Estrutura da Pele Barreira Cutânea da Pele Manifestações Alérgicas na Pele Substâncias Alergênicas Importância das Bases Biocompatíveis Dra Loraine Landgraf Médica Especialista em Alergia e Imunologia Mestre em Alergia e Imunologia-UFPR Diretora da ASBAI Regional Paraná Funções da Pele Importante órgão de defesa contra agentes agressores: Ação Mecânica de Proteção Mecanismos Imunológicos de Defesa Estrutura da Pele Epiderme Derme Hipoderme Epiderme Barreira Cutânea Junções 1
Inflamação da Pele Inflamação da Pele Stress X Pele Analogia Muro de Tijolos Matriz Extracelular (Cimento) Manutenção da integridade da célula Hidratação Nutrição Regulação da diferenciação e renovação celular Proteção contra perda de água Proteção contra substâncias externas hidrossolúveis Elasticidade à pele Matriz Extracelular: Composição Envelope lipídico Ceramidas Ácidos Graxos Proteínas, peptídeos, aminoácidos livres NMF ( Natural Moisturizing Factor) 2
Barreira Cutânea Disfunção na barreira cutânea: Perda transepidérmica de água Menor retenção hídrica Redução da elasticidade e resistência Facilita sensibilização aos alérgenos Facilita penetração dos alérgenos INFLAMAÇÃO ALÉRGICA Alergia aos cosméticos Constitucional (Pele Sensível) Adquirida Urticária de Contato Dermatite de Contato Irritativa Alérgica Cosmético Todo produto aplicado sobre a superfície do corpo com a finalidade de limpar, embelezar ou modificar sua aparência. Maior contato com diferentes substâncias nas diversas formulações Incidência: 10% população reação adversa Maioria das reações são leves Suscetibilidade Intolerância Constitucional Pele Sensível Reação sensorial: Ardor, queimação, coceira Ex: Pele com telangiectasias, eritrodermia Intolerância Constitucional Pele Sensível Reação sensorial: Ardor, queimação, coceira Ex: Pele com telangiectasias, eritrodermia 3
Adquirida Intolerância Patológica Adquirida Intolerância Patológica Doenças prévias de pele com disfunção da barreira cutânea: Dermatite Atópica Psoríse Doenças prévias de pele com disfunção da barreira cutânea: Dermatite Atópica Psoríse Adquirida Intolerância Patológica Doenças prévias de pele com disfunção da barreira cutânea: Dermatite Atópica Psoríse Urticária de Contato Urticária de Contato Reação Alérgica Imediata Inicia-se menos de 1 hora após o contato Ativação dos mastócitos Liberação de Histamina Manifestações Clínicas: URTICÁRIA Pápulas elevadas eritematosas Prurido intenso Calor local Vermelhidão local Suspender o cosmético imediatamente 4
Urticária de Contato Urticária de Contato Manifestações Clínicas: URTICÁRIA Pápulas elevadas eritematosas Prurido intenso Calor local Vermelhidão local ANGIOEDEMA Edema / Inchaço Pálpebras, lábios Suspender o cosmético imediatamente Manifestações Clínicas: ANGIOEDEMA Edema (Inchaço) Pálpebras Lábios Suspender o cosmético imediatamente Dermatite de Contato Resposta inflamatória da pele à ação de substâncias externas. Irritativa (80%) Substâncias alcalinas, cáusticas ou ácidas Sabões, detergentes, cimento, ácidos Alérgica (20%) Substâncias alergênicas penetram na pele e estimulam o sistema imunológico a desenvolver a inflamação alérgica Fotoalérgica Dermatite de Contato Alérgica Reação Tipo IV Reação tardia > 48 horas Participação de Linfócitos T Não ocorre no primeiro contato Período de sensibilização Dermatite de Contato Alérgica Fase Aguda Vermelhidão Edema Vesículas Bolhas Úlceras Dermatite de Contato Alérgica Fase Aguda Vermelhidão Edema Vesículas Bolhas Úlceras 5
Dermatite de Contato Dermatite de Contato Fase Crônica Crostas Descamação Ressecamento Espessamento Fase Crônica Crostas Descamação Ressecamento Espessamento Dermatite de Contato Dermatite de Contato Fase Crônica Crostas Descamação Ressecamento Espessamento Fase Crônica Crostas Descamação Ressecamento Espessamento Diagnóstico Clínico: Anamnese Exame Físico Localização (Nexo causal) Tempo de evolução Frequência Duração Presença de prurido, ardência, queimação Uso de cosméticos Atividades domésticas e de lazer (Hobbies) Profissão Localização das lesões Características das lesões Aguda: Eritematosas, edemaciadas, exudadas, vesiculosas, bolhosas Crônica: Eritematosas, descamativas, ressecadas, liquenificadas 6
Diagnóstico Definitivo Teste de Contato TESTE DE CONTATO ou PATCH TEST Método mais eficiente Confirma o diagnóstico Identifica a substância que causa Teste de Contato Teste de Contato Teste de Contato Teste de Contato Resultados 7
Teste de Contato Resultados: Primeira Leitura 48 horas Segunda leitura 96 horas - Negativo + Discreto eritema com algumas pápulas ++ Eritema, pápulas e vesículas +++ Intenso eritema, pápulas, vesículas e bolhas Substâncias Alergênicas 2004: Grupo Brasileiro de Estudos em Dermatite de Contato (GBDEC) Bateria Padrão Brasileira: Análise Estatística do conjunto de substâncias alergênicas com maior prevalência no Brasil 40 Substâncias Alergênicas Detetive Substâncias Alergênicas Formaldeído Irgasan Kathon CG Parabenos Parafenilenodiamina Propilenoglicol Quartenium Clorhexidine Substâncias Alergênicas Germal 115 (Imidazolidinil urea) Butil hidroxi tolueno (BHT) Tonsilamida / Formaldeído (Tolueno) Bronopol Cloracetamida Ácido Sórbico Tioglicolato de amônia Amerchol Substâncias Alergênicas Onde estão presentes: Cosméticos Bases ou veículos 8
Bases Carreadores ou mediadores usados como solventes ou diluentes nos quais os ativos medicinais são formulados ou administrados Devem garantir a entrega de ativo no local de ação em quantidade adequada e pelo tempo necessário. Óleo Mineral Parafina Líquida, Petrolato Líquido, Óleo Branco, Vaselina Líquida. Derivado da destilação do petróleo Cosméticos: Hidratante, emoliente Aumenta sensibilidade cutânea: Risco de Alergia!! Impede absorção dos ativos Obstrução dos poros: Comedogênico e acneico Aumenta oleosidade da pele Reduz a perda de vapor pela pele: fator oclusivo Óleo Mineral Propilenoglicol Pryce (1989): Prevalência de dermatite de contato ao óleo mineral: 30% Prevenção do desenvolvimento de dermatite alérgica: substituição do óleo mineral É um álcool fluido, incolor, higroscópico. Solvente Hidratante, umectante Conservante, estabilizante Antisséptico Potencial irritativo e alergênico Pryce M. et al, J Soc Occup Med, 1989, 39:93-98 Warshaw F.M., Dermatitis, 2009, 20(1): 14-20 Propilenoglicol Solvente de fácil absorção, altera a estrutura de pele, permitindo que outros agentes químicos penetrem mais profundamente na pele, aumentando a quantidade que chega a corrente sanguínea: toxicidade Retira lipídeos da camada córnea: cria falha na barreira cutânea Alergia ao Propilenoglicol North American Contact Dermatitis Group Estudo 1996-2006 Pacientes 23.359 Teste de contato positivo propilenoglicol: 810 (3,5%) Fontes: Cosméticos: 53,8% Medicamentos tópicos: 18,3% Warshaw F.M. Dermatitis, 2009, 20 (1): 14-20 9
Alergia ao Propilenoglicol Lessmann (2005) Potencial irritativo para a pele Concentração do produto Disfunção da barreira cutânea Alergia ao Propilenoglicol Coloe e Zirwas (2008): sete bases de medicamentos de uso tópico, propilenoglicol maior potencial alergênico Andersen (2010): 12/84 pacientes com alergia ao propilenoglicol, cerca de 14% Parabenos Metil, Propil, Butil e Etil, Benzil Ésteres ácido p-hidroxibenzóico Inibir o crescimento bacteriano e prolongar durabilidade do produto Dermatite de contato aos conservantes Período de 1996-2009 Pacientes 80.000 Testes de contato positivos: 1 0 Formaldeído 2 0 Parabenos 3 0 Bronopol Alto risco de reações alérgicas Schnuch A, et al, Br J Dermatol, 2011, 164(6): 1316-2133 Formaldeído É um aldeído Matéria prima para diversos produtos químicos Agente esterilizante Preservante de cosméticos e produtos de limpeza Carcinogênico humano (pulmão, nariz, cérebro, leucemia) Formaldeído e Liberadores de Formol N= 836 pacientes Sexo feminino: 94% Dermatite crônica (>4 meses): 88% Face: 47% Teste Contato Positivo Formaldeído: 148/836 (17,7%) Resina Tonsilamida/formaldeído: 78% Formaldeído: 10% Quartenium: 11% Bronopol: 3% Imidazolinidil Urea: 1% Lazzarini R. Tese de Mestrado, 2006 10
Formaldeído e Liberadores Reação Alérgica formaldeído e liberadores: 15-40% Alergia ao formaldeído associada com maior probabilidade de alergia aos liberadores de formaldeído Recomenda-se aos alérgicos ao formaldeído evitar: Quartenium Diazolinidil urea Imidazolinidil urea DMDM hidantoin Prevenção de Alergia Regulamentação do uso de substâncias alergênicas Cosmetovigilância efetiva Documentação dos casos Investigação dos casos Análise de todas as ocorrências de reações adversas Tornar a utilização de cosméticos mais segura Groot A.C., Contact Dermatitis, 2010, 18-31 dra.loraine@uol.com.br 11