DIREITO ELEITORAL. Partidos Políticos Natureza jurídica e regras constitucionais. Prof. Rodrigo Cavalheiro Rodrigues

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Errata VADE RT. 15ª edição. Caso a obra seja utilizada em provas e concursos, esta página não deve ser mantida no produto impresso.

Transcrição:

DIREITO ELEITORAL Natureza jurídica e regras constitucionais Prof. Rodrigo Cavalheiro Rodrigues

Partidos CF, art. 17 Lei 9.096/95 - LOPP Conceito Organização de pessoas que inspiradas por ideias ou movidas por interesses, buscam tomar o poder, normalmente pelo emprego de meios legais, e neles conservar-se para realização dos fins propugnados (Bonavides).

Conceito Compreende-se por partido político a entidade formada pela livre associação de pessoas, com organização estável, cujas finalidades são alcançar e/ou manter de maneira legítima o poder político-estatal e assegurar, no interesse do regime democrático de direito, a autenticidade do sistema representativo, o regular funcionamento do governo e das instituições políticas, bem como a implementação dos direitos humanos fundamentais (Gomes). Máquinas de guerra No mundo atual, assume o partido posição fortalecida de mecanismo de comunicação e de participação do processo decisional; mais até, de instrumento destinado ao recrutamento dos governantes e à socialização política (Caggiano). O partido político é uma máquina de guerra, utilizada para chegar ao poder.

Natureza Jurídica Direito Privado LOPP, art. 1º CC, art. 44, V

Constituição Federal Art. 17. É livre a criação, fusão, incorporação e extinção de partidos políticos, resguardados a soberania nacional, o regime democrático, o pluripartidarismo, os direitos fundamentais da pessoa humana e observados os seguintes preceitos: Incisos do art. 17 I - caráter nacional; II - proibição de recebimento de recursos financeiros de entidade ou governo estrangeiros ou de subordinação a estes; III - prestação de contas à Justiça Eleitoral; IV - funcionamento parlamentar de acordo com a lei.

Autonomia CF, art. 17. 1º É assegurada aos partidos políticos autonomia para definir sua estrutura interna, organização e funcionamento e para adotar os critérios de escolha e o regime de suas coligações eleitorais, sem obrigatoriedade de vinculação entre as candidaturas em âmbito nacional, estadual, distrital ou municipal, devendo seus estatutos estabelecer normas de disciplina e fidelidade partidária.

Autonomia Res.-TSE nº 22866/2008: A fidelidade partidária a que se refere o 1º do art. 17 da Constituição Federal é a fidelidade encarada nas [...] relações entre o partido e o afiliado, somente. A relação institucional com o parlamento, com a conseqüência jurídica da perda do mandato por efeito de infidelidade partidária, não pode ser objeto da disciplina estatutária de partido político, até porque cada um deles poderia disciplinar de forma diversa. Autonomia Ac.-TSE, de 12.11.2008, no REspe nº 31913: possibilidade de a Justiça Eleitoral examinar ilegalidades e nulidades na hipótese de conflito de interesses, com reflexos no pleito, entre os diretórios regional e municipal de partido político

Personalidade jurídica e registro CF, art. 17, 2º Os partidos políticos, após adquirirem personalidade jurídica, na forma da lei civil, registrarão seus estatutos no Tribunal Superior Eleitoral. Personalidade jurídica e registro LOPP, art. 7º, 1 o Só é admitido o registro do estatuto de partido político que tenha caráter nacional, considerando-se como tal aquele que comprove, no período de dois anos, o apoiamento de eleitores não filiados a partido político, correspondente a, pelo menos, 0,5% (cinco décimos por cento) dos votos dados na última eleição geral para a Câmara dos Deputados, não computados os votos em branco e os nulos, distribuídos por um terço, ou mais, dos Estados, com um mínimo de 0,1% (um décimo por cento) do eleitorado que haja votado em cada um deles.

Fundo Partidário e Direito de Antena CF, art. 17. 3º Os partidos políticos têm direito a recursos do fundo partidário e acesso gratuito ao rádio e à televisão, na forma da lei. Processo Eleitoral e exclusividade de denominação LOPP, art. 7º, 2º Só o partido que tenha registrado seu estatuto no Tribunal Superior Eleitoral pode participar do processo eleitoral, receber recursos do Fundo Partidário e ter acesso gratuito ao rádio e à televisão, nos termos fixados nesta Lei. LOPP, art. 7º, 3º Somente o registro do estatuto do partido no Tribunal Superior Eleitoral assegura a exclusividade da sua denominação, sigla e símbolos, vedada a utilização, por outros partidos, de variações que venham a induzir a erro ou confusão.

Proibição de organização paramilitar CF, art. 17, 4º É vedada a utilização pelos partidos políticos de organização paramilitar. Proibição de organização paramilitar LOPP, art. 6º É vedado ao partido político ministrar instrução militar ou paramilitar, utilizar-se de organização da mesma natureza e adotar uniforme para seus membros.

35 registrados no TSE 26 com representantes na Câmara 17 com representantes no Senado Há 1 Senador sem partido

Partidos sem representação no Congresso Nacional PTC P. Trabalhista Cristão PMN P. da Mobilização Nacional PSTU P. Socialista dos Trabalhadores Unificado PCB P. Comunista do Brasil PRTB P. Renovador Trabalhista Brasileiro PSDC P. Social Democrata Cristão PCO P. da Causa Operária PPL P. Pátria Livre NOVO P. Novo