Aula 09. 1) Recorribilidade do ato

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Turma e Ano: Direito Processual do Trabalho (2015/2016) Matéria / Aula: Direito Processual do Trabalho (Aula 09) Professor: Leandro Antunes Monitor: Gabriel Desterro e Silva Pereira Aula 09 Recursos Trata-se de tema recorrente em provas de concursos públicos. Quando for possível, faremos referência ao Novo Código de Processo Civil. I Requisitos dos recursos Requisitos Intrínsecos (ou subjetivos) o 1) Legitimidade o 2) Capacidade o 3) Interesse Requisitos Extrínsecos (ou objetivos) o 1) Recorribilidade do ato o 2) Adequação o 3) Regularidade da representação o 4) Tempestividade o 5) Preparo Os requisitos podem ser intrínsecos (ou subjetivos) ou extrínsecos (ou objetivos). Para concursos públicos, os requisitos extrínsecos são de maior relevância. Intrínsecos são aqueles relativos à parte (que vêm da parte): legitimidade, capacidade e interesse. Quanto aos requisitos intrínsecos, o máximo que se costuma cobrar em provas é ter uma questão em que o sindicato, por exemplo, recorre em favor de um determinado grupo de empregados de uma categoria. Todavia, fora isso, é pouco comum os requisitos intrínsecos serem cobrados em provas. São os extrínsecos que merecem maior atenção, em especial a tempestividade e o preparo. 1) Recorribilidade do ato Para a parte poder recorrer o ato deve ser passível de recurso, isto é, deve haver previsão legal de recorribilidade do ato. Não é possível recorrer de qualquer decisão indiscriminadamente. No direito do trabalho, por exemplo, decisões interlocutórias não são recorríveis de imediato.

O art. 893 traz os recursos utilizados no processo do trabalho. É importante ressaltar, todavia, que nem todos os recursos estão lá: o recurso extraordinário, por exemplo, apesar de não ser mencionado pelo artigo, poderá ser utilizado no processo do trabalho se o TST vier a apreciar uma questão constitucional. Isso significa, portanto, que o recurso deve estar previsto na lei, mas não necessariamente na CLT (pode estar previsto em outro diploma), além de possuir adequação ao processo do trabalho (apelação, por exemplo, não existe no processo do trabalho, mas existe o recurso ordinário). Art. 893 - Das decisões são admissíveis os seguintes recursos: I - embargos; II - recurso ordinário; III - recurso de revista; IV - agravo. 2) Adequação Além do ato ser recorrível, é necessária a adequação: o recurso interposto deve ser o recurso adequado. Por exemplo, contra sentença o recurso cabível seria o recurso ordinário (R.O). Fungibilidade E se a parte interpuser um agravo de petição em face de uma sentença? Existe uma primeira corrente no processo do trabalho que entende ser possível as partes recorrerem sem advogado. Para quem assim entende, a parte pode desconhecer o nome do recurso efetivamente cabível naquela situação, motivo pelo qual haveria fungibilidade entre o recurso interposto e o adequado àquelas circunstâncias. Outra corrente, por sua vez, reconhece a fungibilidade, mas desde que todos os requisitos do recurso adequado estejam previstos. Segundo essa última corrente, somente seria possível a fungibilidade se o recurso interposto preenchesse todos os requisitos do recurso efetivamente cabível. Um agravo de petição independe de preparo, mas um recurso ordinário precisa de preparo. Sendo assim, se a parte interpôs equivocadamente agravo de petição, sem preparo, quando o recurso correto era o recurso ordinário, o agravo de petição não poderia ser conhecido. Essa segunda corrente vai além: diz, ainda, que o erro grosseiro deve ser evitado, ou seja, que esse tipo de erro não admite a fungibilidade recursal. Não se pode admitir um recurso como se outro fosse se houver erro grosseiro. Mas o que é erro grosseiro? Um erro grosseiro para um advogado nem sempre o será para uma parte sem capacidade técnica. Erro grosseiro Como fica essa situação para efeitos de concursos? É difícil, atualmente, a banca falar em recurso interposto pela parte sem defesa técnica. Sendo o recurso interposto por advogado, para haver

fungibilidade, o erro deve suscitar uma dúvida razoável quanto ao recurso cabível naquelas circunstâncias. Nesse sentido, é importante destacar que o processo do trabalho é regido pela informalidade quando o ato é praticado pela parte (por exemplo: se a parte interpuser um recurso sem a folha de rosto e a folha de razões isso não é motivo para que o magistrado não conheça do recurso, mas o mesmo não vale para o advogado, que deve possuir o conhecimento técnico para tanto). O que é indispensável, seja para o advogado ou a parte sem advogado, é que o recurso seja fundamentado. Em síntese: recurso deve ser adequado. Não o sendo, é possível conhecê-lo? Sim, desde que (i) se observem os requisitos do recurso efetivamente cabível e (ii) não configure erro grosseiro. Processo do trabalho é informal? Sim, mas o não rigor quanto à forma não descaracteriza o dever de fundamentação. Art. 899 - Os recursos serão interpostos por simples petição e terão efeito meramente devolutivo, salvo as exceções previstas neste Título, permitida a execução provisória até a penhora. Conforme se pode ver pela transcrição do artigo 899 da CLT acima, o recurso pode ser interposto por simples petição, o que demonstra a informalidade. Todavia, a fundamentação é indispensável: trata-se do princípio da dialeticidade, segundo o qual todos os recursos devem ser fundamentados. 3) Regularidade da representação Na teoria não é tão importante, já que a parte, pela CLT, não precisa sequer de advogado. Na prática, todavia, é muito importante a regularidade da representação, pois poucos litigam sem advogados na justiça do trabalho. Para provas, a regularidade na representação também é um tópico importante. Mandato apud acta vs. Mandato tácito Art. 791 - Os empregados e os empregadores poderão reclamar pessoalmente perante a Justiça do Trabalho e acompanhar as suas reclamações até o final. ( ) 3 o A constituição de procurador com poderes para o foro em geral poderá ser efetivada, mediante simples registro em ata de audiência, a requerimento verbal do advogado interessado, com anuência da parte representada. O dispositivo em questão trata do mandato apud acta (alguns doutrinadores trabalham como se fosse mandato tácito, ou como se ambos fossem sinônimos). O mandato apud acta é aquele

constituído em ata (por exemplo: a parte chega à audiência acompanhada do advogado e este requer que se registre em ata a outorga de poderes de representação pela parte). O mandato tácito, por sua vez, não se confunde com o mandato apud acta, apesar da semelhança quanto aos seus efeitos (tanto o mandato apud acta como o mandato tácito conferem os poderes necessários para representação). Todavia, tecnicamente, não se confundem: no mandato tácito não há a declaração de vontade da forma como há no mandato apud acta (por exemplo, seria tácito o mandato no caso de uma parte aparecer em audiência com um advogado e, ao final, sem que nada fosse dito por qualquer dos participantes do ato, o advogado assinasse juntamente com a parte a ata). A distinção é relevante, pois, conforme assentado na OJ 200, SDI-1, quem é mandatário tácito não pode substabelecer. Súmula 383, TST e a regularização da representação MANDATO. ARTS. 13 E 37 DO CPC. FASE RECURSAL. INAPLICABILIDADE (conversão das Orientações Jurisprudenciais nºs 149 e 311 da SBDI-1) - Res. 129/2005, DJ 20, 22 e 25.04.2005 I - É inadmissível, em instância recursal, o oferecimento tardio de procuração, nos termos do art. 37 do CPC, ainda que mediante protesto por posterior juntada, já que a interposição de recurso não pode ser reputada ato urgente. (ex-oj nº 311 da SBDI-1 - DJ 11.08.2003) II - Inadmissível na fase recursal a regularização da representação processual, na forma do art. 13 do CPC, cuja aplicação se restringe ao Juízo de 1º grau. (ex-oj nº 149 da SBDI-1 - inserida em 27.11.1998) Recurso de revista, por exemplo, é interposto no Tribunal Regional do Trabalho, mas vai para julgamento no Superior Tribunal do Trabalho. O jus postulandi só vai até o Tribunal Regional do Trabalho. Pergunta-se: pode o recurso de revista ser interposto sem representação regular? Poderse-ia argumentar que sim, pois é interposto no TRT, onde ainda é possível o exercício do jus postulandi. Todavia, essa interpretação levaria ao não conhecimento do recurso, pois, ao chegar no TST, iria ser exigida a regularidade na representação do recurso de revista e, conforme a leitura da Súmula acima transcrita, não poderia ser sanado esse vício em instância recursal 1. Procuração de Pessoa Jurídica Outra situação que diz respeito ao mandato que pode trazer problemas na prática é a procuração de pessoas jurídicas. O advogado da pessoa jurídica deve ter um instrumento de outorga de 1 O professor menciona que o entendimento sobre a inadmissibilidade de oferecimento tardio da procuração em instância recursal (Súmula nº 383) tende a ser superado com o Novo Código de Processo Civil, havendo, inclusive, enunciado de estudiosos sobre a matéria que afirmam ser aplicável a possibilidade de sanar tal vício em grau recursal, previsto no CPC de 2015, ao processo do trabalho. Até o momento de elaboração do presente resumo, a Súmula em questão, todavia, ainda não havia sido cancelada.

poderes que discrimine a pessoa física que representa a pessoa jurídica que está constituindo o procurador. Substabelecimento em mandatos No caso de um mandato não dizer nada sobre possibilidade de substabelecer, apenas conferir genericamente poderes a um dado procurador, se este substabelecer para outro procurador esse substabelecimento será válido? Sim, conforme a Súmula nº 395, TST. MANDATO E SUBSTABELECIMENTO. CONDIÇÕES DE VALIDADE (conversão das Orientações Jurisprudenciais nºs 108, 312, 313 e 330 da SBDI-1) - Res. 129/2005, DJ 20, 22 e 25.04.2005 I - Válido é o instrumento de mandato com prazo determinado que contém cláusula estabelecendo a prevalência dos poderes para atuar até o final da demanda. (ex-oj nº 312 da SBDI-1 - DJ 11.08.2003) II - Diante da existência de previsão, no mandato, fixando termo para sua juntada, o instrumento de mandato só tem validade se anexado ao processo dentro do aludido prazo. (ex-oj nº 313 da SBDI-1 - DJ 11.08.2003) III - São válidos os atos praticados pelo substabelecido, ainda que não haja, no mandato, poderes expressos para substabelecer (art. 667, e parágrafos, do Código Civil de 2002). (ex-oj nº 108 da SBDI-1 - inserida em 01.10.1997) IV - Configura-se a irregularidade de representação se o substabelecimento é anterior à outorga passada ao substabelecente. (ex-oj nº 330 da SBDI-1 - DJ 09.12.2003) 4) Tempestividade O prazo dos recursos, via de regra, no processo do trabalho é de 8 dias. Houve uma uniformização pela Lei nº 5.584/70 (art. 6º): Art. 6º Será de 8 (oito) dias o prazo para interpor e contra-arrazoar qualquer recurso (CLT, art. 893). Há exceções, todavia, como os embargos de declaração (5 dias), recurso extraordinário (15 dias) e recurso de revisão de alçada (48 horas) 2. 2 Nas causas de até 2 salários mínimos, o recurso de alçada serve para impugnar o valor atribuído à causa.

Preparo e Interposição não simultâneos Quando a sentença é proferida, tem-se 8 dias para recorrer (é cabível o recurso ordinário, que depende de preparo). A parte pode recorrer antes do 8º dia, pode interpor o recurso no 6º dia, por exemplo. Nesse caso, a comprovação do preparo pode ser no 8º dia (ao invés de ser no 6º dia, junto com a interposição do recurso)? Sim, é possível. Inclusive, é possível o contrário: a parte comprovar o preparo do recurso no 6º dia e recorrer no 8º, por exemplo (Súmula nº 245, TST). Exceção a essa regra é o agravo de instrumento, no qual a parte tem que comprovar o preparo no ato da interposição do recurso. Recurso interposto por fax É possível a interposição de recurso por fax (ou fac-símile )? Sim, há previsão legal para isso, apesar de que, com os processos eletrônicos, a utilização desse mecanismo seja cada vez mais rara. Segundo a lei que rege a interposição de recurso por fax, após a interposição, a parte tem o prazo de 5 dias para juntar os documentos originais. Observação importante é que o prazo para a juntada das originais leva em consideração os 5 dias depois do último dia para interposição do recurso e não da data efetiva interposição. Exemplo: se o prazo para interpor o recurso é até o dia 17 do mês, ainda que o recurso seja interposto dia 14, a data para juntada das originais somente se encerrará no dia 22 (17 + 5), e não no dia 19 (14 + 5). Aproveitando o exemplo anterior, e se o 18º dia do mês fosse um sábado? Continuaria sendo dia 22 o termo final para juntada das originais? Sim, porque não é aplicável o art. 184 do CPC/73 3 no caso, tendo em vista que a parte já sabia que tinha que praticar o ato (não poderia alegar a necessidade de informações ou acesso aos autos). 4 Recurso interposto antes de publicada a decisão É tempestivo o recurso interposto antes do início do prazo? Por exemplo, um advogado interpõe um recurso de revista em face de um acórdão do TRT na segunda-feira, mas a decisão só é publicada na imprensa oficial na terça-feira (no dia seguinte), o recurso é extemporâneo? Ele pode ser conhecido? Até pouco tempo atrás, a Súmula 434, TST previa o seguinte: 3 O artigo 184 do CPC/73 corresponderia ao artigo 224 do CPC/15 (com algumas alterações). 4 Professor lembra que o Novo Código de Processo Civil tem por base o processamento eletrônico, o que provoca uma releitura de muitos dispositivos. Por exemplo, ele cita o art. 191, CPC/73 (que traz o regramento sobre a contagem em dobro para os litisconsortes com procuradores distintos) e questiona a valia desse dispositivo à luz do processo eletrônico.

RECURSO. INTERPOSIÇÃO ANTES DA PUBLICAÇÃO DO ACÓRDÃO IMPUGNADO. EXTEMPORANEIDADE. (cancelada) Res. 198/2015, republicada em razão de erro material DEJT divulgado em 12, 15 e 16.06.2015 I) É extemporâneo recurso interposto antes de publicado o acórdão impugnado.(ex-oj nº 357 da SBDI-1 inserida em 14.03.2008) II) A interrupção do prazo recursal em razão da interposição de embargos de declaração pela parte adversa não acarreta qualquer prejuízo àquele que apresentou seu recurso tempestivamente. A Súmula em questão foi cancelada em 16/06/2015. Até essa data o recurso interposto antes de publicado o acórdão não era conhecido em razão de sua extemporaneidade. Todavia, esse entendimento foi superado e a súmula cancelada tendo em vista o posicionamento do Supremo Tribunal Federal sobre o tema. Atenção, portanto, nesse ponto! Prazo em dobro para Fazenda Pública Um acordo foi realizado pelas partes e homologado em juízo. A União, por exemplo, pode recorrer (recurso cabível é o recurso ordinário).o prazo, por se tratar de Fazenda Pública, é em dobro: 16 dias. 5) Preparo O preparo consiste nas custas 5 (2%) mais o depósito recursal. O depósito recursal serve para a garantia do juízo e é feito na conta vinculada do reclamante (conta do FGTS). O depósito recursal do recurso ordinário, por exemplo, é de R$ 8.000,00 (oito mil reais). Só que parte só é obrigada a garantir o juízo até o valor da condenação, de maneira que se o valor máximo da condenação for inferior a oito mil reais o depósito se limitará ao respectivo valor de condenação. O problema do depósito recursal é que, por ter um limite, às vezes ele se torna inócuo. Em uma condenação em 100 mil reais, por exemplo, paga-se a título de depósito recursal 8 mil reais e a dívida ainda permanece em 92 mil reais. O recurso de revista exige o depósito recursal no valor de 16 mil reais, bem como os embargos de divergência. Questionou-se muito o depósito recursal sob o argumento de que ele obsta a ampla defesa e o contraditório, obsta a interposição do recurso (se não depositar o recurso sequer é conhecido). 5 Custas no processo do trabalho são ao final ou em caso de recurso.

Massa falida e interposição de recurso O TST possui uma Súmula (nº 86) que prevê a dispensa do depósito recursal para a interposição de recurso da massa falida, ressalvando expressamente a não aplicação desse benefício à empresa em liquidação. DESERÇÃO. MASSA FALIDA. EMPRESA EM LIQUIDAÇÃO EXTRAJUDICIAL (incorporada a Orientação Jurisprudencial nº 31 da SBDI-1) - Res. 129/2005, DJ 20, 22 e 25.04.2005 Não ocorre deserção de recurso da massa falida por falta de pagamento de custas ou de depósito do valor da condenação. Esse privilégio, todavia, não se aplica à empresa em liquidação extrajudicial. (primeira parte - ex-súmula nº 86 - RA 69/78, DJ 26.09.1978; segunda parte - ex-oj nº 31 da SBDI-1 - inserida em 14.03.1994) Microempresa paga depósito recursal? Há julgados entendendo que é possível a dispensa do depósito em se tratando de microempresas. Fazenda e o preparo dos recursos Fazenda tem que realizar o preparo do recurso? A Fazenda não paga custas, mas e o depósito recursal? Não paga também, porque o depósito recursal é uma garantia do juízo, como a Fazenda paga seus credores através do sistema de precatório ela não é obrigada a garantir coisa alguma. Condenação Solidária Em caso de condenação solidária, o pagamento feito por uma das empresas aproveita as demais, salvo se a que realizou o depósito requereu a exclusão da lide (Súmula nº 128, TST): DEPÓSITO RECURSAL (incorporadas as Orientações Jurisprudenciais nºs 139, 189 e 190 da SBDI- 1) - Res. 129/2005, DJ 20, 22 e 25.04.2005 I - É ônus da parte recorrente efetuar o depósito legal, integralmente, em relação a cada novo recurso interposto, sob pena de deserção. Atingido o valor da condenação, nenhum depósito mais é exigido para qualquer recurso. (ex-súmula nº 128 - alterada pela Res. 121/2003, DJ 21.11.03, que incorporou a OJ nº 139 da SBDI-1 - inserida em 27.11.1998) II - Garantido o juízo, na fase executória, a exigência de depósito para recorrer de qualquer decisão viola os incisos II e LV do art. 5º da CF/1988. Havendo, porém, elevação do valor do débito, exigese a complementação da garantia do juízo. (ex-oj nº 189 da SBDI-1 - inserida em 08.11.2000) III - Havendo condenação solidária de duas ou mais empresas, o depósito recursal efetuado por uma delas aproveita as demais, quando a empresa que efetuou o depósito não pleiteia sua exclusão da lide. (ex-oj nº 190 da SBDI-1 - inserida em 08.11.2000)

No caso da empresa requerer a exclusão da lide, as demais não aproveitam ao recurso, de maneira que delas também será exigido o depósito recursal. Nessa hipótese, caso a soma do depósito recursal das empresas ultrapasse o valor da condenação, será permitido pelo juízo o valor excedente. Depósito recursal atinge o valor da condenação Caso o depósito recursal para a interposição do recurso ordinário, por exemplo, já cubra a totalidade da condenação, eventual recurso de revista posterior não dependerá de depósito recursal.