As causas, estratégias e finalizações dos conflitos entre as crianças

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Transcrição:

As causas, estratégias e finalizações dos conflitos entre as crianças Lívia Maria Silva Licciardi PG/FE/UNICAMP/Campinas-SP Orientadora: Telma Pileggi Vinha

Introdução Aumento dos conflitos e do emprego de estratégias violentas Submissão e agressão dos brasileiros Fante (2003), Leme (2006), CEATS/FIA, (2010) Biondi (2008, Carina (2009); Vicentim (2008) AMBIENTE E ESTRATÉGIAS VINHA, (2003); TAYLOR, OGAWA E WILSON, (2002); CAMACHO, 2001

Fríoli (1997) Crianças 4 a 7 anos filmagem Introdução Agressão física meninos Agressão verbal - meninas Mais novos estratégias físicas; disputas Mais velhos conflitos mais verbais, recorrem menos aos adultos A ameaça aumenta com a idade Intersexuais meninas agridem menos os meninos do que as oponentes

Introdução Magalhães (1995) e Fríoli (1997) professores pouco intervêm para a reconciliação entre as crianças Repreensão intervenção adulta Mais dirigida aos meninos Meninos mais agressivos (Magalhães, 1995; Sager e Sperb, 1998) Meninos maior envolvimento em conflitos envolvendo brincadeiras com regras

Introdução Souza (1999) Brincadeiras na rua Motivos procedimento da brincadeira, interrupção da brincadeira, disputa e provocação Disputa (DAWE, 1934; BRENNER E MUELLER, BRONSON, GENISHI e DIPAOLA, HOUSEMAN apud SHANTZ, 1987) Controle ambiente físico e social Disputa por objeto, violência física, provocação e exclusão

Introdução Krasnor e Rubin (1983) Demandas, ameaças, pedidos indiretos, chantagens, ações físicas 50% das vezes em que houve fracasso nova tentativa, mudança da estratégia Hartup (1992) Amigos x colegas Entre amigos resolvidos rapidamente; permaneciam juntos após o término

Objetivos Identificar e comparar quais são os motivos mais frequentes geradores de conflitos entre as crianças de 3 a 4 anos e 5 a 6 anos; Identificar e comparar quais são as estratégias de negociação interpessoal nas crianças de 3 a 4 anos e 5 a 6 anos; Identificar e comparar quais são os resultados dos conflitos entre as crianças de 3 a 4 anos e 5 a 6 anos; Comparar se há diferenças entre as formas como as crianças de 3 a 4 e de 5 a 6 anos julgam resolver os conflitos e as formas como elas os resolvem na prática.

Participantes 95 crianças 2 escolas pública municipais interior paulista 385 e 495 alunos 21 a 28 alunos por classe Critério de conveniência

Definição dos termos Conflitos Motivos Estratégias Resultados

Delineamento e Procedimentos Qualitativo e quantitativo Estudo de campo Observação sistemática 4 classes 95 sujeitos 11 sessões em cada classe - total = 44 sessões Amostragem por comportamento Critério de saturação

Delineamento e Procedimentos Entrevista clínica piagetiana 5 histórias motivos mais frequentes disputa (individual e coletivo) ação provocativa exclusão responsabilidade objetiva 30% - mais conflitos 39 sujeitos 27 permaneceram 12 excluídos fabulação, indiferença, respostas socialmente desejáveis

Observação Planilha Excel Análise dos Dados Categorização criação da maioria das categorias Motivos 255 Estratégias 440 Resultados 255 Quantificação das categorias de cada item: motivos, estratégias e resultados Comparação entre as idades: cada item

Resultados Parte 1 Quadro 1 Categorias dos motivos de conflitos Categorias Ação provocativa Ação provocativa não intencional Agressão física Agressão verbal Disputa Exclusão Responsabilidade objetiva Súplica ignorada Violação de regra Descrição Comportamentos propositais de mexer, sem a permissão; ou de estragar a brincadeira ou atividade do outro, ou ainda manifestações verbais cujo intuito é irritar. Ações que começam sem a intenção de irritar, mas persistem a partir da reação do outro. Comportamentos impulsivos que envolvem algum tipo de ação física ou ameaça de agressão. Manifestação verbal diante de alguma insatisfação, frustração ou raiva que insulta ou magoa o outro. Disputa por objetos, espaços, atenção do adulto, papéis no jogo simbólico ou posições em jogos e brincadeiras.. Excluir ou ignorar a participação do outro das relações ou das atividades. Ações sem intenção de provocar ou machucar, mas que geram conflitos, uma vez que a outra parte não percebe/considera a real intenção do iniciador. Comportamentos de ignorar o pedido insistente de uma das partes. Desobediência a uma norma imposta, regra acordada ou a uma demanda do adulto (ordem, orientação, recomendação, ou pedido).

Resultados Resultados Parte 1 disputa 42,0 ação provocativa 18,0 exclusão responsabilidade objetiva 11,0 12,9 não identificado agressão física ação provocativa não intencional violação de regra agressão verbal súplica ignorada 5,1 4,7 3,1 1,6 1,2 0,4 0% 5% 10% 15% 20% 25% 30% 35% 40% 45% 255 conflitos 128 3 a 4 anos 127 5 a 6 anos

Resultados Resultados Parte 1 Comparação das categorias dos motivos dos conflitos entre as faixas etárias 3 anos 5 anos Exclusão 8,6% 17,3%

Resultados Parte 1 Disputa por objetos MIG (5) e CAU (5) brincam com jogos de encaixe, em suas carteiras, na sala de aula. Eles disputam guardar as pecinhas do jogo, puxando-as para si. CAU puxa-as com força e MIG aproxima-as do peito e diz: Pára! Eu não sou mais seu amigo! CAU toma algumas, sem nada dizer. As outras peças, MIG põe no pote onde os jogos são guardados. Eles se separam. A professora vê mas não intervém.

Resultados Parte 1 Ação provocativa As crianças, ISA (3) e ED (3) estão na sala de aula realizando uma atividade de desenho. ISA dirige-se a ED e diz: - O seu tá feio! (várias vezes). A princípio ED não responde, mas depois, começa a se incomodar e diz que o dele está bonito. ISA repete a provocação. ED responde dizendo que o dela está feio e ambos continuam desenhando como se nada tivesse acontecido.

Resultados Parte 1 As crianças estão na sala de aula, em grupos de 4 alunos, fazendo um desenho em seus cadernos, quando LEO (5) pergunta para JAR (5): - Você é meu amigo? Exclusão Discutem sobre quem é amigo de quem. LEO diz a RAF que JAR é amigo só dele. JAR fica quieto. RAF mostra a língua a LEO, que chama a professora. Ela não ouve. As crianças continuam o desenho por mais alguns minutos e falam sobre outras coisas.

Resultados Resultados Parte 1 Quadro 2 - Estratégias de negociação interpessoal em crianças de 3 a 6 anos Categorias Estratégias físicas e impulsivas (FI) Descrição As estratégias para resolver os conflitos são as ações físicas ou verbais direcionadas ao outro. O abandono do conflito ou a não interação é outra estratégia presente. São ações carentes de reflexão, marcadas pela impulsividade e pela desconsideração ao sentimento e desejos do outro. Estratégias impositivas (IM) Estratégias de convencimento (CON) As estratégias são predominantemente verbais visando o controle do outro pelo uso do poder e não pela negociação. Não há consideração pelos interesses e desejos deste. As estratégias visam convencer o outro a acatar uma ideia para fazer o que se deseja ou a reparar um dano. São ações verbais que contêm alguma justificativa ou sugestão. De forma ainda inicial, há uma preocupação em modificar não apenas o comportamento do outro, mas também os sentimentos ou interesses deste.

Resultados Resultados Parte 1 Físicas e impulsivas 63,3 Impositivas 27,0 Transição 9,1 Convencimento 0,5 Não identificadas 0,2 0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 440 estratégias observadas (100%) 232 3 a 4 anos 208 5 a 6 anos

Resultados Parte 1 Comparação das estratégias entre as faixas etárias 3 anos 5 anos Físicas e Impulsivas 70,7% 55,3% Transição 5,6% 12,9% Impositivas 23,3% 30,8%

Resultados Parte 1 As crianças brincam no parque com as folhas que caem das árvores. LUCA (3) puxa as plantinhas da mão de LUC (3) que grita: Seu feio! Física e impulsiva LUCA bate em LUC e os dois se afastam, sem nada dizerem.

Resultados Parte 1 Impositiva É hora do desenho livre e AG (5) faz corações para as colegas de seu grupo. Elas conversam sobre o que vão brincar depois, no parque. LUI (5) afirma, em tom provocativo, que não vai brincar com AG. Então, AG diz a LUI: Também não vou fazer mais corações para você. LUI retruca: Deixa, eu sei fazer coração. As crianças continuam desenhando como se nada tivesse acontecido.

Resultados Parte 1 Transição As crianças estavam na sala de aula realizando uma pintura com giz de cera. Esse material é de uso coletivo e a professora distribui um pote de giz para cada grupo. NEL (3) e LET (3) disputam o giz cor-de-rosa. NEL diz: Eu quero, eu quero! Tia, ela não quer me dar! Como a professora não ouve, ele tenta puxar o giz das mãos de LET. LET nada diz, mas afasta sua mão, quando NEL vai pegá-lo. Nesse momento, a professora vê o que está ocorrendo e diz: Senta direitinho! Então, o conflito é abandonado.

Resultados Resultados Parte 1 Quadro 3 -Resultados dos conflitos Categorias Abandono do conflito Resultado unilateral Resultado bilateral Descrição O sujeito desiste do conflito na tentativa de restaurar o equilíbrio perdido ou por não querer o enfrentamento. O conflito é ignorado, distraindo-se com outra coisa. O sujeito se submete ao outro, uma vez que não consegue resistir à sua força, intensidade ou insistência. Há o predomínio da vontade de uma das partes. O resultado das ações de uma das partes satisfaz os envolvidos. O sujeito interrompe a atitude geradora do conflito ao ser dar conta do efeito do seu ato no outro.

Resultados Resultados Parte 1 Abandono do conflito 52,2 Resultado unilateral 38,7 Resultado bilateral 7,5 Não identificado 1,6 0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 255 conflitos 128 3 a 4 anos 127 5 a 6 anos

Resultados Parte 1 Comparação dos resultados dos conflitos entre as faixas etárias 3 anos 5 anos Resultado bilateral 13,3% 2,9%

Resultados Parte 1 Abandono do conflito GUIA (5) discute e bate em GUIB (5) porque eles disputam quem vai ser o pai de RAF (5) na brincadeira. Eles se agridem fisicamente por um tempo e depois, simplesmente param de brigar, distraindo-se com outra coisa.

Resultados Parte 1 Resultado unilateral ART (3) e ISA (3) disputam uma mamadeira de brinquedo, puxando-a para si. ISA puxa com mais força e vence a disputa. ART chora, mas permanecem brincando lado a lado.

Resultados Parte 1 Interrupção pelo adulto As crianças brincam no tanque de areia, quando ISA (5) dirigese à professora com o rosto cheio de areia: O CAI (5) jogou areia no meu olho! CAI retruca: Eu estava cavando!! A professora limpa o rosto de ISA e diz a CAI: Tá vendo? Eu falei! CAI se afasta e continua sua brincadeira (com suas pernas abertas, o menino cava, jogando a areia para trás, passando por entre suas pernas). Sua intenção é somente cavar um buraco e ele não percebe que a areia está atingindo outras crianças.

Resultados Parte 2 Disputa por objeto 1) Era uma vez uma menina chamada Camila que gostava muito de brincar com seus brinquedos da casinha de bonecas. Um dia ela levou sua boneca para a escola, porque era dia de brincar com os brinquedos que as crianças levavam de casa. Todas as crianças brincavam juntas. A Camila estava brincando perto de Juliana que também quis brincar com a boneca, mas Camila não deixou. O que Juliana deve fazer? Por quê?

Resultados Parte 2 Físicas e impulsivas 75,2 Impositivas 23,3 Transição 1,6 0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 129 estratégias 56 3 a 4 anos 73 5 a 6 anos

Resultados Parte 2 Comparação das respostas das crianças das duas faixas etárias 3 anos 5 anos Física e Impulsiva 87,5% 65,8% Impositivas 10,7% 32,9%

Resultados Parte 2 Físicas e impulsivas P: O que Marcos deve fazer? ED (3):Ele deve comprar um caminhão pra ele. P: Ah, ele deve comprar um caminhão pra ele? Por quê? ED: Porque ele pediu pro João, o João não deixou ele usar o caminhão. P: O que Juliana deve fazer? NIC (3): Ela tem que pegar a bonequinha dela (apontou com o dedo). P: Ah, a Juliana tem que pegar a bonequinha da Camila. Por quê? NIC: Porque ela não deixou.

Resultados Parte 2 Impositiva P: O que Juliana deve fazer? ED (5): Não sei. P: Ó, a Juliana quer brincar com a boneca, a Camila não quer deixar... ED: Pode contar pra professora. P: Ah, ela deve contar pra professora? O quê? O que ela vai falar pra professora? ED: Que ela não deixa ela brincar com o brinquedo dela. P: Ah, ela vai contar pra professora que a Camila não deixa a Juliana brincar com o brinquedo da Camila? P: E por que ela vai contar pra professora? ED: Porque ela quer brincar. P: Porque ela quer brincar? Então a Juliana vai contar pra professora que a Camila não deixou ela brincar porque a Juliana quer brincar com a boneca? E o que você acha que a professora vai fazer? ED: Vai mandar ela deixar ela brincar um pouquinho.

Resultados Parte 2 Impositiva P: O que Luciano deve fazer? MAR (5): Deve falar pra não fazer mais. P: Pra não fazer mais? MAR:É. P: E como que ele deve falar pro Guilherme? Mostra pra mim como ele deve falar. MAR: O Guilherme, não faz mais isso senão eu conto pra minha professora. P: Ah, então o Luciano deve falar isso pro Guilherme? Pra não fazer mais isso senão ele vai contar pra professora. MAR: É. P: E por que o Luciano deve fazer isso? MAR: Porque senão ele vai continuar ficar fazendo isso. P: Ah, então se o Luciano não falar com o Guilherme, o Guilherme vai desmanchar o prédio dele de novo? MAR: É, toda hora.

Resultados Parte 3 Físicas e impulsivas 63,3 75,2 Impositivas 23,3 27,0 Transição 1,6 9,1 Ação Juízo Convencimento 0,5 0,0 Não identificada 0,2 0,0 0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80%

Resultados Parte 3 Comparação entre juízo e ação nas crianças de 3 a 6 anos 3 anos 5 anos Juízo Ação Juízo Ação Físicas e impulsivas 87,5% 70,7% 65,8% 50,6% Transição 1,8% 5,6% 1,4% 12,9% Impositivas 10,7% 23,3% 32,9% 28,2%

Concepção do conflito Físico e momentâneo Discussão Perspectiva do outro e subjetividade desconsiderados Controle do objeto pessoa Selman (1980; 1990) Juízo x Ação similaridade Precocidade da ação em relação ao juízo Piaget (1932/1994; 1974/1977; 1974/1977) Interrupção pelo adulto (27%) Formação do professor