TESTES PARA AVALIAÇÃO DO VIGOR DE SEMENTES DE ALGODÃO ARMAZENADAS EM CONDIÇÕES AMBIENTAIS

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Transcrição:

TESTES PARA AVALIAÇÃO DO VIGOR DE SEMENTES DE ALGODÃO ARMAZENADAS EM CONDIÇÕES AMBIENTAIS Vicente de Paula Queiroga (Embrapa Algodão / queiroga@cnpa.embrapa.br), Lílian Batista de Queiroz Castro (UFCG), Josivanda Palmeira Gomes de Gouveia (UFCG). RESUMO - O presente trabalho teve como objetivo avaliar o vigor das sementes do algodoeiro herbáceo das cultivares BRS Verde e CNPA 7H (branca) armazenadas em condições ambientais de laboratório de Campina Grande-PB. Foram avaliados os seguintes testes de vigor: primeira contagem de germinação, comprimento de plântulas e condutividade elétrica. Utilizou-se o delineamento inteiramente casualizado, usando-se o esquema fatorial 2 x 5, com quatro repetições, e os fatores constituíram-se de duas cultivares de algodão (BRS Verde e CNPA 7H) e cinco períodos de armazenamento (0, 3, 6, 9, e 12 meses). Com base nos resultados obtidos, concluiu-se que as sementes de algodão cultivar BRS Verde apresentaram mais vigorosas ao longo do armazenamento, nos diferentes testes de vigor analisados. Palavras-chave: armazenamento, cultivares de algodão, vigor. SEED VIGOR TEST FOR EVALUATION OF COTTON STORED AT ENVIRONMENT CONDITIONS ABSTRACT - In order to evaluate seed vigor of upland cotton stored at environment temperature and umidity at Campina Grande-PB, three vigor test were performed: first germination accountant electric conductivity and seedlings length. Two cultivars - cv. BRS Verde and BRS CNPA 7H - and five storing periods - zero, 3, 6, 9 and 12 months - were arranged on factorial distribution and submitted to completely randomized designs with four replications. One concludes that BRS Verde seeds were the most vigorous along the storing period in the vigor tests applied. Key words: storing, cotton cultivars, vigor INTRODUÇÃO O algodão colorido tornou-se uma das melhores alternativas de renda para o semi-árido nordestino e demais áreas caracterizadas pela pequena propriedade. Além da cultivar BRS 200 Marrom, dentre as cultivares de fibra de diferentes tonalidades que se destaca atualmente no mercado, é a BRS Verde que pode ser indicada para ser cultivada na região do Nordeste, intensamente castigada pela seca, por se tratar de um material derivado do algodão herbáceo, cultivar CNPA 7H, que é considerado um genótipo produtivo e tolerante.as estiagens ocasionais. Esta produção do algodão colorido vem sendo absorvida pelo Governo da Paraíba e direcionada para a empresa Natural Fashion, para a fabricação de roupas, tecidos e outros artigos. O mercado para o referido algodão ainda é restrito, mas a tendência é de expansão, passando a ser consumido por pessoas alérgicas a corantes sintéticos, por dispensar o processo de tingimento, que representa no algodão branco de 25 a 30% do seu custo final (ANUÁRIO BRASILEIRO DO ALGODÃO, 2004). Diante de sua importância para o mercado, mesmo assim as sementes do algodão colorido ainda não foram devidamente pesquisadas com relação ao seu comportamento ao longo do armazenamento. Bruno et al. (2001) observaram que as sementes com línter de algodão colorido

tiveram sua viabilidade favorecida durante o armazenamento. Estes resultados são contraditórios quando comparados com os trabalhos de pesquisa realizados por Almeida (1981), Patriota (1996) e com as afirmações dadas por Queiroga et al. (1997) de que as sementes de algodão não mantiveram a sua qualidade fisiológica durante o armazenamento. Por outro lado, os testes de vigor têm despertado grande interesse pelos produtores de sementes, no sentido de identificar possíveis diferenças na qualidade fisiológica entre lotes cujas sementes apresentam poder germinativo semelhante. Entretanto, o vigor, pela sua própria característica de complexidade, nem sempre pode ser avaliado completamente por apenas um teste, razão pela qual, recomenda-se o uso de vários testes para que se tenha uma idéia mais acurada da qualidade fisiológica de um lote de sementes (VIEIRA et al., 1994). O presente trabalho teve como objetivo avaliar o vigor das sementes de algodoeiro herbáceo (Gossypium hirsutum r. latifolium, L.) das cultivares BRS Verde e CNPA 7H (branca), armazenadas durante 12 meses em condições ambientais de laboratório. MATERIAL E MÉTODOS As sementes de algodão herbáceo obtidas das cultivares BRS verde e CNPA 7H de cor branca (algodão tradicional), utilizadas no presente trabalho foram provenientes de campos irrigados de produção de sementes básicas da Embrapa Algodão, coletadas no ano de 2000, no município de Touros-RN, propriedade Bebida Velha. Enquanto os ensaios foram conduzidos no Laboratório de Sementes do Centro Nacional de Pesquisa do Algodão CNPA pertencente a Embrapa de Campina Grande-PB. Foi adotado o delineamento inteiramente casualizado, usando-se o esquema fatorial 2 x 5, com quatro repetições, e os fatores constituíram-se de duas cultivares com línter de algodão herbáceo BRS verde e CNPA 7H e cinco períodos de armazenamento (0, 3, 6, 9 e 12 meses). Este armazenamento das sementes de algodão em embalagem permeável (saco de papel) foi realizado em condições ambientais não controladas de laboratório na Embrapa Algodão de Campina Grande-PB, que apresentaram no período do experimento temperatura e umidade relativa do ar média de 24,4 C e 76%, respectivamente. Inicialmente e a cada 90 dias de armazenamento, utilizaram-se as determinações de vigor (VIEIRA e CARVALHO,1994).

RESULTADOS E DISCUSSÃO Na Figura 1 estão representados os dados do vigor das sementes das cultivares BRS Verde e CNPA 7H, correspondente a interação Cultivares x Períodos (CxP) referente ao parâmetro primeira contagem da geminação (1 a CTG). 1ª CTG (%) 75 Cultivares 60 45 30 15 0 BRS Verde y = -1,38x + 81,02 R2 = 0,98 CNPA 7H y = -1,74x + 76,90 R2 = 0,99 0 3 6 9 12 Períodos (meses) BRS Verde CNPA 7H Linear (BRS Verde) Linear (CNPA 7H) Figura 1. Representação gráfica do vigor (primeira contagem da germinação) das sementes de algodão das cultivares BRS Verde e CNPA 7H, para a interação Cultivares x Períodos (CxP). Observa-se diferença significativa entre as cultivares relacionadas ao vigor, e também na interação Cultivar x Períodos (CxP), (Fig. 1). Verifica-se superioridade da viabilidade das sementes da cultivar BRS Verde em relação a cultivar CNPA 7H em todos os períodos de armazenamento. Com relação aos distintos períodos de armazenamento, verifica-se decréscimo do vigor das cultivares ao longo de 12 meses. Este fato se justifica uma vez que a qualidade da semente não melhora durante o armazenamento, conforme Popinigis. (1977). Na Figura 2, estão representados os valores do vigor das sementes de algodão das cultivares BRS Verde e CNPA 7H, referente ao parâmetro comprimento de plântula (CP) para a interação Cultivares x Períodos (CxP).

CP (cm) 20 Cultivares 15 10 5 BRS Verde y = -0,28x + 16,91 R2 = 0,77 CNPA 7H y = -0,55x + 18,2 R2 = 0,84 0 0 3 6 9 12 Períodos (meses) BRS Verde CNPA 7H Linear (BRS Verde) Linear (CNPA 7H) Figura 2. Representação gráfica do vigor das sementes de algodão das cultivares BRS Verde e CNPA 7H, para os fatores Cultivares x Períodos (CxP) De acordo com os valores estimados, observa-se diferença significativa entre as cultivares. A cultivar CNPA 7H manteve-se superior a cultivar BRS Verde no período inicial de armazenamento. Após esse período, a cultivar BRS Verde apresentou-se superior. Mais uma vez, os resultados do presente trabalho confirmam com os dados obtidos por Bruno et al. (2001), em que as sementes de algodão colorido da cultivar BRS Verde superou a CNPA 7H tradicional. Com relação ao período de armazenamento, observa-se diminuição do vigor das cultivares BRS Verde e CNPA 7H em todos os períodos analisados. Este decréscimo do vigor é compreensível, visto que o processo de deterioração das sementes é inevitável durante o armazenamento, principalmente em ambiente não controlado. Para Almeida (1981) a perda de vigor em sementes de algodão armazenadas, depende das condições ambientais vigentes no local de armazenamento, como temperatura e umidade relativa do ar. Na Figura 3, estão representados os dados do vigor referente ao parâmetro condutividade elétrica. Observa-se diferença significativa entre as cultivares e que as sementes da cultivar BRS Verde apresentou viabilidade superior a CNPA 7H em todos os períodos de armazenamento. Nota-se uma tendência de redução do vigor entre as cultivares, evidenciado pela cultivar CNPA 7H que, a partir do 6 o mês, apresentou um decréscimo significativo. Vale destacar que no teste de condutividade elétrica o maior vigor da semente representa a menor lixiviação de eletrólitos para solução.

CE µs (cm g) -1 Cultivares 400 350 300 250 200 150 100 50 0 CNPA 7H y = 4,3192x + 324,95 R2 = 0,97 BRS Verde y = 1,09x + 303,51 R2 = 0,98 0 3 6 9 12 Períodos (meses) BRS Verde CNPA 7H Linear (CNPA 7H) Linear (BRS Verde) Figura 3. Representação gráfica do vigor (condutividade elétrica) das sementes de algodão das cultivares BRS Verde e CNPA 7H, para a interação Cultivares x Períodos (CxP) CONCLUSÃO De modo geral, as sementes de algodão da cultivar BRS Verde foram mais vigorosas ao longo do armazenamento, nos diferentes testes de vigor analisados. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALMEIDA, F. de A. C. Efeito da temperatura e umidade relativa do ar sobre a germinação, vigor e teor de umidade de sementes armazenadas de algodão (Gossypium hirsutum r. latifolium L.). Campina Grande: UFPB, 1981. 65 p. Dissertação (Mestrado) Universidade Federal da Paraíba Campina Grande. BRASIL. Ministério da Agricultura e Reforma Agrária. Regras para Análise de Sementes. Brasília: DNDV/CLAV. 1992. 365 p. BRUNO, R. L. A.; LOPES K. P.; LIMA, A. A.; QUEIROGA, V. P.; SOUZA, A. A. Qualidade de sementes do algodoeiro colorido e tradicional da cv. CNPA 7H. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ALGODÃO, 3, 2001,.Campo Grande. Anais... Campina Grande: Embrapa CNPA, 2001. p. 934-935 EMBRAPA. BRS verde. Campina Grande: Embrapa CNPA, 2002. Folder.

PATRIOTA, T. R. A. Avaliação da qualidade fisiológica das sementes de algodão (Gossypium hirsutum L. r. latifolium Hutch) armazenadas em função de diferentes tratamentos e teores de umidade. Campina Grande: UFPB, 1996. 75 p. Dissertação (Mestrado).- Universidade Federal da Paraíba Campina Grande. POPINIGIS, F. Fisiologia da Semente. Agiplan, 1977. 289 p. QUEIROGA, V. P, BELTRÃO, N. E. M., AZEVEDO, M. R. Q. A. Influência das embalagens e condições de conservação na germinação de sementes de gergelim (S. indicum L.) armazenadas. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE SEMENTES, 10. 1997, Curitiba. Anais... Curitiba: ABRATES, 1997. v. 2. p. 56, (Informativo Abrates,1-2). VIEIRA, R. D.; CARVALHO, N. M. de. Teste de vigor em sementes. FUNEP. 1994. 164 p.