Anacleta Cipriano Advogada Associada FBL Angola. 12 a 14 de Junho de 2012, Luanda, Angola



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Transcrição:

Anacleta Cipriano Advogada Associada FBL Angola

ENQUADRAMENTO LEGAL, REGULAMENTAR, BUROCRÁTICO E FISCAL Módulo II Requisitos para Aprovação de Projectos, Documentos Necessários e Processo Burocrático

Índice 1. Pressupostos para Constituição de uma PPP 1. Pressupostos Materiais; 2. Pressupostos Formais; 2. Tramitação Legal e Documentos Instrutivos 3. Constituição da Sociedade de Fim Específico e sua Caracterização 1. Sociedade por Quotas; 2. Sociedades Anónimas; e 3. Processo de Constituição.

1. Pressupostos para Constituição de uma PPP A Lei 2/11 de 14 de Janeiro, sobre as parcerias público privadas, doravante simplesmente designada por Lei das PPP s, ainda não foi objecto de regulamentação. Pelo que apresentação ora preparada cinge-se, única exclusivamente, as linhas gerais definidas pelo diploma acima indicado. A Lei das PPP s define um conjunto de pressuposto que devem ser observados pelas entidades intervenientes antes da constituição de uma PPP.

1.1 Pressupostos Materiais Plano Geral das PPP s (PGPPP): é um documento plurianual e multisectorial aprovado pelo Executivo e que define a estratégia em matéria de PPP. Definição do Modelo de Parceria que representa: Para o parceiro público: vantagens relativa as formas alternativas de alcançar o mesmo fim; e Para o parceiro privado: possibilidade de obter dividendos adequados ao montante investido, grau de risco. Criação de Unidades ou Estruturas Técnicas de PPP s sectoriais.

1.1 Pressupostos Materiais(cont) Elaboração dos Manuais para preparação do estudo prévio dos projectos de PPP s. O estudo técnico-económico-financeiro deve ser elaborado tendo em consideração os potenciais interessados, as condições de mercado e a dimensão financeira do contrato e deve: Promover uma eficaz articulação entre as entidades envolvidas; Propor soluções e medidas para defesa do interesse público; Propor instrumentos jurídicos adequados ao lançamento e execução do projecto de parceria; Justificar o modelo de PPP a adoptar e demonstrar a inexistência de alternativas equiparáveis e dotadas de maior eficiência técnica e operacional; e Demonstrar a cabimentação orçamental da parceria;

1.1 Pressupostos Formais Observância da Lei do Orçamento Geral do Estado, sempre que o parceiro público tenha de suportar os encargos decorrentes de pagamentos a realizar ao parceiro provado. Concepção do Contrato padrão para constituição das PPP Com observância da legislação aplicavél. Obtenção de todas as autorizações prévias, bem como dos pareceres administrativos exigidos e dos quais depende o desenvolvimento do projecto. Criação do Fundo de Garantia das PPP s.

2. Tramitação Legal e Documentos Instrutivos A lei das PPP s estabelece um regime processual único para a aprovação de um projecto de PPP que obedece a seguinte tramitação: Plurianualmente o executivo, com colaboração de todos os departamento ministeriais, deverá preparar e aprovar o Plano Geral das PPP s; e Com base neste plano, as Unidades Sectoriais existentes nos departamentos ministeriais, mediante autorização dos Ministro (s) de Tutela Sectorial irão apresentarão um estudo prévio sobre a PPP a constituir;

2. Tramitação Legal e Documentos Instrutivos Na data indicada, o Ministro de Tutela submeterá a aprovação da CMAPPP o projecto de parceria com os seguintes documentos: Estudo técnico-economico-financeiro; Programa de procedimento adjudicatório aplicável; Caderno de encargos; Analise técnica das opções que determinaram a configuração do projecto; Descrição do projecto e do seu modo de financiamento; Demonstração do interesse público; Justificação do modelo de parceria escolhido; Demonstração financeira da cabimentação dos custos e riscos decorrentes da parceria em função do OGE; Licenciamento e pareceres administrativos quando exigível nos termos da Lei; Minuta do contrato de PPP.

2. Tramitação Legal e Documentos Instrutivos Recebida a proposta de PPP s, a CMAPPP remeterá o dossier à apreciação do Departamento Ministerial de Tutela para emissão de parecer sob a forma de um relatório que deverá pronunciar-se sobre: A conformidade do modelo de PPP com requisitos para constituição de uma PPP e da partilha de riscos adequada ao interesse público; Discriminação adequada das obrigações e direitos das partes; e Se os riscos de parceria estão devidamente quantificados e alocados e o seu impacto na esfera do parceiro público. Após a recepção do relatório do Ministro de Tutela, a CMAPPP aprovará a constituição da PPP, mediante a emissão de um parecer favorável dirigido ao Ministro de Tutela.

2. Tramitação Legal e Documentos Instrutivos O Parecer da CMAPPP define o lançamento da parceria e as respectivas condições de execução. O Ministro de Tutela deverá dar início ao procedimento de selecção e negociação das parcerias, segundo o procedimento adjudicatório aplicável e previamente aprovado pelo Tribunal de Contas. O Processo adjudicatório é conduzido pelo Ministro de Tutela, mas pode ser interrompido ou anulado mediante deliberação fundamentada da CMAPPP, sob proposta do Ministro de Tutela e não há lugar à qualquer indemnização; Concluído o processo de selecção e apôs aprovação do Tribunal de Contas, a CMAPPP submete o projecto de parceria à aprovação do titular do poder executivo.

2. Tramitação Legal e Documentos Instrutivos Após a provação do projecto de parceria pelo Titular do poder Executivo e antes da assinatura do contrato de parceria, o parceiro público e o parceiro privado devem constituir a sociedade comercial de fim especifico incumbida de implantar e gerir o objecto da parceria. O contrato de parceria poderá ser assinado pelo parceiro privado e pelos Ministros das Finanças, Economia e de Tutela Sectorial, em representação do Estado. A titulo excepcional, a CMAPPP, juntamente com os departamentos ministeriais de tutela sectorial podem designar uma comissão extraordinária de acompanhamento da fase inicial da execução do contrato face a dimensão, complexidade e valor e interesse público em causa.

3. Constituição da Sociedade de Fim Especifico SOCIEDADES POR QUOTAS SOCIEDADES EM COMANDITA SIMPLES/ACÇÕES LEGISLAÇÃO COMERCIAL SOCIEDADES EM NOME COLECTIVO SOCIEDADES ANONIMAS

3. 1 Sociedades Por Quotas SOCIEDADES POR QUOTAS CARACTERIZAÇÃO PELO MENOS 2 SÓCIOS CAPITAL SOCIAL MINIMO USD 1.000,00 VALOR NOMINAL DAS QUOTAS USD 100,00 RESPONSABILIDADE LIMITADA A PARTICIPAÇÃO SOCIAL A GESTÃO COMPETE A UM OU MAIS GERENTES

3. 2 Sociedade Anónima SOCIEDADES ANÓNIMAS CARACTERIZAÇÃO PELO MENOS 5 ACCIONISTAS CAPITAL SOCIAL MINIMO USD 20.000,00 O VALOR NOMINAL DAS ACÇÕES: USD 5,00 CADA UMA RESPONSABILIDADE LIMITADA A PARTICIPAÇÃO SOCIAL A GESTÃO COMPETE A CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO

3. 3. PROCESSO DE CONSTITUIÇÃO PROCESSO DE CONSTITUIÇÃO OBTENÇÃO DO CERTIFICADO DE ADMISSIBILIDADE DE FIRMA DEPOSITO DO CAPITAL SOCIAL NUM BANCO COMERCIAL DOMICILIADO EM ANGOLA ESCRITURA PÚBLICA P DE CONSTITUIÇÃO PUBLICAÇÃO NO DIÁRIO DA REPÚBLICA REGISTO ESTATÍSTICO STICO INSCRIÇÃO FISCAL E PAGAMENTO DO IMPOSTO DE INICIO DE ACTIVIDADE REGISTO COMERCIAL

MUITO OBRIGADO anacleta.cipriano@fbladvogados.com www.fbladvogados.com 17