Decreto 8.573/15 e Consumidor.gov.br Fonte: Unimed do Estado do Paraná



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Transcrição:

Decreto 8.573/15 e Consumidor.gov.br Fonte: Unimed do Estado do Paraná É com satisfação que informamos que em 20 de novembro do corrente ano, tendo em vista o tendo em vista o disposto no art. 4º, caput, incisos III e V, da Lei nº 8.078/90, foi sancionado pela Presidência da República o Decreto 8.573/2015 que dispõe sobre o sistema alternativo de solução de conflitos de consumo Consumidor.gov.br. O dispositivo além de dispor sobre a natureza gratuita e alcance nacional da plataforma, instituiu em âmbito do Ministério da Justiça, o Comitê Gestor do Consumidor.gov.br, com o objetivo de definir ações e coordenar a gestão e manutenção do Consumidor.gov.br. Além da Secretaria Nacional do Consumidor, que presidirá, e da Secretaria Executiva do Ministério da Justiça, o Comitê será composto por 4 (quatro) representantes do Sistema Nacional de Defesa do Consumidor e 4 (quatro) representantes do setor produtivo. A designação dos titulares e suplentes se dará por ato do Ministro de Estado da Justiça. Aproveitando o ensejo, informamos ainda que também do dia 20 de novembro foi lançado o aplicativo do Consumidor.gov.br, que permitirá que os consumidores agora registrem suas reclamação também a partir de tablets e smartphones. Por enquanto o aplicativo está disponível apenas para Android, e nos próximos dias estará também para IOS. Idec critica TAC entre órgãos públicos e Sistema Unimed Fonte: Migalhas O Instituto avalia que o acordo permite alterações das condições previstas no contrato firmado com a Unimed Paulistana que, por lei, deveriam ser mantidas. O TAC firmado entre operadoras de plano de saúde do grupo Unimed e órgãos públicos não soluciona os problemas dos consumidores da Unimed Paulistana. Essa é a avaliação do Ibec - Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor a respeito do TAC firmado entre o Sistema Unimed e a ANS, o MPF, o MP do Estado e o Procon, para a realização da portabilidade dos clientes da Unimed Paulistana para novos planos. Anunciado na quarta-feira, 30, o TAC prevê que consumidores da Unimed Paulistana possam migrar para planos das operadoras que assinaram o acordo sem cumprir novas carências, por meio de um regime de portabilidade extraordinária, fixado pela ANS. Para o Idec, o TAC é ruim porque os novos contratos firmados com as operadoras do grupo Unimed vão alterar as condições antes firmadas com a Paulistana. Ou seja, o usuário que migrar para essas empresas por meio do TAC

não terá direito à mesma rede de atendimento, nem ao mesmo valor de mensalidade, principalmente. Ao sabor do mercado O TAC estabelece que as operadoras do Sistema Unimed ofereçam ao menos quatro opções planos individuais/familiares para os consumidores que estejam nas seguintes condições: planos individuais/familiares ou integrantes de contratos até 30 beneficiários, residentes nos municípios de atuação da Unimed Paulistana. Ou seja, outros milhares de consumidores da Unimed Paulistana, inclusive aqueles com contratos individuais/familiares ou não, que não residam nessas cidades, terão a portabilidade de suas carências, mas não terão necessariamente planos individuais/familiares à sua disposição nas localidades onde residem. O TAC deixa, assim, excluídos importante parcela de consumidores que estão ligados a planos da Unimed Paulistana. Reajuste de contratos Outro ponto apontado pelo instituto como problemático do acordo é que o documento prevê que os novos contratos individuais/familiares, cuja oferta obrigatória pelas operadoras do sistema Unimed está prevista na portabilidade extraordinária, não precisarão seguir o reajuste anual máximo fixado pela ANS para os contratos semelhantes de outras operadoras. Ou seja, na prática, o reajuste desses contratos foi desregulado e as operadoras poderão aplicar o percentual que bem entenderem. A única restrição é que o aumento aplicado pela nova operadora seja diluído em até 20% ao ano. Do ponto de vista do preço e reajustes, o TAC traz outro ponto ambíguo: os novos planos serão oferecidos com 25% de desconto, mas não está claro se aquele primeiro reajuste após o aniversário será aplicado sobre o preço com desconto ou sobre o preço cheio. Caso seja aplicada a última alternativa, o aumento em doze meses pode ser proibitivo. "Por lei, quando há venda compulsória da carteira, como é o caso, o consumidor tem direito às mesmas condições de seu contrato anterior. Com o TAC, esse direito está sendo renegado", critica Joana Cruz, advogada do Idec. "Do jeito que está, o TAC permite que consumidores paguem mais caro por uma rede pior ou menor do que a que tinham com a Unimed Paulistana." Desinformação Finalmente, a comunicação do TAC e o próprio documento contêm muitas diferenças que em nada ajudam o consumidor. Se as notícias oficias da ANS falam de um contingente de 155,3 mil consumidores com direitos assegurados, o TAC dá a entender que todos os 744 mil consumidores estariam contemplados pela portabilidade extraordinária, que não pode se resumir à carência. Esses 155,3 mil beneficiados citados nas notícias da ANS são, segundo dados da própria agência, os que têm planos individuais/familiares, não estando aí

incluídos os coletivos até 30 vidas. Ou seja, existe um alto grau de desinformação mesmo nos comunicados oficiais. Para o Idec, entidades de defesa do consumidor, públicas ou privadas, mas também os Ministérios Públicos e agentes reguladores, todos temos responsabilidade sobre este cenário. Cada qual deve tomar o partido que julgar mais justo e consequente. Mas o atual sistema de saúde suplementar é resultado dessas decisões. Ação judicial Em defesa da manutenção das condições contratuais firmadas pelos clientes com a Unimed Paulistana, o Idec ajuizou ação civil pública e obteve liminar responsabilizando a Central Nacional Unimed pelo atendimento dos consumidores, mas somente até que o processo de transferência de clientes seja concluído. A decisão continua em vigor e o consumidor que não conseguir atendimento pode denunciar o descumprimento. NÚMERO DE RECLAMAÇÕES NO PROCON EM 2015 JÁ SUPERAM 2014 Fonte: G1.com.br Até agosto deste ano foram feitas 19 mil reclamações. Número corresponde a todas as queixas de 2014. O número de pessoas que procurou o Procon em 2015 aumentou, segundo dados da instituição. Até agosto deste ano foram realizados 19 mil atendimentos e durante todo o ano de 2014 foram 18 mil. As principais reclamações dos consumidores são cobranças abusivas. Há seis meses, o motorista Francisco Chagas entrou com uma reclamação e agora ele está no período de conciliação. Eu fiz um plano de saúde de R$ 406, quando a cobrança chegou veio o valor de R$ 525 e eu não posso pagar. Liguei para o vendedor e ele disse que ia lá em casa pra acertar o preço, mas nunca foi. Depois ele disse Vocês podem dar parte de mim, que eu não vou não. Aí vim no Procon. Eu ganho salario mínimo, não posso pagar um plano de saúde de R$ 525, porque tenho que comer, tenho que pagar contas", explica. Assim, o nome do motorista Francisco Chagas foi parar no serviço de proteção ao crédito. "Os R$ 400, eu poderia pagar, porque dividia no meio, mas aí eles quiseram mais e eu não posso", justifica. Quando procurar o Procon - O diretor do Procon, Moisés Bendahan afirma que o número de cobranças em 2015 envolvendo todos os atendimentos. O número alcançou a marca de 19 mil reclamações até agosto de 2015 e a cobrança abusiva é o principal item, não só de instituições financeiras, mas também da maioria dos fornecedores e às vezes a má prestação de serviço dos serviços que são contratados e não são ofertados.

"Quando a pessoa chega, ela faz uma triagem: ela apresenta a documentação e recebe um protocolo, aí ela vai ser se foi feito algum entendimento com a instituição e depois disso vai para o atendimento. No atendimento é feita a reclamação e depois é mandada para a instituição esse atendimento com a queixa. A instituição tem 10 dias para responder. Depois disso, a pessoa volta para receber as explicações do estabelecimento, mas ele pode aceitar ou não. Se não aceitar, vai para a audiência de conciliação e com relação a tirar o nome do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC), depende muito de cada caso, porque nem sempre o consumidor está certo. Na maioria das vezes sim, mas nem sempre. Se for o caso, antes mesmo da audiência, em até cinco dias úteis, que é o prazo legal, o nome é retirado", pontua.. Complicações: A quitação de dívidas pode ser simples, mas também pode ser um pouco complicada. Para Márcia Cristina Bentes, professora universitária não foi fácil, ela tinha dois financiamentos com bancos públicos e na possibilidade de inadimplência tentou negociar com o banco uma parcela e não foi possível. "Coloquei um imóvel a venda e ao consegui vender, coloquei o dinheiro na conta e recebi um recebi um recibo de quitação. Fiquei absolutamente tranquila. Depois de quatro dias o banco me procurou dizendo que não poderia aceitar uma das operações, que o dinheiro ia permanecer na conta, mas que não foi quitada nenhuma das operações. Eu acebei ficando em uma condição de inadimplente, fiquei com meu nome no SPC e também da minha fiadora", conta. O advogado das relações do consumidor, Wilton Moreira diz que a hora de procurar o Procon é ao identificar uma cláusula abusiva e não só aquelas enumeradas pelo Código de Defesa do Consumidor (CDC), mas qualquer outra, que manifeste desvantagem ao consumidor. "Não precisa ter o seu direito lesado efetivamente, mas a iminência dele ser lesado já autoriza discutir judicialmente algumas cláusulas pra resguardar o seu direito previsto na lei e que está sendo violado no contrato", afirma. CNJ EM BUSCA DO FIM DA JUDICIALIZAÇÃO DA SAÚDE Fonte: Revista Cobertura O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) estima que tramita na justiça brasileira mais de 250 mil processos de judicialização da saúde pública e suplementar, voltados principalmente para medicamentos e vaga por internação hospitalar. Mas as demandas por saúde suplementar estão concentradas nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro, porque os 50 milhões de usuários estão concentrados nessas duas regiões, contou a conselheira do CNJ, Deborah Ciocci, durante o 20º Congresso Abramge e 11º Congresso Sinog, realizado em São Paulo. Ela acredita que é preciso encontrar caminhos alternativos para sanar os conflitos entre as razões da medicina e do judicial. Hoje se interpreta o plano de

saúde com base no código do consumidor e da Constituição Federal, ou seja, há a interpretação geral de que não há mais o combinado e sim o que chamamos de direito civil constitucional. Débora ressalta que há três grandes problemas principais na saúde suplementar e que levam à judicialização. Medidas preventivas que são poucas e ações coletivas para brigar por pontos realmente relevantes, conscientização geral das operadoras para cumprir o que está de acordo com a constituição e do que tem sido decidido, e a orientação jurisprudencial que varia muito. Além disso, a saúde suplementar possui duas faces que aumentam ainda mais a judicialização, de um lado consumidores que buscam aquilo que não têm direito e por outro lado operadores litigantes que não cumprem sua obrigação ou não adequam seus contratos à nossa realidade. Mesmo com esse cenário complicado para encontrar um denominador comum entre as partes, ela ressalta que o CNJ investe em conciliação, porque hoje há 100 milhões de processos no Brasil. Mas não estamos todos brigando, o maior litigante desse montante é o poder público. Porém, quando falamos em conciliação é para que o judiciário cumpra sua função constitucional de eficiência e também para chamar o cidadão à sua responsabilidade e conscientização, finaliza Deborah Ciocci.