GEOTECNOLOGIAS APLICADAS A ANÁLISE MULTITEMPORAL DA BACIA HIDROGRÁFICA DO CÓRREGO TABOCA, MUNICÍPIO DE TRÊS LAGOAS/MS 2010 E 2015

Documentos relacionados
ANÁLISE MULTITEMPORAL DA BACIA HIDROGRÁFICA DO CÓRREGO TABOCA, MUNICIPIO DE TRÊS LAGOAS/MS 2010 E 2015

A IMPORTÂNCIA DO SPRING COMO UMA FERRAMENTA DE ANÁLISE AMBIENTAL: CASO DA BACIA HIDROGRÁFICA DO UERÊ/MS

GEOTECNOLOGIAS APLICADAS AO USO E OCUPAÇÃO DA TERRA NA PARTE COMPONENTE BACIA HIDROGRAFICA DO RIO CARRO QUEIMADO MS BRASIL

GEOTECNOLOGIAS APLICADAS PARA FINS DE PLANEJAMENTO AMBIENTAL: ANÁLISE MULTITEMPORAL DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIBEIRÃO BRIOSO - MS BRASIL

O USO DO SPRING NA ANÁLISE DE USO E OCUPAÇÃO DA TERRA NA MICROBACIA DO CORREGO DO CAVALO/MS (2005 e 2010)

ANÁLISE DO USO E OCUPAÇÃO DA TERRA NA BACIA HIDROGRÁFICA DO CÓRREGO TABOCA, TRÊS LAGOAS/MS COM AUXILIO DAS GEOTCNOLOGIAS

GEOTECNOLOGIAS APLICADAS AO MAPEAMENTO DE USO E OCUPAÇÃO DA TERRA NA BACIA HIDROGRÁFICA DO CÓRREGO FUNDO TRÊS LAGOAS/MS 2011/12

Avaliação de métodos de classificação para o mapeamento de remanescentes florestais a partir de imagens HRC/CBERS

Uso de SIG para confecção de um mapa de uso e ocupação do solo do município de Bambuí-MG

ANÁLISE MULTITEMPORAL DO USO E OCUPAÇÃO DA TERRA DO CÓRREGO SEM NOME EM ILHA SOLTEIRA/SP.

Matheus Guimarães Lima 1. RESUMO: As geotecnologias, principalmente por meio dos SIG (Sistema de Informação

ANÁLISE DA DEGRADAÇÃO AMBIENTAL OCORRIDA NA BACIA HIDROGRÁFICA DO UERÊ/MS

GEOTECNOLOGIAS APLICADAS NA ANÁLISE MULTITEMPORAL NO SUBSISTEMA BACIA HIDROGRÁFICA DO CÓRREGO DOM TOMAZ NO MUNICÍPIO DE TRÊS LAGOAS/MS (1985 Á 2011).

II Semana de Geografia UNESP / Ourinhos 29 de Maio a 02 de Junho de 2006

Atlas didático-pedagógico para educação sócio-ambiental nos municípios da Grande Dourados-MS

DETERMINAÇÃO DA FRAGILIDADE POTENCIAL A EROSÃO LAMINAR NA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO AREIAS

Uso da terra na bacia hidrográfica do alto rio Paraguai no Brasil

CENÁRIOS AMBIENTAIS NA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIBEIRÃO LAJEADO SP BRASIL EM 2008

ANÁLISE DO USO E OCUPAÇÃO DA TERRA DA BACIA HIDROGRÁFICA DO MÉDIO-BAIXO CURSO DO RIO ARAGUARI

DIAGNÓSTICO DA COMPOSIÇÃO RIPÁRIA NA BACIA HIDROGRÁFICA DO CÓRREGO TABOCA, NO MUNICÍPIO DE TRÊS LAGOAS MS 2014

José Hamilton Ribeiro Andrade (1); Érika Gomes Brito da Silva (2)

IDENTIFICAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DA COMPOSIÇÃO RIPÁRIA NA BACIA HIDROGRÁFICA DO CÓRREGO TABOCA, NO MUNICÍPIO DE TRÊS LAGOAS MS

Eduardo Vinícius Rocha Pires Universidade Federal de Mato Grosso do Sul. Renan de Almeida Silva Universidade Federal de Mato Grosso do Sul

GEOTECNOLOGIAS APLICADAS NA IDENTIFICAÇÃO DE APP (ÁREA DE PROTEÇÃO PERMANENTE) DE NASCENTES NO CORREGO DAS CRUZES - SELVÍRIA (MS).

GEOTECNOLOGIAS APLICADAS AO DIAGNÓSTICO DAS ÁREAS DE DESMATAMENTO NA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO LAJEADO AMARELO- TRÊS LAGOAS (MS)

USO E OCUPAÇÃO DO SOLO E IMPACTOS AMBIENTAIS NA MICROBACIA DO CÓRREGO MATRIZ-GO, BRASIL

ANALISE DE DADOS AMBIENTAIS POR MEIO DO USO DE IMAGENS DE SATÉLITE

Alterações no padrão de cobertura da terra na Zona Oeste da cidade do Rio de Janeiro/RJ nos anos de 1985 e DOMINIQUE PIRES SILVA

Análise Temporal De Uso/Cobertura Do Solo Na Bacia Da Represa Do Rio Salinas, Minas Gerais

Uso de geotecnologias livres para o mapeamento das plantações de Eucalipto, Nossa Senhora do Socorro-SE

Análise da dinâmica espacial da área de soja em municípios do Mato Grosso por meio de imagens do sensor MODIS 1. INTRODUÇÃO

CARACTERIZAÇÃO DAS APP S DOS CÓRREGOS INSERIDOS NO PERÍMETRO URBANO DA CIDADE DE GURUPI TO

ZONEAMENTO DE USO E COBERTURA DOS SOLOS DO MUNICÍPIO DE ARARAS, SP. Relatório de Execução

¹ Estudante de Geografia na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), estagiária na Embrapa Informática Agropecuária (Campinas, SP).

ANÁLISE DOS DESASTRES NATURAIS OCORRIDOS NA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO IJUÍ NO PERÍODO DE 2003 A

MUDANÇAS DE COBERTURA VEGETAL E USO AGRÍCOLA DO SOLO NA BACIA DO CÓRREGO SUJO, TERESÓPOLIS (RJ).

DELIMITAÇÃO DE MICROBACIAS HIDROGRÁFICAS COM BASE EM MODELO DIGITAL DE ELEVAÇÃO

Mapeamento de Risco de Incêndios na Bacia Hidrográfica do Ribeirão Rio João Leito-GO

ARTIGO COM APRESENTAÇÃO BANNER - MONITORAMENTO AMBIENTAL

CONFLITOS DE USO E OCUPAÇÃO DO SOLO EM ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE NA MICROBACIA HIDROGRÁFICA DO CÓRREGO DO KARAMACY, ITAPEVA SP

Anais 5º Simpósio de Gestão Ambiental e Biodiversidade (21 a 23 de junho 2016)

Geoprocessamento na delimitação de áreas de conflito em áreas de preservação permanente da sub-bacia do Córrego Pinheirinho

ANÁLISE AMBIENTAL DA SUB-BACIA HIDROGRÁFICA DOS ARROIOS JUÁ E CARACOL BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO CAÍ / RS.

Distribuição Espaço-temporal das Queimadas no Bioma Cerrado no Período de 1992 a 2007*

Figura 42 Imagem de satélite mostrando a presença de floresta junto as drenagens. Fonte Google Earth de 2006

Atualmente, o desenvolvimento da sociedade tem ocasionado diversas modificações na superfície terrestre, sendo assim, o esclarecimento de forma

ARTIGO COM APRESENTAÇÃO ORAL - GEOPROCESSAMENTO

Utilização de Técnicas de SIG e de Campo para Identificação de Áreas Sensíveis com Intuito de Regularização Fundiária

Modelo potencial de ocupação e uso do solo para implantação de florestas plantadas de Eucaliptus sp. na região do Vale do Paraíba/SP

ANÁLISE DE IMAGENS COMO SUBISÍDIO A GESTÃO AMBIENTAL: ESTUDO DE CASO DA BACIA DO RIO JUNDIAÍ-MIRIM

RELATÓRIO ATUALIZAÇÃO DO MAPEAMENTO DO USO E OCUPAÇÃO DO SOLO NA APP. Curitiba, abril de 2018.

DISTRIBUIÇÃO ESPAÇO-TEMPORAL DAS QUEIMADAS NO BIOMA CERRADO NO PERÍODO DE 1992 A

ESTUDO DE CONFLITOS DE USO DA TERRA NA REGIÃO DA COMUNIDADE EXTRATIVISTA DE ÁGUA BOA, EM RIO PARDO DE MINAS - MG

Observação da influência do uso de séries temporais no mapeamento de formações campestres nativas e pastagens cultivadas no Cerrado brasileiro

SÍNTESE. AUTORES: MSc. Clibson Alves dos Santos, Dr. Frederico Garcia Sobreira, Shirlei de Paula Silva.

Identificação de Áreas Prioritárias para Recuperação Município de Carlinda MT

Geoprocessamento na delimitação de áreas de conflito em áreas de preservação permanente da sub-bacia do Córrego Pinheirinho

USO E OCUPAÇÃO DO SOLO DE UM RESERVATÓRIO DE ABASTECIMENTO EM PERÍODOS DE SECA E CHEIA NO SEMIÁRIDO TROPICAL

USO DA TERRA E COBERTURA VEGETAL NA BACIA HIDROGRÁFICA DO XIDARINI NO MUNICÍPIO DE TEFÉ-AM.

A TEMPERATURA E A UMIDADE DO AR EM NOVA ANDRADINA/MS EM AGOSTO DE 2008 ÀS 20h 1

Anais 1º Simpósio de Geotecnologias no Pantanal, Campo Grande, Brasil, novembro 2006, Embrapa Informática Agropecuária/INPE, p

Uso conflitivo do solo nas áreas de preservação permanente do município de Bocaina de Minas /MG.

Ecologia de Paisagem Conceitos e métodos de pesquisa 2012

COMPARAÇÃO ENTRE OS MÉTODOS DE CLASSIFICAÇÃO SUPERVISIONADA MAXVER E DISTÂNCIA MÍNIMA NA ANÁLISE DO USO E COBERTURA DO SOLO NA REGIÃO DO ALTO ARAGUAIA

USO DE IMAGENS TM LANDSAT 5 PARA ANÁLISE DO ALBEDO E SALDO DE RADIAÇÃO NA BACIA HIDROGRÁFICA DO CAMARAGIBE: DESTAQUE PARA SÃO LUIZ DO QUITUNDE-AL

Mapeamento espaço-temporal da ocupação das áreas de manguezais no município de Aracaju-SE

O USO DA TERRA NA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO ARARÃO E OS IMPACTOS ASSOCIADOS, TANGARÁ DA SERRA MT. INTRODUCÃO

Expansão da cana-de-açúcar na microrregião de Quirinópolis, Goiás

SIMULAÇÃO DE VAZÕES MÁXIMAS EM UMA MICROBACIA URBANA EM JUAZEIRO DO NORTE, CEARÁ. Autor(es): Renato de Oliveira Fernandes; Thaís Bento da Silva;

AULÃO UDESC 2013 GEOGRAFIA DE SANTA CATARINA PROF. ANDRÉ TOMASINI Aula: Aspectos físicos.

LEVANTAMENTO DE ÁREAS AGRÍCOLAS DEGRADADAS NO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO

de Ciências do Ambiente e Sustentabilidade na Amazônia

AVALIAÇÃO DE ATIVIDADES ANTRÓPICAS, ATRAVÉS DE ANÁLISE MULTITEMPORAL DE IMAGENS ORBITAIS, NA RESERVA BIOLÓGICA DO JARU, RONDÔNIA

Debora Cristina Cantador Scalioni Jessica Villela Sampaio

MAPA DO USO DO SOLO DA BACIA DO RESERVATÓRIO DE MANSO PARA O ANO DE 2007

Semana de Estudos da Engenharia Ambiental UNESP Rio Claro, SP. ISSN

Poço Grande, Município de Ouro Verde do Oeste, Paraná. Daniela Mondardo, Aline Uhlein, Deise D. Castagnara, Felipe Guilherme

Graduando em Engenharia Ambiental e Sanitária do Centro Universitário de Patos de Minas - UNIPAM. (2)

Determinação e análise de Áreas de Proteção Permanente: um estudo de caso do rio Juqueriquerê, em Caraguatatuba/SP

USO DE GEOTECNOLOGIAS NA ANÁLISE AMBIENTAL DA MICROBACIA DO RIO FACA, SÃO JORGE D OESTE PARANÁ, BR.

Veracel Celulose S/A Programa de Monitoramento Hidrológico em Microbacias Período: 2006 a 2010 RESUMO EXECUTIVO

Palavras-Chave: Áreas de Preservação Permanentes; Uso da Terra; Bacia Hidrográfica.

Dinâmica da paisagem e seus impactos em uma Floresta Urbana no Nordeste do Brasil

Rozely Ferreira dos Santos

Técnicas de Sensoriamento Remoto na análise temporal para a gestão territorial do município de Timon-MA

Análise do uso da terra no assentamento Laranjeira 1 em Cáceres-MT: subsídios para a conservação água

ANÁLISE DA COMPOSIÇÃO RIPÁRIA NA BACIA HIDROGRÁFICA DO CÓRREGO TABOCA, NO MUNICIPIO DE TRÊS LAGOAS MS 2014

Título: Análise da transformação da paisagem na vertente Oeste do Alto Curso do Arroio Guabiroba/ Sananduva-RS, de 1996 a 2015

ANÁLISE TEMPORAL DAS ÁREAS DE EXPANSÃO DE REFLORESTAMENTO NA REGIÃO DO CAMPO DAS VERTENTES-MG

ANALISE DA INFLUÊNCIA DAS VARIÁVEIS AMBIENTAIS OBTIDAS ATRAVÉS DE SATÉLITES NO AUMENTO DA DENGUE: ESTUDO DE CASO MUNICÍPIO DE CAMPO GRANDE, MS.

EXPANSÃO AGROPECUÁRIA NA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO AREIAS, TOCANTINS.

Desenvolvimento do projeto

GEOPROCESSAMENTO APLICADO À ANÁLISE DO USO E OCUPAÇÃO DA TERRA NA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIBEIRÃO SÃO PEDRO, SANTA RITA DO PARDO/MS

Vitor Matheus Bacani. Wallace de Oliveira. Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Campus de Três Lagoas


Análise temporal do uso da terra e cobertura vegetal do alto curso do rio Uberabinha utilizando imagens do satélite CBERS 2

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO DEPARTAMENTO DE PESQUISA RELATÓRIO TÉCNICO - CIENTÍFICO (X) PARCIAL ( ) FINAL

DIAGNÓSTICO FÍSICO-CONSERVACIONISTA DA MICROBACIA DO CÓRREGO BOA VISTA, UBERLÂNDIA-MG.

MAPEAMENTO DO USO E OCUPAÇÃO DO SOLO NA MICROBACIA DO CÓRREGO DO KARAMACY - ITAPEVA/SP.

Grupo Multidisciplinar de Estudos Ambientais - GEA CEP Marechal Cândido Rondon PR, Brasil

Transcrição:

GEOTECNOLOGIAS APLICADAS A ANÁLISE MULTITEMPORAL DA BACIA HIDROGRÁFICA DO CÓRREGO TABOCA, MUNICÍPIO DE TRÊS LAGOAS/MS 2010 E 2015 Profª. Drª. Patrícia Helena Mirandola Garcia 1 Andreia Cruz 2 Adalto Moreira Braz 3 RESUMO O presente trabalho analisa a Bacia Hidrográfica do Córrego Taboca/MS Brasil, com o objetivo de detectar a mudança do uso e da cobertura da terra, apoiados nas Geotecnologias, como o Sensoriamento Remoto (SR) e os Sistemas de Informações Geográficas (SIGs) que contribuem cientificamente para o monitoramento ambiental, permitindo que a análise dos ambientes naturais e transformados, sejam acompanhados em tempo real, permitindo avanço nas pesquisas acadêmicas e dando subsídios ao planejamento ambiental. Atualmente, a região Centro-Oeste do país está sendo reorganizada pelo agronegócio, no âmbito econômico nacional e internacional, com o plantio de eucalipto e produção de celulose, a área da Bacia Hidrográfica do Córrego Taboca MS (BHCT) é um exemplo desta forma de ocupação, com o plantio de eucalipto. Palavras-chave: Geotecnologias; Uso e Cobertura da Terra; Bacia Hidrográfica; Planejamento; Análise Ambiental. Agradecimentos: Este projeto contou com o apoio financeiro do Governo do Estado de MS através da FUNDECT e com o apoio Institucional da UFMS Universidade Federal do mato Grosso do Sul. 1-INTRODUÇÃO O presente trabalho analisa a Bacia Hidrográfica do Córrego Taboca/MS, com o objetivo de detectar a mudança do uso e da cobertura da terra, apoiado nas Geotecnologias, como o Sensoriamento Remoto (SR) e os Sistemas de Informações Geográficas (SIGs) que contribuem cientificamente para o monitoramento ambiental, permitindo que a análise dos ambientes naturais e transformados, acompanhado em tempo real, permitindo o avanço nas pesquisas acadêmicas, dando subsídios ao planejamento ambiental. Atualmente, a região Centro-Oeste do país está sendo reorganizada pelo agronegócio, no âmbito econômico nacional e internacional, com o plantio de eucalipto e produção de celulose, a área da Bacia Hidrográfica do Córrego Taboca MS (BHCT) é um exemplo desta forma de ocupação, com o plantio de eucalipto. Para subsidiar a análise ambiental do uso e da cobertura da terra, nos apoiamos em dois conceitos fundamentais: o de Geotecnologias e o de Uso e Cobertura da Terra, com este aporte teórico, é possível gerar mapeamentos que podem subsidiar o Planejamento Ambiental de Bacias Hidrográficas. Os autores utilizados para a discussão de Geotecnologias são (FORMAGGIO, 1983; FLORENZANO, 2002; CAMARA; MONTEIRO, 2001 e MIRANDOLA, 2004 e 2006) e para a definição do conceito de Uso e Cobertura da Terra (ANDERSON et al; 1979; IBGE, 2006; SANTOS; SILVEIRA, 2004) O atual manual de uso da terra trata a terra e sua ocupação em escala mundial auxiliando na preservação da terra de maneira racional, esse conta com nomenclaturas e foi 1 Profa. Doutora em Geografia do Programa de Pós-Graduação em Geografia da UFMS, Três Lagoas MS -, patriciaufmsgeografia@gmail.com 2 Mestre em Geografia pela Universidade Federal do Mato Grosso do Sul - andreia.delacruzz@gmail.com 3 Professor Substituto Universidade do Estado de Mato Grosso - adaltobraz.geografia@gmail.com

organizado em quatro partes, a primeira se refere à apresentação marco-teóricometodológico que estabelece reflexões a partir de estudos de diferentes pesquisadores, a segunda se refere aos princípios básicos norteadores do levantamento da cobertura do uso da terra, sistema de classificação para categorizar o uso da terra, baseado na área de atuação do IBGE, já a terceira parte de referências aos procedimentos metodológicos, apresentando os métodos e as formas de realização do trabalho, e o quarto trata de etapas realizadas em gabinete e em campo, relacionando a utilização de imagens de satélite e SIG, roteiros de campo e etapas destacando a observação da paisagem e do percurso. 2 Área de Estudo A área de estudo da Bacia Hidrográfica do Córrego Taboca/MS é afluente do Rio Sucuriu/MS e está localizada entre as coordenadas 53º 7 38 e 50º 51 45 O de longitude e 21º 18 44.58 e 19º 8 57 S de latitude, no município de Três Lagoas/MS. (Figura 01) Figura 1 Mapa de Localização da Bacia Hidrográfica do Córrego Taboca/MS Fonte: RODRIGUES, 2015 Segundo Bertalanffy (1975), a Teoria Geral dos Sistemas é um arcabouço teórico das abordagens geográficas integradas, envolvendo água, solo, clima, geomorfologia entre outros recursos naturais que integram e interagem no ambiente natural fundamental para a dinâmica da vida dos seres vivos e da sociedade em escala global. O Córrego Taboca MS é um dos afluentes do Rio Sucuriu MS, na visão sistêmica, temos a seguinte organização estrutural de análise ambiental: Sistema: Bacia Hidrográfica do Rio Paraná; Subsistema: Bacia Hidrográfica do Rio Sucuriú; Parte Componente: Bacia Hidrográfica do Córrego Taboca. A partir da análise sistêmica, é necessário estudar não somente partes e processos isoladamente, mas também resolver os decisivos problemas encontrados na organização e na ordem que os unifica, resultante da interação dinâmica das partes, tornando o comportamento

das partes diferente quando estudado isoladamente e quando tratado no todo (BERTALANFFY, 1975). Atualmente, a região Centro-Oeste do país está sendo desbravada pelo agronegócio com variadas oportunidades de empregos e novidades no âmbito econômico nacional e internacional. Por esse e outros motivos, decidimos estudar a Bacia Hidrográfica do Córrego Taboca MS (BHCT) trabalhando com comparações de imagens de satélites que tornam possível fazer uma reconstituição do processo de uso e cobertura da terra e o significativo desenvolvimento da região, pois essa está localizada na região Centro-Oeste do Brasil no município de Três Lagoas/MS, que contém, atualmente, duas empresas de papel e celulose, estas responsáveis pelo crescimento gradativo de florestas plantadas. O agronegócio virou cenário três-lagoense e vem provocando danos ao habitat dos seres vivos, poluindo a atmosfera, o solo e a água e, futuramente, causando danos graves e irreversíveis à sociedade. 2 RESULTADOS E DISCUSSÕES As atividades econômicas e sociais realizadas pela sociedade geram mudanças no sistema ambiental modificando a superfície terrestre numa escala temporal e espacial, o uso e a cobertura da terra são utilizados para classificar como tem sido manuseada a área estudada, e como ocorrem as mudanças relacionadas aos sistemas naturais, a superfície terrestre, podendo-se modificar naturalmente ou por meio de alterações ligadas às ações antrópicas. 2.1 Análise temporal do Uso e Cobertura da Terra na Bacia Hidrográfica do Córrego Taboca- MS 2010 e 2015. Iniciou-se a análise multitemporal a partir do ano de 2010 devido ao início do plantio de horto de eucalipto por meio da Indústria Fibria MS Celulose Ltda., seu funcionamento ocorreu no ano de 2009, e, consequentemente, os anos posteriores marcaram o plantio de silvicultura no município de Três Lagoas MS. A BHCT possui área de 250,94 Km², destes, cerca de 39,75 Km 2 são ocupadas pelo plantio de hortos de eucalipto (silvicultura) e 92,94 Km 2 pela atividade pecuarista extensiva de corte, para criação gado bovino, sobretudo em pastagens não manejadas, quanto ao seu plantio, à manutenção e à rotação de gado nas invernadas. Desta forma, o Uso e a Cobertura da Terra da Bacia Hidrográfica do Córrego Taboca MS, no ano de 2010, foram analisados a partir das seguintes classes temáticas: Área Úmida; Pastagem; Silvicultura; Vegetação Campestre e Vegetação Florestal (Figura 2). As análises realizadas na Bacia Hidrográfica do Córrego Taboca MS foram obtidas em pontos amostrais entre alto, médio e baixo curso, observou-se que o alto curso da Bacia Hidrográfica apresenta a maior quantidade da classe de vegetação florestal, sendo que, ao longo do médio e baixo curso, existem somente resquícios dessa.

Figura 2 Mapa de Uso e Ocupação da Terra da Bacia Hidrográfica do Córrego Taboca/MS 2010. Fonte: RODRIGUES, 2015

Após a quantificação dos dados, pode-se observar que existe a predominância de algumas classes, entre elas: a classe de Pastagem com 37,03%, a Silvicultura com 15,84%, já a Área Úmida abrange uma pequena área em porcentagem de 7,04%, a Vegetação Campestre se apresenta em destaque com 17,81 % e a classe de Vegetação Florestal com 21,63%, apesar de não ter sido mapeada em destaque a Drenagem com 0,62, muitas vezes, se confunde com a área úmida e com as vegetações ao longo do curso principal, na Bacia Hidrográfica do Córrego Taboca MS.(Tabela 1) Tabela 1. Classes de Uso e Cobertura da Terra da Bacia Hidrográfica do Córrego Taboca - MS, no ano de 2010. Classes Área (Km 2 ) (%) Drenagem 1,57 0,62 Pastagem 92,94 37,03 Silvicultura 39,75 15,84 Área úmida 17,69 7,04 Vegetação Campestre 44,71 17,81 Vegetação Florestal 54,28 21,63 TOTAL 250,94 100,00 Org.: RODRIGUES A.C. e MIRANDOLA-GARCIA P.H, 2016 A classe silvicultura ocupa a região entre alto e médio curso, já a pastagem ocupa praticamente a bacia hidrográfica toda, sendo mais representativa entre o médio e o baixo curso, esta atividade pode ocasionar a presença da classe área úmida que apresenta resquícios entre alto, médio e baixo curso, sendo aquelas áreas próximas aos cursos d água apresentando transição entre o ecossistema aquático e terrestre. A BHCT apresenta, em sua maioria, o uso da terra, ocupado pela atividade pecuarista, principalmente, entre o médio e baixo curso, os pastos nestes lugares se apresentam degradados, com ausência de manejo, ausência de praticas conservacionista, como: rodízio de gado, aplicação de nutrientes e adubo, além de apresentar ausência de vegetação próxima aos cursos d água, este fato favorece o assoreamento do rio. No mapeamento de Uso e Cobertura da Terra do ano de 2015, foram analisados a partir das seguintes classes temáticas: Área Úmida; Pastagem; Silvicultura; Vegetação Campestre e Vegetação Florestal (Figura 3). O mapeamento de Uso e Cobertura da Terra da Bacia Hidrográfica do Córrego Taboca, no ano de 2015, apresenta predominância referente à classe Pastagem, que ocupa 45,05%, sendo que esta atividade está presente no município desde 1999 (IBGE, 2011). A seguir a tabela, apresenta as classes temáticas distribuídas por meio da classificação supervisionada, utilizando como classificador Maxver, no software SPRING. (Tabela 2) Tabela 2. Classes de Uso e Cobertura da Terra da Bacia Hidrográfica do Córrego Taboca, Três Lagoas, 2015. Classes Área (Km) (%) Drenagem 7,58 3,02 Pastagem 113,06 45,05 Silvicultura 43,44 17,31 Área úmida 4,26 1,69 Vegetação Campestre 31,06 12,37 Vegetação Florestal 51,63 20,53 TOTAL 250,94 100,00 Org.: RODRIGUES A.C. e MIRANDOLA-GARCIA P.H, 2015

Figura 3 Mapa de Uso e Ocupação da Terra da Bacia Hidrográfica do Córrego Taboca/MS 2010. Fonte: RODRIGUES, 2015

Outras classes apresentaram destaque, tais como: silvicultura com 17,31% que se refere à plantação de hortos de eucalipto, vegetação campestre com 12,37%, que se refere ao pasto sujo e à vegetação florestal com 20,53% que se refere à vegetação natural. A BHCT geograficamente pode ser dividida entre montante e jusante, mais especificamente, entre alto, médio e baixo curso. O alto curso da BHCT, em julho de 2015, observou-se que, neste período, a maior parte de suas nascentes está sendo ocupada pelo plantio de hortos de eucaliptos, com resquícios de pastagem, vegetação campestres, florestal e área úmida que se refere a áreas de transição entre ecossistema aquático e terrestre, podendo também ser utilizada como pastagem ou pasto sujo. Na nascente, existe predominância da atividade pecuarista com ausência de práticas conservacionistas nas propriedades, tais como: curva de nível, cerca para impedir o gado de invadir o leito do rio, pasto compactado com ervas daninhas, ausência de arvores, entre outros, sendo prejudicial para a vida dos cursos d água. No alto curso do Rio Taboca, a predominância de plantação de hortos de eucalipto é relevante, apresentando cursos d água totalmente ocupados por essa plantação, atividades agrícolas que podem prejudicar o curso d água se não for realizado o manejo do solo. A nascente principal no alto curso, apesar de apresentar predominância da classe silvicultura e falta de manejo da solo, nesta região, mostra-se preservada com quantidade relevante de vegetação natural ao redor dos cursos d água. Porém, no médio curso, em que ocorre a bifurcação dos canais (das nascentes), o uso da terra se concentra entre pastagem, silvicultura, vegetação campestre e resquícios de área úmida. Já o baixo curso, próximo à foz, o manuseio da terra se concentra entre as classes florestais, pastagem, vegetação campestre e área úmida, a classe silvicultura não se concentra próximo ao baixo curso da BHCT. A silvicultura se refere à plantação de hortos de eucalipto na região e ocupa 15,84%, já a vegetação campestre se refere ao tipo diferenciado de pasto, também conhecido como pasto sujo com presença de gramíneas e se apresenta no mapa com 17,81%, em seguida, área úmida, com 7,04%. Comparando os dois períodos mapeados (2010 e 2015), a pastagem que, no ano de 2010, ocupava 37,03% da BHCT, no ano de 2015, ocupam 45,05%, a classe florestal que, no ano de 2010, ocupava 21,63% da área da Bacia Hidrográfica, no ano de 2014, diminui para 20,53% e a silvicultura, no ano de 2010, ocupava 15,84%, no ano de 2014, aumenta para 17,31%, pequeno crescimento em função das indústrias de celulose, iniciando plantações de hortos de eucalipto, devido à ampliação da produção, servindo de matéria-prima, buscando áreas próximas às indústrias como meio de conter gastos e gerar mais lucros. Dessa forma, a realização dos mapeamentos do uso e cobertura da terra dos anos de 2010 e 2015 foi necessária para monitorarmos das atividades agropecuárias nesta região que se encontra em crescimento. A pequena representação em relação à classe de drenagem se refere ao mês proposto para aquisição de imagens orbitais, estação de inverno, mês de julho, ambas imagens orbitais foram adquiridas respeitando o mês proposto, que está relacionado a aspectos físicos, tais como: ausência de nuvens, em especial, para o ano de 2015, considerando, ainda, os dados de precipitação disponibilizados pela indústria Fibria MS Celulose Ltda., o mês de julho de 2015, apresentou precipitação média de 22,01 milímetros. Na Bacia Hidrográfica do Córrego Taboca, ainda é predominante a atividade pecuarista, essa que sem manejo e práticas conservacionistas pode prejudicar o ambiente natural acarretando prejuízos ambientais. Porém, o intuito foi, além de gerar o mapeamento no ano de 2010, devido às plantações de horto de eucalipto em partes das áreas da BHCT, analisar o que foi modificado num período de cinco anos, pois, no ano de 2012, houve a implantação de mais uma indústria de celulose, Eldorado Brasil. Sendo assim, se faz necessário o contínuo monitoramento da Bacia Hidrográfica do Córrego Taboca MS.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS Com as pesquisas realizadas, a partir das etapas propostas na metodologia, pode-se entender a dinâmica do uso e da ocupação terra entre os anos de 2010 e 2015, com o crescente aumento das plantações de hortos de eucalipto no alto e no médio curso da Bacia Hidrográfica do Córrego Taboca MS, porém é a atividade pecuarista extensiva que se apresenta com maior concentração na BHCT, Outra questão que merece uma atenção especial é a falta de preservação em alguns pontos da Bacia Hidrográfica e o não cumprimento da legislação ambiental, principalmente aliada à atividade pecuarista referente ao uso da terra em APPs, apresentando a necessidade de aplicação, recomposição, preservação e conservação nas APPs, além de implantar métodos conservacionistas de manejo da terra, do pasto e de práticas conservacionistas, tais como: curvas de nível, caixas de retenção, cercamento das áreas próximas aos cursos d água a fim de impedir o gado de invadir essas áreas e, consequentemente, mitigar problemas relacionados ao escoamento superficial, pisoteio do gado, que geram o comprometimento da qualidade das águas. 6. REFERÊNCIAS ANDERSON. D.L.T, BRYAN. K.,GILL, A. E and Pacanowski, R.V. The transient response of the North Atlhantic: Some model Stud, Journal of Geophysical Researchu 84. ISSN: 0148-0227, 1979. BERTALANFFY, L. V. Teoria Geral dos Sistemas. Ed. Vozes. Petrópolis, RJ, 1975, 351 p. CAMARA, G; DAVIS, C. & MONTEIRO, A.M.V.: Introdução a Ciência da Geoinformação. 2001. < http://www.dpi.inpe.br/gilberto/livro/introd/> acesso em 16/06/2016. CÂMARA, G.; et al. Integrating remote sensing and GIS by object-oriented data modelling. Computers e Graphics, Amsterdam, v. 20, n.3, p. 395-403, maio/ jun. 1996. CÂMARA, G. et al. Introdução à Ciência da Geoinformação. São José dos Campos: INPE, 2005.<http://mtc-m12.sid.inpe.br/col/sid.inpe.br/sergio/2004/04.22.07.43/doc/publicacao.pdf> acesso em 16/06/2016. FLORENZANO, T. G. Imagens de Satélite para Estudos Ambientais. São Paulo. Oficina de Textos, 2002, 97 p. FORMAGGIO, A. R. Comportamento espectral de quatro solos do estado de São Paulo nos níveis orbital, de campo e de laboratório. São José dos Campos. 140 p. (INPE-2878- TDL/144). Dissertação (Mestrado em Sensoriamento Remoto) Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, 1983. IBGE. Manual Técnico de Uso da Terra. Ed. 2, n. 7. Rio de Janeiro, 2006. http://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv81615.pdf.(acesso em 16/06/2016) KELLER, E.C.S. As funções regionais e a zona de influência de Campinas. Revista Brasileira de Geografia, Rio de Janeiro, v 31, n. 2, p 3-39, abr/jun 1969. MIRANDOLA P. H. Análise Geo - Ambiental Multitemporal para fins de Planejamento Ambiental: Um exemplo aplicado à Bacia Hidrográfica do Rio Cabaçal Mato Grosso - Brasil. Tese de Doutorado em Geografia do Programa de Pós Graduação em Geografia da Universidade Federal do Rio de Janeiro, 2006,317 paginas. MIRANDOLA, P. H. A Trajetória da Tecnologia de Sistemas de Informação Geográfica (SIG) na Pesquisa Geográfica. Revista Eletrônica da Associação dos Geógrafos Brasileiros Seção de Três Lagoas/MS. Nov. 2004, 21-37p. RODRIGUES, A. da C. Análise das Alterações Ambientais em Áreas de preservação permanentes (APPs) Da Bacia Hidrográfica do Córrego Taboca MS Brasil (2010-2014) 191p. Dissertação ( Mestrado em Geografia) Universidade Federal do Mato Grosso do Sul, 2015

SANTOS, M.; SILVEIRA, M. L. O Brasil: território e sociedade no início do século XXI. 6. ed. Rio de Janeiro: Record, 2004. 473 p. SPRING: Integrating remote sensingand GIS by object-oriented data modelling" Camara G, Souza RCM, FreitasUM, Garrido J Computers & Graphics, 20: (3) 395-403, May-Jun 1996U.S. URBAN RENEWAL E PELO BUREAU OF PUBLIC ROADS (1965).