Revisão do Plano Nacional de Acção para a Eficiência Energética. (n.º 2, art.º14º da Directiva 2006/32/CE)

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Transcrição:

Revisão do Plano Nacional de Acção para a Eficiência Energética (n.º 2, art.º14º da Directiva 2006/32/CE) Julho de 2011

1 Enquadramento O presente relatório pretende dar cumprimento ao disposto no n.º2 do artigo 14.º da Directiva 2006/32/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho, relativa à eficiência na utilização final de energia e aos serviços energéticos. Este 2º Plano de Acção constitui uma revisão do Plano Nacional de Acção para a Eficiência Energética (PNAEE) aprovado pela RCM n.º 80/2008, de 20 de Maio, e enviado posteriormente à Comissão Europeia. O PNAEE original - Portugal Eficiência 2015 - contempla um conjunto de medidas que têm como meta alcançar, até 2015, uma melhoria da eficiência energética equivalente a 9,8% do consumo final de energia. A Directiva estabelece a obrigação dos Estados Membros publicarem planos nacionais de acção para a eficiência energética, estabelecendo metas de pelo menos 1% de poupança de energia por ano até 2016, tendo o Governo Português decidido em 2008 antecipar esta meta um ano. O trabalho de revisão apresentado neste documento parte da avaliação global à execução do PNAEE ao longo do período 2008- e da análise ao balanço dos seus programas e medidas, com o objectivo de projectar novos objectivos e metas para 2016. Face à recente tomada de posse do actual Governo e à avaliação que decorre das medidas previstas no Memorando de Entendimento sobre as Condicionalidades de Política Económica de Portugal. São apenas apresentados resultados agregados, uma vez que estão a ser definidas e revistas as orientações e directrizes da política energética, nomeadamente nesta área da eficiência energética. A maioria das medidas no Plano de acção inicial terá continuação neste 2º Plano, por vezes com alteração das respectivas metas ou com a inclusão ou extinção de algumas acções previstas nessas mesmas medidas, em função do seu estado de implementação. Serão ainda apresentadas algumas novas medidas já assumidas pelo novo Governo, bem como a extinção de outras que não tiveram os resultados esperados. 1

2

2 Análise do desempenho de s e Medidas do PNAEE existente O Plano Nacional de Acção para a Eficiência Energética (PNAEE) contém um conjunto de programas e medidas para que Portugal possa alcançar e suplantar os objectivos previstos na Directiva 2006/32/CE, relativa à eficiência na utilização final de energia e aos serviços energéticos, transposta pelo Decreto-Lei n.º 319/2009, de 3 de Novembro. A implementação do Plano prevê uma economia energética de 1.792.483 toneladas equivalentes de petróleo (tep) no ano de 2015, correspondendo a uma economia de 9,8% face ao período de referência (média do consumo de energia final no período 2001-2005), definindo medidas específicas para as áreas dos Transportes, Residencial e Serviços, Indústria e Estado, e ainda 3 áreas de acção transversal (Comportamentos, Financiamento e Fiscalidade). A implementação deste Plano, permitiu atingir em termos acumulados até finais de, 36,7% do objectivo, o que está em linha com o previsto. A análise feita ao estado de implementação de cada medida do PNAEE 2015 teve por base a informação recolhida junto de diversas fontes, sendo a sua contabilização efectuada segundo os métodos de cálculo usados na elaboração do PNAEE. A poupança energética das medidas referidas tem como cenário de referência a média do consumo energético final nacional nos anos de 2001-2005, de acordo com o definido na Directiva Europeia. Área 2008 2009 Variação 09/10 Acumulado Objectivo 2015 Execução Impactos (tep) Impactos (tep) Impactos (tep) % Impactos (tep) Impactos (tep) % Transportes 32.588 41.079 157.387 277% 231.055 Residencial e Serviços 19.019 73.146 123.024 68% 215.189 Indústria 69.651 67.367 40.875-39% 177.895 1.792.477 36,7% Estado 25 3.947 6.092 54% 10.064 Comportamentos -- 6.810 21.313 213% 28.123 Total 121.283 192.349 348.691 80% 662.326 3

2.1 Transportes Nesta área foram contabilizadas reduções de consumo energético da ordem dos 231.055 tep, entre 2008 e, resultantes do efeito combinado de três programas: Renove Carro, Mobilidade Urbana e Sistema de Eficiência Energética nos Transportes. 2.1.1 Renove Carro s e Medidas medida 2008 2009 Impactos (tep) Impactos (tep) Impactos (tep) Revitalização do abate de veículos em fim de vida Tributação Verde - Revisão do regime de tributação de veículos particulares T1M1 T1M2 13.519 11.151 49.427 Renove Carro Pneu verde e eficiência fuel T1M3 T1M4 1.414 151 2.061 T1M5 -- -- -- Novos veículos mais "conscientes" para a poupança de combustível T1M6 -- -- 2.993 Total 14.933 11.302 54.481 Só foram obtidos resultados em cinco das seis medidas deste. A inexistência de dados para a medida T1M5 - Eficiência Fuel deve-se, muito possivelmente, a razões comportamentais associadas à actual conjuntura económica, reflectindo-se numa retracção na procura de combustíveis e lubrificantes mais eficientes (também mais caros), face aos cenários de referência previstos. A medida será excluída no 2.º PNAEE, uma vez que não se prevê, a curto prazo, uma inversão desta tendência. Em termos acumulados, o impacto das medidas já alcançado é de 80.716 tep, o que representa 27,1% da meta de referência para 2015. 4

2.1.2 Mobilidade Urbana s e Medidas 2008 2009 medida Impactos (tep) Impactos (tep) Impactos (tep) Transferência modal em Lisboa, Porto e capitais de distrito T2M1 -- 15.270 83.547 Mobilidade Urbana Planos de mobilidade urbana em office parks e parques industriais T2M2 -- -- -- Utilização de transportes energeticamente mais eficientes T2M3 654 131 0 Plataforma de gestão de tráfego nos grandes centros urbanos T2M4 -- -- -- Total 654 15.400 83.547 O Mobilidade Urbana registou um impacto acumulado, em termos de consumos energéticos evitados, bastante significativo e acima das expectativas: 99.601 tep, correspondentes a uma execução, face à meta estabelecida para 2015, de 59%. Em termos de medidas são de realçar os resultados alcançados na transferência modal nas principais capitais de distrito, medida T2M1 - Transferência modal em Lisboa, Porto e capitais de distrito, sobretudo associadas ao incremento do uso do metro (abertura do metropolitano do Porto e do metro de superfície do Sul do Tejo e à extensão da rede em Lisboa). Para esta medida foi efectuada uma análise da transferência modal estrutural verificada até ao ano de. O grande impacto desta medida tem claramente a ver com os efeitos conjunturais da actual crise nomeadamente o aumento dos preços dos combustíveis e a maior procura de transportes públicos. Como se pode verificar, apesar da boa execução deste, apenas duas medidas, a medida T2M1 Transferência modal em Lisboa, Porto e capitais de distrito e a medida T2M3 Utilização de transportes energeticamente mais eficientes, registaram impactos neste período em análise. A medida T2M2 Planos de Mobilidade foi iniciada em 2009, prevendo-se que comecem a existir poupanças associadas a partir de 2013. Já no que se refere à medida T2M4 Plataforma de Gestão de Tráfego nos Grandes centros Urbanos, não se verificou qualquer iniciativa, nem nos parece expectável que tal venha a ocorrer nos a curto prazo, pelo que será retirada neste trabalho de revisão. 5

2.1.3 Sistema de Eficiência Energética nos Transportes s e Medidas 2008 2009 medida Impactos (tep) Impactos (tep) Impactos (tep) Portugal logístico T3M1 -- -- -- Sistema de eficiência energética nos transportes Auto-estradas do mar T3M2 -- -- -- Reestruturação da oferta da CP T3M3 14.891 14.313 16.455 SEET - Sistema de Eficiência Energética nos Transportes T3M4 -- -- -- Total 14.891 14.313 16.455 O programa Sistema de eficiência energética nos transportes tem registado um significativo atraso nas medidas T3M1 Portugal Logístico e T3M2 Autoestradas do Mar, no entanto, podem vir a conhecer um impulso no âmbito da estratégia do actual Governo para o sector dos transportes de mercadorias que está em fase final de definição. 2.2 Residencial e Serviços Nesta área os 215.188 tep contabilizados nos três primeiros anos são resultantes do efeito combinado de três programas que seguidamente se detalham em termos de variação anual. 2.2.1 Renove Casa & Escritório s e Medidas medida R&S4M1 2008 2009 Impactos (tep) Impactos (tep) Impactos (tep) -- 11.120 13.739 Substituição do parque de equipamentos ineficientes R&S4M2 -- 6.630 7.088 R&S4M3 13.592 19.600 15.338 Renove Casa & Escritório Desincentivo à aquisição de novos equipamentos ineficientes R&S4M4 -- -- -- R&S4M5 -- -- 311 Medidas de remodelação R&S4M6 -- -- 435 R&S4M7 -- -- 13.921 Renovação de equipamento de escritório R&S4M8 -- 3.660 3.677 Total 13.592 41.009 54.510 6

O programa Renove Casa & Escritório registou um desempenho claramente acima do objectivo delineado como meta acumulada para o ano de (109.111 tep contra os 70.119 tep previstos). O principal factor que contribuiu para este resultado está associado à boa implementação das medidas de substituição de equipamentos ineficientes. Destacam-se, em especial, os resultados da medida R&S4M3 Phase out de Lâmpadas Incandescentes, permitindo a introdução de cerca de 15 milhões de CFL no parque de iluminação nacional, através de programas nacionais conducentes à substituição de lâmpadas ineficientes, e pela alteração de comportamentos dos consumidores na compra de equipamentos com elevado nível de desempenho energéticos (frigoríficos, arcas congeladoras e máquinas de lavar roupa, medidas R&S4M1 e R&S4M2). Numa primeira quantificação dos impactos das medidas de Remodelação R&S4M5 Janela Eficiente, R&S4M6 Isolamento Eficiente e R&S4M7 Calor Verde, foram apurados recentemente os valores de redução de consumo associados a estas medidas. Em particular, no que se refere à medida Calor Verde, os 13.921 tep evitados neste triénio (2008-), quase o dobro do previsto inicialmente, ficou a dever-se à forte dinâmica existente no mercado de recuperadores de calor para aquecimento. Em termos acumulados, o impacto das medidas (109.111 tep) representa 61% da meta de 2015, o que coloca este programa acima dos objectivos propostos. 2.2.2 Sistema de Eficiência Energética nos Edifícios Sistema de Eficiência Energética nos Edifícios s e Medidas medida Impactos (tep) Impactos (tep) Impactos (tep) Edifícios Residenciais R&S5M1 3.683 7.295 46.495 Edifícios de Serviços R&S5M2 630 11.003 12.064 2008 2009 Total 4.313 18.298 58.559 Este programa visa melhorar o desempenho energético dos edifícios, através da melhoria da classe média de eficiência energética do parque edificado, mediante a implementação das orientações que regulam o Sistema de Certificação Energética (SCE). 7

A evolução verificada no programa Sistema de Eficiência Energética nos Edifícios reflecte a continuidade na emissão de Certificados Energéticos e Declarações de Conformidade Regulamentar no SCE e uma reavaliação da poupança energética por edifício, tendo já por base o universo de quase 400 mil certificados que compõem o sistema de certificação. Em termos acumulados, considerando ambos os sectores - residencial e serviços - o impacto das medidas é de 81.170 tep, o que representa 42% da meta de referência a 2015, concluindo-se que o programa em causa encontra-se na evolução prevista para o alcance das metas, face aos objectivos. 2.2.3 Renováveis na Hora s e Medidas medida 2008 2009 Impactos (tep) Impactos (tep) Impactos (tep) Micro-produção R&S6M1 1.114 983 1.975 Renováveis na Hora Solar Térmico R&S6M2 -- 11.403 4.900 -- 1.452 3.080 Total 1.114 13.838 9.955 Este programa visa promover a substituição do consumo de energia fóssil por energia renovável, através da maior facilidade de acesso a tecnologias de micro - geração de energia eléctrica e de aquecimento solar de águas quentes sanitárias. O programa Renováveis na Hora, apresenta uma forte dinâmica nas duas medidas definidas ao nível da micro-produção para fins eléctricos bem como nos incentivos para a instalação de novos sistemas solares térmicos. A medida R&S6M1 Micro-produção, registou nos três primeiros anos, 4.072 tep, provenientes de cerca de doze mil microprodutores aderentes. A medida R&S6M2 Solar Térmico, alcançou a cifra de 20.835 tep, como resultado do forte incremento dado através da iniciativa Solar Térmico 2009, que criou um quadro de incentivos associados à aquisição de equipamentos para aquecimento de águas sanitárias (AQS) para o segmento residencial, posteriormente estendida às Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS) e às Associações Desportivas com Utilidade Pública (ADUP). 8

2.3 Indústria Nesta área contabilizaram-se 177.895 tep nos três primeiros anos de execução das medidas inseridas no programa seguidamente detalhado. 2.3.1 Sistema de Eficiência Energética na Indústria e outros sectores s e Medidas medida 2008 2009 Impactos (tep) Impactos (tep) Impactos (tep) 61 387 2.166 I7M1 65 2.608 3.673 0 114 636 Sistema de Eficiência Energética na Indústria e outros sectores (SGCIE) Sistema de Gestão dos Consumos Intensivos de Energia 28 472 5.883 -------- -------- -------- 151 0 0 0 4 709 0 0 0 0 0 0 0 355 2.336 I7M2 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 62 76 I7M3 9 18.164 4.627 I7M4 69.338 45.201 20.770 Total 69.651 67.367 40.875 A evolução verificada nas medidas I7M1 Medidas Transversais, I7M2 Medidas Especificas e I7M3 Outros Sectores de Actividade contabilizou a entrega de quase 400 planos de racionalização dos consumos de energia, no âmbito do SGCIE. O SGCIE conta à data com 878 empresas, o que supera as expectativas existentes aquando do lançamento do Sistema. 2.4 Estado Nesta área, nos três primeiros anos, foram contabilizados 10.064 tep, resultantes da execução do que seguidamente se detalha. 9

s e Medidas medida 2008 2009 Impactos (tep) Impactos (tep) Impactos (tep) E8M1 -- 1.462 3.307 Edifícios E8M2 E8M3 -- 136 880 E8M4 24,9 24,6 113 E8M5 -- -- -- Eficiência Energética no Estado Transportes E8M6 -- -- 165 Green Procurement E8M7 -- -- -- E8M8 -- -- 118 E8M9 -- -- 229 Iluminação pública eficiente E8M10 -- -- -- E8M11 -- 1.954 734 E8M12 -- -- 102 E8M13 -- 371 444 Total 25 3.947 6.092 2.4.1 Eficiência Energética do Estado A execução verificada neste foi fundamentalmente alavancada pela performance positiva das medidas E8M1 Certificação Energética dos edifícios do estado (certificação energética dos primeiros edifícios do Estado, que conduziu à duplicação de economias de energia em ), e as relativas às medidas de Iluminação Pública Eficiente, em particular, as medidas E8M8 Instalação de reguladores de fluxo, E8M11 Phase-out de lâmpadas de vapor de mercúrio e E8M13 Sistemas de controlo de tráfego (tecnologia LED nos semáforos). De referir ainda os resultados positivos que começam a aparecer nas medidas E8M2 Solar Térmico Piscinas e E8M3 Solar Térmico Recintos Desportivos, impulsionadas pelo regime de incentivos disponibilizados e pela forte sensibilização efectuada. Do mesmo modo, fruto da aquisição de veículos mais eficientes, contabilizou-se pela primeira vez, em, o efeito da medida E8M6 Renovação da frota com veículos de baixas emissões, representando 165 tep evitados no ano. Em termos acumulados, o impacto das medidas é de 10.064 tep, o que representa 20% da meta de referência a 2015. 10

2.5 Comportamentos Nesta área, nos três primeiros anos, foram contabilizados 28.123 tep, distribuídos por programa e medida, da seguinte forma: s e Medidas 2008 2009 medida Impactos (tep) Impactos (tep) Impactos (tep) Energia nas escolas C10M1 Energia nos transportes C10M2 -- -- -- Operação E Energia em casa C10M3 -- 6.810 19.489 Energia no trabalho C10M4 -- -- 1.824 Campanha 15º ordenado C10M5 Total -- 6.810 21.313 2.5.1 Operação E O conjunto de medidas que constituem o E, de carácter comportamental, têm por objectivo aumentar a consciencialização para a temática da eficiência energética, através da indução da alteração de aspectos comportamentais relativos à utilização final de energia. Registaram-se resultados nas medidas C10M3 - Energia em Casa e C10M4 - Energia no Trabalho. A medida C10M3 Energia em Casa, teve uma evolução bastante positiva, tendo-se já atingido 75% da meta de referência a 2015. De referir, neste período a realização de iniciativas marcantes como Campanha Solar Térmico 2009, a realização do Estudo do Mercado Mudança de comportamento no âmbito da Eficiência Energética e a implementação do Barómetro Eficiência Portugal nas empresas. Em termos acumulados, o impacto das medidas nesta área é de 28.123 tep, o que representa 30% da meta de referência a 2015. 11

3 Revisão do PNAEE para 2016 O do actual Governo veio reforçar substancialmente a meta da eficiência energética nacional, para 2020, passando-a de 20% para 25% de redução do consumo. Tendo por base a execução do PNAEE ao longo do período 2008-, foram projectados novos objectivos e metas para 2016 com base na confirmação de exequibilidade de medidas em curso, na substituição de medidas sem impacto previsível e na inclusão de novas acções, perspectivando-se atingir uma economia no consumo de energia final de 2.239.973 tep, equivalente a 12,1% face ao mesmo período de referência do PNAEE inicial (2001-2005). Impactos previstos (tep) Meta Meta 2015 Nova Meta 2016 Impacto real 2008/ TOTAL Transportes 174.163 691.015 843.338 231.055 TOTAL Residencial e Serviços 155.967 421.908 643.417 215.189 TOTAL Indústria 161.962 536.356 543.541 177.895 TOTAL Estado 13.998 49.372 97.027 10.064 TOTAL Comportamentos -- 93.832 112.650 28.123 TOTAL 344.128 1.792.483 2.239.973 662.326 Os resultados agregados para as várias áreas contempladas no PNAEE são os seguintes: Transportes Uma das novas medidas a introduzir nesta área será a relativa à implementação de um sistema de eco-condução e monitorização da condução nos Transportes Públicos pesados de Passageiros e de Mercadorias que poderá ter um impacto, até 2016, correspondente a uma redução no consumo em cerca de 20 mil tep. 12

Em coerência com o Plano Estratégico dos Transportes que está a ser delineado pelo Governo, prevê-se ainda avançar com algumas iniciativas que terão impacto na eficiência energética neste sector, nomeadamente: na área da logística e das infra-estruturas ferroviárias, o redimensionamento e requalificação da rede nacional ferroviária, ponderando as necessidades do transporte de passageiros e de mercadorias; na área portuária e do transporte marítimo, a melhoria do modelo de governação do sistema portuário, a efectiva integração dos portos no sistema global de logística e transportes e a intensificação da modernização tecnológica dos instrumentos de gestão portuária. Impactos previstos (tep) Transportes Meta Meta 2015 Nova Meta 2016 Impacto real 2008/ Total PNAEE 174.163 691.015 843.338 231.055 Residencial e Serviços Face à boa experiência verificada no programa Sistema de Eficiência Energética nos Edifícios (R&S5M1), onde se tem registado um grande crescimento no número de certificados de desempenho energético emitidos, esta é uma das medidas a manter, com reforço das metas, neste 2º PNAEE. Da mesma forma, será mantida a medida Solar Térmico (R&S6M2), com reforço substancial das metas, quer na área residencial quer na área dos serviços, em virtude dos resultados que se têm verificado. Impactos previstos (tep) Residencial e Serviços Meta Meta 2015 Nova Meta 2016 Impacto real 2008/ Total PNAEE 155.967 421.908 643.417 215.189 Indústria Neste sector será feito um esforço para manter as metas e os indicadores associados à execução das respectivas medidas, através da agilização do Sistema de Gestão dos Consumos Intensivos de Energia (I7M1, I7M2 e I7M3), 13

nomeadamente, através do incentivo à adesão de empresas não abrangidas, através de estímulo das condições de cumprimento voluntário, esperando-se um aumento das empresas aderentes ao Sistema. Impactos previstos (tep) Indústria Meta Meta 2015 Nova Meta 2016 Impacto real 2008/ Total PNAEE 161.962 536.356 543.541 177.895 Estado Com a entrada em vigor, em 12 de Janeiro de 2011, do de Eficiência Energética na Administração Pública (ECO.AP), foram lançadas as bases para o desenvolvimento de uma efectiva política de eficiência energética na Administração Pública prevendo-se alcançar um aumento da eficiência energética de 20% até 2020, face aos valores actuais, nos seus serviços, edifícios e equipamentos. A meta de 20% foi entretanto reforçada no do actual Governo, para um valor mais ambicioso de 30%, em 2020. O ECO.AP traduz-se num conjunto de medidas de eficiência energética para execução a curto, médio e longo prazo nos serviços, organismos e equipamentos públicos, visando alterar comportamentos e promover uma gestão racional dos serviços energéticos, nomeadamente através da contratação de Empresas de Serviços Energéticos (ESE) que dinamizarão o mercado da Eficiência Energética, sobretudo na componente de financiamento. Foi ainda criada a figura do gestor local de energia em cada serviço ou organismo do Estado, responsável pela dinamização e verificação das medidas comportamentais de eficiência energética. Algumas metas, como a relativa à medida Certificação Energética dos Edifícios do Estado (Medida E8M1), são revistas face à criação deste. A previsão para 2016 é que, da totalidade dos edifícios do Estado, 25% passem a estar abrangidos pelo processo de Certificação Energética. Impactos previstos (tep) Estado Meta Meta 2015 Nova Meta 2016 Impacto real 2008/ Total PNAEE 13.998 49.372 97.027 10.064 14

Comportamentos Com base nos resultados obtidos, bem como recorrendo ao cruzamento de informação de outras fontes relacionadas com a eficiência energética na área do residencial, foi possível apurar um potencial de economia em alterações de comportamentos em áreas como a utilização eficiente de equipamentos de linha branca (maquinas de lavar roupa e loiça), de equipamentos de audiovisuais e entretenimento (standby/ on off) e iluminação (desligar luzes). Assim a meta relativa à medida Energia em Casa (C10M3), é reforçada, sendo responsável pelo aumento da meta prevista para 2016 nesta área. Impactos previstos (tep) Comportamentos Meta Meta 2015 Nova Meta 2016 Impacto real 2008/ Total PNAEE -- 93.832 112.650 28.123 15