FÓRUMS LATINO-AMERICANOS

Documentos relacionados
Naladi/SH 96 ARGENTINA BOLÍVIA BRASIL CHILE COLÔMBIA CUBA EQUADOR MÉXICO PARAGUAI PERU URUGUAI VENEZUELA E E E E E E E

Desafios dos Movimentos Sociais na América Latina e Caribe, Nordeste e no Brasil pós eleiçᾶo, um olhar desde a Educação Popular 28 de novembro del

PLANO DE AÇÃO DO CONSELHO DE DEFESA SUL- AMERICANO

Movimentos Sociais e Educação Popular na América Latina Perspectivas e desafios da atualidade

Regras especiais de procedimento para o Conselho Sul-Americano sobre o Problema Mundial das Drogas (CSPMD-UNASUL)

Briefing Institu cional

cesop OPINIÂO PÚBLICA, Campinas, Vol. VI, nº1, 2000, Encarte Tendências. pp

QUEM SOMOS. ...pela defesa dos direitos das pessoas que vivem nas favelas mais precárias e invisíveis...

O Espaço Ibero-Americano a comunidade de todos

PIFCSS PROGRAMA IBERO-AMERICANO PARA O FORTALECIMENTO DA COOPERAÇÃO SUL-SUL O CONHECIMENTO É MAIOR QUANDO É COMPARTILHADO

Comparative model: Telehealth in Latin America Mônica Pena de Abreu

9. América Latina: lutas pela emancipação política. Páginas 04 à 17.

Fórum Social Mundial Memória FSM memoriafsm.org

O QUE SÃO AS BOLSAS IBERMUSEUS DE CAPACITAÇÃO?

Resoluções de Brasília. 05 a 07 de Agosto de O Município é o espaço onde realmente se efetivam as políticas públicas...

Mesa temática 4 Internacionalização, Política Educacional, Intercâmbio Estudantil e Organismos Internacionais.

Manifesto das Juventudes Comunistas da América Latina

DECLARAÇÃO DO MINISTÉRIO DA SAÚDE PÚBLICA

Cinema, Soft Power e os BRICS

OBJETIVO º ANO E.M. MÓDULO 19 INDUSTRIALIZAÇÃO DA AMÉRICA

Universidade Zumbi dos Palmares. VII FÓRUM SOCIAL MUNDIAL DAS MIGRAÇÕES SÃO PAULO, 07 A 10 DE JULHO DE Centro Esportivo Tiete

Programa de doação de licenças ESET América Latina SRL. Protegendo laços. - Regras e Condições -

Nº 10/2019 Reuniões. Informativo compilado pela equipe ABRASEM. Mais informações:

Nas últimas décadas, a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS / OMS) participou ativamente da

* Aspectos polêmicos!

Em 1826, Simón Bolívar, como presidente do

HISTÓRIA. Construção do Estado Liberal: Independência das colônias latino-americanas Parte 1 Profª. Eulália Ferreira

São espaços de intercâmbio, reflexão, animação e coordenação para aprofundar aspectos da proposta da Pastoral da Juventude latinoamericana definir

PLANO DE ENSINO 2º TRIMESTRE

O Ciseco entre o ritmo do mar e o ritmo dos signos

O PAPEL DO REGULATEL NA SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO

Instituições Estruturantes

Módulo 19 frente 03 Livro 3 página 132. Continente Americano. Aspectos Gerais

Biblioteca Virtual em Saúde e o controle bibliográfico da produção científica da América Latina e Caribe: o sistema de bases de dados LILACS

A GLOBALIZAÇÃO. Esse processo se torna mais forte a partir de 1989 com o fim do socialismo na URSS.

Esta cartilha explica os princípios que orientam a FOB, a maneira como nos organizamos e como se filiar ao Sindicalismo Revolucionário.

PLANEJAMENTO DA REGIONAL SUL-2 DA DIREÇÃO EXECUTIVA NACIONAL DOS ESTUDANTES DE MEDICINA

DECLARAÇÃO IV REUNIÃO: PARA UM MOVIMENTO PEDAGÓGICO LATINO-AMERICANO BELO HORIZONTE, BRASIL NOVEMBRO 2017

Lula: Impeachment é conduzido por quadrilha legislativa

A NOVA AMÉRICA LATINA E OS DESAFIOS DA AUTONOMIA E DA INTEGRAÇÃO ( )

GUIA PARA EMPRESAS. Uma iniciativa de: #CelebraLaVida

Orientação de estudo 3º bimestre

Estado e políticas sociais na América Latina. Aula 10 Regimes de Bem-Estar na América Latina. Prof.: Rodrigo Cantu

ATA DE CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES

ARTIGOS 1º AO 4º. A vigente Constituição Federal (de 5 de outubro de 1988) contém a

América. Divisões: 35 países e 18 dependências. População total: habitantes.

SONDAGEM ECONÔMICA DA AMÉRICA LATINA. Fevereiro, 2016

ARede Regional de Educação Interprofissional das Américas (REIP) é uma estratégia de articulação e cooperação

Allan Nº1 GabrielNº7 Pedro F. Nº27 Pedro S. Nº28 Renan Nº31 Vitor Nº33 Vitoria Nº34

Fórum Social Mundial Memória FSM memoriafsm.org

CURSO: Controle Social e Gestão Participativa 06/3/13. O papel da legislação para o Controle Social e a Gestão Participativa.

IDADE CONTEMPORÂNEA AMÉRICA NO SÉCULO XIX

MANUAL DE INSCRIÇÃO LINHA DE APOIO AO PATRIMÔNIO MUSEOLÓGICO EM SITUAÇÃO DE RISCO

Quem somos? O primeiro organismo multilateral de cooperação na Ibero-América

Tema: ALGUNS DADOS ESTATÍSTICOS PARA PENSAR! (II)

PIFCSS. O conhecimento é maior quando é compartilhado. Visão

VAMOS BOTAR AS MÃOS NA MASSA E FAZER ACONTECER?

Início. Iniciou em 26 de março de 1991, com a assinatura do Tratado de Assunção pelos governos de Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai.

EDUCAÇÃO POPULAR E OS MOVIMENTOS SOCIAIS. Alunos: Gabriela, Janaina e Wagner Professores: Vânia, Genaro e Felipe

Joanita Barros Juliana Sousa Projetos e Instâncias da BVS São Paulo, 23 de novembro 2009

I Encontro Nacional do Programa Nacional de Fortalecimento dos Conselhos Escolares

49 o CONSELHO DIRETOR 61 a SESSÃO DO COMITÊ REGIONAL

Sexto Seminário Internacional AMÉRICA PLATINA (VI SIAP) e I Colóquio Unbral de Estudos Fronteiriços

América Central e do Sul

CARTA DE PORTO ALEGRE

20 ANOS DA FUNDAÇÃO DA COPA

PROCESSO DE CONSTRUÇÃO DA CONFEDERAÇÃO DOS TRABALHADORES E DAS TRABALHADORAS DAS UNIVERSIDADES DAS AMÉRICAS CONTUA

22 de março de Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo

PROFESSOR: ANDERSON JOSÉ SOARES. ALUNO(a): Antes de iniciar a lista de exercícios leia atentamente as seguintes orientações:

Consideras a possibilidade de trabalhar no estrangeiro?

Lei do aborto é aprovada na Argentina em sessão histórica Qui, 14 de Junho de :56 - Última atualização Qui, 14 de Junho de :36

Instituto Cubano de Amistad con los Pueblos

82% dos estudantes portugueses encara o empreendedorismo como solução para o seu futuro profissional

DIRETÓRIO REGIONAL da PARAÍBA

Introdução às Relações Internacionais. D. Freire e Almeida

A Experiência do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social CDES

RESOLUÇÃO DO DIRETÓRIO NACIONAL DO PARTIDO DOS TRABALHADORES

Aula 14 - América Latina

Nos dias 23 e 24 de fevereiro

3º Encontro Arquidiocesano de Fé e Política. A - Formação Temas a serem trabalhados Conhecer e aprofundar as orientações do Papa

PROVA 2 DISCURSIVA 1. a PARTE TEXTO 1

Para compreender a história do Banco Palmas é preciso resgatar o contexto dessa pergunta.

Como atuamos. Para realizar a missão da rede, as organizações integrantes, entre outras ações, procuram:

CONSENSO DE MONTEVIDÉU

AMÉRICA ANDINA e PLATINA

Com extensão territorial de quilômetros quadrados, o território brasileiro corresponde a 48% do subcontinente sulamericano.

MARCELO CAMURÇA. Dados biográficos: indisponíveis. Histórico do acervo: indisponível. Organização da documentação:

MAYORS CHALLENGE 2016 América Latina e Caribe

Por Anatoli Oliynik - 8 Out 2009

Exercícios sobre Continente Americano - 8º ano - cap. 10

BASES TEÓRICAS DE PLANEJAMENTO

A visão da OIT sobre o Trabalho Decente

AMÉRICA LATINA NO SÉCULO XX HISTÓRIA 01 AULA 52 PROF. THIAGO

Notícias visita dos embaixadores

HISTÓRIA. aula América Latina

CENTRAIS DE ASSOCIAÇÕES COMUNITÁRIAS PARA MANUTENÇÃO DOS SISTEMAS DE SANEAMENTO 08 DE DEZEMBRO DE 2016

Ecoclubes. Juventude no Presente

Contexto geral do saneamento rural na América Latina

Nº 010 DEZEMBRO 15. mesmos períodos do ano anterior.

Primeira Reunião da Rede de Pontos Focais da Iniciativa Regional América Latina e o Caribe livre de trabalho infantil

Transcrição:

CUME DE BASE La Poderosa, como movimento social, político e latino-americano, contempla um horizonte regional da Grande Pátria que transcende fronteiras, baseada na solidariedade internacionalista, uma das principais qualidades para a luta pela libertação do nosso povo. Não há outro caminho além da unidade dos povos, para que a humanidade viva com dignidade sendo o protagonista do destino da história. Aqueles de nós abaixo da linha da pobreza tivemos que articular em toda a Argentina, e acreditamos que o caminho da unidade de toda a região é a única maneira de pensar em um projeto de sociedade mais justa, baseado em valores que nos devolvem a humanidade perdida nas mãos de um capitalismo selvagem. Lutar por e por uma sociedade que garanta os direitos de todos os seres humanos, a partir de soberania política e econômica, é chave para o novo avanço que o direito neoliberal é dando em nossa região. Esta cúpula é o pontapé de um evento histórico que levará à formação do setor popular organizado a partir da planície para a emancipação da Grande Pátria.

LA PODEROSA La Poderosa, é um movimento político suprapartidário que nasceu em 2004 em uma favela de Buenos Aires. Trabalhando a partir das próprias necessidades de cada comunidade, organizados por meio de espaços de educação popular e cooperativas, hoje somos 96 assembléias em todas as províncias da Argentina e em 12 países da América Latina. Em 2011 foi criada a cooperativa La Garganta Poderosa é o nosso meio de comunicação, onde falamos sobre nossos bairros sem intermediários com atingindo mais de 500 mil pessoas em redes sociais. Em agosto do ano passado, realizamos o 1º Fórum Latino-americano de La Poderosa na Casa das Américas, em Havana, Cuba. Lá, representantes de 6 países definiram que o fórum a seguir deveria ser no Brasil, antecipando a difícil situação política, econômica e social que o povo brasileiro estaria vivenciando. 2º Fórum Latino-americano, organizado pelo La Poderosa junto com outras organizações populares, será nos dias 27, 28 e 29 de julho em Porto Alegre. Consiste em um encontro de dois mil moradores e moradores de favelas e comunidades rurais, referentes de direitos humanos de todos os países onde está La Poderosa, referências do feminismo, comunicação e educação popular, dos povos indígenas, da economia popular, e além disso, os principais meios de comunicação de todos os países participantes estarão presentes.

FÓRUMS LATINO-AMERICANOS Da La Poderosa, priorizamos em nossa agenda a realização de reuniões anuais que possibilitar a troca de experiências, leituras das conjunturas nacionais e regionais, a o debate, o consenso, a projeção e o horizonte da política que coletivamente construímos diariamente. O Primeiro Fórum Latino-Americano da La Poderosa nasceu em setembro de 2017, em Havana, Cuba, onde os representantes das assembleias de bairro de moradias, favelas e comunidades rurais de Argentina, Chile, Uruguai, Paraguai, Bolívia, Peru, Brasil, Equador, Colômbia, Venezuela, México e Cuba, estamos aqui para discutir e agir sobre a realidade que compartilhamos no continente. Nesta reunião, entre todos os acordos, políticos que nos permitiram avançar no construção de um conjunto de montagem do Patria Grande y Baja, concordamos que o próxima reunião latino-americana teve que ser no Brasil, já que eles estariam tocando nos próximos anos não só do povo brasileiro, mas toda a região. O Fórum, que acrescenta a uma extensa agenda de intervenções políticas por organizações Brasileiros, em um quadro de unidade de esquerda na mobilização e em algumas demandas, estamos construindo juntos com partidos políticos de esquerda, organizações sociais e sindicatos. Partindo de uma linha grossa de acordos políticos que podemos alcançar, projetamos que esta reunião será a agenda do campo popular latino-americano, juntamente com o pronunciamento de referências de direitos humanos sobre o golpe no Brasil. Da Argentina, viajará uma longa e poderosa caravana de centenas de referências de todos bairros, uma delegação de representantes dos direitos humanos de todas as províncias, entre os quais Adolfo Pérez Esquivel e Nora Cortiñas se destacam, além de se referir ao feminismo, à educação populares, povos nativos, esportes, cultura, arte e comunicadores populares. Além disso, de cada país partirá uma delegação com os principais referentes de cada um deles áreas e mídia, garantindo cobertura internacional do que acontece no Fórum. Será um encontro histórico que terá impacto global, onde conheceremos os bairros historicamente negligenciados em toda a América Latina e seremos protagonistas, junto com os referentes de direitos humanos, movimentos estudantis e partidos políticos, a partir de discussões sobre estratégia conjunta que articula todo o campo popular do continente em uma conjuntura que deixa evidência de que a única saída do capitalismo é a unidade internacionalista. Portanto, nós chamamos todos

cidadãos, organizações sociais, partidos políticos e sindicatos, para participar activamente no Segundo Fórum Latino-Americano. OBJETIVOS DO FÓRUM: 1) Fornecer o apoio de toda a Grande e Baixa Pátria à Democracia do Brasil; 2) Fortalecer a resistência popular para defender os direitos humanos; 3) Reconhecer-nos nas necessidades, nas diversas identidades, no conhecimento popular e nas formas coletivas de resolver os problemas; 4) Gerar uma rede de ligações latino-americanos e construir uma plataforma de comunicação continental; 5) Servir de apoio e mobilização para o Congresso Estadual de Povos, que será realizado no final de semana seguinte ao Fórum; 6) Construir o poder popular, o único poder honesto para benéfico do povo; 7) Estabelecer um precedente e promover a solidariedade internacionalista das bases latino-americanas. JUSTIFICAÇÃO As referências das assembléias latino-americanas da La Poderosa, reunidas em Havana no ano passado, concordamos que o segundo fórum tinha que ser feito no Brasil este ano. Sem a certeza de qual seria o cenário real, mas sabendo que tempos difíceis viriam para o Brasil. E que tudo o que aconteceu aqui teria repercussões em toda a região. Por esta razão, entendemos que não havia outro lugar no continente onde haveria mais fundamentos para nós reunir, para mobilizar centenas de companheiros e companheiras, e onde colocar todos os recursos disponíveis dos nossos bairros. La Poderosa nasceu como um movimento das villas da Argentina, mas com um olhar latino-americano, o nome da moto que ele nos batizados perceber isso. De nossa perspectiva de desenvolvimento, não há outra saída além da unidade e do internacionalismo. Assim como tivemos que articular os pobres em toda a Argentina, acreditamos que o caminho da unidade é a única maneira de pensar em um projeto

de sociedade mais justa, baseado em valores humanos, que garanta os direitos de todos os seres humanos. Existem muito poucas vezes em que os bairros mais humildes têm um lugar para conversar. Em geral, nós não somos convidamos para dar informações ou para ser ouvido, mas a dar piedade e ouvir. La Garganta começou a gritar há 8 anos e hoje nossos gritos são ouvidos mais e mais, não porque eles são tão fortes ou porque diretrizes de publicidade paga, mas porque eles suportar a legitimidade daqueles que somos oprimidos por este sistema econômico que determina nossas vidas. Por esta razão, decidimos nos dar este espaço para falar, gritar, e agora, ouça.