TRIBUNAL DE JUSTIÇA PODER JUDICIÁRIO São Paulo

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Registro: ACÓRDÃO

ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Desembargadores ERICKSON GAVAZZA MARQUES (Presidente), J.L. MÔNACO DA SILVA E MOREIRA VIEGAS.

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ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Desembargadores DONEGÁ MORANDINI (Presidente sem voto), BERETTA DA SILVEIRA E VIVIANI NICOLAU.

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Relator: Desembargador Marcus Tulio Sartorato DECISÃO MONOCRÁTICA

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ACÓRDÃO. São Paulo, 30 de março de Marcelo Berthe Relator Assinatura Eletrônica

ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores J.L. MÔNACO DA SILVA (Presidente), MOREIRA VIEGAS E EDSON LUIZ DE QUEIROZ.

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ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores PAULO ALCIDES (Presidente sem voto), VITO GUGLIELMI E PERCIVAL NOGUEIRA.

ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores PAULO GALIZIA (Presidente), ANTONIO CELSO AGUILAR CORTEZ E TERESA RAMOS MARQUES.

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ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores NEVES AMORIM (Presidente) e JOSÉ JOAQUIM DOS SANTOS.

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Registr o: ACÓRDÃO

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Superior Tribunal de Justiça

ESTADO DO CEARÁ PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA GABINETE DESEMBARGADOR CARLOS ALBERTO MENDES FORTE

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Dispensado, nos termos do art. 38 da Lei 9099/95.

ACÓRDÃO. São Paulo, 14 de março de Cristina Cotrofe Relatora Assinatura Eletrônica

ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Desembargadores CLAUDIO GODOY (Presidente sem voto), AUGUSTO REZENDE E RUI CASCALDI.

ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Desembargadores RICARDO DIP (Presidente sem voto), AFONSO FARO JR. E AROLDO VIOTTI.

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PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO. Registro: ACÓRDÃO

Rio de Janeiro, 16 de maio de 2017.

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ACÓRDÃO , da Comarca de Santana de Parnaíba, em que é agravante EMK

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO ACÓRDÃO

SENTENÇA. Vistos. Réplica às fls. 139/141. É o relatório. DECIDO.

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO 10ª Câmara de Direito Privado

ESTADO DO CEARÁ PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA GABINETE DESEMBARGADOR CARLOS ALBERTO MENDES FORTE

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Agravo de Instrumento n Relator: Desembargador Joel Figueira Júnior

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ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores ADEMIR BENEDITO (VICE PRESIDENTE) (Presidente) e XAVIER DE AQUINO (DECANO).

ACÓRDÃO. São Paulo, 12 de abril de Salles Rossi Relator Assinatura Eletrônica

PODER JUDICIÁRIO Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo

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CCM Nº (Nº CNJ: ) 2017/CÍVEL

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Poder Judiciário do Estado do Rio de Janeiro Vigésima Segunda Câmara Cível. Agravo de Instrumento nº

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PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO. Registro: ACÓRDÃO

ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores J. B. FRANCO DE GODOI (Presidente) e JOSÉ MARCOS MARRONE.

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ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores GOMES VARJÃO (Presidente), NESTOR DUARTE E ROSA MARIA DE ANDRADE NERY.

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ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores FABIO TABOSA (Presidente) e CLAUDIO GODOY. São Paulo, 15 de maio de 2017.

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ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Desembargadores LUIS MARIO GALBETTI (Presidente sem voto), RÔMOLO RUSSO E RAMON MATEO JÚNIOR.

ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores FELIPE FERREIRA (Presidente sem voto), RENATO SARTORELLI E VIANNA COTRIM.

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO DECISÃO MONOCRÁTICA

RECURSO DE APELAÇÃO PROVIDO.

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ACÓRDÃO. Vistos, relatados e discutidos estes autos do Apelação nº , da Comarca de Salesópolis, em que é apelante FAZENDA DO

ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores GILBERTO LEME (Presidente), MORAIS PUCCI E FLAVIO ABRAMOVICI.

ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores ELLIOT AKEL (Presidente sem voto), ROMEU RICUPERO E RICARDO NEGRÃO.

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SENTENÇA. A decisão de fls. 83/85 concedeu parcialmente a antecipação de tutela.

ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores FRANCISCO LOUREIRO (Presidente) e ENIO ZULIANI. São Paulo, 26 de agosto de 2015.

ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Desembargadores JAYME QUEIROZ LOPES (Presidente) e ARANTES THEODORO. São Paulo, 21 de novembro de 2017.

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ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores CARVALHO VIANA (Presidente sem voto), RUBENS RIHL E CRISTINA COTROFE.

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO ACÓRDÃO

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ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Exmo. Desembargadores SÁ DUARTE (Presidente sem voto), SÁ MOREIRA DE OLIVEIRA E EROS PICELI.

ACÓRDÃO , da Comarca de Barueri, em que é apelante PROXIMO GAMES

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PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO 1ª CÂMARA DE DIREITO PRIVADO

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ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores MAIA DA CUNHA (Presidente) e ENIO ZULIANI. São Paulo, 12 de setembro de 2013.

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA

ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores JOSÉ REYNALDO (Presidente sem voto), ROBERTO MAC CRACKEN E ARALDO TELLES.

ESTADO DO CEARÁ PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA GABINETE DESEMBARGADOR CARLOS ALBERTO MENDES FORTE

Transcrição:

ACÓRDÃO Registro: 2018.0001015661 Vistos, relatados e discutidos estes autos do Agravo de Instrumento nº 2237253-77.2018.8.26.0000, da Comarca de, em que é agravante MARCONI FERREIRA PERILLO JÚNIOR, são agravados TWITTER BRASIL REDE DE INFORMAÇÃO LTDA e FACEBOOK SERVIÇOS ONLINE DO BRASIL LTDA. ACORDAM, em 5ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça de São Paulo, proferir a seguinte decisão: "Negaram provimento ao recurso. V. U.", de conformidade com o voto do Relator, que integra este acórdão. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores ERICKSON GAVAZZA MARQUES (Presidente) e A.C.MATHIAS COLTRO., 19 de dezembro de 2018. FERNANDA GOMES CAMACHO RELATORA Assinatura Eletrônica

Agravo de Instrumento nº 2237253-77.2018.8.26.0000 Relatora: FERNANDA GOMES CAMACHO Órgão Julgador: 5ª CÂMARA DE DIREITO PRIVADO AGRAVANTE: MARCONI FERREIRA PERILLO JÚNIOR AGRAVADAS: TWITTER BRASIL REDE DE INFORMAÇÃO LTDA E FACEBOOK SERVIÇOS ONLINE DO BRASIL LTDA Comarca: Foro Central Cível 3ª Vara Cível Processo de Origem: 1097688-09.2018.8.26.0100 Juiz (a) Prolator (a): Andrea de Abreu e Braga Julgamento conjunto com ED 2237253-77.2018.8.26.0000/50000 voto 8908 VOTO nº 8906 OBRIGAÇÃO DE FAZER. TUTELA PROVISÓRIA DE URGÊNCIA. Publicações em páginas do Facebook, Instagram e Twitter. Alegação de conteúdos inverídicos e ofensivos, com o objetivo de produzir o descrédito do autor junto à opinião pública. Pretensão de remoção dos conteúdos, fornecimento de informações dos usuários e abstenção de comunicação dos requerimentos a terceiros. Descabimento. Requisitos do art. 300 do CPC ausentes. Liberdade de expressão e manifestação, direito à informação e inviolabilidade da honra e imagem assegurados pela Constituição Federal (arts. 5º, IX, IV, V e X, e 220). Controle judicial da manifestação do pensamento tem caráter excepcional, sob pena de indevida censura. Necessidade de demonstração da falsidade da notícia. Precedentes do STJ. Matéria fática que demanda análise mais aprofundada sob crivo do contraditório e ampla defesa. Ausentes requisitos necessários para o fornecimento liminar de informações dos usuários. Art. 22, Lei nº 12.965/14. Abstenção de comunicação a terceiros que não se justifica, pois o autor já providenciou a preservação do conteúdo. Decisão mantida. Recurso não provido. Vistos. Trata-se de agravo contra decisão copiada a fls. 105/108, que, em ação de obrigação de fazer e não fazer, indeferiu o pedido de tutela provisória de urgência visando à remoção de conteúdos disponibilizados em páginas do Facebook, Instagram e Twitter e ao fornecimento de dados de usuários das referidas redes sociais. Inconformado, o agravante alega, em síntese, que é político reconhecido nacionalmente e tomou conhecimento da existência de páginas disponibilizadas nas plataformas Facebook, Instagram e Twitter, nas quais há Agravo de Instrumento nº 2237253-77.2018.8.26.0000 - Voto nº 8906 2

publicação de diversos conteúdos inverídicos e ofensivos, com objetivo de produzir seu descrédito junto à opinião pública, com base em inverdades e, inclusive, ameaças e acusações de cometimento de crimes. Afirma que se trata de acusações levianas e vazias, pois o agravante nunca esteve envolvido em atos de corrupção e os responsáveis pelas publicações não indicam fatos ou documentos capazes de embasar suas alegações, que são mentiras maliciosamente propagadas com a finalidade de prejudicar sua honra e imagem. Sustenta, ainda, que a proteção à honra e à imagem é direito fundamental e, uma vez disponibilizados os mencionados conteúdos na internet, será muito difícil alcançar sua total remoção, dada a potencialidade de replicação do conteúdo na internet. Ademais, os agravados não podem proteger seus maus usuários, que cometem atos ilícitos sob sua conivência, o que justifica o fornecimento das informações pleiteadas para identificação dos responsáveis pelas publicações. Além disso, estão presentes todos os requisitos legais previstos no Marco Civil da Internet para a remoção dos conteúdos e o fornecimento dos dados. Outrossim, é indispensável que os usuários não sejam comunicados sobre a demanda, pois podem se desfazer de provas do ilícito. Requer a concessão de efeito ativo ao recurso e, ao final, o provimento do recurso, nos termos do pedido de efeito ativo. A tutela antecipada recursal foi indeferida (fls. 358/359). Os agravados apresentaram contrarrazões, refutando os argumentos do recorrente (fls. 363/379 e 382/408). É o relatório. O recurso não comporta provimento. Trata-se de ação de obrigação de fazer e não fazer, em que o autor alega, em síntese, que é político brasileiro conhecido nacionalmente e tomou conhecimento da existência de páginas disponibilizadas nas plataformas Facebook e Twitter, nas quais há publicação de conteúdos inverídicos e ofensivos, com o objetivo de produzir seu descrédito junto à opinião pública, inclusive com ameaças e acusações de cometimento de crimes (fls. 32). Requereu, a título de tutela provisória de urgência, o fornecimento dos dados dos usuários responsáveis pelas publicações e a remoção dos conteúdos, além da abstenção de comunicação a terceiros, inclusive usuários Agravo de Instrumento nº 2237253-77.2018.8.26.0000 - Voto nº 8906 3

eventualmente identificados, dos requerimentos e dos termos da demanda (fls. 54/55). se insurge o agravante. O pedido de tutela antecipada foi indeferido, contra o que Nos termos do artigo 300 do Código de Processo Civil, são requisitos necessários para a concessão de tutela de urgência a presença de elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo. recorrente, tais requisitos não estão presentes. No presente caso, em que pesem os argumentos da A Constituição Federal garante a liberdade de manifestação do pensamento, vedado o anonimato (artigo 5º, inciso IV), e coloca a salvo de qualquer restrição, sob qualquer forma, também o direito à informação (Art.220. A manifestação do pensamento, a criação, a expressão e a informação, sob qualquer forma, processo ou veículo não sofrerão qualquer restrição, observado o disposto nesta Constituição). Ao mesmo tempo, assegura ao ofendido o direito de resposta, proporcional ao agravo, além de indenização por dano material, moral ou à imagem (artigo 5º, inciso V), e torna invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação (artigo 5º, inciso X). Assim, o controle judicial da manifestação do pensamento deve ser feito em caráter excepcional, sob pena de indevida censura. A respeito do tema, o Superior Tribunal de Justiça entendeu que para caracterizar limitação às liberdades constitucionais é necessário demonstrar a falsidade da notícia. Nesse sentido: a liberdade de informação deve estar atenta ao dever de veracidade, pois a falsidade dos dados divulgados manipula em vez de formar a opinião pública, bem como ao interesse público, pois nem toda informação verdadeira é relevante para o convívio em sociedade (STJ, REsp 896.635/MT, 3ª Turma, Rel. Min. Nancy Andrighi, DJe 10/03/2008).... - A suspeita que recaía sobre o recorrido, por mais dolorosa que lhe seja, de fato, existia e era, à época, fidedigna. Se hoje já não pesam sobre o recorrido essas suspeitas, isso não faz com que o passado se altere. Pensar de modo contrário seria impor indenização a todo veículo de imprensa que divulgue investigação ou ação penal que, ao final, se mostre improcedente Agravo de Instrumento nº 2237253-77.2018.8.26.0000 - Voto nº 8906 4

(STJ, REsp 984803 / ES, Rel. Min. Nancy Andrighi, 3ª Turma, DJe 19/08/2009). No caso, as questões relativas à veracidade do conteúdo e ao eventual excesso cometido pelos usuários que realizaram as postagens dizem respeito a matéria fática que demanda análise mais aprofundada, sob o crivo do contraditório e da ampla defesa. Com relação à pretensão de fornecimento liminar de informações dos usuários responsáveis pela publicação e pela página, também não se verifica, em cognição sumária, a presença dos requisitos exigidos pelo artigo 22 da Lei nº 12.965/2014: Art. 22. A parte interessada poderá, com o propósito de formar conjunto probatório em processo judicial cível ou penal, em caráter incidental ou autônomo, requerer ao juiz que ordene ao responsável pela guarda o fornecimento de registros de conexão ou de registros de acesso a aplicações de internet. Parágrafo único. Sem prejuízo dos demais requisitos legais, o requerimento deverá conter, sob pena de inadmissibilidade: I - fundados indícios da ocorrência do ilícito; II - justificativa motivada da utilidade dos registros solicitados para fins de investigação ou instrução probatória; e III - período ao qual se referem os registros. Outrossim, não se justifica a pretensão de abstenção de comunicação de terceiros a respeito dos requerimentos do agravante e dos termos da demanda, inclusive porque o próprio recorrente afirmou que a partir do conhecimento dos fatos, o Autor providenciou a preservação de todo o conteúdo via Blockchain, junto à plataforma OriginalMY, hábil a comprovar a veracidade e existência dos conteúdos (fls. 36). Ressalte-se que a análise mais aprofundada da obrigação da agravada de remover o conteúdo e fornecer as informações dos usuários está, porém, reservada ao juízo de primeiro grau, que, por ocasião do julgamento do processo disporá de todos os elementos de convicção necessários para avaliar o mérito. No momento, a controvérsia a ser dirimida está restrita ao cabimento da tutela provisória de urgência, à luz dos requisitos da probabilidade do direito do autor e do perigo de dano, que não se entremostram presentes. Assim, a r. decisão deve ser mantida. Agravo de Instrumento nº 2237253-77.2018.8.26.0000 - Voto nº 8906 5

Para fins de prequestionamento, consideram-se incluídas no acórdão todas as matérias suscitadas pelas partes, objeto do presente recurso. Por tais fundamentos, nega-se provimento ao recurso. FERNANDA GOMES CAMACHO Relatora Agravo de Instrumento nº 2237253-77.2018.8.26.0000 - Voto nº 8906 6