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ROMANTISMO BRASILEIRO Arte identificada com a Independência política Nacionalismo Ufanista VIGÊNCIA HISTÓRICA Indianismo Regionalismo Culto à natureza Procura de uma língua brasileira 1836 Suspiros poéticos e saudades, de Gonçalves de Magalhães. 1871 Morte do último poeta romântico de valor: Castro Alves. 3

ROMANTISMO POESIA GERAÇÃO DENOMINAÇÃO COMPONENTES MODELOS POÉTICOS TEMAS 1.ª Nacionalista/ Indianista Gonçalves de Magalhães e Gonçalves Dias Chateaubriand e Lamartine O ÍNDIO A SAUDADE DA PÁTRIA A NATUREZA A RELIGIOSIDADE O AMOR IMPOSSÍVEL 2.ª Byroniana / Subjetivista / Ultra-Romantismo Álvares de Azevedo Casimiro de Abreu Fagundes Varela Junqueira Freire Byron e Mussett A DÚVIDA O TÉDIO A ORGIA A MORTE A INFÂNCIA O MEDO DO AMOR O SOFRIMENTO SATANISMO 3.ª Liberal / Social / Condoreira Castro Alves Vitor Hugo DEFESA DE CAUSAS HUMANITÁRIAS DENÚNCIA DA ESCRAVIDÃO AMOR ERÓTICO 4

Canção do exílio Minha terra tem palmeiras, Onde canta o Sabiá; As aves, que aqui gorjeiam, Não gorjeiam como lá. Nosso céu tem mais estrelas, Nossas várzeas têm mais flores, Nossos bosques têm mais vida, Nossa vida mais amores. Em cismar, sozinho, à noite, Mais prazer eu encontro lá; Minha terra tem palmeiras, Onde canta o Sabiá. Gonçalves Dias (1823 1864) 5

Minha terra tem primores, Que tais não encontro eu cá; Em cismar sozinho, à noite Mais prazer eu encontro lá; Minha terra tem palmeiras, Onde canta o Sabiá. Não permita Deus que eu morra, Sem que eu volte para lá; Sem que desfrute os primores Que não encontro por cá; Sem qu'inda aviste as palmeiras, Onde canta o Sabiá. 6

Lembrança de Morrer No more! O never more! (SHELLEY) Quando em meu peito rebentar-se a fibra, Que o espírito enlaça à dor vivente, Não derramem por mim nem uma lágrima Em pálpebra demente. E nem desfolhem na matéria impura A flor do vale que adormece ao vento: Não quero que uma nota de alegria Se cale por meu triste passamento. Eu deixo a vida como deixa o tédio Do deserto o poento caminheiro... Como as horas de um longo pesadelo Que se desfaz ao dobre de um sineiro... (1831 1852) Lira dos Vinte Anos (obra-prima da poesia ultrarromântica) Como o desterro de minh alma errante, Onde fogo insensato a consumia, Só levo uma saudade é desses tempos Que amorosa ilusão embelecia. 7

[...] Ó tu, que à mocidade sonhadora Do pálido poeta deste flores... Se vivi... foi por ti! e de esperança De na vida gozar de teus amores. Beijarei a verdade santa e nua, Verei cristalizar-se o sonho amigo... Ó minha virgem dos errantes sonhos, Filha do céu! eu vou amar contigo! Descansem o meu leito solitário Na floresta dos homens esquecida, À sombra de uma cruz! e escrevam nela: Foi poeta, sonhou e amou na vida. [...] 8

O NAVIO NEGREIRO parte IV Era um sonho dantesco... o tombadilho Que das luzernas avermelha o brilho. Em sangue a se banhar. Tinir de ferros... estalar de açoite... Legiões de homens negros como a noite, Horrendos a dançar... Negras mulheres, suspendendo às tetas Magras crianças, cujas bocas pretas Rega o sangue das mães: Outras moças, mas nuas e espantadas, No turbilhão de espectros arrastadas, Em ânsia e mágoa vãs! E ri-se a orquestra irônica, estridente... E da ronda fantástica a serpente Faz doudas espirais... Se o velho arqueja, se no chão resvala, Ouvem-se gritos... o chicote estala. E voam mais e mais... Castro Alves (1847 1871) 9

Presa nos elos de uma só cadeia, A multidão faminta cambaleia, E chora e dança ali! Um de raiva delira, outro enlouquece, Outro, que martírios embrutece, Cantando, geme e ri! No entanto o capitão manda a manobra, E após fitando o céu que se desdobra, Tão puro sobre o mar, Diz do fumo entre os densos nevoeiros: "Vibrai rijo o chicote, marinheiros! Fazei-os mais dançar!..." E ri-se a orquestra irônica, estridente. E da ronda fantástica a serpente Faz doudas espirais... Qual um sonho dantesco as sombras voam!... Gritos, ais, maldições, preces ressoam! E ri-se Satanás!... Arte de Marcílio Godói 10

Adormecida (Espumas Flutuantes, 1870) Uma noite, eu me lembro... Ela dormia Numa rede encostada molemente... Quase aberto o roupão... solto o cabelo E o pé descalço do tapete rente. 'Stava aberta a janela. Um cheiro agreste Exalavam as silvas da campina... E ao longe, num pedaço do horizonte, Via-se a noite plácida e divina. De um jasmineiro os galhos encurvados, Indiscretos entravam pela sala, E de leve oscilando ao tom das auras, Iam na face trêmulos beijá-la. Autorretrato 11

Era um quadro celeste!... A cada afago Mesmo em sonhos a moça estremecia... Quando ela serenava... a flor beijava-a... Quando ela ia beijar-lhe... a flor fugia... Dir-se-ia que naquele doce instante Brincavam duas cândidas crianças... A brisa, que agitava as folhas verdes, Fazia-lhe ondear as negras tranças! E o ramo ora chegava ora afastava-se... Mas quando a via despeitada a meio, Pra não zangá-la... sacudia alegre Uma chuva de pétalas no seio... Eu, fitando esta cena, repetia Naquela noite lânguida e sentida: "Ó flor! - tu és a virgem das campinas! "Virgem! - tu és a flor de minha vida!..." 12

ROMANTISMO PROSA A MORENINHA Joaquim M. de Macêdo 1844...1881 O Mulato Memórias Póstumas de Brás Cubas Retrato do modo de vida e da ideologia burguesa conflito entre o bem (herói) e o mal (vilão) Enredo simples, linear namoro difícil desejo X dever impasse amoroso (final feliz ou trágico) Personagens planos / idealizados ESTRUTURA FOLHETINESCA comportamento previsível Tempo cronológico Descrição e exaltação da vida burguesa Uso do flashback Narrativa rápida (romance de ação) A leitora Jean-Honoré Fragonard 13

TIPOLOGIA DO ROMANCE ROMANCE URBANO: Descrição dos costumes burgueses. Forte caráter sentimental. ROMANCE INDIANISTA: O índio como símbolo de nacionalidade. O bom selvagem. Miscigenação com o branco. Valorização dos mitos, tradições e lendas. Retorno ao passado histórico. ROMANCE HISTÓRICO: Temática de fato histórico paralela à trama. ROMANCE REGIONALISTA: Abordagem do sertanejo e seus costumes. Descrições das paisagens interioranas. 14