REAL ESTATE E ECOPROJETOS



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Transcrição:

1 REAL ESTATE E ECOPROJETOS Paulo Castilho Lima Universidade de Brasília Brasil castilho@unb.br Resumo É necessário haver um esforço conjunto em encontrar meios de diminuir o consumo de energia, sob todos os aspectos, seja por diminuição de gastos seja por alternativas de fontes. O trabalho lida com a economia de energia em prédios altos. Apesar dos novos projetos eco-sustentáveis ainda existe um grande consumo de energia que se verifica na iluminação e ventilação natural e que pode ser melhorada por ecoprojetos de arquitetura mais radicais. Para evidenciar tais gastos é feita uma pesquisa em seis prédios altos para escritórios, construídos, em três países, verificando-se que, na media, quase trinta por cento da área do pavimento-tipo não tem condições de ter iluminação e ventilação naturais, considerando-se seu formato. Por outro lado, é apresentado um estudo arquitetônico, onde mostra-se que tais questões podem ser resolvidas caso adotados projetos semelhantes, mas que podem não ser viáveis economicamente, por terem menos área construída para venda ou aluguel. Ao final, são apresentados exemplos de como o estado pode influenciar no uso de tais projetos, mediante uma legislação adequada. Palavras-chave: energia, real estate, planejamento urbano. INTRODUÇÃO A economia de gastos com energia é uma questão vital para a preservação do ser humano no planeta. Sem dúvida, na atualidade existe uma preocupação constante de haver um consumo mais moderado, sob todas suas formas, haja vista a última conferência em Copenhagen (COP- 15) e todos os protestos contra governos que não tomam medidas mais radicais nesse sentido. O Protocolo de Kioto que direcionou medidas restritivas para a diminuição das emissões de gás carbônico termina em 2012 e não teve o apoio dos Estados Unidos, por exemplo, um dos principais responsável por essas emissões e que ainda tem dificuldades internas em aprovar medidas restritivas (MURTA,2010). Nesse contexto é que se situa a edificação, com gastos em energia sob diversas formas. A necessidade de conforto térmico (seja para aquecimento ou resfriamento), de iluminação artificial, de transporte vertical e mesmo de eliminação de lixo levam a altos níveis de gastos e

2 poluição. Diversos estudos são dirigidos para amenizar esses gastos, ou seja, para captar energia solar ou utilizar o tipo eólica entre outras (EDWARDS e HYETT, 2001). Entretanto, é nos prédios mais altos que se situam os gastos mais elevados de energia, destinados ao trabalho administrativo e comercial e é nessa tipologia que deve haver soluções diferenciadas para uma efetiva economia de energia. O presente estudo tem por objetivo evidenciar mesmo que de forma embrionária a questão da necessidade de utilização do ar condicionado e da iluminação artificial em prédios altos, mediante pesquisa em edificações construídas. Foram escolhidos prédios com plantas baixas compactas onde mais se evidencia tal situação, calculados os percentuais dessas áreas e inseridos em uma tabela comparativa. Por outro lado, foi escolhido um estudo arquitetônico com possibilidade de limitar esses gastos, apresentado como exemplo de um prédio, cuja solução de forma pode influenciar diretamente na economia do gasto de energia nesses itens. No entanto, essa proposta apresenta conflito direto com um provável interesse de construção nos limites da área máxima de construção e do gabarito de altura, conforme as normas de construção para um lote determinado. Em decorrência, uma proposta arquitetônica pode apresentar grande defasagem entre um estudo que seja adequado a poupar energia e a sua efetivação, ou seja, a construção. Esta situação pode entrar em conflito com os desejos dos incorporadores de um maior aproveitamento do lote com vistas à venda ou aluguel, considerando uma edificação privada. Na parte final do trabalho é desenvolvida uma análise dos resultados da pesquisa e do estudo arquitetônico, além de suas conseqüências no interesse do real estate - a contradição entre um projeto que pode ter custo menor de energia nos fatores apresentados e o interesse do investimento na sua construção. METODOLOGIA Foi utilizada a base metodológica descrita por DILONARDO (2001) para prédios de escritórios, que apresentem uma planta baixa de pavimento-tipo compacta com forma quadrada, redonda ou suas variantes e que apresente duas áreas distintas de uso: uma área onde se concentram os serviços e circulações e uma única área de trabalho (sem divisórias ou com divisórias piso/teto).

3 Seis prédios altos e construídos foram selecionados no Brasil, Estados Unidos e Espanha, mediante critério de apresentarem planta baixa da tipologia descrita. Em seus pavimentos-tipo foram calculadas á área com iluminação e ventilação natural, distantes sete metros das esquadrias e a área restante com iluminação e ventilação artificial, localizadas no centro dos pavimentos, além das áreas de serviço (circulações, banheiros, copas, shafts, etc.) sendo estabelecidas as seguintes variáveis: (A) área de iluminação e ventilação natural; (B) área de iluminação e ventilação artificial (ar condicionado); e (C) área de serviço. Nessas plantas foram calculadas as áreas em metro quadrado de cada uma das variáveis, sendo (A) e (B) transformadas em percentuais e inseridas na Tab.1. Tab.1 percentuais de áreas de iluminação/ventilação natural e artificial em pavimentos tipo de prédios altos. ---------------------------------------------------- Prédio A [%] B [%] ---------------------------------------------------- 1 47 23 2 53 30 3 51 29 4 32 35 5 50 33 6 40 23 ---------------------------------------------------- Média 45 29 Considerando que os valores percentuais foram calculados sobre a área total do pavimento tipo e observando a Tabela 1, temos que em todos os prédios estudos os percentuais de (B) são aproximadamente 50% dos valores de (A); e em especial no prédio 4, a variável (B) é maior que a variável (A). Com esses resultados pode-se ter uma idéia da problemática apresentada, ou seja, se os pavimentos em questão não tivessem necessidade de ter iluminação artificial e ar condicionado

4 esta energia poderia ser economizada durante o trabalho diurno. A situação encontrada nos prédios pesquisados poderia ser diversa para futuras edificações, conforme o estudo que apresentamos abaixo, como exemplo. RESULTADOS Este estudo foi desenvolvido por RAPHAEL (2008) para um lote na cidade de Brasília. Além das questões relativas aos prédios altos, o estudo enfatiza a economia de energia mediante soluções que afetam sua forma básica e envoltório. Este estudo destaca-se por uma solução radical, decorrência da possibilidade de uma grande economia de energia. Em uma descrição simples, pode-se dizer que sua característica principal é a alternância de um pavimento para trabalho e um para jardim onde são inseridos domos de ventilação e iluminação naturais. Neste pavimento os jardins criam um micro-clima adequado a um país tropical proporcionando mais conforto térmico aos ocupantes do pavimento inferior por uma ventilação natural vindo das esquadrias externas e dos domos colocados em qualquer posição necessária aos cálculos de luminescência. Por outro lado a captação de águas pluviais na cobertura e em calhas nos pavimentosjardim permite o acionamento de uma cortina de água de forma controlada nas fachadas do pavimento inferior, aumentando o grau de umidade em Brasília, conhecida por seus baixos teores. Este estudo, portanto, é um exemplo de que podem ocorrer novos prédios com menos uso de energia, ficando a pergunta: por qual razão prédios mais radicais não são construídos. DISCUSSÃO Nesta parte procura-se responder à questão mencionada acima. Se grandes prédios e mesmo torres muito altas são construídas recentemente com necessidade de iluminação artificial e ar condicionado para áreas de trabalho, pode-se dizer que é devido ao aproveitamento do terreno onde se encontram e aos altos valores desses lotes, ou seja, pelos interesses do empreendedor. De fato, apesar de haver diversas soluções para minorar os gastos, desde soluções tradicionais de brises simples aos mais sofisticados, até jardins suspensos e áreas internas vazados, ainda persistem elevados gastos em energia.

5 A possibilidade de soluções mais radicais, mas que demandam mais área construída e menos área para lucro aponta para outras soluções semelhantes à apresentada. Os prédios ecológicos tendem a não ter viabilidade econômica, conforme alinha BRICK (2003), o mesmo acontecendo com os materiais, por seu custo maior que os tradicionais. Apesar da problemática apresentada pode-se dizer que hoje existe certa vontade na construção de prédios mais inovadores, devido à intensa consciência ecológica que está ocorrendo mundialmente, mesmo que seja apenas decorrente da intenção de aumentar as vendas de produtos ditos ecologicamente corretos. Em sua palestra WISTON (2007) apresenta argumentos nesse sentido, e de maneira mais detalhada em livro de co-autoria (ESTY, 2006); CONCLUSÃO Pelos altos valores investidos na construção de prédios em altura, pode ser difícil que algo mais radical venha a ocorrer sem uma restrição ou até algum tipo de incentivo por parte do governo para compensar as perdas do empreendimento. Assim, pode-se apresentar a denominada Lei das Garagens, promulgada pelo governo do Rio de Janeiro, que permite pavimentos apenas para carros, que não contam na altura do gabarito do lote, assim como a lei de liberação de gabaritos, na mesma cidade, em uma relação tal que quanto mais alta a edificação maior os afastamentos laterais. Essas medidas vieram a gerar uma nova morfologia edilícia na cidade, possibilitando a primeira uma melhoria nos estacionamentos em vias públicas; e a segunda possibilitando o afastamento dos prédios e as conseqüências de maior ventilação e iluminação naturais em seus diversos compartimentos. No presente caso, pode-se imaginar determinada legislação onde pavimentos que sirvam para jardim e iluminação e ventilação dos pavimentos inferiores, poderiam não serem considerados na área máxima de construção e no gabarito. REFERÊNCIAS

6 BRICK, M.B. Not Building Green is Called a Matter of Economics. < www.nytimes.com > acesso em 2008. DILONARDO, L. F. de S. P. Avaliação do uso de tecnologias passivas visando a eficiência energética em edifícios de escritórios, dissertação de mestrado, Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP. São Paulo: mimeo, 2001. EDWARDS, B. e HYETT, P. Guía Básica de la Sostentabilidad. Barcelona: Gustavo Gili, 2001. ESTY, D. C. e WINSTON, A. S. Green to Gold. New Haven: University of Yale Press, 2006 MURTA, A. Lei do Clima trava no Senado dos EUA. São Paulo: Folha de São Paulo, p. A22, 2010. RAPHAEL, E. Anteprojeto de Arquitetura para Edifício de Escritórios. Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Brasília. Brasília: impresso, 2008. WISTON, A.S. Catching the Green Wave, seminário em energia, 2007 < www.cbsacny.org > acesso em 2008.