EFEITO DE DIFERENTES PERÍODOS DE SOMBREAMENTO NO DESENVOLVIMENTO DE PLANTAS DE TRIGO. RESUMO

Documentos relacionados
AGRICULTURA I Téc. Agroecologia

USO DE REGULADOR DE CRESCIMENTO E AÇÃO DO NITROGÊNIO NA CULTURA DO TRIGO

- Embrapa Milho e Sorgo, Sete Lagoas-MG. Palavras-chave: Sorghum bicolor, herbicidas, deriva, produção de grãos.

NOTA TÉCNICA. Como está o clima na safra de soja 2017/2018 no sul de Mato Grosso do Sul?

COMPORTAMENTO AGRONÔMICO DE CULTIVARES DE TRIGO NO MUNICÍPIO DE MUZAMBINHO MG

ADENSAMENTO DE SEMEADURA EM TRIGO NO SUL DO BRASIL

EFEITO DA ADUBAÇÃO BORATADA NO DESEMPENHO PRODUTIVO DE GIRASSOL

CARACTERÍSTICAS BIOMÉTRICAS DE VARIEDADES DE MILHO PARA SILAGEM EM SISTEMA DE PRODUÇÃO ORGÂNICA NO SUL DE MG

EFICIÊNCIA AGRONÔMICA E VIABILIDADE TÉCNICA DO PROGRAMA FOLIAR KIMBERLIT EM SOJA

Arranjo espacial de plantas em diferentes cultivares de milho

AVALIAÇÃO DO CRESCIMENTO INICIAL DE HÍBRIDOS DE MAMONEIRA COM SEMENTES SUBMETIDAS AO ENVELHECIMENTO ACELERADO

RESPOSTA FOTOSSINTÉTICA DE PLANTAS DE MILHO SAFRINHA EM DIFERENTES ESTÁDIOS E HORÁRIOS DE AVALIAÇÃO

XXIX CONGRESSO NACIONAL DE MILHO E SORGO - Águas de Lindóia - 26 a 30 de Agosto de 2012

CRESCIMENTO E PRODUÇÃO DA MAMONEIRA FERTIRRIGADA EM MOSSORÓ RN

CARACTERIZAÇÃO DE GRUPOS DE GENÓTIPOS DE MILHO SAFRINHA AVALIADOS EM DOURADOS, MS

ANÁLISE ECONÔMICA DE SISTEMAS DE MANEJO DE SOLO E DE ROTA CÃO COM CULTURAS ,(, PRODUTORAS DE GRAOS NO INVERNO E NO VERÃO

Produtividade de Variedade de Milho em Diferentes Condições Pluviométricas e Térmicas do Ar na Região de Rio Largo-AL

16 EFEITO DA APLICAÇÃO DO FERTILIZANTE FARTURE

ÉPOCAS DE SEMEADURA DE MAMONA CONDUZIDA POR DUAS SAFRAS EM PELOTAS - RS 1

INTERFERÊNCIA E NÍVEL DE DANO ECONÔMICO DE PAPUÃ EM FEIJÃO DO TIPO PRETO EM FUNÇÃO DE DIFERENTES DENSIDADES DE SEMEADURA

PRODUTIVIDADE DO MILHO SAFRINHA EM DIFERENTES ESPAÇAMENTOS ENTRELINHAS

EVOLUÇÃO DO CONSÓRCIO MILHO-BRAQUIÁRIA, EM DOURADOS, MATO GROSSO DO SUL

Ambiente de produção de flores e plantas ornamentais

Resposta da Cultura do Milho Cultivado no Verão a Diferentes Quantidades de Calcário e Modos de Incorporação

MILHO SAFRINHA SOLTEIRO E CONSORCIADO COM POPULAÇÕES DE BRAQUIÁRIA EM SEMEADURA TARDIA

CALAGEM, GESSAGEM E MANEJO DA ADUBAÇÃO EM MILHO SAFRINHA CONSORCIADO COM Brachiaria ruziziensis

BOLETIM TÉCNICO nº 19/2017

AGRICULTURA I Téc. Agronegócios

DEMANDA HÍDRICA DO CONSÓRCIO MILHO E BRAQUIÁRIA EM MATO GROSSO DO SUL

RENDIMENTO DE GRÃOS E EFICIÊNCIA DE USO DE NITROGÊNIO NA CULTURA DO TRIGO EM DUAS REGIÕES DO RIO GRANDE DO SUL

PRODUTIVIDADE DE DIFERENTES CULTIVARES DE PEPINO CULTIVADOS EM ESTUFA PLÁSTICA EM SANTA MARIA, RS. RESUMO

Modelagem espacial do tempo de florescimento de milho plantado na safrinha considerando o zoneamento de risco climático

Avaliação de variedades sintéticas de milho em três ambientes do Rio Grande do Sul. Introdução

l«x Seminário Nacional

MODELOS DE ESTIMATIVA DE RENDIMENTO DE SOJA E DE MILHO NO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL RESUMO

PRODUTIVIDADE DE MILHO SAFRINHA EM POPULAÇÕES DE PLANTAS DE MILHO E DE BRAQUIÁRIA

Índice de clorofila em variedades de cana-de-açúcar tardia, sob condições irrigadas e de sequeiro

VIABILIDADE DO TRIGO CULTIVADO NO VERÃO DO BRASIL CENTRAL

Anais do Seminário de Bolsistas de Pós-Graduação da Embrapa Amazônia Ocidental

ISSN do Livro de Resumos:

AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO DE CULTIVARES DE MILHO EM FUNÇÃO DA DENSIDADE DE SEMEADURA, NO MUNÍCIPIO DE SINOP-MT

1 Clima. Silvando Carlos da Silva

DESEMPENHO DE NOVAS CULTIVARES DE CICLO PRECOCE DE MILHO EM SANTA MARIA 1

17 EFEITO DA APLICAÇÃO DE MICRONUTRIENTES NA

Ensaio Intermediário de Cevada

EFEITO DE ADUBAÇÃO NITROGENADA EM MILHO SAFRINHA CULTIVADO EM ESPAÇAMENTO REDUZIDO, EM DOURADOS, MS

Anais do Congresso de Pesquisa, Ensino e Extensão- CONPEEX (2010)

DESEMPENHO AGRONÔMICO DE GIRASSOL EM SAFRINHA DE 2005 NO CERRADO NO PLANALTO CENTRAL

DESEMPENHO DE CULTIVARES DE MILHO DE BAIXO CUSTO DE SEMENTES NA SAFRINHA 2016

EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA EMBRAPA- PESCA E AQUICULTURA FUNDAÇÃO AGRISUS RELATÓRIO PARCIAL-01/10/2016

Dano de geada nos estádios vegetativos do trigo em Guarapuava, invernos 2010 e 2011

Av. Ademar Diógenes, BR 135 Centro Empresarial Arine 2ºAndar Bom Jesus PI Brasil (89)

APLICAÇÃO DE REDUTOR DE CRESCIMENTO NO PERFILHAMENTO DE CULTIVARES DE TRIGO, EM DOIS NÍVEIS DE NITROGÊNIO

CARACTERÍSTICAS FENOLÓGICAS, ACAMAMENTO E PRODUTIVIDADE DA CULTURA DO ARROZ-DE-SEQUEIRO (Oryza sativa L.), CONDUZIDA SOB DIFERENTES REGIMES HÍDRICOS.

AVALIAÇÃO DE DIFERENTES FILMES PLÁSTICOS PARA COBERTURA DE ESTUFAS QUANTO A PASSAGEM DE LUMINOSIDADE RESUMO

RESPOSTA DE MILHO SAFRINHA CONSORCIADO COM Brachiaria ruziziensis À ADUBAÇÃO, EM DOURADOS, MATO GROSSO DO SUL

ÉPOCAS DE PLANTIO DO ALGODOEIRO HERBÁCEO DE CICLO PRECOCE NO MUNICÍPIO DE UBERABA, MG *

Avaliação Preliminar de Híbridos Triplos de Milho Visando Consumo Verde.

MELHORAMENTO PARA O CARÁTER "STAV- GREEN" EM TRIGO COMO FATOR DE ADAPTABILIDADE A ESTRESSES ABIÓTICOS E BIÓTICOS. Resumo

Manejo da adubação nitrogenada na cultura do milho

Influência do Clima na Bioconversão Vegetal Parte II Deficiência Hídrica

INJÚRIAS CAUSADAS PELA DERIVA DE HERBICIDAS NA FASE INICIAL DA CULTURA DO MILHO.

ASSOCIAÇÃO ENTRE GERMINAÇÃO NA ESPIGA EM PRÉ-COLHEITA E TESTE DE NÚMERO DE QUEDA EM GENÓTIPOS DE TRIGO

Disponibilidade hídrica e rendimento de grãos de cultivares de soja

PP = 788,5 mm. Aplicação em R3 Aplicação em R5.1. Aplicação em Vn

ENSAIO PRELIMINAR DE CEVADA, ENTRE RIOS - GUARAPUAVA/PR

SILAGEM DE CEREAIS FORRAGEIROS

DISPONIBILIDADE HÍDRICA NO SOLO PARA A CULTURA DO MILHO, EM FUNÇÃO DE CULTIVARES, NA REGIÃO DOS TABULEIROS COSTEIROS DE ALAGOAS

Picinini, E.C. 1; Fernandes, J.M.C. 1

Efeito da disposição da orientação de cultivo, do pareamento, de doses de nitrogênio e do uso de regulador de crescimento em características de cevada

DESEMPENHO AGRONÔMICO DE HÍBRIDOS DE MILHO SAFRINHA EM DUAS ÉPOCAS DE SEMEADURA EM AQUIDAUANA, MS.

Composição Bromatológica de Partes da Planta de Cultivares de Milho para Silagem

li!x Seminário Nacional

DESENVOLVIMENTO FOLIAR, PRODUTIVIDADE E TEOR DE AMIDO EM MANDIOCA SUBMETIDA À DISTINTO MANEJO NUTRICIONAL EM DOIS ANOS AGRÍCOLAS 1

DESEMPENHO DE UMA SEMEADORA-ADUBADORA UTILIZANDO UM SISTEMA DE DEPOSIÇÃO DE SEMENTES POR FITA.

EFEITO DA DESFOLHA DA PLANTA DO MILHO NOS COMPONENTES DE PRODUTIVIDADE

XXIX CONGRESSO NACIONAL DE MILHO E SORGO - Águas de Lindóia - 26 a 30 de Agosto de 2012

l«x Seminário Nacional

Controle da Mancha-em-Rede (Drechslera teres) em Cevada, Cultivar Embrapa 129, com os Novos Fungicidas Taspa e Artea, no Ano de 1998

GIRASSOL EM SAFRINHA NO CERRADO DO DISTRITO FEDERAL: DESEMPENHO DE GENÓTIPOS EM

Avaliação de Doses e Fontes de Nitrogênio e Enxofre em Cobertura na Cultura do Milho em Plantio Direto

BOLETIM TÉCNICO 2015/16

SEVERIDADE DE DOENÇAS EM VARIEDADES DE MILHO CRIOULO

RESUMO. Palavras-chave: Triticum aestivum; Inseticidas; Praga de solo; Pão -de -galinha.

MÉTODOS DE DETERMINAÇÃO DA FOTOSSÍNTESE NO CULTIVO DO FEIJOEIRO EM RELAÇÃO À UMIDADE DO SOLO

CRESCIMENTO E DIÂMETRO DO CAULE DE CULTIVARES DE SOJA EM DIFERENTES ÉPOCAS DE SEMEADURA NO SEMIÁRIDO

Comunicado Técnico. Odo Primavesi 1 Rodolfo Godoy 1 Francisco H. Dübbern de Souza 1. ISSN X São Carlos, SP. Foto capa: Odo Primavesi

CULTIVARES DE TRIGO SUBMETIDAS À INTERAÇÃO ENTRE ADUBAÇÃO NITROGENADA E DENSIDADE DE SEMEADURA EM AMBIENTES DISTINTOS DO PARANÁ

EFEITO DE DIFERENTES SISTEMAS DE TRATAMENTO DE SEMENTES COM CLORETO DE MEPIQUAT, SOBRE O CRESCIMENTO DAS PLANTAS DE ALGODOEIRO

XXIX CONGRESSO NACIONAL DE MILHO E SORGO - Águas de Lindóia - 26 a 30 de Agosto de 2012

11 EFEITO DA APLICAÇÃO DE FONTES DE POTÁSSIO NO

XXIX CONGRESSO NACIONAL DE MILHO E SORGO - Águas de Lindóia - 26 a 30 de Agosto de 2012

Gessi Ceccon, Giovani Rossi, Marianne Sales Abrão, (3) (4) Rodrigo Neuhaus e Oscar Pereira Colman

Comportamento de genótipos de canola em Maringá em 2003

CORRELAÇÕES LINEARES ENTRE CARACTERES E DIFERENCIAÇÃO DE HÍBRIDOS SIMPLES, TRIPLO E DUPLO DE MILHO 1

Fundação de Apoio e Pesquisa e Desenvolvimento Integrado Rio Verde

INFLUÊNCIA DA ÉPOCA DE PLANTIO NA PRODUTIVIDADE DE CULTIVARES DE TRIGO NO MUNICÍPIO DE MUZAMBINHO/MG

MALHAS DE ALTA PERFORMANCE ALUMINIZADA VOCÊ NO CONTROLE!

18 PRODUTIVIDADE DA SOJA EM FUNÇÃO DA

BRS REPONTE: CULTIVAR DE TRIGO DE ALTA PRODUTIVIDADE E AMPLA ADAPTAÇÃO

Transcrição:

EFEITO DE DIFERENTES PERÍODOS DE SOMBREAMENTO NO DESENVOLVIMENTO DE PLANTAS DE TRIGO. Reimar CARLESSO 1, Mirta T. PETRY 2, Dolores WOLSCHICK 3, Sidnei O. JADOSKI 4. RESUMO O objetivo deste experimento foi avaliar efeitos do sombreamento aplicado em dois diferentes períodos do desenvolvimento das plantas de trigo. As cultivares de trigo BR-34 e CEP-24 foram submetidas a um período de sete dias consecutivos de sombreamento, dos 62 aos 69 dias após a emergência das plantas (DAE) e dos 83 aos 9 DAE. Os resultados demonstraram que as plantas das duas cultivares foram afetadas pelo sombreamento aplicado no período de 62 a 69 DAE, apresentando redução no índice de área foliar e altura de plantas em relação a plantas não submetidas ao sombreamento. Após a aplicação do sombreamento, as plantas retomaram o desenvolvimento vegetativo em resposta às condições ambientais consideradas normais para a região. Palavras-chave: luminosidade, área foliar, trigo. INTRODUÇÃO Durante o período de cultivo do trigo, as condições climáticas na região Sul do Brasil são bastante variáveis, ocorrendo, freqüentemente, invernos chuvosos com elevada incidência de dias nublados. Segundo observações meteorológicas do IPAGRO (1979), no período recomendado para o cultivo do trigo no Rio Grande do Sul, a luminosidade tende a ser baixa, com cerca de 4% de dias nublados. Willey & Holliday (1971) descrevem que a ocorrência de períodos com elevada nebulosidade podem originar deficiência fotossintética e, como conseqüência, causar considerável redução no rendimento de grãos dos cultivos de inverno. Scheeren et al. (1995), estudando os efeitos do excesso de água no solo e efeitos de sombreamento, verificou que as alterações morfológicas mais expressivas nas plantas foram determinadas pela redução da radiação solar. 1 Engenheiro Agrônomo, bolsista do CNPq, Professor Titular do Departamento de Engenharia Rural da UFSM, Santa Maria RS. 9715-9. 2 Engenheiro Agrônomo, aluna do Curso de Pós-Graduação em Agronomia da UFSM. 3 Engenheiro Agrônomo, aluna do Curso de Pós-Graduação em Engenharia Agrícola da UFSM. 4 Engenheiro Agrônomo, Mestre em Engenharia Agrícola.

Wendt & Caetano (1985) observaram redução superior a 5% na acumulação de massa seca total das plantas de genótipos de trigo submetidos a baixa luminosidade. Isto se deve ao fato da produtividade final das culturas depender da quantidade de radiação solar incidente, radiação solar convertida, radiação transportada para as diversas partes das plantas e do metabolismo. A intensidade luminosa tem significativa importância no desenvolvimento do trigo. A área foliar nos períodos que antecedem a formação das espigas tem papel determinante na sua formação, pois representa a percentegem de radiação solar que pode ser interceptada pelas folhas, e juntamente com a faixa fotossintética e a duração do período, determina o crescimento total da cultura (Spiertz citado por Manfron et al., 1993). O efeito negativo do sombreamento pode ocorrer devido a redução no processo de translocação de metabólito e, principalmente, na taxa de fotossíntese. Em experimento conduzido por Kiniry (1993) foi observada significativa redução da massa seca de colmos durante períodos de sombreamento e que a respiração consumiu aproximadamente 43% dos carbohidratos não estruturais, presentes na planta antes do início do sombreamento. Assim, o objetivo deste experimento foi avaliar os efeitos do sombreamento durante sete dias consecutivos aplicados em dois diferentes períodos do desenvolvimento das plantas de trigo. MATERIAL E MÉTODOS O experimento foi realizado no período de junho a outubro de 1994, em área experimental do Departamento de Engenharia Rural da Universidade Federal de Santa Maria. As unidades experimentais (lisímetros), em solo Podzólico vermelho-amarelo, possuíam as dimensões de 1,45 x,9 m por 1,2 m de profundidade. As cultivares de trigo CEP-24 e BR-34, classificadas como preferencial e tolerada, respectivamente, foram submetidas aos seguintes tratamentos: testemunha; sombreamento aplicado dos 62 aos 69 dias após a emergência (DAE) e; sombreamento aplicado dos 83 aos 9 DAE. Para provocar o sombreamento, utilizou-se uma estrutura de madeira com dimensões semelhantes aos lisímetros e 8 cm de altura. A cobertura foi montada em arco, sobre a qual fixouse um filme plástico que impediu a passagem da luz, causando sombreamento às plantas. As laterais da estrutura montada permaneceram abertas, possibilitando a livre circulação de ar. A adubação foi efetuada conforme análise química do solo e recomendação para a cultura. A semeadura foi realizada em 29 de junho de 1994, utilizando-se uma população de 45 plantas m -2. Foram selecionadas duas plantas por lisímetro, nas quais realizaram-se determinações de área foliar, altura de plantas, senescência e massa seca de folhas e colmos.

A área foliar foi obtida medindo-se o comprimento e a largura das folhas desde a emergência no cartucho até o estabelecimento da bainha, multiplicados pelo coeficiente,75. A altura de plantas foi medida desde a base da planta até a última bainha visível. A massa seca da parte aérea foi obtida através da coleta de plantas inteiras, separando-as em folhas e colmos, secando-as em estufa com ar forçado à 7 ºC até massa constante. RESULTADOS E DISCUSSÃO O sombreamento aplicado dos 62 aos 69 DAE ocasionou redução no crescimento de plantas de trigo, o que pode ser observado na altura das plantas (Figura 1) das duas variedades de trigo, as quais apresentaram uma redução de 36% na altura final, em relação às plantas do tratamento testemunha. Altura de plantas (cm) 8 7 6 5 4 3 2 1 7 6 5 4 3 2 1 Dias após a emergência (DAE) CEP-24 BR-34 4 45 5 55 6 65 7 75 8 85 Figura 1: Altura de plantas de trigo submetidas a um período de sombreamento, entre 62 e 69 dias após a emergência. Santa Maria, RS, 1994. Através do índice de área foliar (Figura 2) observa-se que o crescimento e emissão de folhas novas foi afetado pelo sombreamento aos, sendo que a variedade CEP-24 foi mais sensível

ao sombreamento, quando comparada a BR 34, a qual restabeleceu mais rapidamente o crescimento após o período com sombreamento, alcançando uma produção de massa seca de 4 3 2 83 DAE Indice de área foliar 1 3 CEP-24 83 DAE 2 1 BR-34 3 4 5 6 7 8 9 1 11 12 folhas semelhante Dias após a emergência (DAE) Figura 2: Índice de área foliar de plantas de trigo submetidas à diferentes períodos de sombreamento. Santa Maria, RS, 1994. às plantas cultivadas em condições normais. Aparentemente, plantas crescendo em sombra, ficam mais alongadas e as folhas mais finas, resultando em baixa massa por umidade de volume que plantas crescidas em condições ótimas de radiação. Observou-se redução na acumulação de massa seca de colmos para a variedade CEP-24 durante o sombreamento aplicado dos 62 aos 69 DAE em relação ao sombreamento aplicado dos 83 aos 9 DAE e em relação a testemunha (Tabela 1). Redução na massa seca de colmos foi observada para a variedade BR-34 submetida ao sombreamento dos 62 aos 69 DAE em relação à plantas não submetidas ao sombreamento, não diferindo, entretanto, quando o sombreamento foi aplicado aos 83 DAE. Menor massa seca de folhas foi observada nas plantas da variedade CEP-24 quando o sombreamento foi imposto dos 62 aos 69 DAE, contrastando com a variedade BR-34 que não apresentou redução na massa seca de folhas tanto para o sombreamento aplicado dos 62 aos 69

DAE como no aplicado dos 83 aos 9 DAE. Segundo Spiertz citado por Manfron et al. (1993), a aplicação de sombreamento na antese é mais crítica para a acumulação de massa seca de folhas e colmos do que nós estádios posteriores, reduzindo ou inviabilizando a produção de grãos. Tabela 1. Massa seca (MS) de folhas e colmos das cultivares de trigo CEP-24 e BR-34 submetidas ao sombreamento aos 62 e 83 dias após a emergência (DAE) das plantas. TRATAMENTOS CULTIVAR CEP-24 CULTIVAR BR-34 MS colmos MS folhas MS colmos MS folhas 19,24 a* 6,59 a 26,73 a 5,28 a Sombreamento dos 62-69 DAE 13,1 b 4,41 b 17,43 b 5,9 a Sombreamento dos 83-9 DAE 2,22 a 8,93 a 2,18 ab 4,49 a *Os valores seguidos da mesma letra na vertical não diferem estatisticamente pelo teste de Duncan (P,5). CONCLUSÕES Sombreamentos aplicados no período de crescimento vegetativo da cultura do trigo provocam alterações no índice de área foliar e altura de plantas. Sombreamentos induzidos após a antese das plantas de trigo ocasionam menor efeito na acumulação de massa seca da parte área das plantas. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: IPAGRO. Observações meteorológicas do Estado do Rio Grande do Sul. Porto Alegre, 1979. 272p. KINIRY, J.R. Nonstructural carbohydrate utilization by wheat shaded during grain growth. Agronomy Journal, Madison, 85:844-849, 1993. MANFRON, P.A., LAZZAROTTO, C., MEDEIROS, S.L.P. Trigo Aspectos agrometeorológicos. Ciência Rural, Santa Maria, v. 23, n.2, p.233-239, 1993. SCHEEREN, P.L.; CARVALHO, F.I.F.; FEDERIZZI, L.C. Respostas do trigo aos estresses causados por baixa luminosidade e excesso de água no solo. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, v.3, n.5, p.65-619, 1995. WILLEY, R.W.; HOLLIDAY, R. Plant population and shading studies in barley. Journal of Agricultural Science. v.77, p.445-452, 1971. WENDT, W.; CAETANO, V. Efeito do sombreamento artificial em trigo. In: IV Congresso brasileiro de agrometeorologia, ANAIS. Londrina - PR. 1985.