INTRODUÇÃO 1
- Relatório de exploração, data 07/12/2368 às 20:32h, OIP Omega de número 2328-2, foi muito avariada, depois de um ataque surpresa Rogon, no qual resultou na destruição da nave dos inimigos e nas sérias avarias desta nave; tivemos diversas perdas, inclusive a do chefe da segurança o Tenente Stewart e a do Capitão Jonathan Krill. Infelizmente este fato ocorreu em nossa última missão nesta nave... Comandante Antônio T. de Oliveira fechando relatório... OIP Omega nave nº 2328-2 450 metros 780 tripulantes 2
São Paulo Brasil Maio de 1996. - Rosa! Rosa! Se escuta a gritar em uma rua da cidade de São Paulo. - Querida, onde está você? Responda?! E apesar de estar naquela gigantesca metrópole, o silêncio daquela noite faz com que não se escute nenhuma só voz, há não ser o som do motor de alguns carros que irrompem o silêncio por alguns segundos. O homem que há pouco gritava continua andando, de forma acelerada e desacerbada por ruas que antes nunca tinha pisado, quando ao passar perto de um beco escuro, ele escuta leves gemidos misturados ao choro e mesmo sem medir noção do perigo ou mesmo ter certeza do que se tratava, algo no coração do homem mandava-o adentrar ao local sombrio, pois poderia ser sua Rosa. - Rosa é você? - Pergunta o homem já na metade do beco escuro, com esperança de receber uma resposta, quando depois de alguns segundos que dentre as trevas parecia ser uma eternidade o homem tem uma resposta através de um grito: - Estou aqui Carlos! Percebendo que é a voz de Rosa o homem corre até o final do local e em poucos segundos ele chega à Rosa e vê a imagem de sua estimada esposa desesperada, encolhida e aos prantos. Mesmo 3
daquele jeito, a mulher grita em tom de apelo ao seu marido: - Chame! Chame ajuda que vou ter o Bebê! - Mas já?! Diz Carlos todo transtornado e puxando seus cabelos com a mão e em seguida, sai correndo desesperadamente para fora do beco atrás de ajuda. Junto com o desespero e a desinformação, pois Carlos e Rosa haviam chegado à cidade São Paulo, apenas dois dias antes deste momento, existe o que perece ser o impossível, não encontrar nada e ninguém naquele momento para ajudá-los. Mas na ânsia de encontrar ajuda o homem, acha um orelhão e tenta primeiro chamar a policia, mas não há êxito, pois o número só dá ocupado, depois ele tenta entrar em contato com o serviço de informação telefônica que solicita quando ele é atendido para aguarde alguns minutos. Nisto alguns carros param no sinaleiro da esquina que estava mais próxima, fato inusitado, pois já são mais de duas horas da madrugada. Carlos não pensa uma vez se quer e larga o fone do orelhão e sai correndo rumo a um dos carros e joga em cima de um gritando: - Minha mulher! Minha mulher está tendo um filho! Ajuda! Me ajuda! Assustado e pensando o que seria o mais obvio, ou seja, um assalto, o homem que dirigia o carro, não pensa muito e engata primeira e sai em disparada. 4
Carlos desesperado se agacha por uma fração de segundos - em seguida se levanta e com desanimo e falta de forças ele vai voltando para o beco, bem devagar e chorando. Nisto já há seis quadras dali o homem do carro, pára o mesmo na porta de uma lanchonete e respira fundo e fica tentando se acalmar, pois a imagem daquele suposto assaltante não sai de sua cabeça, quando de repente ele se lembra do que o homem que pulou em cima de seu carro gritava. Passando as duas mãos na cabeça o dono do carro, começa ficar encabulado, pensando que o que o homem tinha dito poderia ser verdade, ao mesmo tempo, ele pensa que era só uma tática para roubar, mas a consciência fala mais alto, e num ato de heroísmo, o homem perde o medo liga o veículo e faz o primeiro contorno para voltar aquele sinaleiro. Minutos depois, duas quadras antes do sinaleiro o motorista do automóvel, avista um homem praticamente carregando uma mulher, que realmente aparentava estar grávida. Neste momento a tensão era tanta para proprietário do veículo, que o mesmo não sentia mais nada, há não suas mãos suando, quando ele decide encostar o carro do lado do casal e em seguida, abre a porta do seu carro gritando: Entrem logo! Anda homem, coloca logo esta mulher aqui dentro! Já dentro do carro o homem pergunta a Carlos: 5
- Ela tem onde ter o bebê? - Como assim? - Pergunta Carlos ao homem. - Tem algum hospital ou coisa assim? - Não tem não senhor, somos novos aqui nesta cidade. - Grande! - Resmunga o homem que pergunta a Rosa: Rosa começa a sentir mais dores e o dono do carro vendo o estado da mulher entra em desespero dizendo: - Meu Deus! O que faço agora? Carlos vendo que seu filho vai nascer fala ao homem: - O senhor tem que ajudar o meu filho nascer. - Você tá doido?! Fala o homem que vira a próxima esquina e resolve levá-los a um hospital. Chegando ao hospital o homem ajuda Carlos a carregar sua mulher para dentro do local. Lá, dizem que não há vagas e Rosa fica chorando de dores no chão; Carlos a deixa com o dono do carro e vai atrás de um homem de branco que passa por perto e o puxa pelo braço perguntando: - O senhor é médico? O homem voltando a andar responde: - Sou. - Minha mulher esta ali quase tendo um filho. 6
O homem olha para o lado e vendo o estado da mulher grita para outro médico que estava conversando no balcão. - Hei, mande trazer uma maca. Rosa é levada para a sala de parto. Dez minutos Depois... Escuta-se um choro de bebê, o médico que fez o parto chama Carlos e pergunta à ele: - É um menino, quer pegá-lo? Carlos pega a criança no colo, olha bem para ele e fala: - Algum dia, mas algum dia, algum de seus filhos será alguém importante, alguém que fará parte da história... 7
De volta ao Século XXIV... Relatório rotineiro, data de 20/06/2369 às 19:00h, este é o meu último relatório antes de ser comissionado Capitão da nova Omega de número 2328-3, uma bela nave, terá aproximadamente mil e quatrocentos tripulantes, além disto, terei o privilégio de ser o primeiro capitão da OIP a comandar uma nave da própria organização, que foi construída totalmente fora da Terra, ela é da classe Pandora e é a maior que já vi; Espero ansiosamente pelo momento de ser comissionado. Comandante Antônio T. de Oliveira finalizando relatório... Fazendo uma expressão de ansiedade Oliveira se dirige à sala de cápsulas de transportes, rumo ao seu destino... Já na sala de transportes onde se prepara para ir à estação angoriana Nikzan II, Oliveira encontra-se com seu irmão Ola O. Olarf, que foi adotado pelos pais de Oliveira, ainda quando criança, depois de uma batalha contra rogons, que é a espécie de Olarf. Aaaahhhh! - Ora, ora, é ou não é o meu estimado irmão humano, Tonho! - Diz Olarf em gargalhadas e pergunta ao seu irmão: - O que veio fazer neste fim de galáxia? - Eu vim... - Nem começa a responder e Oliveira é interrompido por Olarf. - Não... Não precisa explicar, vai ser um dos burocratas que verão a inauguração da nave. 8
- Talvez seja mais do que isso. - Responde Oliveira com um sorriso tímido no rosto. Para que todos que estavam ali, Olarf diz em alto brado: - Saiba que sou o chefe da segurança da nova Omega, irmãozinho! - Muito bem. - Diz Oliveira que se coloca em posição para entrar na plataforma da cápsula de transporte e em seguida ordena: - Me mande para nave! O oficial que está nos controles dos transportes responde à Oliveira: - Sim senhor, Capitão! Olarf rapidamente vira cabeça para o lado de Oliveira e fala como se tivesse sido traído: - Seu cret... - Neste momento as portas das máquinas de transporte se fecham, e ambos são levados até a estação angoriana - e lá, Olarf continua a frase: Cretino! Me dá um abraço!? - Olarf dá um forte abraço em Oliveira e emenda: - Então conseguiu, é Capitão? Oliveira olha bem sério para seu irmão e responde: - Bem, primeiro, se fosse um bom oficial saberia quem são os seus superiores, segundo, deveria ter observado as minhas patentes e em terceiro, se não me soltar não poderei assumir o comando da Omega. - É claro. - Fala Olarf o soltando. 9
Ajeitando seu uniforme e caminhando até um elevador, Oliveira diz à Olarf: - Agora se comporte como chefe de segurança daquela nave e me acompanhe até o centro de comando. Minutos de depois já dentro da Omega e rumo ao centro de comando... Olarf faz um comentário ao seu irmão: - Ouvi falar que esta nova Omega foi a primeira nave da Organização a ser construída totalmente fora da Terra, e mais, bem antes de sua antecessora se aposentar. Oliveira com as mãos para trás responde a Olarf: - Sim e por favor, se comporte. A porta do elevador se abre, e Oliveira mostrando a saída com a mão direita para Olarf, diz: - Por favor, o Tenente primeiro. Olarf dá dois passos para fora do elevador, quando se vira e diz: - Capitão, é a primeira vez desta nave. Oliveira sorri e devagar entra centro de comando, sendo o seu primeiro passo com o pé direito, em seguida, dá uma ampla olhada na pelo centro de comando e comenta com Olarf: - É uma obra de arte. - E é toda sua. Responde Olarf com todo entusiasmo estampado em seu rosto. 10
Todos os oficiais do centro de comando encontram-se em posição de revista, logo o capitão ordena: Descançar! Vira-se paraa Olarf e faz outro comentário: - Quantos têm o privilégio de ouvir, "Capitão"? - Eu espero que eu tenha e em breve. - Responde Olarf. Oliveira dá um sorriso e logo se senta em sua cadeira, ordenando ao oficial de navegação: - Vamos dar o primeiro passo, avance para o espaço, sempre olhando para frente. OIP Omega nave de nº 2328-3 disparando feixe de energia (imagem frontal). 11
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