem, tendo em conta a complexidade do processo de alfabetização e os prejuízos que a repetência pode causar no ensino fundamental como um todo e, particularmente,na passagem do primeiro para o segundo ano de escolaridade e deste para o terceiro. Nos primeiros anos do processo escolar a criança necessita de experiências concretas e através destas estabelecer relações com novos conhecimentos, por meio do brincar e de todo o processo lúdico a criança desenvolve muitas das habilidades necessárias para a uma aprendizagem realmente significativa. Sabendo-se da necessidade de aprendizagem realmente significativa torna-se imprescindível que este momento seja cada vez mais lúdico e agradável para a criança. A partir destas colocações é necessário ter-se clareza a cerca das funções dos primeiros anos do ensino básicos, estabelecendo assim um currículo mínimo e uma proposta de ensino para estes anos iniciais. A Resolução CNE nº. 07/2010, no artigo 24º ressalta a relevância de estabelecer um currículo que favoreça a sua contextualização e aproxime o processo educativo das experiências dos alunos. A formação dos professores e a construção de uma assessoria permanente também fazse necessário já que precisamos que o processo educativo dos alunos seja avaliado de acordo com um processo de aprendizagem continuo. O aperfeiçoamento dos professores esta garantido nos termos da lei através do Art. 67º da LDB no qual: Os sistemas de ensino promoverão a valorização dos profissionais da educação assegurando-lhes, inclusive nos termos dos
estatutos e dos planos de carreira do magistério público: (.) II aperfeiçoamento profissional continuado, inclusive com licenciamento periódico remunerado para esse fim. Partindo do Art. 32º da Resolução CNE nº. 07/2010, o processo avaliativo deve ser realizado pelos professores e pela escola como parte integrante da proposta curricular e da implementação do currículo, é redimensionadora da ação pedagógica e deve assumir um carácter processual, formativo e participativo, ser contínua, cumulativa e diagnóstica. Com vistas a identificar as potencialidades e dificuldades de aprendizagem e detectar problemas de ensino; utilizar vários instrumentos e procedimentos, tais como a observação, o registro descritivo e reflexivo, os trabalhos individuais e coletivos, os portfólios, exercícios, provas, questionários, dentre outros, tendo em conta a sua adequação à faixa etária e às características de desenvolvimento do educando. A avaliação deste processo educativo precisa dar-se através de relatórios de progressos que demonstrem as características e históricos das expectativas de aprendizagens próprias das crianças. III.ENCAMINHAMENTOS Diante destes elementos apresentados anteriormente o Conselho Municipal de Educação de Eldorado do Sul vem através deste orientar os órgãos competentes sobre a progressão continuada nos primeiros anos do ensino fundamental (1º, 2º e 3º ano) estabelecendo um bloco pedagógico único inicial do Ensino Fundamental. 1. Em busca de um processo contínuo de aprendizagem, é necessária a articulação entre as etapas da educação infantil com o bloco dos primeiros anos iniciais do ensino fundamental. Sendo assim, ressalta-se a importância do caráter lúdico nesta etapa devendo ser uma metodologia presente nas práticas pedagógicas. 2. Ressaltando a importância de construir um parâmetro curricular básico próprio deste município, através de reuniões com professores, gestores e supervisores da rede para discussão e estabelecimento de tais parâmetros. Nesta construção, fica a necessidade de estabelecer as expectativas de aprendizagem para cada ano deste bloco pedagógico inicial.
3. O processo avaliativo merece atenção, pois será certamente através deste que a escola terá claramente o nível de desenvolvimento cognitivo individual dos alunos, podendo assim realizar novas e diferentes estratégias para ampliar este aprendizado. Este processo efetiva-se mediante a construção de Pareceres Descritivos do Desenvolvimento do Aluno nos seguintes aspectos: afetivo, cognitivo e psicomotor. Continuando assim, um documento permanente no histórico escolar. 4. A formação continuada deste grupo de profissionais atuantes neste bloco pedagógico torna-se fundamental para a busca de um atendimento de qualidade. Sendo este um compromisso da Secretaria Municipal de Educação em estabelecer uma política pública, em prol do aperfeiçoamento profissional, nos termos da LDBEN, para as especificidades destes anos. 5. Torna-se assim indispensável para efetivação deste processo a reformulação dos documentos legais existentes na Rede Municipal de Ensino, dentre eles o Regimento Escolar Padrão do Ensino Fundamental e da Educação Infantil, bem como os Projetos Político-Pedagógicos (PPP's) de cada instituição de ensino. Ressalta-se, neste último caso, a necessidade efetiva do acompanhamento da Supervisão Pedagógica da Secretaria Municipal de Educação em todo o processo de reconstrução destes documentos. Aprovado por unanimidade dos conselheiros presentes em Sessão Ordinária realizada no dia 30 de agosto de 2011, conforme Ata nº 032/11. Eldorado do Sul, 30 de agosto de 2011. Marcelo de Barros Tavares Presidente do Conselho COMISSÃO RELATORIA
Lisandra Rodrigues Morais Cíntia da Graça Garcia Faleiro Tânia Pacheco