A nomeação à autoria deve ser realizada no prazo de resposta, através de preliminar de contestação ou petição autônoma.

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Turma e Ano: Flex A (2014) Matéria / Aula: Processo Civil / Aula 15 Professor: Edward Carlyle Conteúdo: Nomeação à Autoria: Procedimento; Nomeações Sucessivas e Alternativas; Dever Processual. Chamamento ao Processo: Conceito; Natureza Jurídica; Admissibilidade; Hipóteses de Cabimento. 7. NOMEAÇÃO À AUTORIA (cont.) : 7.5 Procedimento: Art. 64. Em ambos os casos, o réu requererá a nomeação no prazo para a defesa; o juiz, ao deferir o pedido, suspenderá o processo e mandará ouvir o autor no prazo de 5 (cinco) dias. Art. 65. Aceitando o nomeado, ao autor incumbirá promover-lhe a citação; recusando-o, ficará sem efeito a nomeação. Art. 66. Se o nomeado reconhecer a qualidade que Ihe é atribuída, contra ele correrá o processo; se a negar, o processo continuará contra o nomeante. A nomeação à autoria deve ser realizada no prazo de resposta, através de preliminar de contestação ou petição autônoma. O juiz poderá indeferir liminarmente quando não se tratar das hipóteses de nomeação à autoria previstas no art. 63 CPC. Caso o pedido seja deferido, o processo será suspenso para que o autor seja ouvido. Trata-se de suspensão imprópria, pois enquanto o processo principal está parado, a nomeação à autoria está sendo processada. Posteriormente, o prazo de resposta será reaberto para a apresentação da contestação ou complementação de algum outro ato faltante. O autor poderá: 1) Aceitar a nomeação à autoria - autor deverá promover a citação do nomeado 2) Recusar o nomeado - a nomeação ficará sem efeito, prosseguindo a demanda contra o réu originário. Se o autor aceitar a nomeação à autoria, ele deverá promover a citação do nomeado, que poderá:

1) Aceitar - nomeado passa a figurar no polo passivo e o réu originário sai do processo - Extromissão processual. 2) Recusar - processo prossegue contra o réu originário. A nomeação à autoria traz o sistema da dupla concordância, pois é necessário a concordância do autor da demanda e do nomeado. 7.6 Nomeação à Autoria Sucessiva: Não cabe nomeação à autoria sucessivas. Isso porque se o nomeado aceita a nomeação à autoria, ele assume que é parte legítima no processo, não sendo possível nomear outrem. 7.7 Nomeação à Autoria Alternativa:

Ex: Atuação por ordem de outrem - Réu trabalha para uma Holding e não sabe exatamente de qual das empresas partiu a ordem. Neste caso, é possível a nomeação à autoria alternativa para que, no curso do processo, através da produção de provas, defina-se a empresa responsável. 7.8 Dever Processual: Art. 69. Responderá por perdas e danos aquele a quem incumbia a nomeação: I - deixando de nomear à autoria, quando Ihe competir; II - nomeando pessoa diversa daquela em cujo nome detém a coisa demandada. A nomeação à autoria é um dever processual daquele a quem incumbe a nomeação (réu). Caso o réu não realize a nomeação ou nomeie pessoa diversa, ele responderá por perdas e danos, havendo divergência quanto a cobrança desta: 1) Doutrina Majoritária (Alexadre Câmara, Athus Gusmão Carneiro) - A cobrança das perdas e danos deverá ser realizada em ação autônoma, a fim de não comprometer o andamento do processo principal. 2) Doutrina Minoritária - Cobrança poderá ser realizada nos próprios autos (art. 18, 2º CPC). --------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

8. CHAMAMENTO AO PROCESSO: O chamamento ao processo já gerou muita discussão. O CC/02 autoriza que o credor possa cobrar a dívida integralmente de apenas um dos devedores solidários. Porém, o CPC ao permitir que o devedor solidário demandado chame ao processo os demais codevedores solidários, retirou essa possibilidade. 8.1 Conceito: O chamamento ao processo é uma espécie de intervenção de terceiros que se caracteriza por uma faculdade atribuída pela lei ao réu para que ele possa chamar ao processo para participar com ele no polo passivo como litisconsortes os demais coobrigados ou codevedores solidários. Trata-se de uma faculdade, e não um dever. O devedor solidário demandado poderá ou não realizar o chamamento ao processo. Litisconsórcio Simples ou Unitário? 1) Doutrina Majoritária - Litisconsórcio Simples (ou Comum), em razão da possibilidade de um dos credores possuir uma defesa de natureza pessoal, o que afasta a natureza una da decisão. 2) Doutrina Minoritária - O que determina o litisconsórcio unitário ou simples é a natureza da obrigação. Se a obrigação for divisível, a defesa de natureza pessoal produzirá seus efeitos, gerando decisões diversas, constituindo caso de litisconsórcio simples. Porém, se a natureza da obrigação for indivisível, mesmo que se apresente uma defesa de natureza pessoal, a sentença deverá ser a mesma, tratando-se de litisconsórcio unitário.

O chamamento ao processo objetiva trazer os demais codevedores ou coobrigados para o polo passivo, a fim de vincular todos à coisa julgada formada no processo, impossibilitando que voltem a discutir a mesma relação jurídica de direito material. Além disso, qualquer um dos codevedores ou coobrigados poderá efetuar o pagamento ao credor, caso em que se sub-rogará nos direitos do credor, sendo possível cobrar dos demais devedores a respectiva quota parte. 8.2 Natureza Jurídica: É controvertida a natureza jurídica do chamamento ao processo: 1) Nelson Nery Jr., Dinamarco, Ovídio Batista, Ernane Fidelis, Celso Agrícola Barbi, Marcelo Abelha Rodrigues - Ação Regressiva Quando o autor ajuizou a demanda contra um devedor solidário, este ao realizar o chamamento o processo estaria ajuizando ações regressivas em face dos demais coobrigados ou codevedores. Isso porque seria inadmissível que o réu realizasse o direito de ação pelo autor. Crítica - Se considerarmos o chamamento ao processo como ação regressiva, a coisa julgada atingiria apenas o devedor demandado. 2) Posição dominante (Athus Gusmão Carneiro, Alexandre Câmara, Daniel Amorim Assumpção) e Jurisprudência - Forma de ampliação subjetiva da relação processual (Incidente Processual). 8.3 Admissibilidade: O chamamento ao processo é cabível no processo de conhecimento. Execução - Não cabe! Majoritariamente, entende-se que não cabe chamamento a processo na execução, em razão dos arts. 567, III e 595, parágrafo único do CPC. Veremos posteriormente que ambas as hipóteses pressupõem que todos tenham participado do processo. Art. 567. Podem também promover a execução, ou nela prosseguir: III - o sub-rogado, nos casos de sub-rogação legal ou convencional.

Cautelar? Art. 595. O fiador, quando executado, poderá nomear à penhora bens livres e desembargados do devedor. Os bens do fiador ficarão, porém, sujeitos à execução, se os do devedor forem insuficientes à satisfação do direito do credor. Parágrafo único. O fiador, que pagar a dívida, poderá executar o afiançado nos autos do mesmo processo. O entendimento sobre a possibilidade de chamamento ao processo na cautelar é controvertido: 1) Arruda Alvim defende a possibilidade do chamamento ao processo cautelar especificamente na hipótese de cautelar de produção antecipada de provas. 2) Doutrina moderna e Jurisprudência - sustentam que não haveria necessidade do chamamento ao processo cautelar, pois bastaria que o juiz determinasse a intimação dos devedores solidários para participarem do processo como assistentes litisconsorciais ou qualificados. Uma vez intimados, eles estariam vinculados à produção da prova, não sendo possível contestá-la posteriormente no processo de conhecimento. 8.4 Hipóteses de Cabimento: I - Devedor na ação em que o fiador for réu Trata-se da situação original da fiança: devedor = devedor principal / fiador = devedor subsidiário. Em sendo demandado, o fiador poderá chamar ao processo devedor principal, passando a figurar fiador e devedor principal no polo passivo da demanda. Se o fiador efetuar o pagamento, ele se sub-roga nos direitos do credor, podendo cobrar a integralidade da dívida do devedor principal.

Questão de Prova MP: O devedor pode chamar ao processo o fiador? Não cabe chamamento ao processo do devedor principal em face do fiador (não é hipótese de solidariedade nem de coobrigação, bem como não há direito de regresso). Se a hipótese é de direito de regresso do fiador em face do devedor por que não constitui hipótese de denunciação da lide? A doutrina e a jurisprudência fundamentam no Princípio da Especialidade, pois o dispositivo trata a situação especificamente como causa de chamamento ao processo e não de denunciação da lide. Ademais, o chamamento ao processo é um meio muito menos gravoso de se obter o mesmo resultado - chamamento ao processo é um incidente processual (mais econômico e célere), enquanto a denunciação da lide é uma ação regressiva. Qual a consequência do fiador não chamar ao processo o devedor principal? 1) Doutrina Clássica (Athus Gusmão Carneiro) - O fiador perde o direito ao benefício de ordem (art. 827 CC), não sendo possível nomear bens livres e desembaraçados do devedor para que estes respondam pela obrigação. 2) Doutrina Majoritária - Devedor principal não fica sujeito à coisa julgada, caso em que poderá voltar a discutir aquela mesma relação jurídica com qualquer meio de defesa. Alguns defendem que quando o fiador efetuar o pagamento da dívida, ele poderá executar o devedor diretamente (sem necessidade de uma nova ação de conhecimento), podendo o devedor se defender por meio de impugnação ao cumprimento de sentença ou por embargos. Para aqueles que defendem a impossibilidade de execução direta, teríamos o fiador ajuizando uma ação de cobrança em face do devedor, que poderá se defender através de contestação, inclusive com a apresentação de defesas de natureza pessoal que tivesse contra o autor.

II - dos outros fiadores,quando para a ação for citado apenas um deles O cofiador que pagar a dívida, se sub-rogará nos direitos do credor, podendo cobrar dos demais cofiadores a respectiva quota parte ou a integralidade do devedor principal. III - de todos os devedores solidários, quando o credor exigir de um ou de algum deles, parcial ou totalmente, a dívida comum Trata-se da principal hipótese de chamamento ao processo (mais comum). A solidariedade pode ser contratual ou extracontratual (legal ou ex lege). É pacífica a aplicação do inciso III nos casos de solidariedade contratual.

O inciso III também se aplica às hipóteses de solidariedade extracontratual (ex lege)? Hipótese mais comum de solidariedade extracontratual - art. 932, III c/c 942, parágrafo único CC. Ex: X é atropelado por um carro da Secretaria do Estado. Há divergência quanto o cabimento de chamamento ao processo na hipótese de solidariedade extracontratual ou legal: 1) Athus Gusmão Carneiro e Alexandre Câmara - Cabe chamamento ao processo nos caso de solidariedade legal ou extracontratual. 2) Doutrina Majoritária - Não cabe chamamento ao processo nos casos de solidariedade legal ou extracontratual, sendo possível a denunciação da lide, se for o caso. Isso porque o chamamento ao processo pressupõe que todos os coobrigados estejam na mesma situação em relação ao credor, caso contrário, causaria prejuízo à marcha processual.